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Trabalho cujo objetivo foi o registo das observações efetuadas às preparações definitivas de sangue humano relativas aos trabalhos experimentais desenvolvidos nas aulas de biologia, realizado no âmbito da disciplina de Biologia (12º ano).
Este trabalho teve por objetivo o registo das observações efetuadas às preparações definitivas de sangue humano relativas aos trabalhos experimentais desenvolvidos nas aulas de biologia.
Pretendia-se em especial, identificar e fazer o registo esquemático de cada um dos vários tipos de leucócitos (glóbulos brancos) envolvidos na defesa do organismo, bem como a identificação de algumas hemácias (glóbulos vermelhos) responsáveis pelo transporte de oxigénio.
O sistema imunitário ou sistema imunológico é um conjunto de órgãos, tecidos e células capaz de reconhecer os elementos próprios e estranhos ao organismo e de desenvolver mecanismos que protegem o organismo de agentes patogénicos e de células cancerosas. O conjunto destes mecanismos desenvolvidos pelo sistema imunitário defende o organismo de invasores externos como viros e bactérias permitindo assim o bom funcionamento do mesmo. Podemos subdividir estes mecanismos de defesa em defesas não específicas e defesas específicas.
Nota: Somente os organismos mais complexos possuem um sistema imunitário, como é o caso do ser humano.
Este tipo de mecanismo de defesa vulgarmente conhecido como resposta imunitária inata inclui as barreiras superficiais, químicas e celulares, a fagocitose, a resposta inflamatória, o sistema de complemento (proteínas com ação antimicrobiana), a febre e o interferão. No seu conjunto têm a capacidade de proteger o organismo da grande maioria dos agentes patogénicos, sendo portanto bastante eficazes na maioria dos casos.
Estas constituem a primeira linha de defesa do organismo. São exemplos a pele, que impossibilita a entrada dos agentes patogénicos quando intacta, o muco (produzido pelas várias mucosas do organismo), as lágrimas e a saliva que funcionam também como barreira á entrada dos invasores.
Este mecanismo de defesa consiste na ingestão e digestão dos agentes patogénicos e é ativado quando estes conseguem ultrapassar as barreiras superficiais, químicas e celulares. As células promotoras deste mecanismo são os fagócitos, que correspondem a leucócitos com capacidade de realizar a fagocitose que circulam na corrente sanguínea e que por diapedese atravessam os capilares para irem combater os agentes patogénicos (ex. neutrófilos, monócitos/macrófagos e eosinófilos). Este mecanismo faz também parte da resposta inflamatória.
Nota: Os monócitos após atravessarem os capilares diferenciam-se em macrófagos, com maior capacidade para fagocitar
Quando a integridade dos tecidos é afetada e os agentes patogénicos entram no organismo, este desenvolve uma reação inflamatória que é caraterizada por dor, rubor, edema e calor. Estes sintomas ocorrem devido à vasodilatação e ao aumento do fluxo de sangue promovidos primeiramente pela libertação de histamina por parte das células afetadas (ex. mastócitos). Esta vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo tem como objetivo proporcionar maior quantidade de leucócitos (nomeadamente fagócitos) na região afetada, para que estes atravessem os capilares por diapedese e ajudem no combate aos agentes patogénicos, fagocitando (ex. neutrófilos, monócitos/macrófagos e eosinófilos) e libertando mais histamina (ex. basófilos) para por quimiotaxia sejam atraídos ainda mais leucócitos, de modo que os invasores sejam destruídos na sua totalidade. Em consequência da reação inflamatória pode ocorrer a acumulação de pus, sendo este constituído por plasma e células mortas.
Este mecanismo de defesa é composto por cerca de vinte proteínas com ação antimicrobiana, cada uma delas ativa a seguinte promovendo uma resposta sequencial (“efeito cascata”). Estas proteínas favorecem vários tipos de defesa, podem aderir às membranas dos agentes patogénicos, ativar a resposta inflamatória atraindo os fagócitos, auxiliar os fagócitos na destruição dos agentes patogénicos e podem também em colaboração com os anticorpos, promover a lise (rompimento) das células invasoras (como por exemplo, das bactérias).
Uma vez que a reação inflamatória não esteja a ser suficiente para eliminar os agentes patogénicos pode originar-se uma infeção com maior gravidade, obrigando o organismo a recorrer a defesas cada vez mais fortes. Assim sendo, o organismo pode promover o aumento da temperatura corporal libertando citocinas que para além de promoverem a fagocitose e poderem desencadear uma resposta imunitária específica, também funcionam como sinais químicos para o cérebro aumentar a temperatura – Febre. Uma febre moderada tem vantagens pois inibe o crescimento dos agentes patogénicos ao contrário de febres elevadas que impedem o bom funcionamento do organismo.
Este mecanismo é efetuado pelas células que estão a ser atacadas e consiste na produção de uma proteína que sai da célula e entra na corrente sanguínea até chegar às células vizinhas que ainda não foram atacadas. Esta proteína vai induzir um estado de resistência antiviral nas células não afetadas e vai também impedir a replicação do agente patogénico, impedido a sua dispersão pelos tecidos.
Este tipo de mecanismo de defesa, vulgarmente designado por imunidade adquirida é direcionado para um tipo particular de agressor (agente patogénico) que tenha conseguido invadir o organismo. É um processo essencialmente mediado pelos linfócitos (B e T) e tem a capacidade de memorizar os agentes patogénicos para que num segundo contacto com os mesmos a resposta seja mais rápida e eficiente, o que torna este mecanismo de defesa bastante eficaz e especialmente dirigido a cada elemento estranho. Os linfócitos B e T estão associados respetivamente à imunidade humoral e à imunidade celular.
Nota: Estes dois tipos de imunidade atuam em simultâneo
A designação deste tipo de imunidade deve-se ao facto de as respostas imunitárias ocorrerem nos líquidos do corpo (humores). Quando é detetado um corpo estranho ou antigénio, os linfócitos B vão diferenciar-se em vários plasmócitos e células de memória, os primeiros vão produzir e libertar no sangue e nos líquidos corporais proteínas denominadas anticorpos, enquanto as células de memória vão permitir a memorização dos agentes patogénicos para que em contactos posteriores com os mesmos, a resposta seja mais rápida e eficiente. Os anticorpos, por sua vez vão ligar-se aos antigénios dos agentes patogénicos formando o complexo antigénio-anticorpo e vão fazer com que estes intrusos sejam mais facilmente atacados por outros leucócitos (fagócitos), provocando a sua aglutinação, neutralização, precipitação de antigénios solúveis ou mesmo a ativação do sistema de complemento.
Este tipo de imunidade específica é mediado essencialmente por células e tem por base a atuação de diferentes tipos de linfócitos T. Os linfócitos T auxiliares (Th) auxiliam tanto na imunidade humural como na imunidade celular produzindo sinais químicos que estimulam os linfócitos B a produzirem mais anticorpos, ativando os linfócitos citotóxicos (Tc) e promovendo também a fagocitose.
Os linfócitos T citotóxicos (Tc) quando ativados pelos linfócitos T auxiliares, reconhecem tanto as células infetadas por vírus como também as próprias células cancerosas do organismo e produzem compostos tóxicos que promovem a sua lise (rompimento).
Nota: A ação dos linfócitos T é a principal responsável pela rejeição de enxertos de tecidos ou transplantes de órgãos
Atividade: Observação ao microscópio ótico composto de preparações definitivas de sangue humano.
Atividade: Observação ao microscópio ótico composto de preparações definitivas de sangue humano
Relativamente a esta atividade o procedimento foi o seguinte:
Fig 1 - Observação ao MOC de um neutrófilo na ampliação de 1000X
Fig 2 - Observação ao MOC de um eosinófilo na ampliação de 1000X
Fig 3 - Observação ao MOC de um basófilo na ampliação de 1000X
Fig 4 - Observação ao MOC de um linfócito (B ou T) na ampliação de 1000X
Fig 5 - Observação ao MOC de um monócito na ampliação de 1000X
Na figura 1, está representado um neutrófilo (granulócito). Com a ampliação de 1000X foi possível observar-se nitidamente o seu núcleo polilobado bem como os grânulos no citoplasma, algumas hemácias e o próprio plasma.
Na figura 2, pode observar-se a representação de um Eosinófilo (granulócito), visualizado com a ampliação de 1000X é possível também visionar claramente o seu núcleo bilobado, os grânulos que se encontram dispersos no citoplasma, algumas hemácias e o plasma.
Na figura 3, obteve-se a representação esquemática de um Basófilo (granulócito). Com a ampliação de 1000X é possível visionar o seu núcleo volumoso e irregular em forma de “S”, pode também ser observado o plasma, hemácias e a maior quantidade de grânulos no citoplasma onde este também contém substâncias como a histamina, que intervém ativamente na resposta imunitária.
Na figura 4, pode observar-se um leucócito agranulócito do tipo linfócito visualizado com a ampliação de 1000X. Com esta ampliação foi possível distinguir o seu núcleo esférico, algumas hemácias e o plasma envolvente.
Na figura 5, está representado um monócito (agranulócito) que posteriormente se irá diferenciar em macrófago. Com a ampliação de 1000X foi possível observar-se nitidamente o plasma, algumas hemácias e o seu núcleo em forma de rim capaz de fagocitar os agentes patogénicos.
Face à interpretação dos resultados obtidos, esta atividade laboratorial permitiu que os alunos ficassem a perceber quais e como se processam os vários mecanismos de defesa constituintes do sistema imunitário do nosso organismo e também que os alunos ficassem a saber distinguir visualmente cada um dos vários leucócitos que circulam na corrente sanguínea e a saber as características e papeis desempenhados por cada um deles.