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Ensaio Filosófico: "Será a Responsabilidade Ecológica Uma Obrigação Moral?", realizado no âmbito da disciplina de Filosofia (11º ano).
Neste ensaio aborda-se o problema da responsabilidade ecológica. A responsabilidade ecológica envolve uma relação de respeito do ser humano para com a natureza, de modo a preservar e cuidar do planeta. Aqui, irá ser defendido que é necessário adoptar uma ética ambiental de responsabilidade ecológica, na qual a natureza seja protegida independentemente do valor que esta manifesta para o Homem.
A espiral do mal para a Natureza, começou quando o Homem descobriu que a ciência combinada com a técnica podia fazer muito mais do que alguma vez se podia imaginar. A partir daí, o Homem nunca mais parou começando a implantar fábricas que encheram a atmosfera de gases poluentes, armas nucleares, desenvolvimento a todos os níveis, crescimento da população e acreditava-se mesmo que isto tudo significava melhoria nas condições de vida humana. O que as gerações criadoras das novas invenções quiseram ignorar é que esta nova civilização vinha de mãos dadas com destruição da Natureza, e por isso hoje, estão a ser enfrentadas as consequências das mudanças repentinas e nefastas de décadas anteriores, “A era de procrastinação de meias medidas, de calmaria dos acertos e dos atrasados está a chegar ao fim. No seu lugar estamos a entrar num período de consequências”[1]. Contudo, não se pode culpar apenas as gerações anteriores, pois, as actuais, continuam a contribuir para mais alterações negativas.
Perante isto, as opiniões dos filósofos que formulam opiniões sobre este assunto, divergem: para o filósofo Hans Jonas, as acções das gerações humanas actuais devem ser fundamentais para assegurar a possibilidade de uma existência digna às gerações futuras, ou seja, deve-se proteger o planeta para garantir algo habitável às gerações vindouras. Jonas defende ainda que mais do que pensar nas gerações futuras, é necessário conhecer as consequências dos nossos actos e antecipar as consequências dos mesmos, impondo, desta forma, limites ao contrário do que as gerações anteriores fizeram.
Porém, os partidários da Ecologia Profunda opõem-se a Jonas e defendem que “…a natureza tem um valor próprio, vale independentemente da sua utilidade para a humanidade…”[2].
Assim, a tese deste ensaio revela-se em concordância com os Ecologistas Profundos. Mas tendo em conta que defender a Ecologia Profunda poderia despertar conflito entre a audiência, irá ser mostrado como estes podem estar certos.
Em primeiro lugar, parece que Jonas apenas defende a Natureza para proteger a continuidade da existência da humanidade e das gerações vindouras, agindo por mero interesse mundano, instrumental e egoísta, na medida em que só se preocupa com os interesses do Homem continuando assim, a pôr de parte o valor intrínseco da Natureza. Por outro lado, a posição dos Ecologistas Profundos pode levar a crer que desprezam a humanidade. Contudo, apenas dão valor à Natureza pelo que ela vale e não por interesse humano ao contrário de Jonas, porque, é de salientar, que até agora a humanidade só se preocupou com ela própria e nunca com a sua própria casa e isso nunca ninguém poderá desmentir, pois está escrita e gravada em toda a história da humanidade e da Terra.
Em segundo lugar, foi esquecido que a Natureza é a mãe do Homem, ao mesmo tempo a sua casa, família e bem. Sem ela não haveria lugares encantadores para visitar, não haveria dias esplendorosos de praia, campismo, ou outras actividades de lazer que toda a gente aprecia. Sem ela, não haveria lugar para construir os edifícios que fazem parte das vidas de qualquer ser humano. Até agora, o que foi feito foi usar e abusar da Natureza, sempre com fim de interesse mundano e nunca com interesse natural. Posto isto, não estará na altura de valorizar a Natureza, assim, pelo que ela realmente vale?
A resposta a esta pergunta, é a tese deste ensaio que conclui, que se deve dar valor à Natureza pelo que ela vale por si só, sem quaisquer interesses humanos, assumindo assim, uma obrigação moral de responsabilidade ecológica. “ …responsabilidade em relação à Natureza, que hoje ameaçamos; responsabilidade no sentido único, que não comporta necessariamente reciprocidade…”[3]
Recursos na Internet:
Videografia:
Uma verdade inconveniente, 2006, Al Gore e Billy West, realização de David Guggenheim.
[1] Winston Churchill, esta citação foi mencionada no filme Uma verdade inconveniente, de Al Gore. [2] Walker, Joe (2000), Environmental Ethics, Londres, Hodder and Stoughton, pp. 18-20 [3] Castro, Paula M. Lima e Malcata, F. Xavier,. Novos Desafios à Bioética, in AA. VV