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Como Funciona o Osciloscópio - NotaPositiva

O teu país

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Tânia Roque

Escola

Escola Secundária de Palmela

Como Funciona o Osciloscópio

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Resumo do trabalho

Trabalho sobre o Funcionamento do Osciloscópio, realizado no âmbito da disciplina de Física (11º ano)...


Como funciona? Como reconhecer uma pessoa pela voz com a ajuda de um osciloscópio?

osciloscópio

O que é e como funciona um osciloscópio?

O osciloscópio é um instrumento de medida destinado a visualizar um sinal eléctrico. Como muitas grandezas físicas são medidas através de um sinal eléctrico, e que o osciloscópio é um instrumento muito sensível à tensão, permite obter os valores instantâneos de sinais eléctricos rápidos, a medição de tensões e correntes eléctricas, e ainda frequências e diferenças de fase de oscilações. Por tudo isto, este é um aparelho muito utilizado por cientistas, médicos, mecânicos, etc.

Figura 1

Distinguem-se geralmente os osciloscópios analógicos, que utilizam directamente um múltiplo da tensão de entrada para produzir o desvio do feixe de electrões, dos osciloscópios digitais ou numéricos que, antes de tudo, transformam a tensão de entrada em números, utilizando um código binário. Irei então abordar primeiramente o osciloscópio analógico, e de seguida explicar em que difere o osciloscópio numérico do primeiro.

Osciloscópios Analógicos:

O osciloscópio permite observar numa tela plana uma diferença de potencial (ddp), ou tensão eléctrica, em função do tempo, ou em função de uma outra ddp. O elemento sensor é um feixe de electrões que, devido ao baixo valor da sua massa e por serem partículas carregadas electricamente, podem ser facilmente aceleradas e deflectidas pela acção de um campo eléctrico ou magnético.

A diferença de potencial é lida a partir da posição de uma mancha luminosa numa tela rectangular graduada. A mancha resulta do impacto do feixe de electrões num alvo revestido de um material fluorescente.

O funcionamento interno do osciloscópio é, no entanto, mais complexo; passo agora à sua explicação, tendo em conta a figura 2:

Figura 2

Legenda:

    1. Eléctrodos que desviam o feixe
    2. Cátodo de electrões
    3. Feixe de electrões
    4. Bobina que converge o feixe
    5. Face interior do ecrã coberta por material fluorescente

Os raios catódicos são feixes de electrões (3) emitidos por um cátodo (eléctrodo, fonte primária de electrões).

Este cátodo (2) encontra-se num tubo que contém um gás a baixa pressão, e no qual os electrões, emitidos pelo cátodo, são acelerados por um campo eléctrico. Este tubo tem o nome de tubo catódico, ou tubo de raios catódicos.

Este feixe de electrões (3) é orientado magneticamente pela bobina (4), que converge o feixe para as placas electrónicas ou deflectoras (1), cuja função é absorver a maior quantidade possível de electrões emitidos pelo cátodo.

Figura 3: Tubo catódico de um osciloscópio

A trajectória do feixe electrónico é agora rectilínea. Para se ter a possibilidade de registar fenómenos variáveis no tempo o feixe terá de se deslocar de modo a criar uma imagem do fenómeno a observar. Isso consegue-se através das placas deflectoras que, graças ao seu campo eléctrico, “obrigam” o feixe a atravessar uma região do espaço.

Figura 4

Imaginemos que temos então um feixe de electrões (materializado por um único ponto no ecrã) que, depois de ter sido convergido pela bobina, passa entre as 4 placas electrónicas (1 e figura 4). Se aplicarmos uma tensão (ou diferença de potencial) variável entre as placas P3 e P4 (perpendiculares às outras duas), o nosso feixe será desviado para cima ou para baixo, dependendo da polaridade da tensão. Se P3 é mais positivo que P4, o desvio será feito para cima; se for o inverso, o desvio será feito para baixo. Podemos repetir a operação para P1 e P2; segundo a polaridade da tensão o feixe dirigir-se-à para a direita ou para a esquerda. Uma tensão fraca provoca um pequeno desvio, e uma tensão excessiva fará desaparecer o ponto do ecrã; a intensidade do feixe é mantida constante.

Normalmente, a deflexão horizontal (resultante da aplicação de uma tensão nas placas verticais P1 e P2) é proporcional ao tempo, e a deflexão vertical (resultante da aplicação de uma tensão nas placas P3 e P4) é proporcional à tensão.

O ecrã é a etapa final de todo processo executado pelo osciloscópio, pois é nele que se visualizam as imagens que serão posteriormente analisadas. O material utilizado é o vidro, e a sua face interior (5) é revestida por um material fluorescente, como o fósforo ou o sulfato de zinco, que ao receberem o impacto do feixe de electrões, emitem luz.

Figura 5

Osciloscópios Digitais:

A tensão de entrada (sinal eléctrico/analógico) é digitalizada (convertido para números) por um conversor analógico-digital. A capacidade do aparelho de traçar um sinal de frequência elevada sem distorção depende da qualidade deste conversor. O sinal digital é agora utilizado para criar um conjunto de informações que é armazenado na memória de um microprocessador. O conjunto de informações é processado e então enviado para o ecrã. Nos osciloscópios analógicos, isto dá-se através de um tubo de raios catódicos; porém, nos osciloscópios digitais, pode também ser através de um ecrã LCD. Osciloscópios com um ecrã LCD colorido são comuns.

O osciloscópio digital substitui o método utilizado no osciloscópio de armazenamento analógico por uma memória digital, que é capaz de armazenar as informações por quanto tempo forem necessárias sem degradação. Está também equipado com filtros que, aplicados ao sinal digital, permitem aumentar a visibilidade de detalhes. O próprio software de análise de sinal pode extrair muitas características úteis como a frequência, o comprimento de onda e a amplitude, espectros de frequência, histogramas e estatísticas, mapas de persistência, e um grande número de parâmetros úteis para qualquer utilizador de um osciloscópio.

Os osciloscópios digitais têm esta função, que pode revelar-se útil para responder à questão mais abaixo: permitir a visualização de duas ondas em simultâneo, facilitando assim a comparação de dois sinais diferentes.

Figura 6

Tem-se falado de formas de identificação alternativas à impressão digital. Uma dessas formas poderia ser o registo da voz. Como reconhecer uma pessoa pela voz com a ajuda do osciloscópio?

Antes de responder directamente a esta questão, há que esclarecer alguns conceitos em torno do som, da onda sonora e das suas características.

O som tem origem na vibração de partículas ou corpos. A onda sonora é então uma onda mecânica: necessita de um meio material para se propagar. Assim, não há som no vácuo, visto não haverem partículas que possam vibrar.

Na origem de um som está sempre a vibração de um corpo. A vibração consiste em movimentos do corpo, por vezes imperceptíveis, mas suficientes para causar uma perturbação no meio em redor (normalmente, o ar). No caso da voz humana, resulta das vibrações das cordas vocais, cujos músculos podem esticar mais ou menos, o que lhes permite vibrar de formas diferentes – tanto em frequência (nº de ondas por unidade de tempo) como em amplitude (oscilação da onda relativamente à sua posição média) - quando o ar passa por elas. Além das cordas vocais contribuem também para a produção da voz o nariz e a boca, bem como os pulmões.

A intensidade do som é a característica que permite distinguir um som forte de um som fraco. Um som forte, mais intenso, pode ser ouvido a maior distância que um som fraco. Um som é tanto mais intenso quanto maior for a amplitude da sua oscilação. No entanto, a intensidade depende também da frequência da onda.

A altura do som está directamente relacionada com a frequência da onda sonora: um som é tanto mais alto quanto maior for a sua frequência. Um som alto, com maior frequência, será mais agudo que um som baixo, grave.

Logo, assim como a frequência e a amplitude da onda sonora são determinadas pela frequência e a amplitude da fonte sonora, é também ela que determina a intensidade e a altura da onda.

Figura 7

No entanto, existe outra característica da onda sonora que é extremamente importante: havendo dois instrumentos diferentes que tocam a mesma nota (emitem um som com a mesma frequência), como nos é possível distingui-los pelo som? Os dois instrumentos têm timbres diferentes. O timbre resulta da combinação de um som fundamental e dos seus harmónicos. Um som fundamental ou simples é emitido, por exemplo, pelo diapasão. Ao vibrar, ele emite uma onda harmónica, isto é, com um só comprimento de onda e com uma frequência bem definida. Porém, quase todos os outros sons não são simples, mas sim complexos: a onda que emitem não tem uma frequência bem definida. Aquilo que confere características particulares ao som de um instrumento musical ou de uma voz humana é então o número de harmónicos (som puro cuja frequência seja um múltiplo inteiro de uma dada frequência) que intervêm e a proporção com que cada um entra no som resultante.

É então esta a característica que pode permitir um sistema de reconhecimento por voz: o timbre, graças ao qual todos temos vozes diferentes, e únicas, tal como as nossas impressões digitais.

Este sistema de reconhecimento por voz implica, antes de tudo, um microfone, que irá converter o nosso sinal sonoro num sinal eléctrico com a mesma informação. O sinal eléctrico é de seguida transmitido para um osciloscópio digital, no qual o sinal eléctrico é digitalizado por um conversor analógico-digital. O sinal digital forma agora um conjunto de informações que serão processadas por um microprocessador, e comparadas com outras informações do mesmo tipo que se encontram na memória digital do osciloscópio, ou num computador a ele ligado. Essas informações consistem noutras gravações de voz, entre as quais se encontra, possivelmente, a nossa. A comparação é feita ao nível do som emitido, e também pode ser feita ao nível de uma frase ou palavra específica a ser dita pela pessoa a identificar. Ao encontrar uma gravação cujo código binário seja semelhante ao nosso, um determinado sistema ligado ao osciloscópio irá dar-nos acesso àquilo que pretendíamos, e que não conseguiríamos obter sem este sistema de identificação.

Ao contrário daquilo que se possa pensar, este sistema é fiável, e pequenas alterações na nossa voz não nos impedem de o utilizar. A voz humana é constituída por sons nasais e por sons vocálicos. Mesmo que a pessoa a ser identificada esteja constipada, ou rouca, verificou-se em sistemas deste tipo que as altas frequências sofrem poucas variações, não interferindo no reconhecimento da voz. É necessário também que a gravação de voz que está na memória digital do osciloscópio/computador tenha sido repetida e gravada várias vezes, para que o aparelho possa eliminar pequenos erros, por meio da comparação, que poderiam dificultar a identificação da voz.

Fígura 8 - A figura de Lissajous num osciloscópio

Bibliografia:

  • Ventura, G.;  Fiolhais, M.; Fiolhais, C.; Paiva, J.; Ferreira, A. J.; 11 F, Física A – Bloco 2; 1ª edição; 2005; Texto Editores; Lisboa.
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Oscilosc%C3%B3pio
  • http://piano.dsi.uminho.pt/disciplinas/LECOMLI1/material/osciloscopio.pdf
  • http://perso.orange.fr/f6crp/elec/index.htm
  • http://fr.wikipedia.org/wiki/Tube_cathodique
  • http://www.del.ufms.br/tutoriais/oscilosc/oscilosc.htm
  • http://inventabrasilnet.t5.com.br/soria.htm

(sites consultados em Janeiro 2007)

Imagens:

  • Figura 1: http://www.geol.lsu.edu/Faculty/Juan/Educational%20S...
  • Figura 2: http://fr.wikipedia.org/wiki/Tube_cathodique
  • Figura 3: http://dnpro.free.fr/oscilloscope/images/canon0.jpg
  • Figura 4: http://perso.orange.fr/f6crp/elec/index.htm
  • Figura 5: http://tboivin.free.fr/mpi/oscilloscope/page05.htm
  • Figura 6: http://perso.orange.fr/e-lektronik/LEKTRONIK/M4.htm#Oscilloscope
  • Figura 7: http://www.oceanexplorer.noaa.gov/
  • Figura 8: http://www.commons.wikimedia.org/wiki/Image:Lissajous_fi...
  • Figura da capa: http://superpositioned.com/files/instek.jpg



289 Visualizações 31/10/2019