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Trabalho sobre a Vida e Obra de Luís Vaz de Camões e sobre os Lusíadas, realizado no âmbito da disciplina de Português (9º ano)...
Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Português, como aceitação da proposta do Sr. Professor. Aceitei-a, porque considero Luís Vaz de Camões uma das pessoas mais louváveis do nosso país e qualquer homenagem a este nobre senhor da literatura portuguesa é pouco, por isso quis deixar o meu contributo. Também aceitei porque achei que a proposta de trabalho deria interessante e que me facilitaria o estudo do conteúdo de matéria que daremos a seguir na disciplina. Além do mais, cultura é algo que se adquire e, com isto, espero aprender bastante.
Neste trabalho, falarei um pouco acerca da vida e biografia de Camões, das suas obras, d'Os Lusíadas e outros factos acerca do poeta.
Luís de Camões nasceu em 1524 ou 1525, provavelmente em Lisboa, filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá. Tudo parece indicar, embora a questão se mantenha controversa, que Camões pertencia à pequena nobreza. Um dos documentos oficiais que se lhe refere, a carta de perdão datada de 1553, dá-o como «cavaleiro fidalgo» da Casa Real. A situação de nobre não constituía qualquer garantia económica.
Os vastos conhecimentos e cultura do poeta são normalmente justificados por este ter frequentado o ensino superior. Camões provavelmente estudou em Coimbra, pelo facto de se referir, na lírica, a “longo tempo” passado nas margens do Mondego, ligado à circunstância de, pela época que provavelmente seria a dos estudos, um parente de Camões, D. Bento, ter ocupado os cargos de prior do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e de professor da mesma Universidade, levou à constatação que Camões ter estudado em Coimbra, frequentando o mosteiro de Santa Cruz. Mas nenhum documento atesta a veracidade desta hipótese, embora não haja dúvida de que o poeta tenha passado pela Universidade.
Antes de 1550 estava a viver em Lisboa, onde permaneceu até 1553. Essa estadia foi interrompida por uma expedição a Ceuta onde foi ferido e perdeu um olho.
Em Lisboa, participou com diversas poesias nos divertimentos poéticos a que se entregavam os cortesãos; relacionou-se através desta actividade literária com damas de elevada situação social, entre as quais D. Francisca de Aragão; e com fidalgos de alta nobreza, com alguns dos quais manteve relações de amizade. Representa-se por esta época um auto seu denominado de “El-rei Seleuco” em casa de uma importante figura da corte. Estes contactos palacianos não devem contudo representar mais do que aspectos episódicos da sua vida, pois a faceta principal desta época parece ser aquela de que dão testemunho as cartas (escritas de Lisboa e da Índia).
Descobriu-se, através do calão conceituoso, retorcido e sarcástico, um homem que escreve ao sabor de uma irónica despreocupação, vivendo apenas do destino, boémio e desregrado. Divide-se entre as amantes (sem pruridos sobre a qualidade das mulheres com quem priva) e a estroinice de bandos de rufiões, ansiosos por rixas de taberna ou brigas de rua onde possam dar largas ao espírito valentão, sem preocupações com a nobreza das causas por que se batem. Não parece, por esta época, ter modo de vida; e esta imprudência a descambar para a dissolução está de acordo com os documentos através dos quais podemos reconstruir as circunstâncias da sua partida para a Índia.
Na sequência de uma desordem ocorrida no Rossio, em dia do Corpo de Deus, na qual feriu um tal Gonçalvo Borges, foi preso por largos meses na cadeia do Tronco e só saiu – apesar de perdoado pelo ofendido – com a promessa de embarcar para a Índia. Além de provável condição de libertação, é bem possível que Camões tenha visto nesta aventura – a mais comum entre os portugueses de então – uma forma de ganhar a vida ou mesmo de enriquecer. Aliás, uma das poucas compatíveis com a sua condição social de fidalgo, a quem os preconceitos vedavam o exercício de outras profissões.
Foi soldado durante três anos e participou em expedições militares que ficaram recordadas na elegia O poeta Simónides, falando (expedição ao Malabar, em Novembro de 1553, para auxiliar os reis de Porcá) e na canção Junto de um seco, fero, estéril monte (expedição ao estreito de Meca, em 1555). Esteve também em Macau, ou noutros pontos dos confins do Império, desempenhando as funções de provedor dos bens dos ausentes e defuntos. Não é ponto assente. Mas o que se sabe é que a nau em que regressava naufragou e o poeta perdeu o que tinha amealhado, salvando a nado Os Lusíadas na foz do rio Mecon, episódio a que alude na estância 128 do Canto X. Para cúmulo da desgraça foi preso à chegada a Goa pelo governador Francisco Barreto.
Ao fim de catorze anos de vida desafortunada, interrompida certamente por períodos mais folgados, sobretudo quando foi vice-rei D. Francisco Coutinho, conde de Redondo (a quem dedicou diversos poemas que atestam relações amistosas), empreende o regresso a Portugal. Vem até Moçambique a expensas do capitão Pero Barreto Rolim, mas em breve entra em conflito com ele e fica preso por dívidas. Diogo do Couto relata mais este lamentável episódio, contando que foram ainda os amigos que vinham da Índia que, ao encontrá-lo na miséria, se cotizaram para o desempenharem e lhe pagarem o regresso a Lisboa. Diz-nos ainda que, nessa altura, além dos últimos retoques nos “Os Lusíadas”, trabalhava numa obra lírica, o Parnaso, que lhe roubaram – o que, em parte, explica que não tenha publicado a lírica em vida.
Chega a Lisboa em 1569 e publica Os Lusíadas em 1572, conseguindo uma censura excepcionalmente benévola. Apesar do enorme êxito da epopeia e de lhe ter sido atribuída uma tença anual de 15000 réis, parece ter continuado a viver pobre. Morreu em 10 de Junho de 1580. Algum tempo mais tarde, D. Gonçalo Coutinho mandou gravar uma lápide para a sua campa com a citação: “Aqui jaz Luís de Camões, Príncipe dos Poetas de seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assi morreu”.
Luís de Camões, nos Lusíadas, propõe cantar “o peito ilustre lusitano”. Que terá levado o poeta a empreender esta tarefa? O ter reconhecido que os portugueses deram mostra de uma determinação e de uma valentia “Mais do que prometia a força humana”, sendo por isso dignos de um louvor sem medida, superior ao que tinham recebido os heróis da antiguidade: “cale-se tudo o que a Musa antiga canta, que um valor mais alto se alevanta”. Esta é a razão que levou Camões a escrever os Lusíadas; fê-lo com gosto e orgulho de quem sabe pertencer também a esse “peito lusitano”.
Os portugueses não se mostraram aventureiros ao enfrentar o desconhecido dos oceanos: o aventureiro lança-se ao perigo sem pensar nele, quase instintiva e irracionalmente. Não foi isto o que se passou com os portugueses. Eles sabiam antes de partir, e sobretudo à partida, os perigos e as dificuldades que os esperavam. Sabiam-no bem, e se o não soubessem lá estava o “Velho do Restelo” para lho lembrar: cuja voz no mar ouviram claramente. A determinação deles era tão firme que não pensaram duas vezes em ir por diante, apesar desta prudente advertência do “venerando velho”.
Tiveram ocasião de experimentar a verdade deste aviso, quando a meio da viagem enfrentaram o Adamastor. Também aqui deram prova da sua determinação: não se assustaram, nem encolheram de medo ao ver e ouvir as ameaças do terrível monstro. Pelo contrário, enfrentaram-no corajosamente pedindo-lhe que se identificasse, recusando-lhe quaisquer satisfações. “Quem és tu?”, isto bastou para que quem lhes surgira para meter medo, desaparecesse metendo pena. Se não fosse a coragem e determinação dos portugueses, a viagem teria terminado ali, sem chegar ao fim.
E também quase à chegada à Índia, deram provas uma vez mais da fé inquebrável com que tinham partido a dilatar a “fé e o império”. Refiro-me à tempestade. Agora era o próprio mar que se levantava contra os marinheiros tentando engoli-los. Souberam enfrentar o perigo e tomar as medidas oportunas para resistir. Só desistiram dominados mas não vencidos quando humanamente nada mais se poderia fazer. Mas ainda que, se lhes bastou a grande fé e determinação com que optariam alcançar a Índia: “Vendo Vasco da Gama … que nenhum Remédio lhes valia, chama aquele Remédio santo e forte, que o impossível pode”.
Existem três momentos que provam bem a fé ou determinação com que os portugueses empreenderam a viagem à Índia. Foi difícil, eles sabiam-no mas foram em frente causando admiração, não só a Camões, que os quis contar nos Lusíadas, mas até aos próprios deuses, como hiperbolicamente o poeta mostra em vários episódios do maravilhoso pagão: “Consílio dos Deuses” e “Ilha dos Amores”.
Foi por isso que Camões, que se define como aquele que tem ”numa mão a espada, noutra a pena” houve por bem, ele que com a sua espada fez o mesmo trajecto de Vasco da Gama, com a sua pena quis engrandecer e imortalizar os que se tinham aventurado “Por mares nunca antes navegados”.
Movimento cultural que se desenvolveu na Europa ao longo dos séculos XV e XVI, com efeitos nas artes, nas ciências e em outros ramos da actividade humana. As cidades italianas foram pioneiras neste movimento intelectual. No centro da transformação intelectual renascentista encontra-se a passagem de uma mentalidade teocêntrica (que colocava Deus no centro da reflexão humana) a uma mentalidade antropocêntrica (que via o homem como centro). Esta proposta correspondia a um reconhecimento e a uma crença optimista nas capacidades e no valor do ser humano, contrapondo-se à visão medieval do mundo.
O termo Renascimento está ligado ao facto de, neste período, os eruditos europeus terem voltado a sua atenção para as grandes obras da antiguidade clássica, que acreditavam terem sido esquecidas durante a Idade Média. Nelas encontravam as raízes das questões básicas que pretendiam responder alguns dos seus problemas. As obras clássicas eram também modelo para as obras que pretendiam criar.
Em Portugal, a difusão do humanismo foi fomentada pelo envio de bolseiros a outros pontos da Europa e pela vinda de estrangeiros a Portugal, apesar da difusão dos ideais renascentistas ter sido dificultada pela Inquisição, instituída em Portugal em 1537.
Camões escreveu Os Lusíadas sob a forma de narrativa épica ou epopeia, forma muito utilizada na Antiguidade Clássica e que este conhecia bem.
Uma epopeia, forma literária da Antiguidade Clássica, define-se como uma narrativa, estruturada em verso, que narra, através de uma linguagem cuidada, os feitos grandiosos de um herói, com interesse para toda a Humanidade.
Aristóteles, filósofo grego que viveu durante o séc. III a.C. descreveu os requisitos necessários à composição de uma epopeia:
Ao analisarmos Os Lusíadas, e depois de conhecermos os elementos constituintes de uma epopeia, concluímos que Camões segue, em muitos aspectos, o modelo clássico apresentado.
O herói dos Lusíadas é um herói colectivo e não individual, como nas antigas epopeias. O povo português é o protagonista desta epopeia, “o peito ilustre lusitano”, simbolicamente representado por Vasco da Gama que, ao narrar a história da pátria ao rei de Melinde, revela a heroicidade do seu povo.
A acção d’Os Lusíadas é plena de heroísmo pois narra a descoberta do caminho marítimo para a Índia, um acontecimento com interesse universal. A acção d’Os Lusíadas apresenta quatro qualidades:
In media res (a meio da acção)
No início da narração (estrofe 19, Canto I), a acção apresenta-se numa fase adiantada, in media res – “Já no largo Oceano navegavam”; mais adiante, através de uma analepse, narram-se os preparativos da viagem, as despedidas em Belém, o discurso do Velho do Restelo e a partida para a Índia (Canto IV).
N’Os Lusíadas há a intervenção de entidades sobrenaturais pagãs, os deuses venerados na civilização greco-latina, que favorecem os portugueses – adjuvantes, como Júpiter e Vénus – ou os que prejudicam – oponentes, como Baco que se revela o principal opositor dos marinheiros. Trata-se do maravilhoso pagão. Há também súplicas feitas a Deus, à “Divina Providência”, um momento de demonstração da verdadeira fé cristã. Trata-se do maravilhoso cristão.
Os Lusíadas dividem-se em quatro partes:
O poema está dividido em 10 Cantos, com o total de 1102 estrofes. As estrofes são oitavas, o verso é decassilábico, predominando o verso heróico. A rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos: abababcc.
Camões faz algumas intervenções, sobretudo no início e no final do poema, mas são reduzidas.
Camões para mim é o maior símbolo que a nação portuguesa pode ter, constitui a síntese da grandeza do nosso país, da sua imensidade, particularmente da língua Portuguesa.
Camões viveu durante o auge de todo o império Português, o que contribuiu para o enaltecimento do povo Lusitano, utilizando o poeta para isso a sua habilidade nata e inigualável. Particularmente aprecio em Camões a sua personalidade poética, por esta ser de uma imensidade expendida, apesar de me recusar a enaltecer a sua personalidade humana, isto é, a sua vida boémia e despreocupada; mas por vezes é no seio de uma vida deplorável que nascem muitos génios. Além do seu retrato ao povo Português, dou um grande apreço as suas tentativas de enunciar o Amor, sentimento considerado bastante paradoxal pelo escritor.
Acredito profundamente que este mítico poeta irá ser relembrado constantemente através das várias gerações Lusitanas e estrangeiras, porque afinal foi ele quem nos visualizou o melhor lado do povo da Ocidental Praia Lusitana: aventureiros que nunca desistem.