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Querido Diário,... - NotaPositiva

O teu país

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Ana Correia

Escola

Escola EB 2,3 Padre Alberto Neto

País

Portugal

Querido Diário,…

Todos os trabalhos publicados foram gentilmente enviados por estudantes – se também quiseres contribuir para apoiar o nosso portal faz como o(a) Ana Correia e envia também os teus trabalhos, resumos e apontamentos para o nosso mail: geral@notapositiva.com.

Resumo do trabalho

Trabalho (composição) sobre um dia da minha vida escrita em Diário, realizado no âmbito da disciplina de Português (9º ano).


Querido Diário,

A vida está cada vez mais complicada… voltei a ficar desempregada. A fábrica onde trabalhava encerrou. O que vale é o meu marido conseguir manter o emprego. O homem dedica-se por toda a família, sei que, para ele, basta saber que os 3 filhos não têm pão para comer, roupas para vestir nas frígidas noites, brinquedos para brincar… Basta isto para ele ser capaz de suportar 16 horas de trabalho, em pé, a trabalha que nem máquinas humanas… Sei que ele vence todos os ventos, todas as tempestades e tormentas para chegar à fabrica. Fábrica essa que fica a 10km da nossa exígua casa. Ele ultrapassa tudo isso por um miserável ordenado que não lhe enche os bolsos esburacados.

A nossa família vive numa luta constante por alguma dignidade, respeito, consideração, atenção… nem sempre é fácil… aliás, é muito difícil.

É horrível para uma mãe ver os sonhos e ideais dos seus filhos serem aniquilados e reciprocados por tarefas mal pagas, por toda esta exploração humana, por esta desigualdade…

Os meus filhos são uns heróis. Tenho imenso orgulho neles. Aguentam-se firmes como homens e mulheres crescidos. Porque sabem que esse esforço e essa coragem lhes vão dar uma migalha de pão duro no fim do dia. Sim, para eles é bastante.

Eu tenho andado à procura de emprego, mas não consigo arranjar nada que faça cair míseras moedas nos meus bolsos rasgados. Nada que deixe um sorriso na cara dos meus filhos e do meu marido. Nada. Nada.

Mas nunca irei renunciar. Jamais! Pelos meus filhos, para lhes tentar presentear o mínimo de condições para que possam sobreviver. Para que eles não caiam na calamidade de um destino que é o futuro sem aconchego, sem sucesso, sem felicidade garantida.

Bem, por hoje chega, minhas lágrimas derramadas neste papel são desnecessárias e inúteis.

Passando pela rua, estavam duas meninas abandonadas, órfãs de mãe.

Sentei-me junto a elas, dei-lhes um beijo na face e abracei-as. Sei que sentiram o meu calor humano. Lançaram-me um olhar carinhoso e sorriram para mim com doçura.

- Onde está o vosso pai? - Perguntei.

- Ele fugiu. Não tinha condições para nos sustentar. Pensou que mais valia fugir e abandonar-nos… - respondeu a mais nova.

- As suas ultimas palavras foram “não vos quero ver sofrer” - completou a mais velha.

- É realmente muito triste saber isso… Como é que ele foi capaz de fazer isso? Abandonar as próprias filhas… Ainda por cima com essa desculpa! Assim vocês sofrem mais… Qual era a ideia dele?! Bem… Fiquei sem palavras.

- Ele não tem culpa… - tentava a filha mais nova defende-lo.

- Não digas isso… Se alguém é responsável por tudo o que vos está a acontecer é ele… Sim, não é por acaso que vocês estão aqui, no meio da rua, abandonadas… - respondi-lhe.

Ambas as meninas baixaram a cabeça e não abriram a boca.

- Têm fome? - perguntei-lhes.

- Sim… - responderam, timidamente.

Eu sabia que os seus estômagos já estavam a pedir comida há muito tempo. Coitadas, tão frágeis e tão mal alimentadas.

Eu tinha noção que não tinhas condições em minha casa para as sustentar em minha casa. Também sabia que o pouco que tínhamos era miseravelmente repartido por todos. Mas quando há amor há sempre espaço para mais.

Então, peguei nas suas mãos e levei-as para minha casa.

Já em casa, peguei em dois copos de água e dois bocados de pão e dei-lhes. Era pouco, mas era tudo o que podia fazer para as ajudar neste momento.

Comeram com calma, pareciam satisfeitas com o pouco que tinham.

Deixei-as ficar a dormir em minha casa (ou cubículo, como lhe queiram chamar) com um simples lençol velho.

Elas aconchegaram-se e deitaram-se com um sorriso na cara.

Infelizmente, no dia seguinte, elas tinham fugido. Ou pelo menos era o que eu pensava.

Quando saí à rua, um policia chegou-se ao pé de mim e disse:

- Você foi acusada de rapto. É verdade que manteve estas duas crianças em sua casa? - disse, apontando para as duas meninas.

- Sim, mas eu queria ajudar… - respondi.

- Nem mas nem meio mas… Você está presa!

- Mas elas não têm ninguém, eu queria ajudar - gritava.

Sem meios para me defender, lá fui presa.

Fiquei admirada e devastada quando me apercebi que dentro da prisão a vida era melhor do que lá fora. Tínhamos comida quente, pão fresco, leite, cobertores quentes, roupa confortável… um luxo para mim.

Fiquei dois anos presa. Ao fim desses dois anos voltei para casa. Para o calor do meu marido e dos meus filhos, já crescidos. Voltei para o acolhimento da nossa humilde e pobre casa… Mas, essa casa já estava em melhores condições, já tinha mais comida, mais recursos! Tudo graças ao esforço, à coragem, à bravura e à vontade de viver dos meus filhos, do meu marido…

Eles são os meus heróis. A minha razão de viver. O meu orgulho.



500 Visualizações 28/06/2016