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Vidro no Mundo - NotaPositiva

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Vidro no Mundo

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Resumo do trabalho

Trabalho sobre o vidro (origem, evolução e vidro em Portugal), realizado no âmbito da disciplina de Química (12º ano)...


Origem e Evolução do Vidro

A atribuição da descoberta do vidro é uma grande incógnita. Fenícios e egípcios estão entre os principais candidatos.

Entre os historiadores há uma grande discordância. Uns afirmam que foram os fenícios o primeiro povo a observar e a reproduzir o que, mais tarde, se transformaria em vidro há mais de 2 mil anos antes de Cristo. Tudo começou quando alguns homens carregavam sacos de carbonato de cálcio que era usado para o tingimento da lã durante um longo percurso. À noite e após pararem para descansar um pouco da viagem, acenderam uma fogueira onde puseram alguns blocos de carbonato de cálcio para apoiar os vasos onde iriam cozinhar. E lá permaneceram os blocos toda a noite. De manhã ao acordarem ao acordarem, os blocos de carbonato de cálcio tinham desaparecido e no seu lugar estavam blocos brilhantes de cor escura que se assemelhavam a pedras preciosas, também repararam que a areia por baixo dos blocos tinha solidificado e formado uma substância idêntica. No mesmo dia repetiram a experiência com sucesso.

Outros historiadores acreditam que já em 3000 a.C. no Egipto, os artistas do faraó produziam contas e adornos com uma pasta de vidro moldável produzida a partir de pequenos cristais de quartzo. Tabas parece ter sido o verdadeiro berço da indústria vidreira egípcia. Segundo alguns historiadores, um acaso ocorrido na cozedura de louça de barro, que já se fabricava na época, teria dado origem ao vidro. Esta teoria é fundamentada pelo facto de ter sido encontrado em escavações arqueológicas nas proximidades de Bagdad, um cilindro de vidro azul, datado daquele período.

Produziam também recipientes para cosméticos, bálsamo, frascos para perfumes e peças cerimoniais. Entre as peças produzidas a mais comum era o alabastron, um recipiente utilizado para guardar uma espécie de sombra para os olhos utilizada na altura (o col).

No Egipto, o mais remoto exemplo de vidro é um fragmento também azul-escuro, uma espécie de amuleto. Algumas destas peças foram encontradas em perfeito estado de conservação, no sarcófago de Tutankhamon.

Há estudos que apontam os sírios como os responsáveis pela técnica do vidro soprado, o que revolucionou a actividade vidreira. Ganhou qualidade, melhorou acabamento, aprimorou a beleza e aumentou a diversidade dos produtos, especialmente os de vidro oco, como frascos e garrafas.

Os romanos trataram de difundir a técnica e tiraram dela o melhor proveito mercantil. A fabricação de chapas de vidro era mais complexa e só existia nas casas senhoriais e nas igrejas em Roma. A indústria vidreira Romana teve grande desenvolvimento e aperfeiçoamento, ultrapassando desde logo a Indústria Egípcia. Os romanos tornaram-se exímios produtores de vidro e mais tarde especialistas em processos de lapidação, pintura, coloração, gravura e mesmo modelagem de vidro soprado.

No Egipto, Mesopotâmia, Síria, Grécia ou Veneza, a produção de vidro na antiguidade exigia grandes esforços dos artistas e operários, na sua maioria escravos. Os elementos básicos de sua composição - cálcio, cal e a barrilha, potássio - eram basicamente os mesmos de hoje, mas produziam vidro opaco e arenoso. Os fornos pequenos, o vasilhame de barro, a dificuldade para conseguir altas temperaturas e atingir o grau de fusão necessário dificultavam as tarefas

Na Grécia dos tempos micénicos, foram também encontrados vasos de vidro manufacturados com técnicas egípcias.

Após os incêndios ocorridos nos fornos de vidro em Roma por volta do século X, a indústria vidreira foi transferida para a ilha de Murano, perto de Veneza. As indústrias vidreiras desta ilha produziam vidros de várias cores, e cristais cuja fama perdura até aos nossos dias. Estes vidros continham óxidos de metais que lhes davam as cores tanto apreciadas. Os conhecedores da forma de produção deste tipo de vidro e suas famílias foram aprisionados nesta ilha, e não a podiam deixar sob pena de pagarem com a própria vida. Assim os governantes garantiam que a fórmula nunca era perdida.

Em meados do século XVIII o rei francês Luís XIV e o seu ministro de estado Colbert, juntaram alguns mestres vidreiros e criaram a companhia vidreira Saint-Gobain, umas das mais antigas empresas do mundo ainda hoje existente. A empresa foi criada com o objectivo de fabricar os espelhos para o Palácio de Versalhes. Ao longo desse período, a companhia desenvolveu outras várias actividades implantando-se em todas as regiões do mundo.

História do Vidro em Portugal

Palmela é a cidade-mãe do fabrico do vidro em Portugal, com os primeiros fornos do país.

Seguiram-se os fornos de Alcochete, Alcácer do Sal, Pombal, Santarém e Lisboa. Lisboa foi um centro vidreiro importante, existindo em 1551 quatro oculistas, quatro vidreiros e oito fabricantes de espelhos.

Apesar de ser produzido, o vidro português era de fraca qualidade por isso era importado de países como Veneza, França ou Alemanha.

A indústria do vidro, em Portugal, foi introduzida no século XV, com a fundação de uma pequena fábrica na freguesia de S. Pedro de Vila-Chã, concelho de Oliveira de Azeméis, denominada fábrica do Covo, pelos anos de 1484.

D. João, o quinto da tabela real, funda em 1719 a Real Fábrica de Vidros de Coina, e que em 1745 é transferida para a Marinha Grande. A abundância de matérias-primas contribuíam para o fomento dessa indústria naquela região.

Em 1748 estabeleceu-se na Marinha Grande John Beare, dedicando-se ali à indústria vidreira.

Nesta altura a indústria vidreira teve grande procura devido à grande reconstrução de Lisboa após o terramoto que destruiu parte da cidade em 1755.

Em 1769, D. José I com o apoio do Marquês de Pombal, passou a licença de produção de vidros da Real Fábrica de Vidros aos irmãos Stephens (Guilherme e João Diogo) e a Real Fábrica da Marinha Grande, que ainda hoje se encontra em funcionamento, dinamizou a produção vidreira, chegando a satisfazer as necessidades nacionais sem necessidade de recorrer à importação. Tanto o Marquês de Pombal como o rei D. José I contribuíram para o desenvolvimento da empresa: o Marquês de Pombal concedeu um empréstimo de 32 conto de rei sem juros nem limite temporal de pagamento; o rei concedeu aos Stephens o poder para usar lenha do pinhal de Leiria para utilizar nos grandes fornos.

A Marinha Grande tornou-se o mais importante centro vidreiro do país. Mas as unidades fabris multiplicaram-se a partir do século XIX.

É a partir da Revolução Industrial que o vidro passa a ser usado por toda a gente. Até aí só as classes sociais mais poderosas o utilizavam.

A evolução da produção de vidro em Portugal pode dividir-se em quatro fases:

  • Artesanal
  • Manufacturado
  • Industrial
  • Automatizado

Em meados do século XX generaliza-se, no país, a mecanização e a utilização de combustíveis líquidos no fabrico do vidro. A automatização da produção vidreira surge, também, com grande atraso em relação à Europa e aos E.U.A. Mesmo assim, só viria a ser introduzida em sectores como o da garrafaria e do vidro plano.

A indústria vidreira já viveu muitos períodos de estagnação comercial, mas várias fábricas souberam manter à deriva a tradição de vários séculos e com muita história. A Marinha Grande é uma das regiões em que o vidro continua a ser uma matriz histórica e onde se continua a produzir o vidro com modelos cada vez mais inovadores e modernos.Algumas das empresas actualmente mais famosas do país são a Depósito da Marinha Grande (Real Fábrica de Vidros), Cristal Atlantis, e a Jasmim. Foram criadas em 1769, 1944 e 1996, respectivamente.



230 Visualizações 01/01/2020