O teu país
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Resumo escolar sobre 'Facto versus Valor', realizado no âmbito da disciplina de Filosofia (10º ano de escolaridade)...
Quando queremos falar sobre facto e valor, temos que deixar bem claro que pertencem a domínios bem diferentes: o facto pertence ao domínio do real, enquanto que o valor pertence ao domínio do ideal. O valor existe na relação das pessoas com o real. O real é constituído por uma série de factos. Pode-se definir facto como aquilo que é, com o ser, o real, o descritível, o acontecimento, ou seja, o facto é aquilo sobre o qual não há discussão, é objectivo. O valor tem uma noção muito diferente. O valor é aquilo que deve ser: o que é melhor ou correcto, é o que vale, o valor é possível e preferível, é uma qualidade e uma tomada de posição. Os valores são como regras, regras que devemos cumprir. O valor é de carácter subjectivo, pois somos nós que os criámos, mantemos ou utiliza-mos. Na maior parte do nosso discurso estão presentes os valores, pois sempre que falamos de algo geralmente somos levados por opiniões e não nos limitamos apenas a descrever o real. Por exemplo, uma saia cor-de-rosa; a saia ser cor-de-rosa, é um facto ninguém o pode contrariar. Agora, dizer “A saia é bonita!”, isto já está muito relacionado com valor pois outras pessoas podem detestar a saia. Este valor, o bonito (ou belo), é muito relativo de pessoa para pessoa, e, principalmente, de cultura para cultura.
Os valores têm características que os tornam essenciais na nossa vivência como pessoas. Acima de tudo, os valores são qualidades atribuídas às coisas, pessoas, atitudes, ideias, ideais… Ou seja, os valores não existem sozinhos, precisam de um objecto real, de um suporte. Os valores também podem ser considerados como guias ou orientadores da acção humana, pois são preferências pelas quais o Homem orienta e guia o seu comportamento e a partir dos quais julga o que o rodeia. Outra característica dos valores é o facto de serem ideais, são vistos como um fim, um objectivo a alcançar. Se não atribuíssemos valores àquilo que está à nossa volta, a vida não teria sentido, porque se não déssemos importância às coisas, não teríamos sonhos, e a nossa vida seria um vazio. Os valores são, também, hierarquizáveis. São hierarquizáveis porque cada pessoa ou sociedade tem uma determinada escala de valores, não estando todos ao mesmo nível. Há valores que são pessoais e outros que nos são incutidos pela sociedade a que pertencemos. Outra característica dos valores é o facto de serem polares. Isto acontece porque cada valor tem o seu oposto. Para cada valor há um pólo positivo e outro negativo, para bom, temos mau; para bonito, feio; para justo, injusto. É como se fossem antónimos um do outro. Os valores apresentam-se, também, como perenes, porque todas as sociedades e sujeitos defendem valores e mesmo que o critério se altere, a nomenclatura e a importância de alguns mantiveram-se ao longo do tempo. Valores como a justiça e a beleza, estiveram, sempre, muito presentes nas sociedades humanas, pois o belo sempre atraiu o Homem, e sempre se reconheceu a necessidade da existência da justiça, para coordenar a convivência entre as pessoas. Os valores modificam-se ao longo do tempo, visto que as sociedades e as pessoas também evoluem. A última característica prende-se com o facto dos valores serem históricos. Apesar de alguns valores serem universais, a sua interpretação é entendida de modos distintos nos vários contextos históricos, culturais e sociais. Os critérios valorativos alteram-se consoante os contextos, consoante a tradição. Podemos ter um mesmo objecto, o que difere é a relação que estabelecemos com ele. Os valores são essencialmente aquilo que constitui a dignidade humana.
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