Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod
Todos os trabalhos publicados foram gentilmente enviados por estudantes – se também quiseres contribuir para apoiar o nosso portal faz como o(a) Clara Rodrigues e envia também os teus trabalhos, resumos e apontamentos para o nosso mail: geral@notapositiva.com.
Análise do poema "Contemplo o que não vejo" de Fernando Pessoa, realizado no âmbito da disciplina de Português (12º ano de escolaridade)...
.
Contemplo o que não vejo.
É tarde, é quase escuro.
E quanto em mim desejo
Está parado ante o muro.
.
Por cima o céu é grande;
Sinto árvores além;
Embora o vento abrande,
Há folhas em vaivém.
.
Tudo é do outro lado,
No que há e no que penso.
Nem há ramo agitado
Que o céu não seja imenso.
.
Confunde-se o que existe
Com o que durmo e sou.
Não sinto, não sou triste.
Mas triste é o que estou.
.
Reflexão:
Este poema foi escrito com o intuito de caracterizar a palavra “muro” que, neste caso, representa metaforicamente a ideia de fronteira ou de divisão entre a realidade e o sonho, uma separação que estabelece os limites do sujeito poético.
O sujeito poético neste poema pretende, provavelmente, exprimir a sua incapacidade de sentir (uma vez que a imaginação só sobrepôs á sensação), ao mesmo tempo que afirma a sua angústia.