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Análise da história "Chuva, a abensonhada" de Mia Couto, realizado no âmbito da disciplina de Português (10º ano).
Relevo: A acção central e única é o pensamento do homem.
As acções secundárias são o diálogo entre o homem e a tia Tristereza e os serviços da velha.
Por um lado podemos dizer que é aberta pois não se sabe o que acontece ao homem e à tia Tristereza após terem saído de casa, nem se o homem acreditou na esperança que tanto lhe diziam para ter. Mas por outro lado é fechada, pois o homem decide vestir o casaco e passear com ela.
Construção da intriga: Alternância pois as várias acções vão-se interligando.
Situação inicial: Todo o seu diálogo e pensamento sobre a chuva.
Ponto culminante: Momento em que o homem pede o casaco.
Directa: Ex: “(…) a velha Tristereza(…)”; “ (…) a minha teimosia(…)”; “(…) dentro de mim persiste uma desconfiança(…)”
Indirecta: “(…) para a tia Tristereza a chuva não é assunto de clima mas recado dos espíritos.”
Central: o Homem
Secundária: tia Tristereza
Figurante: não há
Personagem plana: Tia Tristereza, porque ao longo de todo o conto nunca muda de opinião e atitude
Personagem Modelada: Homem, no final do conto podemos ver que tem já uma ideia diferente do que no inicio acerca da “chuva”
O espaço é quase sempre interior porque se passa dentro de casa e no final passa a ser exterior porque as personagens do conto vão para a rua (Moçambique).
Passa-se no pensamento acerca do seu país, da guerra e no significado que a chuva poderá ter.
Não há indicação directa da classe social a que pertencem mas indirectamente percebemos que a Tia Tristereza é duma classe mais pobre e o homem duma classe média.
O conto dá-nos a indicação de que a chuva caía há três dias. “ (…) olhando a chuva que cai há três dias.” Mas não temos indicação de dia, mês ou ano.
Tempo de esperança, de fé… “(…) agora já as chuvas podem recomeçar.”
Passa-se no tempo pós-guerra, a guerra de Moçambique.
É participante. “Estou sentado junto da janela (…)”
É omnisciente. “Entrou uma tristeza na sua alma (…)”
Subjectivo: “A Paz tem outros governos que não passam pela vontade dos políticos.”
Narração: “A velha acabou o serviço, se despede enquanto vai fechando as portas (…) ”
Descrição: “Agora, a chuva cai, cantarosa, abençoada.”
Diálogo:
“-Nossa terra estava cheia de sangue. Hoje, está ser limpa, faz conta é essa roupa que lavei. Mas nem agora, desculpe o favor, nem agora o senhor dá vez a esse seu fato?
-Mas, Tia Tristereza: não será está chover de mais?”
Monólogo:
Monólogo interior:
“Estou sentado junto da janela olhando a chuva que cai há três dias. Que saudades me fazia o molhado tintintinar do chuvisco. A terra perfumegante semelha a mulher em véspera de carícia. Há quantos anos não chovia assim? De tanto durar, a seca foi emudecendo a nossa miséria. O céu olhava o sucessivo falecimento da terra, e em espelho, se via morrer. A gente se indaguava: será que ainda podemos recomeçar, será que a alegria ainda tem cabimento?”