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Trabalho sobre mundo actual – em mundo sem valores (valores, acções humanas e considerações à cerca do mundo actual em que vivemos), realizado no âmbito da disciplina de Filosofia (10º ano).
Um milhão de pessoas sem comida e água no Sul do Sudão. O apelo da ONU aos países doadores para que ajudem a combater esta situação conseguiu angariar apenas, até agora, um por cento do total da soma pedida para evitar uma tragédia como a fome de 1998, na mesma região, que causou a morte a centenas de pessoas. Os rebeldes do Sul desde 1983, na sua maioria animistas e cristãos, têm lutado por uma maior autonomia do Norte, maioritariamente muçulmano e árabe. O conflito já provocou mais de dois milhões de mortos naquele que é o maior país africano.
In Púbico (8/3/2001)
O tema deste trabalho é “ O Mundo Actual – um mundo sem valores”, irá-se então, abordar um pouco de tudo o que envolve este tema: valores, acções humanas e considerações à cerca só mundo actual em que vivemos.
É sempre uma aventura arriscada enveredar pelo campo da ética e da moral, é uma aventura dia a dia mais urgente e necessária. Particularmente, desde a idade moderna, quando Deus deixou de ser tanto o fundamento indiscutível das normas morais quanto o ponto de referência para as decisões morais do homem, a busca incessante de novas formas de legitimação tornou-se preocupação constante de filósofos, psicólogos, sociólogos, antropólogos, economistas, e pedagogos.
Hoje, esta preocupação espraia-se por todas as áreas do saber incluindo a comunicação, a genética, a biologia, a medicina etc. Podemos dizer que a preocupação ética tornou-se universal e está presente em todos os âmbitos da vida humana.
Tal universalização deve-se ao próprio desenvolvimento da racionalidade moderna que, ao estabelecer uma relação intrínseca entre as dimensões teóricas (científicas) e as dimensões práticas (éticas), fez com que ambas sempre estejam presentes na própria matriz de qualquer conhecimento.
De modo a introduzir o tema é apresentado um texto com uma referência à sociedade actual e à sua evolução, nomeadamente na camada jovem.
Será a posição assumida pelo autor a mais correcta? Será que vivemos numa sociedade dita ignorante, indiferente ao que se passa em seu redor? Poderá dizer-se que não há valores? Será que algum dia os houve?
É complicado responder a todas esta s questões, mas de uma coisa tem certeza existem grandes lacunas a nível social que devem ser reparadas. Seremos nós capazes de o fazer?
“Não. Não sou o único a olhar o céu” foi este o principal grito de revolta de milhares de estudantes em Portugal, já la vão quinze anos. Também eu percorri as ruas da cidade de Vila Real, gritando palavras de ordem contra o sistema educativo, em particular, contra tudo e contra todos, em geral. O que eu pensava, idealizava, projectava é que estava certo… Fui chamado rasca, filho de uma geração rasca, que devido á sua “rasquice” iriam vegetar por esses anos fora. Parece que se enganaram! Penso que havia uma diferença nos pais de então: não desculpavam as atitudes dos filhos com a tão desresponsabilizante frase: “ o meu filho esta numa idade complicada!”. Ainda estou á espera que me expliquem qual o percurso da vida que não é simultaneamente aliciante e um desafio constante. Como não tenho filhos meus para educar talvez seja mais fácil falar. Talvez.
Só entendo a palavra rasca quando os alunos dizem:” tirei 10 à rasca!”. Sinto enorme dificuldade em definir “geração rasca”, e podia ficar por aqui, mas vou tentar. “Geração rasca” porque deseducada, porque não instruída, porque não tem formação, porque não existem princípios nem valores. Porque lhe falta autonomia e auto estima, maturidade, empenho e iniciativa? Poderá ser uma possível definição. E nos tempos que correm será isso que se passa? Falso. Completamente falso. Cada tempo é um tempo. Cada momento da história fica definido pelos seus protagonistas e nos tempos que correm não é diferente. Os jovens de hoje trilham caminho da história como os de ontem o fizeram e os de amanha o farão. Na simbiose entre a juventude e irreverência e velhice e experiência esta o sucesso das sociedades.
Não é por acaso que um dos modelos sociais de sucesso comprovado contempla nos mesmos espaços a existência de creches com lares de terceira idade.
Os modelos familiares e escolares nos quais os jovens são factores pró-activos devem, esses sim, preocupar-nos. Quando se tem mais tempo para passear o cachorro ou gatinho do que perguntar ao filho como correu o dia, está quase tudo explicado. Quando os pais “despejam” os filhos numas quaisquer actividades de tempos livres para irem passear para o centro comercial, ele no 1º e ele no 2º andar está quase tudo dito. Em casa o pai discute com a mãe, a mãe insulta o pai, os pais “berram” com os filhos, os filhos desrespeitam os pais. Enquanto não houver tranquilidade nas escolas, vamos continuar a assistir a cenas do género das que tem passado nos últimos tempos na comunicação social.
Se os jovens não se espelharem nas suas sociedades não adianta solicitar-lhes outro tipo de valores que não aqueles que lhes são transmitidos pelos ídolos que eles próprios escolhem – para o seu bem ou para o seu mal. Cabe a cada em de nos lutar por um futuro melhor.”
Lino Carvalho
“Os valores são aquilo que costuma por em movimento a conduta das pessoas; orientam a vida e a personalidade”
Garcia Mariño
“ Os valores são preferências pelas quais orientamos o nosso comportamento e critérios pelos quais julgamos”
Hodgkinson
“ Os valores são projectos ideais para o comportamento o existir”
Adela Garzón e Jorge Garcés
“Os valores são um tipo de crenças que levem o sujeito a actuar de determinada maneira; são crenças que descrevem o comportamento humano”
Rokead
“Valores são características da acção humana, enquanto esta pressupõe a eleição de determinadas opções entre um conjunto de dilemas que configuram a existência humana”
Parson
Os valores não são coisas nem simples ideias que adquirimos, mas conceitos que traduzem as nossas preferências. Existe uma enorme diversidade de valores, podemos agrupá-los da seguinte forma:
Valores religiosos: santo/ profano; divino/demoníaco; milagroso/mecânico; supremo/derivado.
Valores éticos ou morais: bom/ mau; justo/injusto; misericordioso/ piedado; leal/desleal.
Valores estéticos: belo/ feio; gracioso/ tosco; elegante/ deslegante; harmonioso/ desarmonioso; sublime/ ridículo.
Valores lógicos: verdade/ falsidade; conhecimento/ erro; exacto/ aproximado; evidente/ provável.
Valores vitais: forte/fraco; enérgico/ inerte; são / efémero.
Valores úteis: caro/barato; capaz/ incapaz; abundante/ escasso; adequado/ inadequado; conveniente/ inconveniente.
Os nossos valores tendem a organizar-se em termos de oposições ou polaridades. Preferimos e opomos a Verdade à Mentira, a Justiça à Injustiça, o Bem ao Mal, e beleza. A palavra valor costuma apenas ser aplicada num sentido positivo. Embora o valor seja tudo aquilo sobre o qual recai o acto de estima positiva ou negativamente. Valor é tanto o Bem, como o Mal, o Justo como Injusto
Quando falamos em valores:
Quando falamos em factos:
O valor é uma realidade, mas não é um facto. Ele situa-se num plano distinto da realidade dada, das árvores, dos rios ou dos teoremas de matemática. Como diz Kremer-Marieti, transcende o que é, situa-se noutra dimensão. Ao dizer, por exemplo, que um automóvel é belo coloco-me num plano que já não é do facto, do objecto existente, mas que tem que ver com uma tomada de posição em relação a esse objecto, com valor desse objecto, que neste caso ate não é apenas o valor material. Apesar de implicar uma tomada de decisão de um sujeito o valor não é puramente subjectivo no que respeita os valores morais, ao bem e ao mal, ao justo e ao injusto, eles ultrapassaram largamente o plano de subjectividade, para se imporem ao nosso espírito com uma força muitas vezes mais determinante que a dos próprios objectos.
J.M Bochenski; directrizes do pensamento filosófico
A sociedade actual atravessa hoje, uma época em que se tem como dado adquirido que existe uma crise de valores, no entanto, durante todo este tempo surgiram ideias semelhantes. Ao corroborar este ponto de vista, são-nos dadas duas afirmações:
Para explicar toda esta crise de valores são apontadas algumas teorias:
A critica sistemática que muitos filósofos, como Karl Marx, Nietzsche e Freud fizeram aos valores tradicionais.
Karl Marx argumentou que os valores (enquanto produtos ideológicos) não podem ser tirados da história e dos contextos sociais. Os valores dominantes numa dada sociedade são sempre aqueles que melhor servem a classe dominante na sua exploração das classes trabalhadoras. Defendeu por isso a necessidade da destruição de todos os tipos de moral dominante (burguesa), substituindo-a por uma moral dos oprimidos (proletários).
Nietzsche afirmou que não existiam valores absolutos. Os valores são sempre produto de interesses egoístas dos indivíduos. Os valores estão ligados às condições de existência de certos grupos, justificam as suas hierarquias e mecanismos de domínio. Considera, por exemplo, que a moral ocidental está assente em valores de escravos, preconizando por isso o aparecimento de um homem novo, completamente livre, e capaz de expressar a sua vitalidade sem limites, para além de valores de arcaicos como o bem e o mal.
Freud mostrou que os valores morais fazem parte de um mecanismo mental repressivo formado pela interiorização de regras impostas pelos pais, e que traduzem normas e valores que fazem parte da consciência colectiva.
A família é onde, em princípio, qualquer ser humano adquire os seus primeiros valores. Ora as estruturas familiares estão em crise, o que se reflecte, por exemplo, no aumento da dissolução de casamentos, no aparecimento de novos tipos de uniões (casamento de homossexuais, etc. Por tudo isto, muitos país manifestam cada vez mais dificuldade em elegerem um conjunto de valores que considerem fundamentais na educação dos seus filhos
As profundas alterações económicas, cientificas e tecnológicas que a nossa sociedade moderna tem conhecido
Estas não apenas estimularam o abandono dos valores tradicionais, mas parecem ter conduzido a humanidade para um vazio de valores.
Texto adaptado
Os valores relativistas (particulares, subjectivos) que sustentam este mundo estão a revelar-se demasiado funestos para a Humanidade no seu conjunto. É por esta razão que se aponta para a necessidade de se estabelecer novos consensos em torno de valores que nos serviam de guia para o nosso relacionamento inter-pessoal e colectivo.
Em causa, está o nosso futuro comum!
Para Sócrates, há uma relação intrínseca entre ética e educação, porquanto o conhecimento ético deve orientar o agir. Não sobre o educador e seus ensinamentos, mas sobre si mesmo é que o aluno deve fixar sua atenção para que aprenda a conduzir seu agir segundo a ideia de Bem. O educador não actua nem como exemplo nem como autoridade, mas como aquele que ajuda o educando a agir segundo a ideia de virtude (Bem) que se encontra em seu interior. (Adaptado)
Na minha opinião perspectiva de Sócrates quanto aos valores educação moral é a mais correcta e deste modo afirmo a liberdade de decisão e de responsabilidade assumindo que todo o ser humano tem em seu redor condicionantes importantes que podem de algum modo influenciar as suas decisões mas mesmo assim pode assumir uma posição responsável, agindo baseando-se nos seus valores morais que adquiriu sozinho ou com a ajuda de outrem, normalmente família, amigos e sociedade em que está inserido. E como autor Lino Carvalho diz cada é um tempo… Não nego, de todo que não estejamos a ter uma crise de valores, porque essa sempre a tivemos! Poderá se r em maiores proporções, agora, mas é necessário que todos lutemos pelo maior desafio de todos, proposto á Humanidade: manter uma sociedade pura, menos consumista e egoísta e sobretudo mais sensível…