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Trabalho sobre desporto adaptado (o que é, modalidades, etc...), realizado no âmbito da disciplina de Educação Física (10º ano)...
Neste trabalho o tema será o Desporto Adaptado. Para a realização deste foi-me proposta a possibilidade de escolha do tema. Como no mundo do desporto temas para trabalhar é o que não falta, lembrei-me daqueles que a maior parte de nós se esquece: os atletas com deficiência.
No universo desportivo existem várias vertentes: a educativa, a recreativa, a terapêutica e a competitiva, sendo todas elas aplicáveis às pessoas com deficiências.
Muitas vezes ao vermos pessoas com alguma deficiência pensamos: "Coitadinho (a)!", mas não, na maioria dos casos eles são uns autênticos campeões, tanto na vida como naquilo a que se dedicam: o desporto.
Para os portadores de deficiência são muitas as vantagens que provêm da prática de desporto, quer a nível psicomotor, ou seja, na melhoria do controlo postural, coordenação motora, conhecimento do corpo e das suas reais capacidades e ainda a nível do desenvolvimento da condição física (aumento da força, da resistência, da velocidade e da flexibilidade).
Mas para além das vantagens e benefícios já apresentados, ainda existem mais, a nível do próprio indivíduo e do seu desenvolvimento social.
Seja qual for a sua deficiência, qualquer pessoa pode praticar uma modalidade desportiva, inclusivamente de competição, cujas regras deverão ser adaptadas ao diversos tipos de deficiências.
Desde que o seu programa de reabilitação assim o permita e o indivíduo esteja devidamente enquadrado e acompanhado por uma instituição ou equipa técnica, a prática de actividades desportivas deve iniciar-se o mais depressa possível.
A partir do momento em que o atleta se sente apto, as escolhas da modalidade é vasta, dependendo das limitações de quem a vai praticar. Os desportistas podem ainda dispor de ajuda técnica ou de um dispositivo de compensação.
Esta modalidade destina-se a atletas com diversos tipos de deficiência tais como, deficiências motoras, visuais e com paralisia cerebral, em ambos os sexos.
Para os atletas com deficiência visual (cegos e alguns amblíopes) existe a ajuda de um atleta guia que acompanha o atleta nos treinos e nas competições.
Os atletas com deficiências motoras e paralisia cerebral podem competir em cadeira de rodas - especialmente desenhada e criada.
As provas podem decorrer em pista ou no campo, consoante sejam as corridas de velocidade, de meio-fundo e de fundo , em distâncias de 100, 200, 400, 800, 1500, 5000 e 10000 metros e ainda nas provas de dardo, disco, peso e saltos (em altura, em comprimento e triplo salto).
.Neste modalidade mantêm-se o recinto, as tabelas e a bola, tornando-a muito semelhante à versão jogada por não deficientes. Difere apenas no meio de locomoção dos jogadores, que podem ser portadores de deficiência mental, física e motora.
Desde 1946, ano em que se jogou o primeiro jogo de basquetebol em cadeira de rodas, que a modalidade tem vindo a ganhar mais adeptos e praticantes.
.Esta modalidade é um desporto misto e pode ser jogado individualmente, por partes ou por equipas de três jogadores.
É uma modalidade exclusiva para portadores de paralisia cerebral e deficiências motoras, sendo praticada em cadeira de rodas, em recintos fechados.
Este jogo é composto por dois conjuntos de seis bolas cada, um conjunto de cor vermelha, outro de cor azul e uma bola branca - a bola alvo. Neste jogo o objectivo é a equipa colocar todas as bolas o mais perto possível da bola alvo. As bolas podem ser lançadas com a mão ou com o pé. No caso da deficiência afectar todos os membros, podem ser utilizados dispositivos de compensação, calhas e ponteiros para o acto do lançamento.
.Dependendo da deficiência, os atletas utilizam uma bicicleta de dois lugares adaptadas para propulsão manual.
O programa de competições inclui provas de pista e de estrada para atletas individuais. Para as equipas existem provas de velocidade, perseguição individual, contra-relógio dos 1000 metros, corridas em estrada e corridas em estrada em contra-relógio. AS provas podem ser praticadas por atletas do sexo feminino e masculino.
O ciclismo está aberto a atletas com deficiências locomotoras (tetra/paraplégicos, amputados e "les autres") e paralisia cerebral para as provas de estradas. Os atletas que sofrem de deficiência visual correm na modalidade de tandem, sendo o piloto um atleta normovisual.
.A equitação é um desporto que está disponível para tos os tipos de deficiência. As provas são mistas e agrupadas de acordo com os perfis das capacidades funcionais.
Os atletas competem em duas provas de "dressage", uma prova de campeonato de movimentos predefinidos e uma prova livre acompanhada de música. Existe ainda uma prova em equipa para três ou quatro atletas.
.A característica mais espectacular da esgrima em cadeira de rodas, na opinião dos espectadores, é o facto de os atletas competirem em cadeiras de rodas fixas ao solo. No entanto, os atletas conseguem usufruir de total liberdade de movimentos dos braços e do tronco com o mesmo ritmo da esgrima praticada por atletas sem deficiência.
A modalidade pode ser praticada por atletas do sexo feminino e masculino com deficiências a nível de membros amputados, paraplégicos ou com paralisia cerebral e podem estar em equipas ou individualmente.
As armas utilizadas são a espada, o florete e o sabre.
.Como o nome indica, está destinado para cegos. Nesta modalidade um jogo tem a duração de 50 minutos, com duas partes de 25 minutos e um intervalo de 10 minutos. O guarda-redes é um atleta normovisual ou amblíope e não pode ter participado em competições da FIFA nos últimos cinco anos. Cada equipa tem cinco jogadores.
A bola tem um dispositivo sonoro para que os atletas a consigam localizar.
Existe ainda um guia que orienta os jogadores no modo como se posicionam em campo e para onde devem lançar a bola.
.Sendo um dos desportos mais populares, é específico para atletas com paralisia cerebral.
Segue as regras que são habitualmente usadas pela FIFA, mas com algumas alterações como por exemplo, a inexistência de "foras de jogo". O campo também é adaptado e tem de ter as seguintes dimensões, o comprimento tem de estar compreendido entre os 70 e os 75 metros e a largura entre os 50 e os 55 metros. As balizas também têm de ser mais pequenas com 5 metros de comprimento por 2 metros de altura. Cada jogo tem a duração de 60 minutos dividida em duas partes de 30 minutos cada, com um intervalo de 15 minutos.
.Específico para cegos e amblíopes, praticado por equipas femininas e masculinas de três elementos. É jogado em recintos fechados ou em campos com 18 metros de comprimentos por 9 de largura. Nas duas extremidades do campo encontram-se as balizas com 1.30 metros de largura.
A modalidade tem como objectivo marcar golo na baliza da equipa adversária arremessando com a mão uma bola, que contém no seu interior um dispositivo sonoro, através do qual os jogadores conseguem saber a localização da bola.
Os jogadores utilizam uma viseira opaca, que tem como principal objectivo estabelecer uma situação de igualdade entre os jogadores cegos e amblíopes.
O jogo decorre com dois períodos de 7 e com um intervalo de 4 minutos.
.O halterofilismo está dividido em 10 categorias diferentes divididas pelo peso corporal.
A competição está aberta a atletas com paralisia cerebral, lesões da medula espinal, amputados (somente amputados dos membros inferiores) e "les autres".
.O judo é uma modalidade que exige destreza física e estratégica, pondo à prova as qualidades de toque, equilíbrio e sensibilidade. Para poderem vencer o adversário, os concorrentes têm de utilizas diferentes técnicas.
Todos os atletas com deficiência visual estão aptos para a prática desta modalidade.
À medida que o grau da deficiência aumenta, as adaptações feitas também aumentam.
.Tal como acontece nos Jogos Olímpicos, os atletas demonstram as suas capacidades em diversos estilos, tais como bruços, costas, livres, mariposa e estilos.
As competições podem ser praticadas tanto por atletas do sexo feminino como do sexo masculino, portadores de deficiência motora e visual.
As regras internacionais são seguidas, mas com algumas excepções, uma das quais o facto de os atletas, nalgumas provas, poderem escolher se partem da plataforma ou da água. Para os atletas com deficiência visual utiliza-se uma bastão revestido de esponja para tocar no nadador quando este se aproxima da parede no momento da chegada ou da viragem.
.O râguebi em cadeira de rodas é um desporto colectivo muito exigente.
Está destinado a atletas tetraplégicos do sexo masculino e feminino.
Implica grande contacto físico, à medida que os atletas tentam passar a bola para lá da linha de baliza da equipa adversária.
.A competição de remo adaptado está disponível para atletas de ambos os sexos e com as seguintes embarcações: LTA4 - barco com 4 remadores + timoneiro - sendo esta embarcação mista no que respeita ao género e podem participar atletas com deficiência visual, paralisia cerebral e deficiências motoras.; a embarcação TA2x ou double sculls - embarcação mista para dois remadores com deficiências motoras a nível dos membros inferiores e do tronco; e a embarcação AM1x ou single sculls - apenas para remadores do sexo masculino com deficiências motoras também a nível dos membros inferiores e do tronco.
As competições são disputadas em provas de 1000 metros para todas as embarcações.
.O ténis de mesa é uma modalidade que pode ser jogada por atletas de todos os grupos de deficiência, À excepção da deficiência visual.
As competições desta modalidade estão agrupadas em provas de pé ou em cadeira de rodas, e para indivíduos com deficiência intelectual. Pode ser disputada por atletas de ambos os sexos em pares, equipas ou individualmente.
.Tendo tido origem nos EUA, este jogo rege-se pelas regras tradicionais do ténis. A única diferença entre o ténis em cadeira de rodas e o ténis praticado por não deficientes é que a bola pode tocar duas vezes no campo adversário sem produzir ponto.
.Para as provas de tiro, que põe à prova a precisão e o controlo, são utilizadas pistolas e espingardas de ar comprimido para disparar contra um alvo fixo.
As competições estão abertas a todos os atletas com deficiências físicas e visuais, que podem competir em duas classes, em cadeira de rodas ou em pé.
As provas podem ser femininas, masculinas e mistas, a partir de uma distância variável entre os 10, 25 e 50 metros.
.Este desporto põe à prova as capacidades de precisão, força e concentração.
Estando disponível para atletas com deficiências motoras, como amputados, lesões da medula espinal, paralisia cerebral e outras, pode ainda ser disputada por equipas ou individualmente em pé ou em cadeira de rodas.
O alvo tem 122 centímetros de diâmetro e está situado a 70 metros de distância do atirador.
.Disponível para atletas amputados, com paralisia cerebral, deficiência visual, deficiências motoras e em cadeira de rodas, nesta modalidade o sistema de classificação baseia-se em quatro factores - estabilidade, função manual, mobilidade e visão.
Os atletas competem em eventos mistos: a prova de três velejadores - que utiliza barcos da classe Sonar e a prova individual - disputada em barcos da classe R (2,4 metros) SKUD 18, uma embarcação para dois velejadores.
Há ligeiras alterações no equipamento e na pontuação.
.Destinado a pessoas com incapacidade física e mobilidade reduzida, este desporto divide-se em duas modalidades: de pé e sentado.
No voleibol sentado, o campo tem menor dimensão, com 10 metros de comprimento por 6 de largura.
.Em 1948, o Sr. Ludwing Guttmann organizou uma competição desportiva para combatentes da 2ª Guerra Mundial que tinham sofrido lesões na coluna vertebral. Quatros anos após este evento, juntaram-se a estes jogos participantes da Holanda e nasceu assim o movimento internacional denominado Paralímpico.
Os Jogos Olímpicos para atletas com deficiência foram pela primeira vez organizados em 1960, na capital italiana, Roma.
Em 1976 tiveram lugar os primeiros jogos Paraolímpoicos de Inverno na Suécia.
Em 2001 foi assinado um acordo entre o Comité Internacional Olímpico e o Comité Internacional Paraolímpico para assegurara a realização dos últimos.
A primeira participação portuguesa foi no ano de 1972 em Heidelberg, com apenas 9 atletas somente para a modalidade de basquetebol em cadeira de rodas. Nessa participação não ganharam nenhuma medalha.
Em 1984, em Nova Iorque participaram 15 atletas nas modalidades de boccia, atletismo, ciclismo e ténis de mesa. Nesse anos conseguiram 14 medalhas. Quatro anos depois, em Seul foram 13 atletas para participarem nas provas de boccia e atletismo, conseguindo 12 medalhas nesse ano. Em Barcelona no ano de 1992, Portugal participou com 28 atletas que competiram nas modalidades de atletismo, boccia, futebol e natação. Regressaram a Portugal com 9 medalhas. No ano de 1996 em Atalanta, estiveram 35 atletas portugueses, nas mesmas modalidades de Barcelona, tendo conquistado 14 medalhas. Em Sidney, ano de 2000, com um recorde de presenças de 53 atletas de todos os grupos de deficiências e com as mesmas modalidades de à quatro e oito anos, mas ainda com as modalidades de basquetebol, ténis de mesa e ciclismo. Foram conquistadas 15 medalhas.
Portugal apenas não teve atletas a participar nas seguintes modalidades: esgrima, ntação, goalball, judo, haterofilismko, râguebi, ténis,tiro, tiro com arco, vela e voleibol.
Já na XII edição dos Jogos Paraolímpicos, que decorreram em Atenas, decorria o ano de 2004, Portugal conseguiu 12 medalhas, duas de ouro, cinco de prata e cinco de bronze.
Data de inclusão das modalidades e respectivos Jogos Paraolímpicos
Modalidade |
Ano |
Jogos Paraolímpicos de |
Obs. |
Atletismo | 1960 | Roma | |
Basquetebol em cadeira de rodas | 1960 | Roma | |
Boccia | 1984 | Nova Iorque | |
Ciclismo | 1984 | Nova Iorque | Para atletas com paralisia cerebral |
Ciclismo | 1988 | Seul | Para as restantes deficiências |
Equitação | 1996 | Atlanta | |
Esgrima em cadeira de rodas | 1960 | Roma | |
Futebol de 5 | 2004 | Atenas | |
Futebol de 7 | 1984 | Nova Iorque | |
Goalball | 1976 | Toronto | Para atletas do sexo masculino |
Goalball | 1984 | Nova Iorque | Para atletas do sexo feminino |
Halterofilismo | 1964 | Tóquio | |
Judo | 1988 | Seul | Para atletas do sexo masculino |
Judo | 2004 | Atenas | Para atletas do sexo feminino |
Natação | 1960 | Roma | |
Râguebi em cadeira de rodas | 2000 | Sidney | |
Remo | 2008 | Pequim | |
Ténis de mesa | 1960 | Roma | |
Ténis em cadeira de rodas | 1992 | Barcelona | |
Tiro | 1976 | Toronto | |
Tiro com arco | 1960 | Roma | |
Vela | 2000 | Sidney | |
Voleibol | 1976 | Toronto | Deixou de integrar a competição em 2004 |
Voleibol sentado | 1980 | Arnhem |
O Bicas é a mascote do Movimento Paralímpico de Portugal e tem como grande objectivo “que os desportistas deficientes se identifiquem com ela, que sintam que o BICAS é deles.” A Mascote deseja ser, no imaginário, uma nova espécie que tem algumas parecenças com um pássaro que representa a liberdade. O Bicas não tem asas mas consegue “voar”, afirmando querer, grande vontade de superação e também vontade de vitórias, no respeito dos valores do espírito desportivo e do jogo correcto com lealdade, simpático e divertido capaz de mobilizar a sociedade e em particular a juventude em volta do ideal paraolímpico e do desporto para todos.
O Bicas é versátil, praticando diversos desportos:
A Constituição da República Portuguesa de 1976 estabelece, no seu Artigo 79º, o direito à cultura física e ao desporto a todos, aspecto este reforçado pelo Artigo 1.º da Lei n.º 30/2004, de 21 de Julho – Lei de Bases do Desporto – que assume o desporto como factor indispensável na formação da pessoa e no desenvolvimento da sociedade, não deixando de se preocupar especialmente com a prática desportiva do cidadão portador de deficiência, como é legível nas determinações constantes nos artigos 5.º, 26.º, 32.º, 70.º e 82.º. Da mesma maneira, a Lei n.º 38/2004, de 18 de Agosto – Lei de Bases da Prevenção e da Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência – faz referência ao valor da prática desportiva para os cidadãos portadores de deficiência, particularmente no que se refere ao desporto e à recreação como medidas para a habilitação e reabilitação (artigo 25.º). Além disso, estabelece que “cabe ao Estado adoptar medidas específicas necessárias para assegurar o acesso da pessoa com deficiência à prática do desporto e à fruição dos tempos livres” (artigo 38.º), incluindo o acesso à prática do desporto de alta competição (artigo 39.º).
As seguintes associações estão destinadas a apoiar os atletas portadores de deficiências.
O desporto tem, entre outras, a possibilidade de dar visibilidade às capacidades dos indivíduos e não às suas dificuldades, uma vez que a prática de uma actividade desportiva e recreativa constitui uma oportunidade para valorizar as aptidões do atleta.
Para mim foi muito importante a realização deste trabalho, pois ajudou-me a compreender melhor algumas das muitas qualidades das pessoas com deficiência.
O mundo tem lugar para todos e não podemos marginalizar aqueles que, de alguma maneira são diferentes só por isso.
Os atletas com deficiência conseguem trazer mais medalhas para Portugal do que qualquer outro atleta... Pensemos nisso!