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Trabalho sobre a doença inflamatória crónica e ainda sem cura, a Esclerose Múltipla, realizado no âmbito da disciplina de Biologia (12º ano).
Doença inflamatória crónica e ainda sem cura, a Esclerose Múltipla (EM) é extremamente invasiva em mais de um milhão de pessoas em todo o mundo. Estima-se a existência de 450 000 pessoas com Esclerose Múltipla na Europa, sendo o número de doentes em Portugal na ordem dos 5 000. A EM não tem nenhuma relação com as limitações que surgem com o envelhecimento. Trata-se de um problema comum em adultos jovens, na faixa de 20 a 40 anos. O maior pico é por volta dos 30 anos. Raramente, pessoas na terceira idade desenvolvem a doença.
O desconhecimento da doença e o interesse em assuntos na área da saúde, foram o ponto de partida para um trabalho em que se aborda os sintomas, as variantes da doença, as causas, os tratamentos, etc.
O sistema imunitário ou imunológico está formado por um conjunto de mecanismos que protegem o organismo de infecções pela identificação e eliminação de agentes patogénicos. A isto, há que somar a capacidade evolutiva dos patogénicos que lhes permite criar formas de evitar a detecção pelo sistema imunológico e infectar o organismo hóspede.
Para se protegerem, os organismos vivos desenvolveram vários mecanismos para reconhecer e neutralizar patogénicos. Organismos unicelulares simples como as bactérias, possuem um sistema de enzimas que as protegem contra infecções virais. Outros mecanismos imunológicos básicos evoluíram nas antigas células eucariotas e permanecem hoje nos seus descendentes modernos: plantas, peixes, répteis e insectos. Estes mecanismos incluem péptidos antimicrobianos chamados defensinas, receptores de reconhecimento de padrão e o sistema de complemento. Contudo, os mecanismos mais sofisticados desenvolveram-se mais recentemente de forma conjunta com a evolução dos vertebrados. O sistema imunológico dos vertebrados - como o dos seres humanos - compreende vários tipos de proteínas, células, órgãos e tecidos, que interactuam numa rede elaborada e dinâmica. Esta resposta imune mais complexa que se manifesta no sistema imunológico dos vertebrados, inclui a capacidade de adaptar-se para assim reconhecer patogénicos concretos de forma mais eficiente. O processo de adaptação cria memórias imunológicas e permite brindar uma protecção mais efectiva durante futuros encontros com estes patogénicos. Este processo de imunidade adquirida é a base da vacinação.
As desordens no sistema imunológico podem causar doenças. As enfermidades relacionadas com a imunodeficiência ocorrem quando o sistema imunológico é menos activo que o normal, dando lugar a infecções que podem por em perigo a vida. A imunodeficiência pode ser o resultado de uma doença genética, como a "imunodeficiência severa combinada", ou ser produzida por fármacos ou uma infecção, como o síndrome da imunodeficiência adquirida (sida), causado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Em contraposição, as enfermidades auto-imunes são produzidas por um sistema imunológico hiperactivo que ataca tecidos normais como se fossem organismos estranhos. As enfermidades auto-imunes incluem artrite reumatóide, diabetes mellitus tipo 1 e Lúpus eritematoso. O sistema imunológico é objecto de intensos estudos científicos devido ao papel crítico que desempenha na saúde humana.
Os agentes patogénicos são microrganismos como bactérias, vírus, fungos, protozoários, vermes intestinais e outros tipos de vermes. Os agentes patogénicos são capazes de produzir doenças infecciosas aos seus hospedeiros, sempre que estejam em circunstâncias favoráveis, inclusive do meio ambiente. Um agente patogénico pode-se multiplicar no organismo do seu hospedeiro podendo causar infecção e outras complicações, pode ser chamado de agente infeccioso. A bromatologia forense identifica esses agentes, como por exemplo, em líquidos ou em algum alimento que possa ter sido ingerido. Na natureza, os agentes patogénicos convivem com as plantas desde o início da vida e têm a função ecológica de eliminar os indivíduos menos adaptados. Eles multiplicam-se anormalmente em situações de desequilíbrio e contribuem para o evoluir de uma situação instável. Os ecossistemas humanizados não são ecossistemas em equilíbrio, daí que a sua presença seja muitas vezes indesejada por colocar em risco os indivíduos que desejamos cultivar – as nossas plantas agrícolas ou ornamentais. Mesmo assim há inúmeras formas de tentar utilizar os processos naturais de controlo para que a sua multiplicação não se torne problemática.
Figura 1 – Agente patogénico.
O corpo Humano possui um sistema bastante complexo contra invasões externas, chamado sistema imunitário. Uma invasão ou agressão de qualquer tipo é capaz de ser reconhecida por um mecanismo de defesa criado através de um processo evolutivo.
O organismo humano consegue distinguir entre o que é prejudicial para o organismo, o que faz parte do próprio corpo como por exemplo células, tecidos e órgãos, e ainda o que não faz parte do corpo mas não é prejudicial como os alimentos.
O corpo tem a capacidade de reconhecer todas as substâncias, organismos ou proteínas estranhas que já tenham entrado em contacto com o organismo, a que se dá o nome de antígenos (qualquer partícula capaz de desencadear uma resposta imune).
O sistema imunitário começa a ser criado pelo organismo durante a formação do feto. O útero materno é um ambiente livre de infecções, mas assim que ocorre o nascimento o corpo é imediatamente exposto a uma quantidade enorme de antígenos. Devido a esse motivo a partir do parto o primeiro passo é reconhecer tudo o que é próprio do organismo, para posteriormente reconhecer o que é estranho. A partir dos primeiros anos de vida é importante o contacto com antígenos, pois o corpo consegue construir uma resposta imune muito mais rápida se existir dados sobre o invasor. Caso contrário, se um antígeno for completamente novo o organismo necessita de mais algum tempo para encontrar os anticorpos mais indicados para combater o tipo de partícula invasora.
Uma doença auto-imune surge quando existe a incapacidade por parte do sistema de defesa em reconhecer o que faz parte do organismo, provocando a produção de anticorpos contra células, tecidos ou órgãos do próprio corpo.
Exemplo: Na diabetes tipo I, ocorre uma produção não adequada de anticorpos contra células do pâncreas que produzem insulina, levando à destruição e ao aparecimento de diabetes.
Além da diabetes existem inúmeras doenças auto-imunes, sendo as mais comuns:
A Esclerose Múltipla é denominada como uma doença desmielinizante e degenerativa do sistema nervoso central, em que se forma múltiplas áreas de cicatrização que afecta várias áreas em diferentes zonas do cérebro e da medula espinal.
O sistema nervoso central coordena as actividades conscientes e inconscientes do corpo humano, tais como andar, pensar, falar e até mesmo a execução pequenos gestos, sem que seja necessário pensar neles. É através destes actos que o ser humano toma contacto com um mundo exterior, ou seja, que pode ouvir, ver, sentir, cheirar e saborear. Existem dois órgãos principais do sistema nervoso central, o cérebro e a medula espinal que são formados por células nervosas ligadas entre si e ao corpo por fibras nervosas (os axónios).
Os axónios são envolvidos por uma substância branca ou mielina, por esse motivo apresentam uma tonalidade clara. É na mielina que estão os problemas de quem é afectado por esclerose múltipla, com a consequente perda de eficácia na condução do influxo nervoso do cérebro as restantes partes do corpo ou em sentido inverso.
A doença manifesta-se através de pequenos locais de inflamação da mielina, originando o denominado processo de desmielinizaçao. A inflamação leva a uma obstrução na transmissão dos impulsos nervosos, podendo mesmo ocorrer o bloqueio da transmissão da informação, e por consequência ocorrer a destruição de fibras nervosas em casos extremos.
Derivado à existência de diversificados sintomas e sinais neurológicos da esclerose múltipla, o diagnóstico médico pode falhar aquando do aparecimento dos primeiros sintomas. Tendo em conta que a evolução da doença geralmente tende em piorar lentamente com o tempo, as pessoas que sofrem deste tipo de doença têm períodos de saúde relativamente bons, denominados remissões alternados com surtos da doença, denominados exacerbações.
O tipo mais comum de Esclerose Múltipla, afectando cerca de 80% dos doentes, principalmente com idade inferior a 40 anos é a Esclerose Múltipla por surtos e remissões.
O tipo de sintomas é muito vasto, porque depende da parte do Sistema Nervoso afectado.
Na fase inicial, os sintomas podem desaparecer, por vezes mesmo durante vários anos.
Os doentes sofrem "ataques" - também denominados surtos ou exacerbações - seguidos por períodos de remissão com recuperação completa ou quase completa. Chama-se surto a ocorrência aguda de sintomas indicando que o Sistema Nervoso Central foi atingido, com a duração de pelo menos 24 horas.
Se a pessoa com esclerose múltipla tiver uma recuperação parcial ou total (remissão) após os ataques (surtos), então esta é chamada evolução por surtos de exacerbação-remissão. Geralmente os doentes podem viver normalmente, sem sintomas, entre dois surtos. Esta forma não é muito debilitante, apesar de os doentes poderem entrar mais tarde numa fase progressiva.
Este tipo de Esclerose Múltipla resulta da evolução da forma anterior Surto/Remissão, por isso se chama secundariamente progressiva (cerca de 25% de todos os casos). Nesta fase, os doentes continuam a ter surtos mas a recuperação torna-se incompleta, originando uma deterioração/debilitação progressiva da condição física ao longo do tempo. A continuação da progressão ocorre independentemente dos surtos e a incapacidade global aumenta gradualmente com o tempo, apesar de a velocidade de progressão da doença ser imprevisível. Cerca de 30-50% dos portadores de EM que inicialmente apresentem a forma por surtos de exacerbação-remissão desenvolvem a EM secundária-progressiva ao fim de 10 anos.
A Esclerose Múltipla primária progressiva é rara e afecta apenas cerca de 10% de todos os doentes com Esclerose Múltipla.
Os doentes cuja incapacidade se agrava continuamente sem surtos, remissão ou recuperação, sofrem de Esclerose Múltipla primariamente progressiva. Esta forma é comum em doentes que sofreram os seus primeiros sintomas após os 40 anos de idade (cerca de 15% dos doentes com Esclerose Múltipla). É a forma mais incapacitante da doença e mais problemática quanto ao tratamento.
A Esclerose Múltipla é caracterizada, tal como o nome sugere, por um surto inicial e possivelmente apenas um surto adicional e recuperação total entre estes episódios. Podem passar 20 anos até que ocorra um segundo surto. Apenas ocorre uma ligeira progressão da doença. Esta forma de EM não agrava com o tempo e só pode ser identificada retrospectivamente. A EM benigna tende a estar associada a sintomas iniciais menos graves. O número exacto de doentes com EM benigna é difícil de determinar. Estudos de autópsias demonstraram que aproximadamente 20% dos casos de EM diagnosticados são benignos. Outros autores afirmam que 20-30% têm uma forma relativamente benigna de EM e são minimamente afectados durante 10 e 15 anos ou mais.
A Esclerose Múltipla revela-se no período inicial da vida adulta, entre dos 20 e os 40 anos, principalmente em mulheres.
Pode mostrar-se activa durante um breve período de tempo e repetir anos mais tarde. Os sintomas diversificam, dependendo das partes afectadas do encéfalo e da medula óssea.
As lesões no cérebro podem dar origem a vertigens, perdas de memória, descoordenação, perda de força ou destreza, fadiga, fraqueza muscular, visão dupla, distúrbios da articulação verbal (disartria) e marcha desequilibrada.
As lesões da medula óssea podem provocar formigueiro, dificuldades de movimento, entorpecimento, paralisia e as fibras nervosas da bexiga podem provocar perturbações, levando à incontinência. O indivíduo afectado pode ainda sentir as extremidades pesadas e debilitadas.
É frequente a ocorrência de visão turva e perda da percepção das cores, causadas por lesões do nervo óptico, o qual estabelece a ligação entre os olhos e o cérebro. Estes sintomas podem expandir-se por semanas ou meses, podendo ocorrer combinados ou isolados. Em alguns casos, as recaídas podem ser causadas por traumatismos, infecções, tensão emocional ou esforços físicos.
Os surtos variam notavelmente na sua severidade de pessoa para pessoa.
Em algumas pessoas, a doença pode manifestar-se em surtos ligeiros e largos períodos sem sintomas ao longo da vida, com muito poucos efeitos permanentes. Outras têm uma série de surtos que as deixam com alguma incapacidade, mas anula a deterioração posterior. Outras ainda ficam cada vez mais incapacitadas a partir do primeiro surto e acabam por ficar acamadas e incontinentes no período inicial da meia-idade. Uma pequena percentagem de doentes fica totalmente incapacitada logo no primeiro ano em que a doença se manifesta.
Uma pessoa incapacitada por esclerose múltipla pode ter outros problemas que não a paralisia, como prisão de ventre, infecções do sistema urinário, espasmos musculares dolorosos, mudanças de humor e ulceração da pele, que podem ir desde a euforia até à depressão.
Figura 2 – ClipArt de sintomas da EM.
A causa da Esclerose Múltipla é desconhecida e existe uma difícil compreensão, mas suspeita-se que um vírus ou um antigénio desconhecido possam ser os responsáveis que desencadeiam uma anomalia imunológica, que costuma aparecer numa idade precoce. O corpo, por um motivo qualquer, produz anticorpos contra a sua própria mielina, isso origina uma inflamação e a lesão da bainha.
O factor hereditário também tem um papel importante, porque perto de 5 % dos indivíduos com esta doença têm uma irmã/o com a mesma doença e 15 % têm um familiar que sofre dela.
O que também executa um papel importante são os factores ambientais, a doença manifesta-se em 1 de cada 2000 indivíduos que passam a primeira década da sua vida em ambientes temperados. Conclui-se assim que tem mais importância o ambiente em que o indivíduo viveu os seus primeiros dez anos de vida do que o ambiente em que passa os anos seguintes.
Figura 3 – Comparação entre um nervo normal e um danificado.
Emergindo como resultado da Esclerose Múltipla, existem uma multiplicidade de sintomas que podem significar que as consequências físicas, cognitivas e psicossociais desta doença são, com frequência, muito abrangentes, variáveis e complexas, influenciando a vida quotidiana dos portadores. Assim, segundo a National Multiple Sclerosis Society - NMSS (2008), um programa de intervenção desenvolvido especificamente no âmbito desta patologia, pode ajudar a lidar com mudanças, alterar ambientes para reduzir as limitações e orientar os portadores para a aquisição de estratégias física e emocionalmente vantajosas, podendo ainda desenvolver relacionamentos inter-pessoais ao proporcionar a troca de experiências entre indivíduos.
Um dos maiores desafios na prática médica é o diagnóstico de esclerose múltipla. Por ser uma enfermidade com inúmeras formas de apresentação e sem um teste específico, o médico usa de uma série de evidências clínicas e laboratoriais para a determinação do diagnóstico.
Os critérios para se estabelecer o diagnóstico da Esclerose Múltipla são clínicos. Utilizam-se as informações da anamnese para caracterizar a presença dos surtos e o exame neurológico para estabelecer correspondência entre os surtos e a estrutura do sistema nervoso central lesada.
A confirmação da doença faz-se geralmente por exclusão de todos os outros possíveis estados. Um neurologista pode realizar testes para ajudar a confirmar o diagnóstico, incluindo punções lombares, registos da actividade eléctrica do cérebro, tomografia axial computorizada (TAC) e tomografia por ressonância magnética (RMN) que é a mais utilizada.
Quando o médico suspeita de esclerose múltipla, leva a cabo uma investigação exaustiva do sistema nervoso como parte do exame geral. Os sinais que denotam um funcionamento inadequado do sistema nervoso são os movimentos oculares descoordenados, a debilidade muscular ou os entorpecimentos em diferentes partes do corpo. Outros aspectos, como a inflamação do nervo óptico e o facto de os sintomas aparecerem e desaparecerem, permitem estabelecer o diagnóstico com bastante fiabilidade.
As análises laboratoriais, já referidas, costumam distinguir entre esclerose múltipla e outras doenças com perturbações semelhantes pois em pessoas com esclerose múltipla, os valores de glóbulos brancos e de proteínas no líquido são ligeiramente superiores aos normais; pode haver também um aumento da concentração de anticorpos e em 90 % dos afectados de esclerose múltipla encontram-se tipos específicos de anticorpos e de outras substâncias.
A ressonância magnética (RM) é a técnica de imagem mais precisa para o diagnóstico, dado que pode revelar a presença de áreas do cérebro que perderam a mielina. A RM pode inclusive distinguir áreas de desmielinização activas e recentes de outras mais antigas que se produziram à tempos atrás.
As respostas evocadas são exames que registam as respostas eléctricas do cérebro quando se estimulam os nervos, por exemplo, o cérebro normalmente responde a uma luz cintilante ou a um ruído com padrões característicos de actividade eléctrica e em pessoas com esclerose múltipla, a resposta pode ser mais lenta pela deterioração da condução dos sinais ao longo das fibras nervosas desmielinizadas.
O diagnóstico não é simples e pode levar alguns anos para ser feito correctamente, pois os sintomas assemelham-se, em alguns casos, com outros tipos de doenças do sistema.
Figura 4 - Ressonância Magnética (RM)
Os sintomas da esclerose múltipla são cada vez detectados mais cedo, através das alterações físicas que a doença manifesta. Estas alterações ajudam no diagnóstico, no entanto o diagnóstico também pode ser realizado através de análises sanguíneas e biopsias cutâneas.
A esclerose múltipla é uma doença para a qual não existe uma cura, contudo o tratamento tem avançado bastante nos últimos anos, permitindo avaliar os sintomas e as limitações associados a este tipo de doença. Os vasodilatadores e a protecção contra o frio diminuem a síndrome de Raynaud (falta de sensibilidade, dormência nas mãos), avaliam problemas articulares e musculares.
O tratamento antecipado combate o aparecimento de lesões irreversíveis ao nível dos axónios, ou seja, das fibras nervosas, deste modo previne-se o progresso da doença. No entanto, quando se manifesta a doença, entre os neurologistas não existe concordância de qual o momento mais indicado para iniciar os tratamentos. Na opinião da maioria dos médicos, após informar previamente os doentes sobre as verdadeiras expectativas a esperar e respeitando aqueles que não concordam com a terapêutica por motivos pessoais, julga-se ser legítimo o tratamento precoce da maioria dos doentes portadores desta doença.
Para a esclerose múltipla o tratamento mais indicado começa por conservar um bom estado de saúde geral, mantendo uma alimentação saudável, continuando com uma vida activa, repouso suficiente de forma a sentir-se bem, garantido a forma física e psíquica. Para além dos aspectos mencionados anteriormente, é também essencial um plano de exercício e ginástica muscular, que ajude os doentes a diminuir a tensão muscular, e ainda exercícios de equilíbrio que possa auxiliar o doente a tornar-se mais auto-confiante.
Os fármacos também são essenciais, particularmente os relaxantes musculares, que ajudam a reduzir a tensão dos músculos e melhoram os movimentos. Ao longo dos últimos anos, têm vindo a utilizar-se diversificados medicamentos que actuam no sistema imunitário, que são chamados de imunomodeladores, como por exemplo os interferões-beta e o acetato de glatiramero, que ajudam a impedir o progresso da doença.
Figura 5 - Pilates, tratamento EM.
Uma outra realidade são os tratamentos por via oral, como por exemplo, o FTY720, Cladribina, Teriflunomide, Laquinimode, Tensilorimus e Ácido Fumárico. Os dois primeiros ainda estão em estudos porque estão a ser testados em ensaios clínicos, em mais de mil pacientes, em vários centros, compara-se a eficácia do medicamento com placebo e depois com interferões. Os dois apresentam efeito no controlo da inflamação. Certas drogas que são usadas em outras doenças auto-imunes começam a ser ensaiadas na Esclerose Múltipla, como o Rituximab (anti-corpo usado na Artrite Reumatóide), que começou recentemente em ensaios clínicos para ser usado em formas que não respondem a outros medicamentos. O Alemtuzumab, também um anti-corpo monoclonal, usado em Leucemia Mielóide Crónica, também está a ser provado. Como todos os medicamentos que interferem no Sistema Imunitário, estes também tem efeitos adversos e é necessário determinados medicamentos serem cuidadosamente pesados para pacientes específicos.
Os factores de neuro-protecção são substâncias que actuam como protectoras impossibilitando a destruição de neurónios, estão a ser pesquisados e são eles: CTNF, LIF, NMSC e BDNF. Surgem espontaneamente no Sistema Nervoso Central, para impedir a destruição de neurónios. Activadas estas substâncias poderiam desempenhar um papel no controlo da fase degenerativa da doença.
Os medicamentos actuais seguirão ainda por algum tempo, já que a ciência não passa etapas, os novos medicamentos necessitam de ser eficientemente ensaiados em exames submetidos. Estes estudos evoluem graças ao trabalho contínuo de infinitas pessoas anónimas nos seus laboratórios, inclinam-se sobre os conhecimentos actuais da doença tentando dar mais um passo, na procura de um medicamento cada vez mais eficaz para esta doença.
Com este trabalho concluiu-se que a esclerose múltipla continua a ser um dos mistérios da medicina, não é evitável ou curável, embora já existam medicamentos que modificam de forma benéfica a sua evolução. No entanto a ciência assenta em algumas teorias que tentam explicar as origens desta doença. O nosso organismo tem um sistema de defesa - sistema imunitário – que destrói vírus e bactérias, se este sistema se “engana e começa a atacar células do próprio corpo surge um fenómeno chamado reacção auto-imune”. Não é uma doença contagiosa nem hereditária.