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Neutralização: Uma Reacção Ácido-Base - NotaPositiva

O teu país

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Alexandra Faria

Escola

Escola Secundária Domingos Rebelo

Neutralização: Uma Reacção Ácido-Base

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Resumo do trabalho

Relatório de actividade experimental cujo objectivo foi conhecer processos para neutralizar resíduos de ácidos/bases, realizado no âmbito da disciplina de Química (11º ano).


Introdução:

No laboratório realizamos a actividade laboratorial AL3 – Neutralização: uma reacção ácido-base. Na sua realização tivemos como objectivos base: o reconhecimento do laboratório como um local de trabalho onde a segurança é fundamental na manipulação de todo o material, equipamento, ácidos e bases, pelo que ao longo desta actividade tivemos cuidados no manuseamentos dos reagentes, evitando o seu contacto directo com a pele e a inalação de gases provenientes destes; não devemos esquecer ainda o uso de óculos de protecção, bata e luvas.

Conhecer processos para neutralizar resíduos de ácidos/bases, o que nos permite pois responder à questão problema desta actividade: “Como minimizar os efeitos de uma queimadura com ácido sulfúrico?”. Deve ser-lhe adicionada uma base, pois esta neutraliza o efeito do ácido.

Previamente, tivemos a necessidade de saber o que é e como se realiza uma titulação; pelo que, uma titulação consiste num método de análise volumétrica para determinação da concentração de uma solução mediante a utilização de uma solução padrão de concentração rigorosamente conhecida (neste caso NaOH), contida numa bureta (o titulante), que se adiciona lentamente á solução em análise (o titulado: solução cuja concentração se pretende determinar.).

Numa titulação o pretendido é conhecer o ponto de equilíbrio, ou seja o ponto exacto em que termina a titulação - ponto de equivalência - mas na verdade o que se conhece é o ponto final, momento em que há variação de uma propriedade física ou química no titulado. A diferença entre o ponto de equivalência e o final chama-se erro de titulação. Neste caso, a alteração física observada na experiência feita, foi a da coloração (por mais de 30 segundos) da substância, devido á adição prévia de um indicador colorimétrico (fenolftaleína). Um indicador colorimétrico ácido-base é um par conjugado ácido-base, em que as formas ácidas e básicas são responsáveis por cores diferentes de soluções. Por isso, há que ter em conta, a correcta selecção dos indicadores em cada titulação, pois este deve mudar de cor bruscamente, e a sua zona de viragem tem de estar contida na zona de variação brusca de pH, embora seja preferível que a zona de viragem contenha o pH no ponto de equivalência (ver anexos).

Aprofundando agora as titulações ácido-base, a que se refere o trabalho realizado, tal como o próprio nome indica, nesta volumetria a reacção que ocorre é uma reacção ácido-base e a propriedade que varia ao longo da titulação, à medida que se adiciona titulante, é o pH do titulado. É, portanto, muito importante conhecer o tipo de variação do pH no decurso de uma titulação de ácido-base. Ao efectuar-se um gráfico de variação do pH em função do volume adicionado de titulante obtêm-se uma curva a que se chama curva de titulação.

Podemos considerar três tipos diferentes de titulações:

1 - Titulações envolvendo um ácido forte e uma base forte;

2 -  Titulações envolvendo um ácido fraco e uma base forte;

3 -  Titulações envolvendo um ácido forte e uma base fraca.

A titulação realizada envolveu um ácido forte e uma base forte. Quando temos uma reacção entre um ácido e uma base fortes, a ionização do ácido e a dissociação da base são ambas completas. A 25ºC e no ponto de equivalência a solução é neutra, pelo que o pH da solução é 7.

Outra das fases importantes nas titulações é a fase dos cálculos. O cálculo da concentração da solução a analisar faz-se partindo de um cálculo estequiométrico simples. Para tal, conhece-se a equação química que traduz a reacção ocorrida na titulação, e também o volume do titulante e o volume ou massa de titulado gasto na titulação. Aplica-se, então, a seguinte fórmula: CA x VA = CB x VB .

Respondendo à questão problema desta actividade: “Como minimizar os efeitos de uma queimadura com ácido sulfúrico?”, deve ser-lhe adicionada uma base, pois esta neutraliza o efeito do ácido.

Material:

4 Balões Erlenmeyer;

1 Bureta de 50,00 mL;

1 Esguicho;

1 Funil para buretas;

1 Pipeta volumétrica de 20 mL;

1 Placa com agitador magnético;

1 Pompete ou pipetador automático;

1 Suporto Universal com garras;

1 Sensor de pH ou medidor de pH.

Reagentes:

Solução de ácido forte (HCl), 0,050 mol.dm-3;

Solução de base forte (NaOH), 0,10 mol.dm-3;

Solução alcoólica de fenolftaleína e/ou indicador de metilo.

Procedimento Experimental:

1ª Parte – Para a titulação

  • Medir rigorosamente, com uma pipeta, 3 tomas de 20,00cm3 para cada um dos três balões de Erlenmeyer. Perfazer com água destilada até à marca (500 mL) e homogeneizar com uma vareta.

  • Adicionar 3 gotas do indicador a cada balão.

  • Encher a bureta, depois de devidamente preparada, com solução-padrão de NaOH, de concentração rigorosa.

  • Registar o volume inicial de titulante na bureta, atendendo aos algarismos significativos.
  • Proceder à adição cuidadosa de titulante até ocorrer a viragem de cor do indicador, que permaneça por agitação durante 30s.

  • Registar o volume final de titulante na bureta, atendendo aos algarismos significativos.
  • Repetir o ensaio até obtenção de três volumes concordantes (ΔV= 0,10 cm3)
  • Lavar de imediato e abundantemente a bureta com água da torneira.

2ª Parte – Para o traçado da curva de titulação

  • Medir rigorosamente, com pipeta, 1 toma de 20,00cm3 para um balão de Erlenmeyer.

  • Encher a bureta, depois de devidamente preparada, com solução-padrão de NaOH de concentração rigorosa.

  • Registar o volume inicial de titulante na bureta, atendendo aos algarismos significativos.
  • Proceder á adição cuidadosa de pequenos incrementos de volume de titulante, registando o valor de pH após cada adição com agitação.

  • Lavar de imediato e abundantemente a bureta com água da torneira.

Apresentação/Interpretação dos Resultados:

A concentração do titulante tem de ser rigorosamente conhecida, estando pois previamente preparada, não podendo assim ser preparada na escola, pois o material lá existente não permite a obtenção de uma solução precisa.

1ª Parte:

À medida que se ia adicionando, gota a gota, o titulante (NaOH), a cor inicial do titulado (HCl), ao qual foram previamente adicionadas 3 gotas de Fenolftaleína, ia alterando a sua cor, ganhando uma tonalidade carmim. Nas primeiras gotas, essa cor, no entanto, desaparecia, sendo que apenas se mantinha após algumas gotas de titulante.

O quadro seguinte refere-se aos valores do volume de titulante utilizado, para se atingir o ponto de equivalência da reacção.

Ensaio Medição do volume de titulante
Vi (mL) Vf (mL) Volume efectivamente utilizado (ΔV – mL)
1 0 20,40 20,40
2 0 20,30 20,30
3 - - -

2ª Parte: 

pH Vad. NaOH/mL pH Vad. NaOH/mL
1,62 0,00 3,50 19,90
1,79 5,60 3,67 20,00
1,98 10,00 3,97 20,10
2,09 12,00 4,30 20,20
2,22 14,00 5,09 20,25
2,39 16,00 6,25 20,30
2,52 17,00 9,37 20,35
2,60 1750 9,95 20,45
2,69 18,00 10,61 20,60
2,78 18,50 11,13 21,00
2,95 19,00 11,58 22,00
3,16 19,50 11,79 23,00
3,29 19,70 12,00 25,00

Cálculos:

[NaOH] = 0,1 M

V= 25 mL

[HCl] = 0,05 M

V = 20 mL

Calcular o volume de NaOH

No ponto de equivalência:

nB = nA

como:  C=n/v  temos que:  [NaOH] x Vef.gasto = [HCl] x VHCl

0,1 X Vef.gasto = 0,05 X 20 Û Vef.gasto = 10 mL

Calcular a concentração inicial de HCl

Durante a titulação:

HCl(aq) 1 mol       +      NaOH(aq) 1 mol        →         H2O(l)      +       NaCl(aq)

nHCl = nNaOH

CHCl X VHCl = CNaOH X VNaOH → Vef.gasto = 10 mL

CHCl X 20 = 0,1 X 10 Û CHCl = 0,05 M

Após a realização da experiência, e depois de feitos os cálculos, verificou-se que os volumes utilizados nos diferentes ensaios foram diferentes, embora se encontrassem dentro dos valores correctamente admissíveis. Estes valores representam aproximadamente o ponto de equivalência da reacção, que observamos a partir da mudança de cor do indicador adicionado ao titulado (Fenolftaleína) à medida que se foi adicionando o titulante (NaOH). Assim, a cor inicial da solução de HCl (titulado), foi substituída por uma cor carmim, cuja permanência nos acusa o ponto de equivalência.

O pH inicial da solução de HCl é baixo. À medida que adicionamos NaOH, o OH- reage com o ácido, e o pH começa a subir gradualmente. Perto do ponto de equivalência, a variação de pH com a adição de base é muito brusca e a curva de titulação torna-se praticamente vertical. Depois de todo o ácido ser consumido, a adição de mais base sobe o pH cada vez mais lentamente, até que o pH da solução seja semelhante ao da base.

Neste tipo de titulação (cuja reacção é completa), o ponto de equivalência é superior a 7, porque neste ponto a solução resultante da reacção entre titulante e titulado tem pH maior que 7, devido ao facto do sal formado (que está em solução aquosa) derivar do ácido fraco e da base forte. Foi também devido a isto que utilizamos a Fenoftaleína como indicador.

A reacção ocorrida pode ser representada pela seguinte equação química: HCl(aq)+NaOH(aq) à H2O(l)+NaCl(aq).

Anexos: Indicadores ácido-base



266 Visualizações 09/05/2020