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Trabalho escolar sobre o Reinado de D. Sebastião, realizado no âmbito da disciplina de História (10º ano de escolaridade)...
Considerado por Luís Vaz de Camões, em “Os Lusíadas”, o defensor da Lusitânia antiga e baluarte da independência do País face à Espanha imperial de Filipe II, D. Sebastião é também visto como um” louco destemido” que arruinou Portugal ao perder a batalha de Alcácer Quibir para os mouros. Certo é que ninguém fica indiferente à sua figura, modelo do português ambicioso e conquistador que sonha com a conservação da independência da Nação.
Monarca português, filho do príncipe D. João e de D. Joana de Áustria, nasceu em 1554, em Lisboa, e morreu em 1578, em Alcácer Quibir. Décimo sexto rei de Portugal e sétimo da Dinastia de Avis [1] (1557-1578), é conhecido pelo cognome de "o Desejado" pois o seu nascimento foi esperado com ansiedade, enchendo de contentamento o povo, uma vez que a coroa corria o perigo de vir a ser herdada por outro neto de D. João III, o príncipe D. Carlos, filho de Filipe II de Espanha sendo então D. Sebastião o melhor herdeiro para dar continuidade à Dinastia de Avis.
D. Sebastião herdou o trono de seu avô, D. João III, porque, apesar de este ter tido vários filhos, todos eles acabaram por falecer precocemente. Como era menor, ficou como regente sua avó D. Catarina, apesar de D. João III não ter deixado testamento mas apenas uns apontamentos em que a indicava como regente.
Sua mãe, D. Joana, de acordo com o contrato nupcial, teve de regressar a Castela após a morte do príncipe D. João. A regente D. Catarina, por influência do cardeal D. Henrique, começou por pedir ao Papa a fundação da Universidade de Évora, que entregou aos Jesuítas que criaram assim D. Sebastião. Continuou a política de D. João III quanto ao Norte de África, querendo abandonar Mazagão, que, entretanto, teve de defender dos ataques mouros. Acusada de sofrer influências da Corte espanhola, pede a demissão de regente nas Cortes de Lisboa de 1562, continuando, no entanto, como tutora de D. Sebastião. Foi eleito como regente, nessa altura, o cardeal D. Henrique, tio de D. Sebastião. Nestas Cortes o povo manifestou a sua preocupação quanto à educação do rei, sobre a questão da sucessão e sobre a inalienabilidade de todo o território nacional, aspectos que D. Henrique vai ter em conta durante a sua regência, até D. Sebastião completar catorze anos.
D. Sebastião teve uma educação cuidada, mas era de um temperamento e humor variáveis, sujeito a períodos de depressão, e de carácter um pouco influenciável por aqueles que o cercavam. As lutas que entretanto houve no Norte de África, como na defesa de Mazagão, levavam-no a pensar em futuras acções em África. Quando atinge os catorze anos, em 1568, D. Sebastião toma conta do governo e logo trata de reorganizar o exército, preparando-se para a guerra. Entretanto, para o país, o grande problema era o da sucessão do rei, pois era solteiro e parecia não se preocupar com isso, tendo-se “inutilizado” várias negociações matrimoniais, circunstância que D. Sebastião atribui ao facto de não ter prestígio militar, o que o leva a sonhar cada vez mais com grandes feitos heróicos. Na Corte tentam fazer-lhe ver o perigo de tais acções sem primeiro ter assegurado a sucessão.
Mas D. Sebastião ignora tais conselhos e, em 1572, deixa a regência a D. Henrique e faz uma viagem pelo Norte de África. Nessa mesmo ano, o rei D. Sebastião recompensou Camões pelos serviços prestados ao reino durante a sua passagem pelo Oriente e por Os Lusíadas, entretanto publicados atribuindo-lhe uma tença anual de 1500 reis. O pretexto que D. Sebastião aguardava aparece com um problema surgido no Magrebe. D. Sebastião toma partido por uma das partes, sonhando dominar essa área e recuperar as praças antes abandonadas. O próprio rei, contra todos os conselhos, parte à frente de um exército que ele próprio preparara.
Apesar de toda a bravura no combate, o exército português foi derrotado em Alcácer Quibir, e nessa batalha morre o rei D. Sebastião e uma grande parte da juventude portuguesa. Este desastre vai ter as piores consequências para o país, colocando em perigo a sua independência. O resgate dos sobreviventes ainda mais agravou as dificuldades financeiras do país. O cadáver de D. Sebastião foi encontrado e reconhecido, estando sepultado no Mosteiro dos Jerónimos. A crença popular não aceitou a sua morte e daí nasceu o mito do Sebastianismo[2]. Como faleceu solteiro e sem descendentes, vai-lhe suceder o tio, o cardeal D. Henrique.
[1] A Dinastia de Avis também conhecida por Joanina ou Segunda dinastia foi uma dinastia de Reis de Portugal, que reinou no país entre 1385 e 1580. Inicia-se depois da derrota de Castela na batalha de Aljubarrota a 14 de Agosto de 1385 e no fim da crise de 1383-1385, quando o Mestre da Ordem de Avis, D. João, filho natural de el-rei D. Pedro I foi aclamado rei nas Cortes de Coimbra. A dinastia de Avis termina depois da morte de D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir (24 de Agosto de 1578) e da morte sem descendência faz sucessor, o seu tio D. Henrique.
[2]Ideologia messiânica que atravessou de forma singular a história portuguesa desde o século XVI, consistindo na crença no advento iminente de um rei libertador. O sebastianismo não foi apenas a fé no regresso de D. Sebastião, sobrevivente de Alcácer Quibir, mas um conjunto de temas messiânicos sucessivamente reelaborados em contextos de crise e de indefinição política.