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Modelo Ecológico do Desenvolvimento - NotaPositiva

O teu país

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Soraia Silva

Escola

Escola Secundária da Sé

Modelo Ecológico do Desenvolvimento

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Resumo do trabalho

Trabalho sobre O Modelo Ecológico do Desenvolvimento, o papel dos contextos de vida no comportamento dos indivíduos, realizado no âmbito da disciplina de Psicologia (12º ano).


Introdução

O presente trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Psicologia, no estabelecimento da escola Secundária da Sé. O tema tratado será o papel dos contextos de vida no comportamento dos indivíduos.

Com este trabalho pretendemos analisar vários assuntos que se encontram relacionados com o tema acima referido. Ao fazermos a análise ao tema temos, em primeiro lugar,  como objectivo caracterizar os diferentes contextos de existência dos indivíduos, ou seja, entender melhor os diferentes contextos em que vivem os os indivíduos, caracterizando cada um dos sistemas e como se posicionam os indivíduos nos diferentes tipos de sistemas.

Em seguida, temos como objectivo compreender e interpretar as inter-relações entre os contextos. Deste modo, vamos tentar perceber como se relacionam os diferentes contextos de vida e as consequências das inter-relações existentes.

Por fim, iremos explicar a forma como os contextos influenciam os comportamentos dos indivíduos. Assim, aprofundaremos assuntos como a influência dos contextos no dia-a-dia e, também, a principal influência que o indivíduo exerce sobre os contextos.

Portanto, todos estes assuntos irão ser referidos ao longo do trabalho, de modo a que possamos compreender melhor os tipos de relações que nos rodeiam.

Com o intuito estudar o comportamento, o desenvolvimento e os processos psicológicos dos seres humanos, Urie Bronfenbrenner desenvolveu um novo modelo explicativo na área da psicologia social, criticando a forma tradicional de se abordar o desenvolvimento humano devido ao facto de os estudos que a suporta terem sido feitas “fora do contexto”. Em 1977, este autor afirma “essas investigações focalizavam, somente, a pessoa em desenvolvimento dentro de ambiente restrito e estático, sem a devida consideração das múltiplas influências dos contextos em que os sujeitos viviam". Para além disto, afirmou que “muita da Psicologia do Desenvolvimento, como existe actualmente, é a ciência dos estranhos comportamentos de crianças em situações estranhas, com adultos estranhos, nos mais curtos períodos de tempo possíveis”.

Afirmam os investigadores que, antes de Bronfenbrenner, os psicólogos infantis estudaram a criança, os sociólogos examinaram a família, os antropólogos a sociedade, os economistas o quadro económico dos tempos e os cientistas políticos a estrutura. É no contexto da sua teoria ecológica do desenvolvimento humano que estes ambientes - da família às estruturas económicas e políticas - passaram a ser encarados como parte da vida abarcando tanto a infância como o estado adulto. A abordagem ecológica de Urie privilegia estudos em desenvolvimento de forma contextualizada e nos ambientes em que se processa a vida dos indivíduos. As observações, as experiências não poderiam recorrer em laboratório. O seu campo de pesquisa é o conjunto dos contextos onde decorre a vida das pessoas, no seu meio natural de vida.

Portanto, o modelo ecológico do desenvolvimento perspectiva o ser humano de um ponto de vista global e integrado, sendo que o conceito de pessoa tem de ser visto enquadrando-a nos seus contextos de vida. Por outro lado, neste modelo encontra-se presente a doutrina do Holismo, que defende que o todo não é a mera soma das partes, existindo propriedades que faltam aos elementos individuais que o constituem. Então o que existe, nomeadamente no ser humano e no seu comportamento, compreendem-se como todos globais e não como parcelas isoladas e desligadas. Deste modo, existe uma multiplicidade de sistemas, contextos ou ambientes com os quais a pessoa interage continuadamente e ao longo do tempo, sendo modificada e provocando modificações nesses mesmos contextos. Concluindo, e perspectiva ecológica do desenvolvimento é útil para que se consiga ter uma imagem mais abrangente dos múltiplos factores, tanto pessoais como do contexto, que influenciam a trajectória do desenvolvimento de uma pessoa.

CONTEXTOS

Como já vimos, os contextos influenciam a nossa vida, quer seja de forma directa ou indirecta. São contextos o meio, o ambiente que nos rodeia, como por exemplo a casa onde se habita, a família, os amigos, a escola, o lugar onde se passam os tempos livres, o país em que nos situamos, o continente, a época, enfim. Todos estes são contextos que fazem parte de nós, sendo que cada um tem o seu tipo de relação connosco, e por isso a influência de cada um é diferente no nosso desenvolvimento pessoal.

Os mais variados tipos de contextos estabelecem entre si  uma interacção mútua, influenciando-se uns aos outros. Assim, apesar de não se poderem separar facilmente, cada um apresenta as suas características próprias, ou seja, não são cópias uns dos outros. Por consequência, estes tipos de contextos são organizados como uma série de sistemas inter-relacionados.

Note-se que os componentes de cada um destes sistemas varia conforme a pessoa a que nos referimos. Assim, diferentes pessoas correspondem diferentes componentes, podendo ou não ter elementos comuns, e também corresponde a uma influência diferente, isto é, um desenvolvimento pessoal diferente. Em conclusão, o ambiente ecológico é definido por Brofenbrenner como um sistema de estruturas agrupadas, independentes e dinâmicas.

Apresentam-se, então, cinco sistemas: o microssistema, o mesossistema, o exossistema, o macrossistema e, por fim, o  cronossistema.

ambiente-ecologico

Microssistema

O primeiro nível é definido, por Urie, efeito de influências proximais – ambientais e do organismo – que advêm do interior do indivíduo, das suas características físicas e da distinção de objectos do ambiente imediato, que caracterizam a relação face a face. Segundo Bronfenbrenner, este nível mais “interno” de comunicação é chamado de microssistema, e devem ser incluídas nele  as relações familiares, as relações na sala de aula entre colegas e com os professores, e as relações com os amigos no recreio.

Com efeito, este é um nível em que os indivíduos interagem directa e continuadamente, tanto com as pessoas que se incluem nestes ambientes, como com os objectos e símbolos presentes. Na medida em que estes se designam como os contextos de vida mais directos e mais próximos, permitem que se encontre os processos que facilitam ou dificultam o desenvolvimento pessoal de cada um. Então, podemos prever que estes contextos sejam de elevada importância para a compreensão do desenvolvimento psicológico e do comportamento das pessoas que deles fazem parte. Deste modo, com certeza as crianças e os adolescentes que vivem com a família de origem têm na própria família o microssistema central do seu ambiente ecológico, noutros casos, as crianças e os adolescentes que vivem em instituições de acolhimento têm na instituição o microssistema central do seu ambiente.

As relações que são estabelecidas nestes contextos (família, pares) têm uma poderosa influência na forma de ver o mundo e de cada indivíduo se comportar. Para além disso, também as relações com os símbolos e objectos fazem com que se aprenda a utilizar os mesmos e a construir significados.

Todos nós compreendemos que a nossa relação com a família e, por consequência, as aprendizagens que fazemos, enfim, influenciam o resto dos nossos ambientes, tal como a relação com os amigos, a escola, e vice-versa. Decerto se pode referir que os ambientes do microssistema estão interligados, ou seja, não existem isolados uns dos outros, e por isso a sua influência não pode ser compreendida sem se ter em conta a influência de outros contextos.

Mesossistema

O mesossistema refere-se aos elos e aos processos entre dois ou mais ambientes, nos quais os indivíduos se desenvolvem, isto é, a interacção entre os diversos microssistemas. Então, as experiências num dos contextos tem consequências sobre as experiências que existem e se configuram noutros contextos onde a pessoa em questão participa.

Desta forma, o mesossistema das crianças e dos adolescentes em família consiste nas interacções entre a sua família e a comunidade local (a religião, os transportes, os restaurantes e cafés, os locais de compras, as associações, clubes desportivos e parques de lazer públicos), entre a família e a escola, e entre a família e os seus parentes (avós, tios, primos), entre outros. Para as crianças e adolescentes acolhidos em instituições, o mesossistema consiste nas interacções entre a instituição e a sua família de origem, entre a escola e o acolhimento, como também entre a família de origem e seus parentes, vizinhos, e o meio social no qual a família se move.

Como é evidente, as possibilidades de relação entre contextos que se configuram como mesossistema são inúmeras para cada pessoa.

O microssistema e o mesossistema representam os ambientes cujos níveis de relação são proximais, face a face e com contacto físico, e as suas influências são mais evidentes, sendo de crucial importância para os processos de desenvolvimento.

Exossistema

Para além dos contextos e suas interacções já referidas, existem outros ambientes em que se participa indirectamente. Apesar disto, exercem influência e interagem com os nossos contextos.

São exemplos de exossistemas a relação entre a família, ambiente constituinte do microssistema, e o local de trabalho dos pais. Isto porque, apesar de o indivíduo não participar activamente no local de trabalho dos pais, o que lá acontece influencia directamente os seus pais e, portanto, o ambiente e a relação com eles.

Na medida em que, o mesossistema e o exossistema, a partir de suas dinâmicas de funcionamento, irão influenciar a vida e as relações destas crianças e adolescentes, é fundamental que haja comunicação e harmonia entre estes ambientes.

Macrossistema

O macrossistema, por sua vez, é o sistema mais amplo, abrangendo os valores, as ideologias, a organização e os processos das instituições sociais comuns a uma determinada cultura. Fazem parte do macrossistema os padrões socioculturais, as instituições políticas e sociais, os valores, as crenças, os costumes. Estes elementos influenciam as experiências possíveis nos outros contextos, tanto como as acções e construções realizadas a partir delas. Por outro lado, influenciam as práticas e convenções associadas aos diversos papéis desempenhados pelo indivíduo e pessoas com quem se relaciona (distinções culturais entre género, idade, profissão, educação, etnia, etc.).

Além disto, têm influência ao nível do mesossistema, na medida em que se transmitem as práticas e costumes para os outros contextos.

Cronossistema

A partir do cronossistema conseguimos incorporar uma dimensão temporal no contexto de uma vida. Isto é extremamente importante, visto que o tempo relaciona-se com mudança. Ao introduzirmos o conceito de tempo nos contextos podemos aperceber-nos dessas mesmas mudanças, da configuração dos múltiplos sistemas, e da alteração das relações e das influências.

A dimensão do cronossistema inclui mudanças que podem ser graduais ou abruptas. Por outro lado, podem ser centradas no ambiente ou na pessoa em desenvolvimento e ainda diferentes graus de consistência.

Inter-relações entre os contextos

Como compreendemos já dos conteúdos anteriormente analisados, contexto é um meio situacional em que a pessoa ou organismo vive, ou ao qual está ligado e que de um modo mais ou menos directo influenciam a nossa vida. É também um meio ambiente, em que o indivíduo está inserido e onde se desenrolam processos de desenvolvimento, como por exemplo: a família, a escola, o grupo de amigos, local de trabalho, etc. Nestes diferentes contextos em que vivemos é fácil perceber que todos se encontram interligados. Essas ligações podem ser geográficas (por exemplo, entre a nossa escola e a comunidade, entre os nossos vizinhos e a nossa família), ou ser estabelecidas através da presença das mesmas pessoas, de valores, normas e ideais por elas transmitidos em vários contextos, ou mesmo através de um conjunto de padrões culturais que estão presentes nos diferentes contextos.

Todos estes factores concorrem para a conexão dos diferentes contextos de vida dos indivíduos e podem, dependendo dos casos, contribuir para uma maior ou menor influência no desenvolvimento de cada um.

Além de os contextos de vida de cada um não existirem separados, eles influenciam-se mutuamente a diversos níveis, a todo o momento. Consideremos o exemplo do falecimento de um filho e irmão. Esta situação vai afectar os diferentes contextos dos membros da família, sendo, assim, considerado um momento de crise dos pais e restante família, que tenta superar esta fatalidade. Assim, claramente que todos os contextos irão sofrer alterações, tais como o emprego, a escola, as relações familiares e com os amigos, o que nos alerta para a influência mútua que ocorre entre os diversos níveis do contexto. Consequentemente, o desenvolvimento pessoal será doravante marcado por esta situação.

As convergências e conflitos são, portanto, ultrapassados por cada um de diferentes maneiras, dependendo, assim, das experiências e das características pessoais que cada um traz consigo, dos recursos e apoios a que pode aceder, dos processos de auto-organização do sujeito e das características da relação contexto -sujeito. De tudo isto resulta o ser humano.

 O contexto de cada um

O contexto de cada um é um sistema muito amplo, sendo que é afectado pelos:

  • Lugares como a escola e a família;
  • Elementos onde se encontram os valores e ideias da sociedade;
  • Significados das práticas sociais e instituições como o casamento ou o divórcio;
  • Subsistemas como, por exemplo, o da relação entre casal e filhos, ou da relação professores - alunos.

As mudanças que ocorrem influenciam continuamente o que se passa nos outros lugares, elementos e subsistemas. Estas influências que o contexto tem em cada um de nós são profundamente dinâmicas.

Uma configuração de influências mútuas é exercida em cada pessoa, a todo o momento. Esta leva a pessoa a tomar determinadas acções e reacções, consoante as características de cada um. Para explicar o comportamento dos indivíduos de forma situada e contextualizada, e também quando se pretende agir sobre os indivíduos e os contextos, é importante compreender como se processam estas influências.

É imperativo que distingamos as diferentes interacções entre os contextos de vida. Sendo assim, podemos distinguir:

  • Inter-relações no interior de cada contexto – quando os subsistemas de um mesmo contexto interagem entre si, como por exemplo nas família  desenvolvem-se assim relações próprias entre os seus membros – pai, mãe, filhos, irmãos, ( …) - que geram a dinâmica geral do núcleo familiar, existindo, assim, uma relação entre os diferentes membros da família. Com isto podemos concluir que cada um dos elementos de determinado contexto afecta todos os outros.
  • Inter-relações entre contextos – os contextos interagem uns com os outros e afectam-se mutuamente, visto que não são isolados uns dos outros. Podemos constatar este facto através da análise da definição de mesossistema (ligação dos microssistemas de cada um).
  • Inter-relações entre o indivíduo e os contextos – Como o indivíduo é activo não sofre passivamente a influência dos contextos. Assim, a sua acção afecta e influencia os contextos e os ambientes em que participa, fazendo assim com que estes se transformem.

As redes sociais

A rede social é fundamentalmente o conjunto de ligações, relações e interacções entre diferentes pessoas, que têm como objectivo resolver problemas comunitários.

Este tipo de redes podem diferenciar-se no número de membros, na proximidade de ligação entre os membros, podem ser lugares onde o indivíduo pode procurar apoio e recursos, ou locais onde o indivíduo pode disponibilizar os seus recursos, prestando, assim, apoio.

Os efeitos das redes sociais

Os membros da rede social de uma pessoa podem ter um impacto positivo na redução de determinados problemas e situações a diferentes níveis.

As redes sociais têm uma grande influência no desenvolvimento e comportamento dos indivíduos, pois são fontes muito importantes de informação sobre o contexto. Ao disponibilizarem interacções significativas que ocorrem nos contextos de vida de cada um, orientam os indivíduos sobre como se devem comportar nos contextos, sobre o que é esperado deles, e o que significam determinados gestos e actividades. Cada ser humano é aquilo que é, e comporta-se de determinada maneira em virtude das múltiplas interacções que estabelece entre ele e os contextos e entre os próprios contextos entre si.

Sintetizando:

Rede social: Orienta o comportamento Þ Permite a adaptação nos diferentes contextos

Papel dos contextos no comportamento

Só é possível compreender as trajectórias de desenvolvimento e os comportamentos nos seres humanos se tivermos em conta o contexto de vida de cada um e, o conjunto dos seus sistemas - microssistema, mesossistema, exossistema, macrossistema e cronossistema -, assim como as relações que se estabelecem entre si.

Entende-se por desenvolvimento o processo que envolve estabilizações e mudanças das características biopsicológicas de um ser humano, não apenas ao longo do ciclo de vida, mas também através de gerações.

Então o seu espírito inquieto leva Bronfenbrenner a reformular a sua teoria: em vez do modelo ecológico do desenvolvimento propõe o modelo bioecológico que reforça a importância das características biopsicológicas da pessoa em desenvolvimento. Passa a dar ênfase à bidireccionalidade em relação à pessoa e ao ambiente em que ela age. Esta interacção ocorre entre o indivíduo e as outras pessoas mas também entre ele e os objectos e símbolos. A abordagem bioecológica de Bronfenbrenner do desenvolvimento humano estilhaçou as barreiras entre as ciências sociais e estabeleceu pontes entre as disciplinas permitindo a emergência de descobertas sobre que elementos chave da estrutura social mais ampla e no interior das sociedades são vitais para o desenvolvimento do potencial da natureza humana.

Deste modo, Bronfenbrenner, perspectiva o ser humano no mundo, de um ponto de vista global e integrado, sem negar o papel incontornável dos contextos. Considera-se assim, que o individuo tem um papel central no seu processo de desenvolvimento.

Estudou também a relevância aos processos proximais, ou seja, os processos que decorrem nos contextos mais próximos (microssistemas), definindo-os como:

“Formas particulares de interacção entre os organismos e o ambiente que operam ao longo do tempo e compreendem os primeiros mecanismos que produzem o desenvolvimento humano.”

A teoria bioecológica ajudou, também, a estabelecer os elementos necessários para a compreensão do que torna humanos os seres humanos. O nosso desenvolvimento enquanto seres humanos não corresponde a um modelo mecanizado, é antes fruto de uma participação activa dos indivíduos, em que criam os próprios contextos. Assim, no desenvolvimento consideramos de forma dinâmica a pessoa em causa; o processo, ou seja, as interacções recíprocas entre o ambiente e a pessoa; o contexto em que se encontra situada e também o tempo. O gráfico seguinte irá demonstrar o dinamismo das interacções entre as quatro dimensões.

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Com base na perspectiva ecológica, o contexto transcende a sua descrição. Segundo o autor, o que assume maior relevância é a forma como indivíduo compreende o contexto em que actua. Os contextos podem ser vividos de formas diferentes consoante a pessoa em causa.

Assim sendo, estes dependem da forma com as pessoas interpretam as normas, os valores e os significados que circunscrevem as possíveis experiências e comportamentos.

Através das interpretações podemos encontrar uma maneira de nos posicionarmos nos conceitos e, assim, interagir com os outros e construir significados para as experiências vividas. Consequentemente, a posição que cada um ocupa é única para cada indivíduo, dependendo de como se configuram os diferentes globalmente os diversos sistemas. Contudo,  mesmo quando se repetem os elementos do contexto a configuração muda de individuo para individuo.

É importante que tenhamos em conta as características pessoais de cada um em todos os processos do desenvolvimento pessoal, em tudo o que participamos. Isto justifica-se pela relação dinâmica entre indivíduo e contexto, que depende sobretudo das características do indivíduo. Para além disso, este ajuste dinâmico que se forma à medida do nosso desenvolvimento, é mais um nível que se deve ter em conta de forma a se compreender como somos. Desta forma, cada um de nós vai tecendo um caminho único conforme os lugares, as relações e as interacções que se dispõem na nossa vida, assim como as oportunidades e recursos que nos circunscrevem. Assim, cada um de nós vai-se encontrando e construindo enquanto ser humano, situado e singular.

As características pessoais

Embora exista uma grande influência dos diferentes níveis do contexto e da sua configuração, o desenvolvimento pessoal vai depender das características pessoais de cada um. Por este motivo, é que o conceito de resiliência é importante para o desenvolvimento deste tema.

A resiliência é definida por processos que explicam a resolução de problemas e adversidades em indivíduos, grupos e organizações. Por tratar-se de um conceito relativamente novo no campo da Psicologia, a resiliência tem sido bastante discutida do ponto de vista teórico e metodológico pela comunidade científica.

Masten e outros psicólogos reconhecem a resiliência como um fenómeno comum e presente no desenvolvimento de qualquer ser humano. Já outros, como Martineau e Yunes, defendem que este conceito descreve a necessidade de cautela no uso deste mesmo termo.

De um modo geral, a resiliência é considerada como uma capacidade de encontrar forças e recursos no mundo pessoal de cada um, o que lhes permite desenvolver trajectórias adaptativas e positivas, mesmo em condições adversas de privação e de risco. A resiliência é, assim, um processo activo, ou seja, as pessoas resilientes conseguem agir sobre os seus contextos de forma a protegerem-se das consequências adversas de determinados factores.

Conclusão

Com a realização deste trabalho coneguimos responder e esclarecer todas as dúvidas inicialmente propostas.

Concluímos, então, que cada um de nós encontra uma série de diferentes contextos que influenciam a nossa vida. São exemplos destes contextos a casa, a família, a escola, etc.

Os contextos são como uma série de sistemas inter-relacionados, tais como: o microssistema, o mesossistema, o macrossistema, o exossistema e, por fim, o cronossistema. Estudámos cada um destes sistemas, o que nos permitiu concluir que o contexto de cada um de nós se organiza de forma dinâmica.

Seguidamente procurámos entender melhor as inter-relações entre os contextos. Compreendemos que os diferentes contextos de vida de uma mesma pessoa se encontram profundamente interligados, e que uma pessoa pode influenciar e ser, ao mesmo tempo, influenciada.

Deste modo, a tentativa de explicar o comportamento dos indivíduos levou-nos a concluir a existência de uma grande diversidade de redes que, por sua vez, influenciam as múltiplas inter-relações que se estabelecem.

Por fim, analisámos o papel dos contextos no comportamento dos indivíduos. São as características físicas, socioculturais, a história pessoal e o modo como cada um constrói a sua relação com o mundo que posicionam de forma diferente cada um nos seus contextos de vida.

Destacando a análise da teoria de Bronfenbrenner, na qual aprofundou o papel do indivíduo nos contextos, e a importância dos microssistemas no processo do desenvolvimento, e  com a restante análise dos outros temas, pudemos concluir que o indivíduo tem a capacidade de transformar activamente os seus contextos de vida.

Bibliografia

  • Ser Humano, MONTEIRO, Manuela Matos, Porto Editora
  • http://w3.ualg.pt/~jfarinha/activ_docente/famcomintdef/matpedag/3_ecologica.pdf
  • http://www.infopedia.pt/$contexto-(sociologia)
  • http://pt.scribd.com/bruxelas/d/28477882-MODELO-ECOLOGICO-DO-DESENVOLVIMENTO
  • http://hermes-eccehomo.blogspot.com/2011/02/normal-0-21-false-false-false-pt-x-none.html



330 Visualizações 18/09/2019