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Trabalho sobre a SIDA (o que é a SIDA, sintomas, diagnóstico, como se contrai, como se previne, como viver com a doença e informação estatística).
Este trabalho foi concebido para que ficássemos todos a compreender factos sobre a SIDA. Neste trabalho fala-se sobre vários temas, nomeadamente, o que é a SIDA, sintomas da doença, como se faz o diagnóstico, de que formas se pode contrair a doença, de que formas nos podemos prevenir, viver com SIDA, a SIDA em Portugal, onde obter informação e apoio sobre os testes do VIH, estatísticas e números sobre a SIDA e um pequeno glossário.
A SIDA é provocada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), que penetra no organismo por contacto com uma pessoa infectada que, começa de imediato a reproduzir-se dentro dos linfócitos T4 (ou células CD4) acabando por matá-las. As células CD4 são, precisamente, os elementos do sistema imunológico que dão indicações às restantes células para a necessidade de proteger o organismo contra agentes invasores. O VIH apenas afecta os humanos, só neles sobrevive e se reproduz e pode ser transmitido de três formas: por contacto sanguíneo; através do sémen e dos fluidos vaginais nas relações sexuais; de mãe para filho, o que pode ocorrer durante a gestação, no momento do parto e durante o amamentamento.
O VIH é um vírus bastante poderoso que, ao entrar no organismo, dirige-se ao sistema sanguíneo, onde começa de imediato a replicar-se, atacando o sistema imunológico, destruindo as células defensoras do organismo e deixando a pessoa infectada (seropositiva), mais debilitada e sensível a outras doenças, as chamadas infecções oportunistas que são provocadas por micróbios e que não afectam as pessoas cujo sistema imunológico funciona convenientemente. Também podem surgir alguns tipos de tumores (cancros).
A infecção com o VIH caracteriza-se por quatro fases diferentes. Ocorre primeiro o período de infecção aguda, até quatro semanas após o contágio e no qual o seropositivo é afectado por diversos sintomas pouco característicos, semelhantes aos de uma gripe, e cuja causa, normalmente, passa despercebida a doentes e médicos. Segue-se um período que pode durar dez a 15 anos (em alguns casos mais em outros menos), no qual, embora o vírus se continue a multiplicar, o seropositivo não apresenta quaisquer sintomas. Nesta fase, apesar de o vírus continuar a matar as células CD4, o organismo consegue repor quase a mesma quantidade de células que são destruídas diariamente.
A terceira fase da doença, em que o organismo já não consegue repor completamente a quantidade de células CD4 destruídas pelo vírus, caracteriza-se por uma imunodepressão moderada, com sintomas e sinais associados. Emagrecimento, suores nocturnos, diarreia prolongada e febre, são alguns dos exemplos de manifestações clínicas nesta fase de evolução da infecção.
A quarta fase, em que o seropositivo passa a ter SIDA, ocorre quando a contagem de células CD4 se torna muito baixa ou quando a pessoa é afectada por outra doença indicadora de um estado de imunodeficiência grave.
O Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) é um lentivírus da família dos retrovírus. É constituído por moléculas de ácido ribonucleico (ARN), com uma única cadeia e possui envelope formado por proteínas.
Os retrovírus infectam predominantemente animais vertebrados. São conhecidos outros retrovírus que provocam síndromes de imunodeficiência adquirida noutras espécies de vertebrados, nomeadamente, o Vírus da Imunodeficiência dos Felinos e o Vírus da Imunodeficiência dos Símios.
Segundo as investigações feitas nesta área, o VIH pode ter evoluído a partir do Vírus de Imunodeficiência dos Símios encontrado nos chimpanzés da África ocidental, e ter passado aos humanos dessa região e daí para o resto do mundo. Esta é a teoria actualmente aceite para a origem do VIH.
Existem dois tipos de vírus da imunodeficiência humana, o VIH-1 e o VIH-2, e tanto um como outro só se reproduzem nos humanos. O VIH-1 é o vírus de imunodeficiência humana mais predominante, enquanto o VIH-2 se transmite com menos facilidade e o período entre a infecção e a doença é mais prolongado.
O vírus tem que entrar no sistema sanguíneo para poder multiplicar-se. Ele infecta e multiplica-se dentro dos linfócitos T4, também conhecidos como células CD4, que fazem parte do sistema imunológico. Ao penetrar na célula, o VIH transforma o seu código genético de ARN em ADN, que lhe permite replicar-se e destruir estas células. Para completar o seu ciclo de reprodução, o vírus utiliza ainda outras duas enzimas, a protease e a integrase.
Todos os dias o organismo produz quase a mesma quantidade de células CD4 para repor a diferença, mas, a partir de certa altura, não consegue aguentar este ritmo. Se a contagem diminui para menos de 200 unidades por mililitro de sangue, diz-se que o seropositivo passou a ter SIDA. O vírus começa a multiplicar-se assim que entra no sistema sanguíneo da pessoa infectada, mas podem passar algumas semanas até que o organismo comece a produzir anticorpos.
Imagens do vírus HIV por microscópio electrónico de transmissão
Algumas pessoas apresentam sintomas semelhantes aos de uma gripe como febre, suores, dor de cabeça, de estômago, nos músculos e nas articulações, fadiga, dificuldades em engolir, gânglios linfáticos inchados e um leve prurido. Calcula-se que pelo menos de 50 por cento dos infectados tenham estes sintomas.
Algumas pessoas também perdem peso e outras, ocasionalmente, podem perder a mobilidade dos braços e pernas, mas recuperam-na passado pouco tempo. A fase aguda da infecção com VIH dura entre uma a três semanas. Todos recuperam desta fase, em resposta à reacção do sistema imunológico, os sintomas desaparecem e observa-se um decréscimo da carga vírica.
Os seropositivos vivem, depois da fase aguda, um período em que não apresentam sintomas, embora o vírus esteja a multiplicar-se no seu organismo o que pode prolongar-se por diversos anos. É neste período que se encontram, actualmente, 70 a 80 por cento dos infectados em todo o mundo.
Na fase sintomática da infecção (mas ainda sem critérios de SIDA), o doente começa a ter sintomas e sinais de doença, indicativos da existência de uma depressão do sistema imunológico. O doente pode referir cansaço não habitual, perda de peso, suores nocturnos, falta de apetite, diarreia, queda de cabelo, pele seca e descamativa, entre outros sintomas.
A fase seguinte na evolução da doença designa-se por SIDA e caracteriza-se por uma imunodeficiência grave que condiciona o aparecimento de manifestações oportunistas (infecções e tumores).
O diagnóstico faz-se a partir de análises sanguíneas para detectar a presença de anticorpos ao VIH. Estes anticorpos são detectados, normalmente, apenas três a quatro semanas após a fase aguda, não podendo haver uma certeza absoluta sobre os resultados nos primeiros três meses após o contágio.
As primeiras análises a um infectado podem dar um resultado negativo se o contágio foi recente, por isso, os testes devem ser repetidos quatro a seis semanas e três meses após a primeira análise. O período em que a pessoa está infectada, mas não lhe são detectados anticorpos, chama-se “período de janela”.
O teste usado é o ELISA (“Enzime Linked Immuno-Sorbent Assay”). Pode usar-se também um outro teste, o “Western Blot”, para confirmar o resultado.
Aos seropositivos realizam-se também testes para avaliar o nível de VIH no sangue. Estes, juntamente com os exames servem para contar o número de células CD4, que são fundamentais para fazer um prognóstico sobre a evolução da doença.
Uma pessoa saudável tem entre 500 a 1 500 células CD4 por mililitro de sangue.
A seropositividade transforma-se em SIDA quando as células CD4 baixam para menos de 200 por mililitro de sangue, ficando assim o organismo mais desprotegido e tornando-se um alvo fácil das chamadas doenças oportunistas.
Através de sangue, sémen, fluidos vaginais, leite materno e, provavelmente, dos fluidos pré-ejaculatórios dos seropositivos. O VIH não se transmite pelo ar nem penetra no organismo através da pele, precisando de uma ferida ou de um corte para penetrar no organismo.
A forma mais perigosa de transmissão é através de uma seringa com sangue contaminado, já que o vírus entra directamente na corrente sanguínea.
A transmissão por via sexual nas relações heterossexuais é mais comum do homem para a mulher, do que o contrário. O contágio pode ocorrer em todos os tipos de relação já que as secreções vaginais ou esperma, mesmo que não entrem no organismo, podem facilmente contactar com pequenas feridas e cortes existentes na vagina, ânus, pénis e boca.
De mãe para filho, o vírus pode ser transmitido durante a gravidez, o parto ou, ainda, através da amamentação.
O VIH pode encontrar-se nas lágrimas, no suor e na saliva de uma pessoa infectada, contudo, a quantidade de vírus é demasiado pequena para conseguir transmitir a infecção.
É durante a fase aguda da infecção, que ocorre uma a quatro semanas após a entrada do vírus no corpo, que existe maior perigo de contágio, devido à quantidade elevada de vírus no sangue.
Actualmente, a transmissão por transfusão de sangue ou de produtos derivados do sangue apresenta poucos riscos, uma vez que são feitos testes a todos os dadores.
Usar sempre preservativo nas relações sexuais, não partilhar agulhas, seringas, material usado na preparação de drogas injectáveis e objectos cortantes (agulhas de acupunctura, instrumentos para fazer tatuagens e piercings, de cabeleireiro, manicura).
Além dos preservativos comuns, vendidos em farmácias e supermercados, existem outros, menos vulgares, que podem ser utilizados como protecção durante as mais diversas práticas sexuais.
É, também, preciso ter atenção à utilização de objectos, uma vez que, se estiverem em contacto com sémen, fluidos vaginais e sangue infectados, podem transmitir o vírus.
Os tratamentos anti-retrovíricos permitem preservar e recuperar parcialmente a função imunológica do organismo, podendo os seropositivos levar uma vida normal ou muito próxima do normal, desde que tomem as devidas precauções e que estejam informados sobre os perigos de determinados comportamentos e actividades.
Não há nada que impeça um seropositivo de fazer exercício, excepto se o cansaço ou outros sintomas o impedirem. Como se sabe, o exercício é importante para a saúde e ajuda a prevenir doenças cardiovasculares. Não se sabe se tem uma influência directa sobre a infecção com o VIH, mas a maior parte das pessoas que pratica exercícios, com regularidade, sente-se física e emocionalmente melhor.
As mulheres seropositivas podem passar o vírus ao filho durante a gestação, no momento do parto e através do aleitamento, portanto, devem reflectir bem sobre essa possibilidade antes de engravidar. Caso o pai seja seropositivo e a mãe seronegativa, existe já a possibilidade de fazer fertilização in vitro com esperma «lavado», ou seja, utilizando apenas os espermatozóides que não estejam infectados. Este sistema, contudo, tem ainda um risco de transmissão de um por cento e não está disponível comummente.
Os seropositivos devem ter bastante atenção ao seu regime alimentar, porque a perda de peso é um dos sintomas da infecção, podendo os doentes, numa fase avançada da doença, emagrecer de forma excessiva. É, também, necessário ter uma boa alimentação para ajudar a manter em forma o sistema imunológico, já que este está a ser afectado pelo vírus.
Desde que se proteja e que tenha em atenção determinadas práticas sexuais, é possível manter um relacionamento sexual. Deve usar sempre preservativo em todos os tipos de relações sexuais, por duas razões, para proteger os parceiros e a si próprio, já que pode ser infectado por uma estirpe diferente do VIH ou por outras doenças sexualmente transmissíveis como a hepatite B. Devem se evitar as relações sexuais se o parceiro for mulher e estiver com o período menstrual.
Em apenas três meses foram registados 884 novos casos de VIH em Portugal, segundo resultados publicados no boletim do Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis (CVEDF) do Instituto Nacional de Saúde.
Entre 1 de Janeiro e 31 de Março, o Centro recebeu o maior número de casos desde que a epidemia entrou no país. Dos 884 casos, 55 por cento não apresentam sintomas da doença, 35,7 por cento são de sida em estado visível, 9,3 por cento estão numa fase intermediária. As idades destes seropositivos vão dos 25 aos 39 anos, e 83,8 por cento são homens.
O total de casos oficiais de VIH em Portugal são 13 287, mas os cálculos apontam para 30 mil. Destes casos identificados, 51,7 por cento são de sida, 9,3 por cento são intermediários e 39 por cento são seropositivos. De acordo com estes resultados a fase intermediária é muito reduzida, o que poderá indicar ou um rápido desenvolvimento do vírus ou uma tardia descoberta do mesmo.
A toxicodependência continua a liderar as causas de transmissão com 33 por cento do total dos casos, seguida pela heterosexualidade (26,6 por cento) e homo/bisexualidade (28 por cento), o que contraria a ideia de que "a sida é a doença das prostitutas e dos homossexuais".
O teste de despiste é comparticipado e qualquer médico de um centro de saúde ou de um hospital público pode passar-te uma credencial de forma a ser possível realizá-lo de forma acessível. No entanto, actualmente existem diversos serviços de despiste anónimo, confidencial e gratuito, que efectuam este serviço sem necessidade de te identificares ou apresentares qualquer tipo de documento ou relatório médico.
Para avaliar as condições de detecção da presença do vírus, deve passar um prazo de três meses (é chamado o período de janela), entre o início da infecção e a realização do teste.
Durante este período, como em qualquer outro, é preciso que a pessoa se proteja e que tome as medidas preventivas para evitar os riscos de transmissão.
Se o teste revelar a presença do vírus, a pessoa é dita seropositiva, ou portadora do VIH.
Anticorpo: Substância que se forma no organismo em resposta a um antigénio, seja alimentar, químico ou biológico. A sua presença significa que a reacção de defesa do corpo atingiu o pico máximo contra o antigénio que está a afectar o organismo.
Carga vírica: Teste que permite a determinação da quantidade de VIH que está a circular pelo organismo de uma pessoa infectada. A carga vírica é calculada em número de cópias de ARN do VIH por mililitros de plasma.
Imunodeficiência: Incapacidade de resistir a infecções por deficiência, congénita ou adquirida, do sistema imunológico.
Linfócitos: Células do sangue presentes no tecido conjuntivo, directamente relacionados com o sistema imunológico. Um dos tipos de Leucócitos ou Glóbulos Brancos. Podem ser de dois tipos: B (Bursa de Fabrícius) e T (Timo).
Síndrome: refere-se ao grupo de sintomas que colectivamente caracterizam uma doença. No caso da SIDA pode incluir o desenvolvimento de determinadas infecções e tumores, tal como a diminuição de determinadas células do sistema imunitário (de defesa).
Com este trabalho fiquei a saber muito mais sobre a SIDA, como a podíamos prevenir e como deveríamos agir se algum dia a contraíssemos. Espero que com este trabalho muitas pessoas fiquem mais sensibilizadas com os números desta doença e que não façam asneiras, pois poderá vir-lhe a custar-lhe a sua própria vida.