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Análise do poema "Gato que brincas na rua" de Fernando Pessoa, realizado no âmbito da disciplina de Português (12º ano de escolaridade)...
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Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
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Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
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És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
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Neste poema o sujeito poético revela tristeza e desolação por não conseguir abolir o viço excessivo do pensamento. O poeta afirma que gostaria de ser a ceifeira, com a sua “alegre inconsciência” – gostaria de sentir sem pensar; mas paradoxalmente, gostaria também de ser ele mesmo, ou seja, ter a consciência de ser inconsciente – o que ele deseja é unir o plano do sentir e o plano de pensar
A relação existente entre os dois poemas existentes no tema “a dor de pensar” apresentam um tema central idêntico: “a dor de pensar” provocada pela intelectualização do sentido. “Ceifeira” e “Gato” são símbolos de uma alegre inconsciência, enquanto Pessoa afirma para si uma espécie de trituração mental que o conduz a parte alguma – “o que em mim sente, ‘stá pensado!”