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Análise do poema "Não sei ser triste a valer" de Fernando Pessoa, realizado no âmbito da disciplina de Português (12º ano de escolaridade)...
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Não sei ser triste a valer
Nem ser alegre deveras.
Acreditem: não sei ser.
Serão as almas sinceras
Assim também, sem saber?
..
Ah, ante a ficção da alma
E a mentira da emoção,
Com que prazer me dá calma
Ver uma flor sem razão
Florir sem ter coração!
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Mas enfim não há diferença.
Se a flor flore sem querer,
Sem querer a gente pensa.
O que nela é florescer
Em nós é ter consciência.
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Depois, a nós como a ela,
Quando o Fado a faz passar,
Surgem as patas dos deuses
E ambos nos vêm calcar.
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'Stá bem, enquanto não vêm
Vamos florir ou pensar.
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Este poema foi escrito para caracterizar o homem, que sente e pensa. Nele a razão e a emoção são mentira porque não se conjugam. Por seu lado, a flor, nem sente nem pensa e, no entanto, desabrocha sem precisar de razão e de coração. Para a flor, florescer é um acto involuntário, tal como é um acto involuntário para o homem pensar.
O sujeito poético procura realçar um apelo irónico ao “carpe diem” que procura sugerir que, enquanto a morte não chega, devemos aproveitar cada momento da vida, seja florindo inconscientemente como uma flor, seja pensando, como é inevitável no homem.