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Resumo/Apontamentos sobre a dimensão social e cultural dos valores, realizado no âmbito da disciplina de Filosofia (10º ano).
Processo de integração de um indivíduo num grupo social a que pertence pela aprendizagem de regras, costumes, hábitos, etc. Este processo inicia-se com o nascimento e prolonga-se com a vida de cada indivíduo. Numa primeira fase, neste processo predomina a imitação e imposição, (ex1: se não lavares as mãos, não comes; ex2: imitar o irmão a saltar. – acções passíveis de ser observáveis em crianças). De seguida, procede-se o relacionamento entre crianças; são exemplos: aprendizagem da partilha e da divisão de objectos pessoais, nomeadamente, brinquedos. Numa outra fase, predomina a instrução de novas práticas e o seu aprofundamento, que se inicia com a entrada na escola primária. Quando o indivíduo entra na escola secundária, tem agora tendência para tentar fazer o que é suposto que se faça segundo a sociedade em que estão inseridos. Nessa fase fortalecem-se as relações interpessoais, (ex: melhor amigo e melhor amiga). De seguida advém a última fase, que se inicia por volta dos 18 anos e que se prolonga até ao fim da vida do sujeito. É a fase de cristalização, que é quando as pessoas se começam a tornar retrógradas, tendo os seus conceitos adquiridos e consolidados, não aceitando normas diferentes.
Socialização → Cultura (valores)
O Homem começou a produzir cultura por necessidade de adaptação que lhe veio permitir ultrapassar as suas deficiências físico-biológicas.
Ex: proteger-nos com pelos para combater o frio
As necessidades também podem ser de conforto e facilidade.
Ex: máquinas de lavar; casas inteligentes.
Aniquilação não. Apenas iremos sofrer algumas alterações nas nossas capacidades face às necessidades que sentimos, segundo a nossa sociedade. Por exemplo, antigamente era privilegiada a capacidade física para a mão-de-obra, enquanto hoje em dia se valoriza mais a capacidade mental.
A herança cultural define-nos a partir do grupo ou sociedade a que pertencemos. Do ponto de vista do filósofo Taylor, o conceito de identidade é inseparável do de cultura porque cada sujeito é identificável através da sua cultura. Isso significa então, que aquilo que nós somos não pode conceber-se sem termos em conta a nossa vida inserida num determinado contexto cultural.
Multiculturalidade ou diversidade cultural – pluralidade de grupos sociais, consoante a época e espaço geográfico em que se inserem.
Estas diferenças tiveram origem nas condições ambientais, nos recursos naturais à disposição e ao modo como as pessoas se ligam umas com as outras.
A sua existência é um dado inquestionável. Ninguém pode afirmar que somos todos iguais, obviamente. Como já foi referido, a nossa cultura está dependente do contexto espacial e temporal em que estamos inseridos.
Esta realidade é passível de ser observável/evidenciada por exemplo em grandes cidades, onde se podem ver indivíduos de diferentes culturas, no mesmo seio de uma sociedade.
Fenómenos de miscigenação
1º - Destruição de uma cultura (genocídio)
Dominação de uma cultura sobre outra. Ex: Segunda Guerra Mundial
2º - Mistura de culturas (fenómeno mais comum)
Dá-se a mistura de costumes. Ex: comida chinesa em Portugal
3º - Mistura de culturas por proximidade geográfica (fronteiras)
Ex: Homogeneidade de costumes desses locais em relação à sua cultura do resto do país, nomeadamente a fronteira do norte de Portugal com o sul de Espanha.
Face a esta diversidade cultural, surgem três perspectivas filosóficas distintas, são elas:
Entendido como a tendência para superiorizarmos os nossos valores, princípios e padrões de comportamento em relação à maneira de como as coisas devem ser feitas. Está inerente a esta vertente, então, a imposição. Esta perspectiva promove a assimilação de culturas.
Analogia: sopa de legumes bem triturada
Consequências: Racismo, xenofobia, patriotismo e homogeneidade de comportamentos.
Exemplo: Nazismo
Perspectiva filosófica que defende que, face à diversidade cultural, devemos assumir este dado como inquestionável, defendendo a necessidade de se respeitarem as diferenças entre as diversas culturas. Esta teoria baseia-se numa ideia principal; é ela, evitar toda a postura etnocentrista que possa levar à afirmação da supremacia de uma só cultura, não admitindo então a existência de valores absolutos.
Esta vertente apela à coesão social e à tolerância. Tolerância que, neste contexto, significa conviver pacificamente com os outros, respeitando as suas diferenças. Esta tolerância pode ser considerada com passividade ou mera simpatia face ao outro.
Analogia: Salada russa
Consequências: Promove a separação de culturas, (formação de guetos, etc.)
Limites do Relativismo: Esta vertente depara-se com algumas objecções, são elas:
1. Pode conduzir ao conformismo
Atitude de aceitação. Perdemos os nossos gostos e preferências, ou seja, perdemos os nossos próprios valores.
2. A maioria nem sempre tem razão (ex: Segunda Guerra Mundial)
Baseada na ideia de que, segundo o relativismo, a maioria é que decide o que está correcto e não.
3. O relativismo cultural pode conduzir à intolerância
Podemos aceitar uma coisa que para nós era, ou já foi, inaceitável, porque a maioria o faz.
4. O relativismo cultural radical (exagerado), impede o progresso das culturas, e por sua vez, da Humanidade. Isto porque esta vertente não promove o entendimento e contacto entre culturas, mas sim a sua separação.
Esta vertente tem como ideias base, a promoção do diálogo intercultural, a cooperação solidária e a defesa da dignidade humana, sendo estes princípios universais.
Esta perspectiva, tal como o relativismo, assume a diversidade cultural como um dado inquestionável. Face a esta diferença, esta teoria acredita haver a existência de uma ligação entre todas as diferentes culturas. Esse vínculo entre elas, terá como origem, o conjunto de valores assumidos como universais e inquestionáveis. Esse conjunto de valores é baseado nos direitos humanos. Deste modo, esta vertente promove o contacto entre as diferentes culturas porque parte do pressuposto que é possível a compreensão entre si, prevenindo então, conflitos entre elas. Promove ainda a integração e interacção entre culturas através do diálogo, na medida em que estas se enriqueçam mutuamente. Esta teoria aposta na educação de valores universais
Analogia: prato com elementos equilibrados e bem conjugados
Esta perspectiva apela ao diálogo autêntico entre culturas.
Diálogo – deve ter em vista a verdade, promovendo a humanização. Segundo Tischner, o diálogo nasceu de uma premissa, “…nem tu nem eu podemos conhecer a verdade sobre nós se permanecermos distanciados, fechados entre as paredes dos nossos medos; …”. O filósofo admite a existência do diálogo autêntico como indispensável para o conhecimento da verdade.
A filósofa é contra o relativismo. Mais propriamente, contra a ideia que cada cultura tenha os seus próprios valores, normas e padrões de comportamento. Por outro lado, também defende que não se pode considerar uma única concepção moral válida para toda a Terra.
A posposta da filósofa relativamente à diversidade cultural, é que deve existir um conjunto de valores universais aceites por todos, sendo estes passíveis de serem expressos de diferentes maneiras, dependendo de cada cultura. Apoia então, como lhe chamou, a universalidade posta em contexto.