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Resumo/Apontamentos sobre a Herança do Mediterrâneo Antigo (Os Gregos, Mundo Romano e Cristianismo), realizado no âmbito da disciplina de História (7º ano).
A Grécia é um país maioritariamente montanhoso, com um clima mediterrâneo e tem por isso um clima e um solo pouco favoráveis às práticas agrícolas. Por isso só com um grande esforço é que os gregos conseguiram tirar rendimento das terras. Nas zonas altas praticava-se a pastorícia. Nos vales e pequenas planícies cultivavam cereais (trigo, cevada) e, nas encostas, plantavam a vinha, oliveira e figueira. Mas, em compensação, a Grécia é um território com óptimas condições para a vida marítima já que é uma região de costas muitos recortadas, com um mar geralmente tranquilo, inúmeros golfos e enseadas abrigadas e ilhas próximas da costa que constituem pontos de apoio seguros para a navegação. Assim, os Gregos desde cedo se dedicavam à pesca e ao comércio, primeiro junto à costa e depois por todo o mediterrâneo.
Os Gregos ou Helenos resultam de mistura de diversos povos oriundo do sul da Rússia que vieram fixar-se na Grécia e que falavam todos a mesma língua indo-europeia da qual derivou a língua grega.
Estes povos formaram vários reinos por toda a Grécia que se guerreavam frequentemente o que levou muita da população a emigrar indo povoar a Ásia Menor e as ilhas do mar Egeu, ficando assim o Mundo Helénico todos os territórios banhados pelo mar Egeu.
As barreiras montanhosas que dividiam o território grego contribuíram para o isolamento das populações. Isso não facilitava a união política da Grécia e o território permaneceu um conjunto de pequenos estados independentes. Este isolamento associado ao crescimento populacional vai levar a que no séc. VIII a.C. se desenvolvessem os núcleos urbanos tornando-se as cidades centros dos Estados, agrupando à sua volta campos e aldeias vizinhas. Surgiram assim inúmeras cidades-estado. A cidade-estado a que os gregos chamavam pólis, era um estado independente, governada por cidadãos que tinha um governo autónomo e leis próprias. As pólis eram compostas pela cidade geralmente amuralhada e pela área rural circundante. A cidade dividia-se em várias partes, nomeadamente a acrópole geralmente situada no ponto mais alto da cidade onde se localizavam os templos em honra dos deuses, a agora onde se encontravam as habitações e se realizava o mercado bem como a assembleia governativa da pólis e ainda o porto. As maiores cidades-estado eram Atenas, Esparta e Tebas.
Em meados do séc. VIII a.C., as cidades gregas atravessaram um período de crise devido ao excesso de população. Para fugir à fome, às lutas e conseguir encontrar regiões férteis para o cultivo, muitos gregos emigraram espalhando-se pela costa do Mediterrâneo, desde o Mar Negro até à Península Ibérica. Isto levou à formação de numerosas colónias, colónias que eram cidades-estado independentes, mas ligadas à metrópole por laços comerciais e religiosos. Apesar de os Gregos estarem espalhados por regiões distantes umas das outras consideravam-se um só povo, porque tinham a mesma religião, a mesma língua e os mesmos costumes.
Os gregos eram politeístas, adoravam inúmeros deuses e consideravam-nos em tudo semelhantes aos homens tanto fisicamente como psicologicamente. Apenas se distinguiam por gozarem de imortalidade e de poderes sobrenaturais. Os Gregos prestavam culto aos deuses a fim de obterem a sua protecção. Dirigiam-lhes orações, faziam-lhes oferendas e ofereciam-lhes sacrifícios quer nos templos quer nas suas casas. Cada pólis tinha os seus deuses protectores aos quais prestava culto realizando festas sagradas em sua honra mas, para além do culto nas cidades, existiam grandes templos que atraíam pessoas de todo o mundo helénico, era o chamado culto pan-helénico. Os santuários mais venerados eram o santuário de Apolo em Delfos e o santuário de Zeus em Olímpia.
No santuário de Olímpia tinham lugar de 4 em 4 anos os famosos Jogos Olímpicos em honra de Zeus, onde os atletas tinham de demonstrar as suas aptidões físicas. As provas eram diversas e iam desde corridas a pé e de carros a lutas… Os Jogos eram uma forma de juntar o povo grego e celebrar tréguas entre pólis inimigas. Quem ganhasse os jogos era considerado um herói e era sustentado pela pólis para toda a vida.
No séc. V a.C., Atenas era a Cidade-Estado mais próspera, mais poderosa, a maior da Grécia. Era rica em recursos naturais como vinho, azeite, mel e prata e por isso os atenienses puderam comerciar, desde o séc. VII a.C. com as regiões do Mar Egeu. Esta abertura ao comércio marítimo estimulou as actividades artesanais como a cerâmica, a metalurgia e a construção naval. Atenas era o mais activo centro de comércio da Grécia e o porto de Pireu atraía não só mercadores helenos mas também mercadores estrangeiros. Exportava-se sobretudo vinho, azeite e cerâmica e importava-se trigo, minérios e escravos pagos com moeda de prata, a dracma, que facilitou as trocas comerciais. Para além do poder económico, Atenas tinha um grande poder militar que se afirmou ainda mais com as Guerras Pérsicas, os persas que pretendiam invadir as cidades gregas. Em 490 a.C. quando os persas invadiram a Grécia, as pólis uniram-se contra o invasor sendo os navios e os soldados atenienses decisivos na vitória dos gregos. Aproveitando o prestígio alcançado na guerra e com receio de uma nova invasão, Atenas formou uma aliança militar com muitas outras pólis, a Liga de Delos. Atenas depressa impôs a sua supremacia económica, política e militar na Liga e por isso usou o tesouro da aliança a seu favor e dominou os aliados, forçando-os a pagar impostos. Atenas passou assim a exercer um verdadeiro imperialismo marítimo em toda a área do Mar Egeu.
Atenas foi o primeiro Estado a instituir a democracia. A democracia é um regime político no qual o poder de governar pertence a todos os cidadãos. O novo regime resultou de um lenta conquista já que em VIII e VII a.C., o governo da pólis estava na mão dos nobres e só depois de um longo período de lutas sociais e de reforma, Clístenes, institui em 508 a.C. a democracia, passando a ser reconhecido uma igualdade de direitos de todos os cidadãos.
O principal órgão do governo em Atenas era a Assembleia do povo, a Eclésia, na qual podiam participar todos os cidadãos e que era responsável pela aprovação das leis, decidia da paz e da guerra e elegia anualmente os Estrategos (10 magistrados que chefiavam o exército, a marinha e a administração). Existiam ainda outros órgãos do poder nos quais os seus membros eram tirados à sorte de entre os cidadãos nomeadamente o Conselho, a Boulé que preparava as leis para serem discutidas e votadas na Eclésia e os Tribunais ou Helieia que julgava os crimes.
A democracia era portanto uma democracia directa porque os cidadãos podiam intervir directamente na elaboração das leis. Nesta altura quem exercesse cargos públicos não recebia qualquer remuneração fazendo com que muitos cidadãos não participassem na política por morarem longe e não terem como sustentar as suas famílias e por isso Péricles decide passar a remunerar esses cargos, de inícios todos menos a Eclésia e depois até a própria Eclésia. Estas medidas acarretavam grandes custos para o Estado que só possível com o auge de prosperidade de Atenas devido à sua supremacia sobre as outras pólis da Liga de Delos.
Atenas tinha a sociedade dividida em cidadãos, metecos e escravos.
A minoria da população era os cidadãos. Os cidadãos eram os indivíduos de sexo masculino, maiores de 18 anos, filhos de pai e mãe atenienses. Só eles podiam participar no governo da pólis e possuir propriedades na Ática, não estando sujeitos a imposto. As suas mulheres estavam excluídas da vida política e estavam sua dependência.
A maioria da população era formada pelos metecos e pelos escravos. Os metecos eram os estrangeiros residentes em Atenas. Dedicavam-se ao comércio e ao artesanato. Deles dependia o desenvolvimento económico de Atenas. Prestavam serviço militar e tinham de pagar impostos. Os escravos eram considerados meros instrumentos de trabalho. Eram propriedade dos donos que os compravam ou vendiam como uma mercadoria e os utilizavam em todo o tipo de tarefas.
A sociedade ateniense era uma sociedade democrática porque eram os cidadãos que a governavam, Para a governar recebiam uma boa formação. Porém esta democracia tinha algumas limitações já que os cidadãos eram a minoria da população; mulheres, escravos e metecos eram privados parcialmente ou totalmente de direitos; Atenas era uma cidade imperialista; havia escravatura.
A vida quotidiana dos cidadãos atenienses dividia-se entre a cidade e o campo. A maior parte dos cidadãos os que moravam no campo, dedicavam-se ao cultivo da terra com a ajuda dos escravos e apenas se deslocavam à cidade para tratar de negócios ou cumprir os seus deveres cívicos. Já na cidade, a vida era mais animada. Lá, os cidadãos participavam na Eclésia e o povo fazia compras na agora. O povo citadino podia ainda ir a ginásios e os cidadãos viviam no ócio e por isso organizavam banquetes enaltecidos com música, dança e canto.
Os gregos desenvolveram a mais brilhante cultura da antiguidade. A partir do séc VII a.C. Destacavam-se vários poetas, artistas e pensadores mas a partir do séc. V a.C. com o apogeu de Atenas o pensamento ganhou maior profundidade. Atenas tornou-se a escola da Grécia. Lá foram construídos os mais belos monumentos e organizava-se festivais de teatro. O teatro era em honra a Dioniso. Havia dois tipos de teatro: as tragédias, onde eram representadas as desgraças que sofriam as personagens e as comédias que satirizavam figuras típicas da época e que provocavam o riso. Os Gregos criaram ainda a Filosofia, a História e a Oratória
As crianças, até aos 7 anos, estavam ao cuidado das mães, no gineceu. A partir desta idade os rapazes eram mandados para a escola onde aprendiam a ler, a escrever, aritmética, música, canto e a recitar poemas bem como exercício físico. A partir dos 15 aprendiam a oratória, arte de discursar. Dos 18 aos 20 havia a preparação militar e começavam a participar na vida política.
A arte grega atingiu o seu apogeu no séc V a.C. Neste período, as obras dos artistas gregas alcançaram tal perfeição que se tornaram um modelo para muitos artistas de épocas posteriores. Era o chamado período clássico.
O que caracteriza a arte clássica é a harmonia e o equilíbrio e o enaltecimento do Homem.
A arquitectura grega, apesar de ser sobretudo exclusiva da vida religiosa foi feita à medida do Homem ou seja os edifícios eram grandes mas nunca atingiam dimensões esmagadoras. Os templos gregos eram geralmente rectangulares e tinham como elemento básico da construção as colunas nas quais assentava a cobertura. Os templos obedeciam a duas ordens: a ordem dórica (mais severa e sóbria) e a ordem jónica (mais ornamentada).
Os Gregos esculpiram estátuas de deuses e de atletas bem como altos-relevos e baixos-relevos representado cenas mitológicas e procissões e enalteciam sobretudo a beleza física e espiritual do homem com muita naturalidade As esculturas eram de uma enorme perfeição representando o corpo com grande naturalidade e nas proporções perfeitas.
Em relação à pintura, no séc VI a.C., os Gregos pintavam magníficos desenhos em vasos de cerâmica onde se destacavam as figuras negras em fundos vermelhos, mas a partir do século V a.C., começaram a pintar em tons de vermelho e dourado que permitia realçar os pormenores e o brilho do desenho.
Cerca de 1000 a.C. estabeleceram-se na Itália vários povos indo-europeus entre eles os Latinos que no séc VIII a.C. fundaram Roma.
A partir do séc V a.C., Roma começa a expandir-se. Em pouco mais de dois séculos, quase toda a Itália havia sido conquistada. Foi o início do processo de formação de um grande império. Roma continuou a sua expansão acabando por se confrontar com os Cartagineses com quem se guerrearam e acabaram por conquistar. Roma ficou a dominar parte do norte de África e a Itália e definiu o objectivo de dominar o Mediterrâneo e após a vitória sobre Cartago, os romanos voltaram-se para Oriente, atacando os prósperos reinos helenísticos e em meados do séc II a.C. os Romanos haviam conquistado a Grécia e a Macedónia e em seguida a Ásia Menor, a Síria e a Judeia. Após se terem apoderado de quase todos os territórios do litoral em volta do Mediterrâneo, os Romanos iniciam a sua expansão para interior. Nos sécs. II e I a.C. Júlio César e Augusto conquistaram a Península Ibérica, em I a.C. foi conquistada a Gália por Júlio César e pouco depois o Egipto transformou-se numa província romana e nos sécs. I e II d.C. foram conquistadas a Dácia e a Britânia.
Os rios Reno e Danúbio tornaram-se as fronteiras naturais do mundo romano. O mar Mediterrâneo passou a ser o centro do império romano. Os romanos chamavam-lhe Mare Nostrum (Nosso Mar). A formação deste grande império só foi possível devido ao poderoso exército romano, muito organizado e com uma rigorosa disciplina.
Num império tão vasto, foi necessário um grande esforço para conseguir integrar povos tão diversos.
O exército foi decisivo na integração desses povos já que as legiões permaneciam nas terras conquistadas, para impor o domínio romano e garantir a paz. A pax romana era porém uma paz armada porque o exército controlava qualquer tipo de revolta.
Para além do exército, contribuíram para a unidade do Império:
Em 212 d.C., o imperador Caracala reforça ainda mais a unidade do Império decretando que todos os habitantes livres do império passaram a ser cidadãos, ficando sujeitos às mesmas leis.
As relações comerciais entre as diversas regiões do império, também constituíram um factor de unidade dos vários povos. A economia romana encontrava-se fortemente ligada ao desenvolvimento urbano, pois as cidades eram os pólos administrativos do Império e o local de residência de milhões de pessoas sendo portanto grandes centros de consumo o que veio dinamizar a produção agrícola, mineira e artesanal.
Na agricultura os romanos desenvolveram principalmente a produção de cereais, azeite, vinho e a pecuária. No ocidente do Império intensificaram a exploração mineira enquanto no oriente desenvolveram sobretudo a produção artesanal. Esta intensa actividade produtiva gerou um grande dinamismo comercial facilitado pela extensa rede de estradas, pelos rios navegáveis e pelo facto de os Romanos dominarem o Mediterrâneo que era nesta altura o grande eixo comercial do Império. O grande volume de trocas comerciais vai intensificar o uso da moeda, o sestércio e por isso pode afirmar-se que a economia romana era uma economia urbana, mercantil e monetária.
O domínio da Hispânia pelos romanos foi lento e difícil. Entre os povos locais que ofereceram resistência à ocupação romana destacam-se entre outros os Lusitanos, liderados por Viriato que causaram pesadas derrotas às legiões romanas. A conquista da Península foi feita no séc. I d.C. por Júlio César e Augusto. Os romanos dividiram a Península Ibérica em três províncias: Tarraconense, Bética e Lusitânia. A maioria das cidades peninsulares fora obtendo um estatuto de relativa autonomia administrativa, sendo declaradas municípios. A presença romana que durou cerca de 600 anos transformou profundamente a província. Surgiram inúmeras cidades entre si e com Roma por uma vasta rede de estradas. Aumentou a produção de cereais, azeite e vinho e intensificou-se a exploração mineira. Desenvolveu-se o comércio e a circulação monetária. O latim tornou-se progressivamente a língua comum na Hispânia.
A romanização, isto é a influência exercida pela civilização romana sobre as populações do Império na qual os povos conquistados foram absorvendo progressivamente a língua, a religião, a cultura e os costumes dos romanos. A presença romana for tão profunda que ainda hoje se encontram vestígios das antigas cidades e a nossa língua, o Português teve origem no latim.
Em Roma existiam profundas diferenças sociais. A principal era aquela que distinguia os escravos dos homens livres, homens livres que se encontravam fortemente hierarquizados.
No topo dessa hierarquia encontravam-se os senadores e as suas famílias. Os senadores eram nomeados pelo Imperador de entre os cidadãos que possuíssem mais de um milhão de sestércios. Os senadores eram um grupo social privilegiado, possuidor de grandes propriedades (latifúndios) e com o direito de exercer as mais altas funções: membro do senado, magistrados ou governador das províncias.
Abaixo dos senadores encontravam-se os cavaleiros que dispunham de fortunas superiores a 400 mil sestércios e eram também uma classe privilegiada que também podia exercer cargos administrativos.
Para além dos privilegiados havia ainda não privilegiados, a plebe. A plebe eram principalmente rendeiros, artesãos e pequenos proprietários agrícolas havendo também uma pequena parte da plebe que era rica. A plebe mais pobre vivia na dependência das famílias ricas e do Estado que, para evitar revoltas distribuía gratuitamente trigo. Os ricos e o Estado estavam interessados em manter a população tranquila e satisfeita para evitar revoltas.
Para além dos homens livres havia ainda os escravos. Os escravos eram provenientes das conquistas e trabalhavam na agricultura, nas minas e no serviço doméstico. Eram posse dos seus donos.
A vida quotidiana dos habitantes diferia consoante se vivesse no campo ou na cidade e dependia da categoria social e da riqueza de cada um. Nos campos, o quotidiano, estava condicionado pelos trabalhos agrícolas onde os camponeses trabalhavam do nascer ao por do sol não tendo tempo para se divertir enquanto que na cidade era diferente, com uma azáfama constante. As habitações variavam conforme o estatuto social sendo que os ricos moravam em moradias e os pobres em ínsulas.
Quando Roma iniciou a sua expansão era uma república na qual o poder era exercido por três órgãos: Magistrados (Poder Executivo, ou seja, governavam a República), o Senado (órgão de maior prestígio: dava pareceres sobre decisões dos magistrados e dirigiam a política externa) e os Comícios (Assembleias constituídas pelo conjunto dos cidadãos que elegiam anualmente os magistrados).
No séc I a.C. deram-se violentas lutas e guerras civis pelo poder. A solução encontrada foi concentrar os poderes num único governante, o Imperador. Em 27 a.C., Octávio filho adoptivo de Júlio César, venceu uma guerra civil e o Senado nomeou-o Princeps Senatus, isto é, o principal dos senadores e o primeiro dos cidadãos, adquirindo o título de Augusto (divino). Octávio César Augusto concentrou então o poder supremo do Estado (imperium), transformando-se, assim, no primeiro imperador romano. A Republica chegava ao fim. Começava o Império ou regime imperial.
Chegado ao poder, Augusto, concentrou em si muitos dos poderes que se encontravam repartidos pelos outros órgãos que continuaram a existir mas com menos funções. O estado romano transformou-se num regime de poder pessoal. O poder do Imperador reforçou-se ainda mais com o culto imperial no qual os imperadores eram respeitados e venerados em vida e após a sua morte eram divinizados e adorados e templos. Para governarem com eficácia o Imperador e os outros órgãos de soberania foram criando um conjunto de leis ou normas jurídicas, o direito, que estava dividido em direito público que regulava o funcionamento do estado e em direito privado que regulava tudo o que dizia respeito à vida dos cidadãos.
A cultura romana foi profundamente influenciada pela cultura helenística.
Ao nível das letras coma conquista do mundo helenístico, o grego tornou-se a segunda língua dos romanos cultos e os poetas e os filósofos gregos eram lidos e imitados.
O apogeu das letras romanas coincidiu com o início do Império no qual se destacaram os poetas e os pensadores romanos. A história teve nesta altura um grande desenvolvimento.
Ao nível da arte a majestade e a imponência das construções, a riqueza dos materiais utilizados, a decoração requintada e imaginativa dão à arquitectura romana uma individualidade própria. Para destacar esta individualidade os romanos recorriam ao uso do arco de volta perfeita, da abóbada de berço e da cúpula. Na arte, para além da arquitectura, os Romanos desenvolveram ainda a pintura a fresco, o mosaico e a escultura (quer a estatuária quer o baixo-relevo) caracterizada por um impressionante realismo. Na pintura eram representadas sobretudo paisagens e cenas religiosas.
Ao nível do urbanismo a maior parte da população encontrava-se nas cidades e por isso a maior parte das grandes construções encontravam-se nas cidades ou destinavam-se a servi-las. Por todo o império, as cidades tentavam imitar Roma com os seus fóruns, teatros, circos, anfiteatros e termas. Os romanos cuidavam minuciosamente da organização do espaço urbano e das suas infra-estruturas, como os arruamentos e os esgotos. Edificaram também obras robustas e utilitárias como estradas, aquedutos, pontes… A arquitectura de carácter utilitário, ao serviço do urbanismo, constitui uma das mais importantes manifestações da originalidade romana.
A religião romana estava ligada à vida familiar e ao culto dos antepassados. Os romanos eram politeístas e veneravam os espíritos protectores da casa e da família.
À medida que Roma se expandiu e contactou com outros povos, foram assimilando deuses estrangeiros tal como os deuses gregos que foram adorados pelos romanos com outros nomes:
A religião romana estava ligada à vida familiar e ao culto dos antepassados. Os romanos eram politeístas e veneravam os espíritos protectores da casa e da família.
Os crentes romanos tentavam estar em paz com os deuses, encarando a religião de um ponto de vista utilitário fazendo ofertas e sacrifícios a troco de protecção e favores. O culto dos deuses era praticado na própria casa, nos tempos nos quais as cerimónias de culto eram dirigidas por sacerdotes. O Imperador romano era o supremo sacerdote.
Para além desta religião, havia ainda crentes de religiões orientais como a egípcia e a pérsica e a partir do séc I da religião cristã.
Jesus Cristo nasceu num dos territórios do Império Romana, a Judeia (Palestina), no tempo do Imperador Augusto. No séc I d.C., a Judeia caiu em mãos dos romanos mas a maior parte dos locais, os judeus nunca aceitaram o domínio estrangeiro o que conduziu a frequentes revoltas. Muitos deles foram obrigados a abandonar as suas casas e espalharam-se por todo o espaço mediterrâneo, a esta dispersão chamamos diásporas. Ao mesmo tempo cresceu entre eles o messianismo: os judeus acreditavam que um dia chegaria um enviado de Deus, o Messias, para os libertar do domínio romano. Quando Cristo surgiu, alguns acreditavam ser ele o Messias, mas outros recusaram a aceitá-lo como tal. A principal fonte para o conhecimento da vida e da mensagem de Cristo são os Evangelhos que juntamente com outros textos compõem o Novo Testamento. De acordo com os Evangelhos, Cristo nasceu em Belém e viveu uma boa parte da vida em Nazaré. Cristo iniciou a sua pregação por toda a Judeia acompanhado dos doze discípulos, os Apóstolos.
Cristo apresentava-se como o Messias, vindo à Terra para salvar a humanidade, prometendo a vida eterna depois da morte aqueles que amassem uns aos outros como a si mesmos.
A pregação do amor universal foi o aspecto mais inovador do Cristianismo que se demonstrava numa doutrina de paz e de igualdade e condenava a opressão, a injustiça e a violência e que considerava que todos os Homens eram iguais o que atraiu muitos seguidores.
Os sacerdotes hebraicos e até os próprios romanos temiam que a pregação de Jesus pusesse em causa a sua autoridade e provocar a revolta dos Judeus contra o império. Cristo foi preso, condenado à morte e crucificado. Mas a sua mensagem não morreu. O cristianismo foi-se propagando por todo o Império Romano.
Depois da morte de Cristo, os seus seguidores, os Apóstolos percorreram algumas das províncias do Império pregando a palavra do Cristo. A religião foi ganhando adeptos principalmente escravos e alguma plebe. A difusão dos ideais cristãos no mundo foi facilitada por vários factores:
Os romanos consideravam os cristãos uma seita perigosa já que recusavam prestar cultos aos imperadores e defendiam a igualdade entre todos os homens pondo em causa a sociedade romana fortemente estratificada dando origem a sangrentas perseguições.
Apesar disso, o cristianismo foi atraindo cada vez mais seguidores incluindo pessoas de camadas sociais superiores. Perante isto o imperador Constantino em 313 decretou a liberdade religiosa. Finalmente, em 392, o imperador Teodósio declarou o Cristianismo religião oficial do Estado Romano, proibindo todos os outros cultos.
Ao conjunto de todos os fiéis, ou seja, todos aqueles que acreditam em Cristo e na sua palavra, chamamos Igreja Cristã. A organização da Igreja Cristã contribuiu para a consolidação do Cristianismo no mundo romano. Nas dioceses, subdivisões das províncias, as comunidades cristãs eram orientadas por um bispo. Os bispos de cada província obedeciam a um metropolita.
Devido ao prestígio de Roma, os bispos e os metropolitas começaram a reconhecer a autoridade suprema do bispo de Roma que, mais tarde, passou a ser chamado Papa.