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A Paz Mundial e o Diálogo Inter-religioso - NotaPositiva

O teu país

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Ana Margarida Cerqueira

Escola

Escola E. B. 2,3\S Celorico de Basto

A Paz Mundial e o Diálogo Inter-religioso

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Resumo do trabalho

Trabalho escolar sobre a paz mundial e o diálogo inter-religioso, realizado no âmbito da disciplina de Filosofia (10º ano).


1. Introdução

Nos dias que correm é já trivial a constatação de uma Humanidade fustigada por vários Estados de Guerra. O Mundo deseja a Paz, mas o facto é que as acções que serviriam para erradicar os conflitos são muitas vezes esquecida. A comodidade é, aliás, o caminho sempre mais fácil a seguir.

Achámos por bem escolher este tema, especialmente, em virtude de grande parte dos confrontos mundiais, ou até mesmo civis, se darem por razões religiosas. A falta de aceitação das diferenças e a ausência de comunicação são, na maioria das vezes, por demais evidentes. Assim, o tema da Paz Mundial é um tema extremamente actual e que diz respeito a cada um de nós. Quantas vezes nos perguntamos porquê e para quê estas guerras? A verdade é que cada um pode, de alguma forma, contribuir para a consciencialização social deste verdadeiro flagelo. Este é, assumidamente, o nosso objectivo no âmbito deste trabalho, decidimos fazer dele uma espécie de exemplo e apelo.

As marcas disfóricas que todos os dias desfilam à frente dos nossos olhos, e que concorrem continuamente para a isotopia da desgraça e do fatalismo, não podem ser ignoradas. A Paz Mundial NÃO É UTÓPICA! Nós não queremos acreditar nisso.

2. Diálogo

2.1. Diálogo no Senso Comum

“Muitos problemas familiares têm origem na falta de diálogo.” No nosso dia-a-dia muitas são as vezes que ouvimos esta expressão. Mas com que sentido usamos nós a palavra diálogo? No senso comum, o diálogo é, na sua essência, uma conversação entre duas ou mais pessoas, que intervêm alternadamente. É uma troca de ideias com vista ao entendimento e à harmonia entre as pessoas que convivem.

Num outro contexto, diálogo pode ser, igualmente, uma obra literária que se desenvolve em forma de controvérsia entre duas ou mais pessoas. Numa obra literária (romance, poesia, narrativa, etc.), o diálogo não é mais que a reprodução directa da conversação entre as personagens. Como recurso literário, confere vivacidade e colorido aos romances, cuja ação se resolve, em grande parte, através dele: uma obra como o D. Quixote não é sequer concebível sem os saborosíssimos diálogos entre o cavaleiro andante e o seu escudeiro.

Numa peça teatral, o diálogo assume importância particular em si mesmo, a maioria das vezes em detrimento do tema ou da própria ação. Uma das características da evolução cénica consistiu na redução do papel desempenhado pelo coro e no emprego quase exclusivo do diálogo para expressar não só o carácter das personagens, mas também, na medida do possível, o desenvolvimento da ação. Nas formas mais realistas do teatro moderno tende-se a suprimir o monólogo, considerado um artifício, substituindo-o pelo diálogo, base e fundamento de toda a obra dramática ou dramático-musical, como acontece na ópera.

2.2. Diálogo na Filosofia

Etimologicamente, a palavra diálogo vem do grego diálogos, “conversa, diálogo”, e do latim dialogu-, mesmos sentidos. O Diálogo, como atitude própria do Homem, é a capacidade de se dirigir e de responder ao outro como igual, para com ele estabelecer uma relação. O Homem, nesse sentido, apenas dialoga com o Homem, porque unicamente este lhe pode responder em condição de igualdade. O Diálogo Consigo mesmo, tal como o Diálogo com Deus, só impropriamente se podem considerar diálogo. O diálogo supõe e impõe um esforço e um desejo de completa reciprocidade. A reciprocidade existencial pressupõe a semelhança e a diferença, dado que só o que é em parte igual e em parte diferente pode enriquecer-se com a mútua relacionação. Assim, a propriedade e a alter idade são dois momentos ou pressupostos desta condição relacional do Homem.

A espontaneidade e a criatividade são duas condições necessárias, embora não suficientes para a existência de um autêntico diálogo. Quando estas condições, além de outras, não se verificam, temos apenas um simulacro de diálogo. O diálogo não se dá só entre pessoas individuais (indivíduos), mas também entre grupos ou comunidades mais largas. Mas o autêntico diálogo (exemplar) é aquele que se realiza entre indivíduos.

O diálogo, antes de ser tido como um valor, deve ser visto como uma experiência humana fundamental. O indivíduo, iludido na sua auto-suficiência, não participa em qualquer realidade, não é capaz de a conquistar. Toda a existência humana é, em certo sentido, dialógica ou dialogal, mesmo previamente ao uso da palavra. A própria relação objectal, que o recém-nascido estabelece com o rosto da mãe, é já uma forma de diálogo.

Todo o processo de crescimento espiritual é um esforço para atingir níveis cada vez mais perfeitos e mais profundos de diálogo. Mesmo quando o diálogo pretenda ir para além da relação e da atenção ao outro – e consequentemente o diálogo – nunca pode ser entendido como um simples meio. A mediação, neste caso, não será nem somente, nem sobretudo funcional, mas constituinte. Por isso, certas formas dialogais são, na sua essência, mais perfeitas do que outras. O Diálogo amoroso, o Diálogo político-social, o Diálogo técnico-científico, o Diálogo místico-religioso e outros surgem como diversos no seu nível de profundidade e, consequentemente, no compromisso existencial que postulam dos seus intervenientes, a relação com o outro aparece assim tipificada também, segundo os objectivos a atingir. Tais objectivos condicionam logo à partida a imagem e as expectativas dos intervenientes na relação dialogal. O diálogo amoroso surge como a forma dialogal exemplar, sujeito embora, tal como os outros tipos, à queda de inautenticidade.

Evidentemente que o diálogo não se esgota em si mesmo. Também é certo que, como meio, altera tudo aquilo que, simultaneamente, o vai constituindo e ultrapassando. A qualidade e as conotações do diálogo dependem em boa parte da visão que se tiver do outro. Por isso, o diálogo autêntico supõe uma relação de amizade positiva, aquilo que E. Levinas chama a “superioridade do outro”, um certo desejo de superar o outro na vontade de o amar. Por isso, o diálogo supõe a superação do individualismo-egoísmo e a superação da vontade de sistema. O diálogo, como atitude existencial, supõe a vontade de compreender o outro, tal como a de, pelo outro, nos compreendermos a nós próprios.

2.3. Porquê a necessidade de diálogo entre povos e culturas diferentes?

Hoje, num mundo marcado por contactos interculturais, impostos pelos meios de comunicação, por migrações, interdependências económicas e rápidas transformações, o diálogo entre culturas é uma exigência da convivência e sobrevivência de diferentes projectos de vida e lógicas culturais. Mas, o diálogo é também uma necessidade no interior de cada cultura, onde emergem conflitos entre tradição e inovação, muitas vezes, de ordem religiosa. O diálogo entre as culturas e nas culturas faz parte da responsabilidade de cada projecto de vida pela paz universal da humanidade e pela continuidade do projecto de toda a criação.

A construção de culturas em diálogo é uma tarefa permanente. Essa tarefa, enquanto processo educativo sem fim, pode ter duas finalidades: a compreensão e o respeito. Compreensão e respeito entre as culturas não são atitudes inatas às pessoas humanas. São adquiridas no decorrer destes processos educativos, que pretendem transformar o olhar ingenuamente etnocêntrico num olhar crítico, que admite a “barbárie” como possibilidade e a vigilância como necessidade de todas as culturas.

A “compreensão” é o objectivo mais pretensioso do diálogo: visa uma partilha e aproximação material, quer dizer, uma compreensão recíproca de conteúdos entre dois projectos de vida diferentes. Os defensores da compreensão recíproca afirmam a existência de uma razão universal inata que, progressivamente, se manifesta. Procuram, nas outras culturas, “semelhanças”, “correspondências” e “arquétipos”, e apostam num processo histórico de homogeneização e assimilação cultural. O outro objectivo, o “respeito”, é meramente formal, e exige apenas partilhar regras de jogo que permitem a manutenção das diferenças não compreendidas. O “respeito”, como finalidade, visa não o conteúdo progressivamente semelhante ou igual, mas “apenas” o respeito e o reconhecimento recíproco para com as tradições autênticas e orientações normativas diferentes.

Sendo assim, para uns, a finalidade do diálogo é a compreensão recíproca, com uma perspectiva de unanimidade nos conteúdos essenciais de cada projecto de vida, enquanto outros insistem no relativismo das razões culturais e contextuais. No último caso, a diferença substancial entre diferentes projectos de vida impede um acordo sobre conteúdos, credos ou normas. Mas, a impossibilidade de um “acordo” não impede o respeito de uma cultura pela outra, sem jamais chegar a uma compreensão recíproca razoável. Em ambos os casos, o diálogo, embora com significado muito diferente, é possível e indispensável.

3. A Paz

3.1. A necessidade de Paz

A construção da Paz impõe-se hoje, mais do que nunca, como uma tarefa primordial e inadiável de toda a humanidade, perante um cenário de uma catástrofe planetária, devido à possibilidade de uma 3ª Guerra Mundial.

É, portanto, importante prevenir e salvaguardar todas as situações de manifesta injustiça que quase sempre estão na base das guerras e conflitos.

O sentido pleno da Paz passa, actualmente, não só pela eliminação da guerra, mas, sobretudo, pela instauração de uma nova ordem, marcada por uma justiça abundante entre todos os Homens e nações, de modo a formarem uma comunidade verdadeiramente solidária e fraterna.

De facto, há uma constante procura, por parte de todos os Homens, de não se sentirem inferiores aos seus semelhantes. O que se pretende, normalmente, não é alcançar a igualdade, mas superar os feitos dos outros. Quando isto é pensado a nível de uma nação, é inevitável o início de um conflito.

Assim, não podemos falar somente em igualdade, mas também em aceitação das diferenças (igualdade na diferença), atingindo-se uma situação de justiça, necessária à Paz Mundial.

Como ser social que é, o Homem tem necessidade de viver em relação com o outro. Portanto, a Paz torna-se condição primordial. Sem ela, todas as relações que possam favorecer a personalidade do Homem tornam-se impossíveis, perdendo este a plenitude do seu ser. Isto, para além de todas as vidas que se perdem em cada conflito, por muito pequeno que seja.

A guerra e os conflitos são, sem dúvida, uma prática contra os Direitos Humanos. Liberdade, igualdade e a própria vida são ameaçados a cada novo conflito. Como tal, a necessidade de Paz torna-se uma questão de sobrevivência da espécie humana.

3.2. Situação Actual do Mundo

Ao longo da evolução dos povos e das civilizações, as guerras foram sempre uma constante. A luta pelos territórios, a definição de fronteiras, ou a simples necessidade de soberania foram e continuam a ser razões de conflito, divergências e intolerâncias entre os Estados, nos planos político, económico, religioso, étnico e militar.

Analisando a história das civilizações, o que se tem visto é a predominância de conflitos, em detrimento da Paz, que nunca conseguiu ser duradoura, com guerras iniciadas em nome de princípios duvidosos, como a necessidade de aumentar a segurança de um ou outro Estado, para ampliar domínios, ou, simplesmente, para alguém se apoderar das riquezas de outrem.

Contrariamente ao que poderíamos esperar, dado o avanço das tecnologias e a maior educação da população, o final do século XX e a entrada no terceiro milénio não conseguiram abrandar as discórdias entre as nações. Pelo contrário, essas não só continuam a existir, como também se tornaram mais destruidoras, contribuindo, para tal, a sofisticação dos armamentos utilizados. Com o avanço da tecnologia e a construção de equipamento, cada vez mais eficiente e poderoso, verifica-se um alargamento das diferenças de capacidade entre os membros da comunidade internacional.

Os países que modificam o mundo têm usado os seus poderes para fazer valer os seus interesses. Com o pretexto de defender a segurança nacional, regional ou internacional intervêm, começam guerras e impõem condições pouco generosas aos seus adversários. As grandes potências têm como prioridade as suas necessidades individuais, renunciando as vontades colectivas, obrigando os outros a viver a Paz por elas impostas (“Paz” essa que levanta a questão do que entendem estes países por Paz, liberdade…). Além disso, mudam de opinião, frequentemente, conforme as suas conveniências, esquecendo as juras de paz feitas.

Isto leva a um círculo vicioso: um Estado, ao armar-se e modernizar as suas Forças Armadas, faz com que os seus principais concorrentes também o façam, sempre com a desculpa da defesa nacional.

Este cenário, altamente competitivo, caracterizado por disputas cada vez mais acesas, é pensado de modo a beneficiar as grande potências, que ditam o futuro do mundo, de acordo com o que pensam ser certo ou errado, e esquecendo as questões de justiça e bem comum.

Com o poder que lhes é atribuído, as grandes potências pouco se importam com a legitimidade dos seus actos, instaurando um clima de constrangimento geral. Apesar de atingiram os seus objectivos, enfrentam cada vez mais descontentamentos e uma vontade crescente de poder. Em vez de contribuírem para o fim das tensões, têm feito com que a situação actual se deteriore progressivamente, colocando a sua segurança em risco, bem como a de outros países, ameaçados por grupos denominados «terroristas».

Em conclusão, pode dizer-se que a política das grandes potências sempre foi a de criar ou procurar justificações para as suas intervenções. Na falta destes, e contrariando o pensamento do resto do mundo, invadem o país em questão, rompendo as fronteiras, quebrando as soberanias, matando milhares de inocentes, que, na sua maioria, não percebe por que têm que passar por uma situação daquelas.

3.2.1. Saldo de Guerras dos últimos dois séculos

3.2.1.1. Século XX

No século XX, e até 1995, sem contar pequenas rebeliões, golpes militares e mesmo genocídios, registaram 241 guerras.

Em 1992, 29 guerras; em 1994, 34 conflitos e em 1997 registaram-se 60 zonas de conflito.

Todos esses eventos referem-se aos grandes conflitos. É quase impossível mencionar a quantidade dos chamados “pequenos conflitos”, o número de mortes decorrentes, e, muito menos ainda, as tragédias e os sofrimentos por eles acarretados. Em Israel, um "pequeno conflito" de três dias entre o exército e a polícia palestina, em Setembro de 1996, deixou um saldo de 50 mortos e quase 800 feridos. Numa excursão de 4 dias ao norte do Iraque, em Maio de 1997, o exército turco matou 902 curdos. Somente num dos inúmeros massacres registados em Ruanda, contabilizou-se um saldo de mil mortos em Dezembro de 1997. Segundo a ONU, cerca de 800 mil pessoas foram massacradas no ex-Zaire, logo após a tomada do poder pelas forças rebeldes.

3.2.2. Grandes conflitos do século XXI

2003

Na madrugada do dia 20 de Março de 2003, forças militares dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, apoiadas por 34 países, iniciaram uma operação bélica contra o Iraque. Apenas três semanas mais tarde, em 9 de Abril, as forças da coligação conseguiram o objectivo de derrubar Saddam Hussein do poder e ocupar a totalidade do país. Morreram aproximadamente dez mil iraquianos, 570 militares norte-americanos, 59 britânicos, 10 espanhóis e 15 jornalistas. Foram destruídas milhares de residências e os serviços essenciais. A estrutura civil iraquiana tem sofrido intensos abalos: os roubos, as drogas e os assassinatos fazem parte do quotidiano.

Quantos anos pode uma Guerra durar?

Em 1967 (século XX), Israel ocupou vários territórios, procurando utilizá-los como elemento para um tratado de paz. Com o decorrer do tempo, ficou evidente que os sucessivos governos israelitas não pretendiam devolver as áreas ocupadas, iniciando-se uma guerra que, apesar de inúmeras tentativas de assinar tratados de Paz, dura até aos dias que correm, daí estar incluída nas guerras deste século.

3.3. Definição de Paz

A palavra “Paz” provém do grego ειρήνη  – (originalmente bem - estar individual) que significa «harmonia entre o indivíduo e a comunidade» – e do latim pax – «segurança jurídica».

A sua definição não é totalmente concreta, mas aparece, normalmente, como antónimo de guerra e como aspiração profunda de todos os Homens em todos os tempos.

A par da sua dimensão pessoal, a Paz tem também uma dimensão social e política, tem como objectivo um entendimento entre todos os Homens, só possível após se atingir a paz pessoal. De facto, esta assenta no respeito pela própria natureza dos seres (que nos deve levar, em primeiro lugar, a atingir a Paz interior), e, ao mesmo tempo, na prática sincera e na promoção de valores como a verdade, a justiça, a liberdade, a solidariedade e o desenvolvimento cultural, componentes essenciais de uma PAZ QUE SE PRETENDE SÓLIDA E EFICAZMENTE ESTABELECIDA.

Na religião é assumida como o acabamento perfeito de todos os seres, segundo os desígnios de Deus. Se no pensamento comum a Paz é referida em oposição à guerra, como condição de felicidade individual e global, na Bíblia, a Paz é «a vida em plenitude, só possível em Deus e com a sua amizade». Perante isto, Santo Agostinho formula uma definição, considerada a mais geral e universalmente reconhecida: «A Paz é a tranquilidade da ordem em todas as coisas», pretendendo dizer que a Paz é obra da justiça.

4. Má interpretação dos livros sagrados

Segundo fontes ligadas à Igreja, toda a Bíblia pode ser mal interpretada, desde o princípio até ao fim.

Para elas, os livros não podem ser interpretados por pessoas do senso comum, mas sim por técnicos que tentam ir à origem e saber em que altura e história em que o livro foi escrito (igual processo para uma boa interpretação da obra de arte).

Um caso de má interpretação dos livros sagrados é a “virgindade” de Maria, mãe de Jesus, entendida pelos primeiros cristãos como sendo a ausência de relações sexuais de Maria com José, que resultou, no entanto, na geração de um fruto, Jesus. Este cenário fez com que surgisse a seita Jeová, ainda cristã, mas que não aceita a virgindade de Maria. Hoje, teólogos vários chegaram à conclusão que a virgindade de Maria, frisada na Bíblia, não residia no conceito actual da palavra, mas sim na ausência de pecados.

Neste exemplo, podemos constatar que a mudança do léxico, as traduções e a má leitura influenciam, e muito, na má interpretação dos livros sagrados.

A má interpretação dos livros sagrados pode originar a formação de novos grupos religiosos, que, pela falta de diálogo entre si, provoca uma convergência de interesses, que resulta, na maioria dos casos, em guerra, que é, como todos devem saber, uma permanente, ameaça à paz.

Um exemplo destas más interpretações advém da maneira como cada religião divulga as suas crenças. Se dessa interpretação resulta uma interpretação bélica, os profetas divulgarão a sua religião através da guerra, comprometendo a Paz Mundial. Se dessa interpretação resulta o amor, será esse mesmo amor que divulgarão. A religião muçulmana e a religião cristã são, respectivamente, seguidoras destas duas filosofias.

5. As Origens do Conflito

Quando pensas nos Peles – Vermelhas, o que imaginas imediatamente? Aquelas tribos selvagens dos filmes de cowboys que trepam os penhascos e assaltam comboios. Certo? Errado! Se procurarmos saber como eram e como viviam, descobrimos uma raça de gente que gostava de caçar, de montar a cavalo, que se dedicava à agricultura, que contava histórias e, acima de tudo, acreditava que os seres humanos, para sobreviverem, tinham que viver em paz e harmonia.

Revista Super Jovem

As grandes viagens de navegadores portugueses e espanhóis durante os séculos XV e XVI abriram e unificaram a Terra, puseram em contacto povos que se desconheciam e que viviam isolados um dos outros. Em Portugal, tornou-se convenção chamá-las de ‘Viagens de Descobrimentos’, mas este termo é pouco apropriado. (...) As viagens descobriram rotas e não terras desconhecidas. (...) Fala-se da ‘Descoberta de África’ como se fosse um continente desconhecido até figurar nos mapas de navegadores e viajantes europeus. Hoje em dia, é ponto assente que a África é o berço da humanidade e, possivelmente, da primeira língua. A História de África tem uma riqueza que durante gerações foi escamoteada, em parte para justificar a colonização daquele continente.

CIDAC – Ficheiro Progressivo

Desde os primórdios, a conflituosidade entre povos tem sido uma nota dominante. Dos vários conflitos existentes, podemos salientar, circunstancialmente, os que são consequência do Colonialismo, pois são aqueles que constituem uma maior ameaça à Paz Mundial.

Ora, entenda-se por Colonialismo o domínio imposto por um povo (povo dominante) sobre outro (povo dominado), basicamente com o uso da força. Esse domínio verifica-se a nível político, militar, económico e cultural.

Este último tem uma causa bem definida: o Etnocentrismo. Entenda-se por Etnocentrismo a sobrevalorização de valores e padrões culturais de uma dada cultura em relação às outras. Uma visão do mundo, estabelecida com base nessa sobrevalorização, leva a menosprezar padrões culturais que divergem da posição cultural do observador.

Guiado por este sentimento, o povo dominante impõe a sua cultura sobre o povo dominado, desrespeitando os seus próprios costumes, crenças e ideais. Aqui, a intervenção militar torna-se inevitável. De outra forma, o povo dominado dificilmente aceitaria tal situação.

O uso da força culmina, muitas vezes, no Etnocídio – resultado do processo de aculturação, que conduz à aniquilação total do património cultural do povo dominado. Em casos mais drásticos, acontece mesmo o genocídio – extermínio físico de um grupo ou de uma raça.

Inicia-se, então, o processo de Aculturação sobre o povo dominado, uma Aculturação forçada e imposta. O povo assimila os aspectos da cultura do povo dominante.

No entanto, o descontentamento, o desejo de voltar às origens e a revolta estão em potência no povo dominado, prontos a entrar em ação. Até porque, muitas vezes, surgem, também, fundamentalismos. Os fundamentalismos caracterizam-se por comportamentos de intolerância, manifestados por grupos confusos, em plena crise de identidade, por terem sido sujeitos a agressões e ao desvirtuamento da sua própria cultura. Repare-se que a intenção de qualquer fundamentalista é o regresso às suas raízes culturais.

Mais cedo ou mais tarde, o desejo de restauração da independência e da liberdade é posto em ação. Podem, então, ser adoptadas duas vias distintas:

As vias Pacíficas, como o próprio nome indica, requerem que não sejam utilizadas forças militares, sendo o diálogo o caminho para realização dos objectivos e o caminho para a Paz. Mahatma Gandhi é um exemplo de coragem. Conseguiu a independência da Índia pela via considerada mais difícil. Os portugueses também já seguiram esta via, na famosa revolução dos cravos, a 25 de Abril de 1974, pondo fim à ditadura instalada no nosso país.

As vias alternativas, as vias Não Pacíficas, são, infelizmente, as mais seguidas. A falta de paciência para resolver os conflitos com tempo, a necessidade de acabar rapidamente com o flagelo, leva ao uso da força. E é aqui que surge o Radicalismo. Por radical entende-se aquele que é extremista nas suas opiniões, fazendo tudo para as ver satisfeitas, incluindo o Terrorismo. O Terrorismo constitui, hoje, uma das maiores, senão a maior, ameaça à Paz, sendo responsável por um assustador número de mortos e estragos físicos e psicológicos irreparáveis, como também o são os materiais.

Verificamos que longas guerras e conflitos entre países são consequência desta revolta, daí salientarmos o Colonialismo como uma grande ameaça à Paz, bem como o desrespeito entre povos e respectivas religiões.

Nenhuma cultura é superior a outra. Por isso, o Colonialismo é absurdo e ridículo.

A grande relevância da religião no mundo actual deve contribuir para minimizar os conflitos e não ser uma das suas causas.

Mas é errado acharmos que o Colonialismo pertence ao passado, e que, actualmente, as culturas são suficientemente desenvolvidas para tal. Talvez não exista colonialismo no verdadeiro sentido da palavra. Então, o que chamamos ao sufoco provocado pelos países desenvolvidos sobre os países em desenvolvimento, não ao nível cultural, mas ao nível económico? Ou, caro leitor, considera normal o facto de serem os países em desenvolvimento os que possuem maiores recursos naturais, e, no entanto, serem simplesmente países em desenvolvimento, ou, podemos mesmo dizer, países pobres? Como pode o mundo viver em Paz, se existem países que ainda se consideram superiores ao ponto de invadirem um país e sugarem-lhe os seus recursos, não deixando hipótese ao país de crescer e controlar a sua própria economia? Desta forma, os países em desenvolvimento não vão deixar de ser isso mesmo, países em vias de ficar desenvolvidos.

Parece que essa evolução, que todos falamos estar a acontecer com a Humanidade, não se dá em todos os aspectos. Mas nós, jovens, somos o futuro do mundo, e, no nosso processo de crescimento, porque não fazermos crescer também o mundo?

5.1. Fundamentalismo

Refere-se a fundamento, alicerce, base, sustentáculo. Normalmente, quando este termo é utilizado, a ideia a que se reporta é a de ortodoxia, de tradicional, de invariabilidade, de fundamental.

A origem deste conceito parece ter-se perdido no tempo. Porém, um razoável referencial histórico parece remontar ao final do século XIX e início do século XX, quando uma corrente filosófica chamada de Modernismo parecia querer desafiar a ortodoxia cristã, ou, pelo menos, procurar conciliá-la com as novas ideias e com os novos pensamentos, oriundos de uma mescla de Darwinismo e de um nouveau Racionalismo, este último, por sua vez,   derivado do Iluminismo europeu do século XVIII. Esta nova onda de Racionalismo, do início do século XX, foi a promotora de uma forte eclosão de ideias formadoras de uma outra corrente filosófica, mais radical e agressiva, conhecida como Secularismo.

5.1.1 Alguns exemplos de fundamentalismo

Um dos casos mais graves de fundamentalismo na religião e no islamismo que têm muitos casos de movimentos extremistas como:

     - Al-Fatah

     - Hezbollah

     - Jihad Islâmica

     - Intifada

 Todas estas manifestações políticas, militares, ultra-radicais, fundamentadas em conceitos, fruto de interpretações do Alcorão, um livro oposto à Bíblia e fortemente anticristão.

6. A Religião Como Restauradora da Paz

6.1. Pequena introdução – “O Indivíduo e a Sociedade Humana”

A sociedade humana é a extensão do indivíduo, de maneira que, os problemas do mundo são, efectivamente, os problemas do indivíduo. As revoluções de guerra não resolvem nada, no entanto, o Homem, único ser dotado de razão, insiste em acreditar que sim. Se quisermos realmente uma mudança radical de mentalidades, se quisermos um mundo melhor, justo e pacífico, teremos de mudar individualmente, mudar dentro de nós mesmos, alterar dentro da nossa própria individualidade os abomináveis factores que causam dor e miséria no mundo. Cabe-nos a nós, jovens, mediante a nossa inteligência, conseguir converter o animal intelectual, primeiro em Homem, e só depois em “Super-Homem”. Somente com a revolução da dialéctica e dos costumes, conseguiremos vencer o terrível monstro do materialismo, causador de tantas Guerras. Recordemos que a massa é uma soma de indivíduos. Se cada um muda, a massa mudará inevitavelmente. É urgente acabar com o egoísmo e cultivar o altruísmo, é indispensável eliminar a cobiça e a crueldade que cada um de nós possui dentro de si. Há dor, há fome e há confusão, porém, nada disto pode ser eliminado através dos absurdos procedimentos de violência. Aqueles que querem transformar o Mundo à base de revoluções de sangue (ver no âmbito deste trabalho “Os Exemplos a Não Seguir”), com golpes de Estado e de Fuzilamentos, estão completamente equivocados; a violência só gera mais violência e o ódio mais ódio. Se queremos resolver os problemas da Humanidade, PRECISAMOS DE PAZ! E como conseguir a sua restauração?! A religião pode ser um bom auxílio.

6.2. A religião como restauradora da Paz – “O Relativismo Cultural”

O relativismo cultural, teoria formulada na década de 30 pelo antropólogo americano Melville Jean Herskovitz, preconiza que nenhuma cultura é superior a outra. Que cada uma deve ser entendida dentro de seu próprio contexto. Desta forma, a possibilidade de hierarquizar as culturas de forma objectiva torna-se impossível. Do relativismo cultural nasceria na década de 80 o discurso politicamente correcto, que aboliu do vocabulário palavras e expressões que soam pejorativas a minorias étnicas, homossexuais e portadores de deficiências físicas. Com os atentados, o relativismo sofreu um abalo: por alguns dias, pelo menos, o mundo voltou a ser dividido entre países civilizados e nações bárbaras. E, contra os bárbaros, políticos e analistas pediram vingança.

É daqui que nasce o fulcral papel da religião na restauração da Paz, que nestes termos, se baseia nos princípios do relativismo cultural, que são em parte, os princípios básicos da dialéctica marxista. Além disso, a religião, qualquer que seja, causa no seu seguidor uma espécie de abstração do mundo humano e uma entrada num outro mundo, este último muito mais espiritual. É desta forma que, muitas vezes, se ignora o “monstro do materialismo terreno”, já referido anteriormente, e se apela à criação de um mundo mais pacífico, um mundo onde a Luz é capaz de dissipar as trevas, onde não há lugar ao medo e à fome.

7. O diálogo inter-religioso

A Paz entre as religiões constitui uma condição fundamental para a paz no mundo. De facto, analisando os conflitos e surtos de violência das últimas décadas, percebe-se a presença e o lugar da religião nos embates e conflitos contemporâneos. Assim, o diálogo inter-religioso constitui, neste século, um dos principais desafios para a humanidade.

O grande, difícil e arriscado diálogo inter-religioso consiste em indicar que a violência religiosa não faz parte da essência da religião, mas que constitui um desvio da relação do Homem com Deus, relação essa que não é violenta sob nenhum aspecto.

O objectivo primordial do diálogo do século XXI assenta na convocação de todos a favor da Paz, bem como a retoma do verdadeiro sentimento religioso, capaz de inspirar valores contra a violência.

O grande perigo que ronda o tempo actual é o da solidão e etnocentrismo. As comunidades humanas estão, cada vez mais, fechadas em si, glorificando os seus heróis e diabolizando os inimigos, esquecendo-se das relações inter-pessoais e a troca de conhecimento com o exterior do seu círculo. O diálogo pretende instaurar a solidariedade entre as várias comunidades, bem como a Paz e o bem-estar mútuo.

O diálogo verdadeiro é animado por liberdade total, não podendo ser movido por oportunismos. Não se pode exigir nada do outro, senão a disposição de ouvir, compreender e respeitar.

Uma das figuras mais marcantes na prática do diálogo inter-religioso foi o Papa João Paulo II, sendo também o primeiro papa católico a visitar uma sinagoga e uma mesquita.

7.1. Condições para a prática do diálogo inter-religioso

O diálogo inter-religioso pretende instaurar um relacionamento entre fiéis de tradições diferentes, envolvendo partilha de vida, experiência e conhecimento, que possa possibilitar um clima de abertura, empatia, acolhimento e enriquecimento mútuo.

Dialogar implica uma disposição de escuta do outro que interpela. O diálogo exige humildade, tolerância, abertura e respeito ao diferente. Não basta, porém, abrir-se à diversidade, mas igualmente assegurar a liberdade e a dignidade do outro.

O diálogo inter-religioso pressupõe convicção religiosa, exigindo aos interlocutores um empenho de honestidade e sinceridade, que envolve a integralidade da própria fé. Para ser autêntico, tem que existir reciprocidade. Neste sentido, e se tomarmos como exemplo um cristão, apesar da fé em Jesus Cristo, deve reconhecer-se que, os que não partilham dessa mesma fé, estão no seu direito de defender as suas convicções no diálogo que se estabelece.

Para que haja diálogo, é necessário que os interlocutores estejam dispostos, não apenas a aprender os valores positivos nas tradições dos outros, mas também disponíveis e abertos à verdade que os envolve e ultrapassa. É indispensável que esta busca da verdade ocorra sem restrições mentais, na medida em que pode ocorrer o confronto de verdades, não necessariamente contraditórias. É preciso que se compreenda que nenhuma religião é detentora de toda a verdade e, como tal, são desnecessários todos os fanatismos exagerados.

7.1.1. Formação cultural

No entanto, há uma condição essencial para que todas as outras possam existir. Para que haja compreensão é preciso que haja uma certa formação cultural por parte dos intervenientes.

O Homem é por excelência um ser racional, mas está subordinado a uma sociedade que lhe tenta ensinar regras de convivência com o outro. Assim, a formação cultural tem o intuito de preparar o indivíduo para conviver em sociedade.

Para que se mantenha um diálogo, ambos têm que ter um certo grau educacional, de modo a que, qualquer que seja o assunto, os envolvidos saibam avaliar, criticar e mostrar o seu ponto de vista sobre o tema. Caso contrário, assuntos mal interpretados por uma das partes pode levar ao conflito.

Quando tal se estende a um assunto tão singular como a religião, em que há a tendência para uma avaliação etnocentrista, a falta da formação cultural pode levar a rápidos conflitos. Talvez seja esta uma das razões (para além da grande necessidade de reconhecimento) que leva às actuais «Guerras em nome de Deus».

7.2. Práticas das religiões contra os direitos Humanos

7.2.1. As Mulheres

Em todas as religiões, as mulheres são vistas como seres inferiores aos homens, sem direitos, sem opinião.

O caso mais grave passa-se no Islamismo, em que as mulheres não podem sequer mostrar a sua cara.

Por detrás do véu esconde-se sempre uma grande força e, apesar de tudo, convicção religiosa. Estas mulheres mantêm a esperança que, um dia, a sua religião possa ser sinónimo de tolerância e igualdade entre ambos os sexos.

Na Igreja Católica, apesar do culto da Virgem Maria, a mulher é ainda menosprezada. Não pode exercer cargos sacerdotais. Podem pertencer a este patriarcado como freiras, vivendo uma vida de clausura em mosteiros.

Até há bem pouco tempo, separavam-se dos Homens nas missas.

Apesar de mais liberal que o Islamismo, pede-se mais igualdade no Cristianismo. Na sociedade actual, a mulher começa a atingir uma posição mais favorável, mas é necessário que as religiões, com a sua influência, tomem parte desta evolução.

A única religião que parece estar à frente no tempo é o Budismo, que tem já consciência e aplicada a igualdade entre ambos os sexos.

7.2.2. A taxa de natalidade elevada

Na religião cristã, enquanto se prega contra a pobreza e o sofrimento em massa que assolam o mundo, torna-se ela mesmo parcialmente responsável por esse sofrimento, como resultado das suas atitudes repressivas em relação ao controle de natalidade e diante do aumento explosivo da população mundial.

A religião cristã opõe-se ao uso de contraceptivos, mesmo perante um cenário cada vez mais deprimente de crianças com falta de alimento, sem os mínimos cuidados de saúde.

Outro facto que daí advém é o aumento do número de infectados com doenças sexualmente transmissíveis, não só em países ditos subdesenvolvidos, mas também nos desenvolvidos.

Nesta matéria todas as religiões defendem o mesmo ponto de vista.

7.2.3. Da mortificação aos Mártires

Para o Islamismo, com a sua crença na predestinação, todas as guerras são apenas desígnios de Deus. Todos os que morrem em combate são considerados mártires.

A Igreja católica tem as suas instituições que defendem a mortificação corporal, como é o caso da «Opus Dei».

Como podemos querer Paz, se as próprias religiões pensam deste modo?

8. O Papel de Manter a Paz

8.1. A Importância das Instituições Mundiais

Depois das horrendas guerras que varreram o planeta nos últimos séculos, sentiu-se a necessidade de se construírem organizações supranacionais, reconhecidas pela maioria dos países, capazes de funcionarem como juízes e supervisores dos conflitos. Assim, em nome de um conjunto de princípios aprovados pela maior parte das nações do globo, foram criados organismos mundiais dedicados à manutenção da paz, ao desarmamento e à instauração de uma nova ordem internacional.

8.1.1. A ONU

A Organização das Nações Unidas, também conhecida pela sigla ONU, é uma organização internacional formada por países que se reuniram voluntariamente para trabalhar pela Paz e desenvolvimento mundiais.

Depois da II Guerra Mundial, que tão grandes sofrimentos causou a milhões de pessoas, existia um sentimento generalizado de que tinha de se encontrar uma maneira de manter a Paz entre as nações. Em 24 de Outubro de 1945, nascia a Organização das Nações Unidas, cuja Carta tinha já sido aprovada e redigida por 50 países.

A ONU tem quatro grandes fins:

  1. Manter a Paz e a segurança em todo o mundo;
  2. Fomentar relações amigáveis entre as nações;
  3. Trabalhar em conjunto para ajudar as pessoas pobres a viverem melhor, eliminar no mundo a pobreza, a doença e o analfabetismo e encorajar o respeito pelos direitos e liberdades dos outros;
  4. Ser um centro para ajudar as nações a alcançarem estes objectivos

Para evitar o fracasso como o da Sociedade das Nações, que sucedeu devido, principalmente, ao facto da maior potência mundial, os EUA, ter sido deixada de fora, a sede da ONU fica em Nova Iorque.

A ONU integra órgãos principais e organismos especializados, através dos quais tem actuado na resolução de conflitos entre Estados, na promoção dos Direitos Humanos (cuja Declaração Universal aprovou em 1948), na divulgação de conhecimentos, na defesa do ambiente, na protecção das crianças e na eliminação de doenças, da fome, da pobreza e do analfabetismo.

O actual Secretário Geral da ONU é Kofi Annan, vencedor do Prémio Nobel da Paz.

Como podemos verificar, o papel da ONU é muito importante na luta e preservação da Paz.

Mas o sucesso da ONU deve-se, também, a outras instituições internacionais, às quais é também necessário dar relevância. Como pode existir paz se há quem passe fome? Como pode existir paz se há crianças em pleno sofrimento? Como pode existir paz se morrem pessoas por falta de cuidados médicos? Daí a necessidade de instituições que assegurem a construção de pilares sólidos para a edificação de uma Paz Mundial.

8.1.2. A UNICEF

A UNICEF é uma agência das Nações Unidas que tem como objectivo promover a defesa dos direitos das crianças, ajudar a dar resposta às suas necessidades básicas e contribuir para o seu pleno desenvolvimento.

Em termos genéricos, trabalha com os governos nacionais e organizações locais em programas de desenvolvimento a longo prazo nos sectores da saúde, educação, nutrição, água e saneamento e também em situações de emergência para defender as crianças vítimas de guerras e outras catástrofes.

A UNICEF considera como intervenção prioritária:

  • Educação para as raparigas: para que todas as crianças, especialmente as raparigas, tenham acesso e completem um ensino primário de qualidade;
  • Desenvolvimento na primeira infância: para que cada criança tenha o melhor começo de vida possível;
  • Mais Imunização: para proteger todas as crianças de doenças e deficiências que são evitáveis, dando especial relevo à imunização;
  • Luta contra a SIDA: para prevenir a propagação da doença e para que as crianças e jovens infectados e afectados pela SIDA recebam cuidados adequados;
  • Protecção Infantil: para que todas as crianças possam crescer livres de violência, exploração, abusos e discriminação.

A UNICEF está convicta de que os resultados obtidos nestas áreas contribuirão largamente para o respeito dos direitos das crianças na sua totalidade. E que o progresso nestas áreas irá contribuir para que a ONU cumpra o seu papel.

8.1.3. Bancos Alimentares Contra a Fome

Os Bancos Alimentares são Instituições Particulares de Solidariedade Social que lutam contra o desperdício de produtos alimentares, encaminhando-os para distribuição gratuita às pessoas carenciadas.

Estas instituições abastecem, ao longo de todo o ano, instituições caritativas e humanitárias situadas em todo o mundo. Para além da entrega gratuita de alimentos destinadas às pessoas com carências alimentares, os Bancos Alimentares acompanham e partilham a ação das instituições no sentido de lutar contra a exclusão social.

Os Bancos Alimentares fazem acordos com as instituições de solidariedade locais tendo em conta as suas características próprias de actuação. A ajuda alimentar é efectuada na forma que melhor se adapta às necessidades da população apoiada: às famílias entrega cabazes de produtos alimentares, e serve refeições confeccionadas nos centros de acolhimento ou aos sem-abrigo na rua.

Estas instituições são governamentais.

8.1.4. A AMI

A AMI (Assistência Médica Internacional) é uma organização não governamental, privada e sem fins lucrativos. Desde a sua fundação, pelo Dr. Fernando Nobre, em 5 de Dezembro de 1984, a AMI assumiu-se como uma organização humanitária inovadora em Portugal, destinada a intervir rapidamente em situações de crise e emergência, tendo o Homem como o centro de todas as suas preocupações.

Esta instituição tem como objectivo lutar contra a pobreza, a exclusão social, o subdesenvolvimento, a fome e as sequelas da guerra, em qualquer parte do mundo.

Contando já com 20 anos de experiência no combate à intolerância e à indiferença, a Fundação AMI continua a transmitir ao Mundo a sua mensagem de solidariedade e humanismo, sobretudo através das suas missões pelo mundo fora.

O reconhecimento que a AMI obteve, tanto a nível nacional como internacional, traduz-se num aumento crescente de responsabilidades. Assim, e cada vez mais, a Fundação AMI quer convencer o Estado Português e a Opinião Pública em geral da importância e necessidade de uma maior participação de Portugal na ajuda humanitária no Mundo.

Na sua intervenção internacional, talvez a mais relevante (até porque a AMI actua hoje em 52 países), a AMI actua de três formas distintas. Primeiro, através da actuação em qualquer parte do mundo em situações de extrema urgência, como é o caso da sua intervenção na Guerra do Golfo (1990), e, mais recentemente, no Irão, no terramoto que arrasou a cidade de Bam. Segundo, nas missões de desenvolvimento, como é o caso da sua actuação em Timor desde 1999 ou na Guiné-Bissau desde 1987. Por fim, no financiamento de projectos sociais, como é o caso do Senegal ou da Bolívia.

Também em Portugal a AMI intervém, através, principalmente, de centros sociais.

Desta forma, a AMI ajuda na luta contra a intolerância e contra a indiferença.

8.1.5. A UNESCO

Se a guerra cresce na mente dos homens, é na mente dos homens que devem ser construídas as defesas da paz.

 Premissa da Constituição da UNESCO

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) foi criada a 16 de Novembro de 1945. Criada para acompanhar o desenvolvimento mundial e, ao mesmo tempo, auxiliar os Estados membros na busca de soluções para os problemas que desafiam a nossa sociedade, a UNESCO encontra-se envolvida num vasto campo de actividades, como a Educação, Cultura, Comunicação, Informação. Desta forma, a UNESCO tenta que todas as pessoas, independentemente da sua nacionalidade, raça ou situação social, tenha o direito à Educação básica, bem como o acesso à cultura de um país, sendo estes direitos naturais do Homem. Por outro lado, a UNESCO incentiva e promove o desenvolvimento científico de cada país, bem como no desenvolvimento da sua cultura. Um dos principais focos de actuação desta instituição é em África, onde a escolaridade das crianças é cada vez menor, passando-se o contrário em relação à taxa de analfabetismo. Um dos objectivos desta instituição é acabar com a discriminação e com a injustiça.

8.1.6. A NATO

A Organização do Tratado do Atlântico norte (NATO), também conhecida por Aliança Atlântica, é uma organização internacional de colaboração militar.

Esta organização foi criada em 1949, após a II Guerra Mundial. Unidos na vitória sobre o nazismo, os EUA e a URSS desentenderam-se logo que este objectivo foi alcançado. Estes países tinham ideais bastante diferentes, e cada um procurou expandir o seu modelo, e, assim, a luta por zonas de influência conduziu a um estado de tensão permanente entre os dois países. A guerra é esperada, mas nunca chega a acontecer. Este clima de tensão conduziu à formação da NATO. (Do lado da Rússia, foi fundado o Pacto de Varsóvia). Os estados que integram a NATO estabeleceram um compromisso de cooperação estratégica em tempo de paz e contraíram uma obrigação de auxílio em caso de ataque a qualquer dos países membros. Com o termo do conflito, o papel da NATO foi redefinido, passando a ter o objectivo de se tornar o eixo da política de segurança de toda a Europa. Posteriormente, a esta fundação juntaram-se a Polónia, a Hungria, a República Checa.

Apesar de ser uma organização de colaboração militar, a NATO é, muitas vezes, chamada a intervir pela própria ONU em conflitos mundiais e intra nacionais, sendo, assim, extremamente importante o seu papel na manutenção da paz.

8.2. O Nosso Papel

“Eu sou contra a violência, porque parece fazer bem, mas o bem é só temporário, o mal que faz é que é permanente”, palavras sábias proferidas algures no tempo por Mahatma Gadhi, personagem já abordada no âmbito deste trabalho. Todos devíamos seguir a sua filosofia e parar com as lamentações por causa do actual estado do Mundo. No entanto, pensar e agir custa, e muito… E o que decide então fazer o Homem, único ser dotado de razão? Sentar-se confortavelmente no seu sofá e culpar os chefes de Estado…

Não somos nós quem detém o poder, no entanto, é importante salientar o facto de que a culpa do actual estado do Mundo não pertence inteiramente aos que governam um País e aos capitalistas. O Homem da rua também tem a sua culpa, pois não se revolta, não age, não deixa que a mudança aconteça… Além disso, nós cidadãos, através de um voto supostamente consciente, temos o direito e o dever de atribuir o poder aos governantes. Não seremos então todos nós os grandes culpados por esta calamidade? A questão é: O que pode cada um de nós fazer no seu dia-a-dia para a construção de um Mundo mais pacífico?

Em primeiro lugar a Paz interior deve ser procurada, pois só assim, atingindo a plenitude, poderemos coexistir saudavelmente com os nossos semelhantes afim de construir um mundo melhor. O próximo objectivo, tratando-se ainda de uma dimensão pessoal, passa por uma consciencialização interior de que a Paz não é de todo inatingível e que lutar por ela vale toda uma vida. Cumprida esta primeira etapa, é tempo de partir para uma outra dimensão: a social. É de igual relevo a contribuição de cada sujeito, parte integrante de determinada sociedade, na consciencialização da mesma, do verdadeiro flagelo que actualmente o Mundo de tantos seres humanos destrói: as Guerras… Nós, membros deste grupo de trabalho, quisemos, precisamente com o desenvolvimento deste tema, despertar a comunidade escolar, ou pelo menos parte dela, para esta verdadeira e perigosa metamorfose que a Humanidade experimenta; Nós Homens temos de acabar com a Guerra antes que seja a Guerra a acabar connosco… JÁ CHEGA! Chega de dar como típica desculpa o carácter utópico da Paz. Chega de lamentar erros e calamidades passadas. A nossa tarefa não é consertar os erros do passado, mas sim preparar o caminho para o futuro.

Em jeito de conclusão, achamos que não é de menor importância o facto de que, no nosso quotidiano, devemos acabar, sempre que possível, com desacatos e divergências que presenciamos, porque, afinal de contas, “Como poderemos acabar com a poluição global se continuamos a atirar lixo para o chão?”

Todos comungamos deste sentimento [Paz], que não seja uma Paz podre, como verificamos na Europa que, após 60 anos da assinatura de Paz continua a ser fustigada por vários estados de Guerra todos os dias!

9. Os Homens da Paz

9.1. John Winston Lennon

“Avida é aquilo que te vai acontecendo enquanto estás empenhado em fazer outros planos.”

John Winston Lennon nasceu no dia 9 de Outubro de 1940 em Liverpool, em Inglaterra onde desde ai conheceu a violência humana, pois exactamente na noite do seu nascimento a Alemanha nazi bombardeou violentamente a cidade de Liverpool.

A subida para fama deu-se nos anos 60 com os amigos de banda Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr(The Beatles), que conquistaram o mundo na música, artes e moda, dando o sabor de uma geração. Como membro do grupo de maior sucesso de todos os tempos, e mais tarde com a sua carreira a solo, John Lennon mudou a vida para melhor.

Casado com Yoko Ono em 1969, embarcou pela carreira a solo. Junto com a sua esposa, ele tentou transformar o mundo com pensamentos que iam muito além da música. John Lennon ensinou ao mundo a ideia da paz mundial nas suas próprias músicas, "Give Peace a Chance (Dê uma chance a paz) ".O seu legado foi deixado na canção "Imagine" - eleita uma das "músicas do milénio", e que ainda tem e para sempre terá poder e significado.

9.2. Mohandas Karamchand Gandhi

“De nada nos serve a liberdade se não tivermos a liberdade para errar.”

Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido por Mahatma Gandhi, nasceu no dia 2 de Outubro de 1869 na Índia ocidental.

O pai era um político local, e a mãe dele era uma Vaishnavite (Vaishnative: advêm de vaisnavismo culto a vixnu, divindade fundamental no politeísmo hinduísta, consagrado em doutrinas, ritos e seitas heterogéneas ) religiosa.

 Aos 13 anos, Mahatma Gandhi casou com uma menina da mesma idade. Depois de um pouco de educação indistinta foi decidido que ele deveria ir para a Inglaterra para estudar Direito.

Ao longo da sua vida Mahatma Gandhi tentou combater a guerra através do diálogo um exemplo disso foi quando evitou o ataque do exercito inglês.

 Mahatma Gandhi foi assassinado por um hindu enfurecido em 30 de Janeiro de 1948 numa reunião de oração; com seu último suspiro o Mahatma Gandhi cantou o nome de Deus.

9.3. Martin Luther King

“Eu tenho um sonho. O sonho de ver os meus filhos julgados pela sua personalidade, não pela cor da sua pele.”

Líder negro pacifista e pastor norte-americano (1929-1968). Nasceu em Atlanta, filho de Martin Luther King (pai), e de Alberta Williams King (mãe) na Geórgia e formou-se em Teologia na Universidade de Bóston.

As primeiras funções de Luther King foram como pastor em 1954. No ano seguinte lidera um boicote contra a discriminação racial que dura 381 dias.

A sua filosofia de não-violência é baseada em Gandhi e nos princípios cristãos.

Em 1960, ele consegue liberar aos negros acesso aos lugares públicos. Em Washington dirige uma Marcha com 250 mil pessoas e profere um discurso contando o seu sonho de ver brancos e negros juntos. Desta Marcha resulta a Lei dos Direitos Civis (1964) e a Lei dos direitos de Voto (1965). Em 1968 ganhou o Prémio Nobel da Paz.

Morreu em Memphis vítima de atentado racista.

9.4. Dalai Lama

Dalai-Lama, líder espiritual tibetano (1935-),nasceu numa família de agricultores na aldeia de Takster, no leste do país, com o nome de Lhamo Thondup.

Aos 2 anos de idade, é reconhecido pelos monges tibetanos como a reencarnação do Dalai-lama (Dalai-lama- são considerados reencarnações do príncipe Cherezig – o Avalokitesvara, o portador do lótus branco, que representa a compaixão), a autoridade máxima do budismo tibetano.

Aos 4 anos é separado da família, muda-se para o Palácio de Potala, em Lhasa, e é nomeado como líder espiritual do Tibet. Após uma rigorosa preparação, que inclui o estudo do budismo, de História e Filosofia, assume o poder político em 1950, ano em que o Tibet é ocupado pela China. Em 1959, após o fracasso de uma rebelião nacionalista contra o governo chinês, exila-se na Índia, onde permanece até hoje, e é seguido por milhares de tibetanos. Ganhou o Prémio Novel da Paz de 1989, em reconhecimento à sua campanha pacifista para acabar com a dominação chinesa no Tibet.

9.5. Kofi Annan

Kofi Annan nasceu em Kumasi, no Gana, a 8 de Abril de 1938.

Estudou na Universidade de Ciência e Tecnologia de Kumasi, no Gana, e completou o seu Bacharelato em Economia no Macalester College, em St. Paul, Minnesota (EUA). Kofi Annan começou a trabalhar para o sistema das Nações Unidas em 1962, como funcionário de administração e orçamento da Organização Mundial de Saúde em Genebra, tornando-se, mais tarde secretário-geral da ONU.

A 10 de Dezembro de 2001, o Secretário-Geral e as Nações Unidas receberam o Prémio Novel da Paz.

9.6. Ernesto Guevara

Toda a nossa ação é um grito de guerra contra o imperialismo e um clamor pela unidade dos povos contra o grande inimigo do género humano: os Estados Unidos da América do Norte. Em qualquer lugar que a morte nos surpreenda, que seja bem-vinda, sempre que esse, nosso grito de guerra, tenha chegado até um ouvido receptivo, e outra mão se estenda para empunhar nossas armas, e outros homens se prestem a entoar os cantos pesarosos com estrondos de metralhadoras e novos gritos de guerra e de vitória”.

Ernesto Guevara de la Serna nasceu na cidade argentina de Rosário no dia 14 de junho de 1928.

Em pequeno sofre ataques de asma e por essa razão em 1932 mudou-se para as serras de Córdoba. Estudou grande parte do ensino fundamental em casa com sua mãe. Na biblioteca de sua casa havia obras de Marx, Engels e Lenine, com os quais se familiarizou em sua adolescência.

Em Julho de 1953, inicia sua segunda viagem pela América Latina. Nessa oportunidade visita Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, El Salvador e Guatemala. Ao visitar as minas de cobre, as povoações indígenas e os leprosos, Ernesto dá mostras de seu profundo humanismo, vai crescendo e aumentando o seu modo revolucionário de pensar e o seu firme anti imperialismo

Convencido de que a revolução era a única solução possível para acabar com as injustiças sociais existentes na América Latina, em 1954 Guevara marcha rumo ao México, onde se une ao movimento integrado por revolucionários cubanos seguidores de Fidel Castro. Foi aí onde ele ganhou o apelido de "Che", por seu jeito argentino de falar.

Após o triunfo da Revolução, Che Guevara se transforma na mão direita de Fidel Castro no novo governo de Cuba. É nomeado Ministro da Indústria e posteriormente Presidente do Banco Nacional. Desempenha simultaneamente outras tarefas diversas, de carácter militar, político e diplomático.

10. Exemplos a não seguir

10.1. Adolf Hitler

Líder político alemão nasceu a 20 de Abril de 1889, na cidade austríaca de Braunnau, filho de Alois Hitler e Klara Pölzl. Sem concluir os estudos de segundo grau em Linz, mudou-se para Viena (1908), onde o sonho de se tornar pintor foi truncado quando não conseguiu ingressar na Academia de Belas-Artes. Em 1913, muda-se para Munique, Alemanha, fugindo do alistamento no Exército de seu país. Com o início da 1.ª Guerra Mundial, em 1914, alista-se no Exército alemão como voluntário. Ferido em combate, recebe a condecoração da Cruz de Ferro.

Em 1919, filia-se ao Partido Operário Alemão (DAP), rebaptizado em 1920 como Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) e apelidado de “nazi”. No ano seguinte, passa a chefiar o partido. Preso em 1923, após uma tentativa de golpe de Estado – o Putsch de Munique –, escreve o livro Mein Kampf , que me português significa "Minha Luta".         As suas ideias baseiam-se no nacionalismo, no anticomunismo, no anti-semitismo e na crença na superioridade da raça ariana. O seu objectivo é construir um novo Estado (3º Reich) capaz de promover a autonomia económica da Alemanha, libertando-a do Tratado de Versalhes.

Em 1930, torna-se cidadão alemão. Assume o poder como chanceler em 1933. Bane partidos políticos, prende opositores, reintroduz o serviço militar obrigatório e dá início à expansão militarista alemã. Ordena a invasão da Polónia em 1939, provocando a 2.ª Guerra Mundial. Manda judeus para campos de concentração e anexa vários países da Europa. Derrotado, em Abril de 1945, com as tropas soviéticas cercando Berlim, suicida-se no bunker da chancelaria.

10.2. Tony Blair

“Trabalho para os que podem trabalhar»

Anthony Charles Lynton nasceu em 6 de Maio de 1953 em Edimburgo.

Tony Blair foi educado em colégios de Edimburgo, e depois estudou Direito em Oxford, convertendo-se em advogado especializado em Direito Sindical em 1976.

Em 1983, foi nomeado membro do Partido Trabalhista Inglês (Labour) no Parlamento.

De 1984 a 1987, foi porta-voz da oposição sobre assuntos de tesouro e economia.

Após a morte de John Smith em 1994, Blair, com 41 anos, tornou-se no líder mais jovem já surgido no Trabalhismo. O Congresso de seu partido em 1996, adotou a política proposta por Tony Blair, que buscava uma reforma constitucional, especial atenção à educação e à saúde e a maior integração com a União Europeia (UE). Nas eleições de 1997, derrotou o conservador John Major por uma grande maioria dos votos.

O principal factor negativo da gestão de Blair que o leva a perder muitos votos foi a decisão do Reino Unido em apoiar o presidente George W. Bush na Guerra do Iraque.

10.3. George W. Bush

“God Bless América!”

Tal como o seu pai, George W. Bush foi educado na Academia Phillips (Andover) e na Yale University. Embora a sua pontuação SAT abaixo da média dos calouros de Yale de 1970, foi beneficiado pela política de admissões que dava preferência aos filhos de antigos alunos (a sua pontuação quase não atingia os 70 por cento de todo o país)

Em 1968 Bush alistou-se na Guarda Aérea Nacional do Texas, em 1970 já era piloto de F-102 e foi promovido a primeiro-tenente.

Em 2000 foi eleito presidente dos EUA pela primeira vez, estando já no seu segundo mandato.

Em Março de 2003, os EUA liderados por Bush e o Reino Unido dão início à Guerra do Iraque sem o apoio do Conselho de Segurança da ONU.

Em Dezembro de 2003, as forças americanas capturam o ex-ditador Saddam Hussein escondido em um buraco no chão de uma casa fora de Tikrit, sua cidade natal.

Desde então, a administração Bush envolveu-se em muitos escândalos que poderiam prejudicar sua reputação, dois deles, a falta de provas de que o Iraque realmente possuía armas de destruição em massa --justificativa usada para atacar o país-- e os abusos de prisioneiros iraquianos cometidos por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdad.

11. Anexos

11.1. As Grandes Ameaças à Paz

11.1.1. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

As rivalidades económicas, a luta pela partilha do mundo e a questão das nacionalidades são as razões indirectas que estiveram na base do primeiro grande conflito mundial.

Ele estava tão iminente que, na Europa, se havia já estabelecido um sistema de alianças: Tríplice Aliança, constituída pela Alemanha, Áustria-Hungria e Itália e a Tríplice Entente (Aliados), constituída pela França, Inglaterra e Rússia.

O motivo próximo ocorreu quando em 28 de Junho, um estudante sérvio assassinou, em Sarajevo, o príncipe herdeiro do império Austro-húngaro.

Em Agosto, o exército Alemão iniciou um plano de ataque surpresa. Numa ofensiva relâmpago invadiu a Bélgica para atingir Paris. Os exércitos confrontaram-se na Batalha do Marne e o equilíbrio de forças levou a uma Guerra de posições. Os exércitos posicionaram-se em longas frentes, em valas escavadas no solo, separados pela “terra de ninguém”. Foi a guerra das Trincheiras. O ano de 1917 foi um ano de mudanças e de alterações de forças.

A Rússia saiu da Guerra e a entrada dos EUA veio trazer armas e Homens ao exército dos Aliados.

A Alemanha sofreu um bloqueio económico, enquanto os países aliados chegaram géneros da América e das colónias.

Em 1918, as ofensivas das tropas aliadas levaram a Alemanha a perdera guerra.

O Armistício foi assinado a 11 de Novembro, em Rethondes (França), e os Países vencedores reuniram-se no ano seguinte em Versalhes para estabelecerem os tratados de Paz.

Depois desta primeira calamidade Mundial, a pomba branca parecia, por esta altura, ter chegado para ficar, no entanto, era uma “paz armada”; a Alemanha foi declarada culpada pelo conflito e obrigada a cumprir várias sanções. A humilhação por que passara fora enorme e pairava no ar um clima de potencial vingança. Ainda assim, por toda a Europa, palco mais fustigado por esta Guerra, havia muitas mortes por contar e muitos abalos económicos e financeiros para avaliar. Foi então que, enquanto o Mundo dormia no flagelo que o assombrara, o gigante Alemão se armou potentemente, preparando no segredo dos Deuses o maior conflito de que há memória…

11.1.2. A Segunda Grande Guerra (1939-1945)

Tal como a primeira Guerra Mundial também a segunda nasceu de um conflito entre as principais potências da Europa. Foi o sentimento de superioridade e o desejo de responderem à humilhação que lhes foi imposta pelo Tratado de Versalhes que incitou os alemães a tomarem a iniciativa de guerra.

A Guerra foi cuidadosamente preparada pelo Fuhrer: rearmou a Alemanha com equipamento ultramoderno, procurou a Aliança de outros países de regime semelhante (Eixo Roma /Berlim/Tóquio), alargou as fronteiras da Alemanha, anexando a Aústria e parte da Checoslováquia. Finalmente, Hitler testou a sua força aérea, intervindo na Guerra civil Espanhola.

Apesar de ser por demais evidente que a Alemanha se preparava para a Guerra, as democracias europeias foram aceitando as actuações de Hitler na esperança de evitar, assim, um novo conflito de largas dimensões.

No dia 1 de Setembro de 1939, depois de ter assinado, com a URSS, um pacto de não agressão, a Alemanha invadiu a Polónia. A França e a Inglaterra, finalmente persuadidas de que a guerra era inevitável, declararam guerra à Alemanha.

A Polónia foi conquistada em apenas três semanas.

Até à Primavera de 1940, Hitler manteve a Guerra parada. Entre Abril e Junho, numa estratégia de guerra-relâmpago, invadiu e venceu a Dinamarca, a Noruega, a Holanda, a Bélgica e a França. Os soldados ingleses desembarcados no continente, mal conseguem cobrir a retirada, deixando para trás Homens e material de Guerra (retirada de Dunquerque).

Com a França ocupada, a Inglaterra vê-se sozinha no conflito. Dirigida por Winston Churchill, um homem de vontade de ferro, resiste heroicamente aos intensos ataques da aviação alemã, no Verão de 1940 (batalha de Inglaterra).

Em 1941 a Alemanha parecia simplesmente invencível. É então que a Guerra se mundializa: Hitler invade a URSS. O Exército Vermelho, mal preparado recua até às portas de Estalinegrado. No Pacífico, os Japoneses atacam a esquadra americana estacionada em Pearl Harbour.

Os EUA entram na Guerra ao lado dos Aliados contra as forças do Eixo.

A partir de 1942, uma “Grande Aliança” constituída pela Inglaterra, EUA e URSS, conjuga esforços para derrotar os Estados Unidos numa Guerra Total: combate-se em terra, no ar e no mar. Os Aliados vencem no Pacífico (Mindway), na frente russa (Estalinegrado), no norte de África (El Alamein). Desembarcam na Itália que rapidamente dominam. A 6 de Junho de 1944 – “Dia D” – numa operação arriscada mas bem sucedida, os Aliados desembarcam em França, na Normandia. Menos de um ano depois estão às portas de Berlim. A Alemanha capitula. Hitler suicida-se.

No Pacífico, face à resistência japonesa, os americanos decidem utilizar uma terrível arma secreta, desenvolvida durante a Guerra: Hiroxima e Nagasáqui são arrasadas pela Bomba Atómica. O Japão rende-se sem condições. Os Aliados vencem a Guerra.

A Segunda Guerra Mundial foi o maior conflito de sempre.

Calcula-se que as perdas Humanas ascendam a 55 milhões de mortos, 35 milhões de feridos e 3 milhões de desaparecidos. Cidades inteiras ficaram destruídas. A produção agrícola e industrial reduzida a metade. A Europa e o Japão foram as regiões mais duramente atingidas.

11.1.3. O Exemplo do Horror da Guerra

Convencidos da superioridade da sua raça (a raça Ariana) e do seu direito de dominar povos que consideravam “inferiores”, os Alemães nazis puseram em prática uma política brutal de repressão e violência. Judeus, Ciganos e Eslavos, considerados sub-humanos, foram obrigados a fugir e, quando apanhados pela Gestapo, eram levados para campos de concentração para procederem à execução de trabalhos forçados ou eram simples mente exterminados (Genocídio).

Anne Frank foi uma no meio de tantas e tantas pessoas que passaram por todo este terror. Anne era uma rapariguinha de uma família judaica que se refugiou na Holanda para escapar às perseguições nazis. Invadido este país, a família esconde-se com outras pessoas num “anexo” de uma casa, onde, protegida por gente cuidadosa e dedicada, consegue viver largo tempo sempre, porém, no terror de ser descoberta. Acabou por sê-lo. E o Diário de Anne Frank foi encontrado por acaso num monte de papéis velhos. Anne veio a morrer no campo de concentração de Bergen-Belsen. Mas o Diário que essa rapariga escreveu continua vivo e é na sua perspicácia e na sua desenvoltura adolescente um autêntico documento humano e, só pelo facto de existir, um protesto único contra as injustiças do mundo em que vivemos.

De seguida, apresentaremos um extracto desse mesmo diário que demonstra muitíssimo bem a forma como uma menina adolescente vê o mundo de hoje, um mundo de guerra:

“Tu talvez não possas compreender que aqui surja tantas vezes a pergunta desesperada: porquê e para quê esta guerra? Porque é que os homens não podem viver em paz? Para quê tantas destruições? Estas perguntas são legítimas, mas até agora ainda ninguém soube encontra – lhes uma resposta satisfatória. Porque é que na Inglaterra se constroem aviões cada vez maiores, bombas cada vez mais pesadas e ao mesmo tempo se reconstroem filas de casas? Porque é que se gasta todos os dias milhões para a guerra, se não há dinheiro para a medicina, os artistas e os pobres? Porque é que há homens a passar fome se, em outros continentes, apodrecem víveres? Porque é que os homens são tão insensatos? Não acredito que a culpa da guerra caiba exclusivamente nos que governam e nos capitalistas. Não, o homem da rua também tem a sua culpa, pois não se revolta. O homem nasce com o instinto da destruição, do massacre, da fúria, e enquanto todo a humanidade não sofrer uma metamorfose total, haverá sempre guerras. O que se construiu cultivou e o que cresceu será destruído, e à humanidade só restará recomeçar.

Tenho estado muitas vezes abatida, mas nunca me senti aniquilada. Considero a nossa vida de “mergulhados” uma aventura perigosa que é, ao mesmo tempo, romântica e interessante. Sempre me propôs a viver uma vida diferente da das raparigas em geral, do mesmo modo como também não me agrada para o futuro a vida banal das donas de casa. Isto aqui é um bom princípio com muitas coisas cheias de interesse e, mesmo nos momentos mais perigosos, vejo o cómico da situação e não posso deixar de me rir.

Sou uma jovem e com certeza ainda há em mim muitas qualidades a despertar; sou jovem e forte e vivo conscientemente esta aventura. Porque hei – de lamentar – me todo o dia?

Muito me deu a natureza: alegria e força. Cada vez mais sinto como o meu espírito se desenvolve, sinto a libertação que se está aproximando, sinto como é bela a natureza e como é boa a gente que rodeia. Porque hei – de estar desesperada?”

11.2. A Arte como comunicação em tempo de conflitos

A Arte é uma das actividades humanas que mais importância tem, por aquilo que representa para o Homem.

Na Arte, o espectador contempla uma obra e vê-se representado na ação descrita. O sofrimento ou a alegria das personagens tornam-se um sofrimento ou alegria próprias.

O artista percebe o mundo como uma inspiração para a realidade transfigurada na obra, sentindo-se livre do materialismo e da vulgaridade deste e pretende partilhá-la com a humanidade.

Como mote inspirador, o mundo real e as suas injustiças acabam por ser desmascaradas no objecto criado.

Assim, compreende-se que o nome de muitos artistas apareça associado a grandes conflitos mundiais ou a ditaduras. Sendo a liberdade de expressão abolida nestas alturas, o Homem vê-se obrigado a recorrer à transfiguração para exprimir todas as suas emoções, toda a revolta que sentem perante a situação do mundo.

Só a Arte, com a sua linguagem polissémica, pode conter uma crítica social e passar despercebida perante a censura. Só a Arte permite transmitir uma mensagem de revolta a todos os que sentem desconforto com esta situação, mas escondê-la dos que a governam. Como Lizst (Franz Liszt, compositor Hungaro, séc. XIX) referiu «As artes são o mais seguro meio de se esconder do mundo e são também o meio mais seguro de se unir a ele.».

11.2.1. Guernica, Picasso

Ao observarmos este quadro, não nos é indiferente a denúncia feita por Picasso aos horrores do bombardeamento da cidade de Guernica durante a Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939). Através desta pintura, o artista exprime a crueldade e a barbaridade da guerra, e sofrimento absurdo provocado pela mesma.

O quadro mostra-nos várias figuras, com formas, podemos mesmo dizer, ridículas, tal como também o é o estado de guerra.

O quadro transmite-nos a sua mensagem por símbolos. Temos o touro, o cavalo, a mão com o filho morto nos braços, o guerreiro decapitado, que podemos dizer serem alusivos à brutalidade, desespero, sofrimento e liberdade perdida. Por outro lado, aparece-nos a flor e o candeeiro, que nos remete para a esperança.

Guernica é uma cidade basca, bombardeada pela aviação alemã (aliada do general Franco, líder de um dos grupos de confronto da Guerra Civil) no dia 27 de Abril de 1937.

11.2.2. Megalomaniac, Incubus

Eu ouço-te na rádio

Tu preenches o meu visor.

Não é simpático, mas

Se te encontrasse numa luta de tesouras

Cortava-te as tuas asas

Em princípio, sozinho.

  .

Hey! Megalómano! Não és Jesus! Yeah, nem és o raio do Elvis!

Lava as mãos limpas do bebé de ti próprio

E desce! Desce! Desce!

  .

Se eu fosse teu acessório

Abria-te os olhos

E então tu verias

Que todos nós enviámos o céu.

E lá nunca foi pensado

Ser apenas um.

  .

Hey! Megalómano! Não és Jesus! Yeah, nem és o raio do Elvis!

Lava as mãos limpas do bebé de ti próprio

E desce! Desce! Desce!

.

Não és Jesus! Não és o Elvis! Não és a resposta!

.

Nesta música, os Incubus fazem uma evidente crítica aos grandes ditadores da História. Ao excesso de poder, à superioridade. Não é preciso fazer uma outra interpretação, a letra fala por si.

11.2.3. War within a breath, rage against the machine

Todos os oficiais que entram

Ferem-nos; deixam-nos incapacitados

Silenciosos e calmos

E com a nossa carne e ossos

Ele constrói a sua casa.

  .

O Sul primeiro

Cresce através de uma selva embaciada

Fecha ruidosamente, tão cancerígeno

Bandeira preta e uma estrela vermelha

O sol lá no alto aparece pouco definido sobre Los Angeles

Estica-te pelas lições que ter mascarado passou

Agarra bem o metro

É teu, está construído.

  .

Tudo pode mudar, em novos dias do ano

E tudo muda num dia do ano.

  .

Guerra dentro de um fôlego

É terra ou morte.

  .

A existência deles é um crime

O assento deles, o robe deles, a gravata deles

As suas acções terrestres

As suas armas alugadas

Eles são o crime.

  .

Tiros ouvidos debaixo da terra a rondar a extrema felicidade

Os olhos do mundo capturados

No fim num pasto mexicano

Os mascarados a gritar terra ou morte, sem um fôlego

Guerra desde o início do tempo

Alveja os governantes modelo numa linha

Põe em contacto todos os banqueiros do mundo

Quem pensa que eles conseguem rimar

Alveja os senhores das terras que sabiam que elas eram minhas

É uma Guerra desde o início do tempo

  .

Guerra sem um fôlego

É a terra ou a morte

  .

É a terra ou a morte.

.

Nesta música, os Rage Against the Machine contam o terror que são as guerras que assolam o nosso Mundo, criticando o papel negativo que os Governantes têm nessas guerras.

11.3. Notícias

Estratégia das religiões monoteístas para o diálogo Inter-Religioso

 Se o difícil objectivo da reunificação das confissões cristãs se reveste de carácter de urgência para o sucessor de João Paulo II, já o alargamento do espaço de diálogo com as religiões monoteístas não é bem aceite no seio da Igreja Católica. Karol Wojtyla não foi apenas o primeiro Papa que entrou numa sinagoga (Roma, 1986) e numa mesquita (Omeyas, Damasco, 2001). Foi sobretudo o precursor de reuniões sem precedentes de todos os chefes religiosos – como os encontros de Assis (Itália, em 1986 e 2002 - , e o iniciador do diálogo com o Judaísmo, o Islamismo e o Budismo. Deu passos importantes e decisivos para este diálogo Inter-Religioso, que o seu sucessor vai se “obrigado” a ampliar, mesmo a contragosto dos meios mais tradicionalistas e conservadores da Igreja Católica. Enquanto que o diálogo com o Judaísmo continua eivado de dificuldades (embora centrado em questões relacionadas com o passado, tais como expressões e conceitos contidos em textos oficiais da Igreja sobre Israel, ou o papel que o Papa Pio XII terá tido em relação ao extermínio dos judeus pelo nazismo durante a II Guerra Mundial), já o diálogo com o Islão carreia não só questões teológicas e duas visões do Homem e do Mundo (aparentemente inconciliáveis), mas também problemas actuais, como são os crimes cometidos por islamistas radicais, ou as perseguições a minorias cristãs em alguns países islâmicos (Arábia Saudita e Paquistão). Para este diálogo, João Paulo II deixou também definida a margem de manobra de que dispõe o chefe da hierarquia da Igreja Católica – isto é – não deve haver nesse diálogo “nem capitulação nem excessivo desejo de paz”, mas, sim, testemunho recíproco com vista a ultrapassar preconceitos, a intolerância e os mal-entendidos. Colocada a questão nestes termos, muitos católicos interrogaram-se sobre a disponibilidade do próximo Papa para seguir esse rumo. A História já regista que João Paulo II conseguiu reunirem Assis, por mais do que uma vez, cardeais católicos romanos, irmãs muçulmanas, rabinos judeus, monges budistas, sikhs, bahais, hindus, jainistas, zoroastristas e membros de religiões tradicionais africanas. Em 1985, perante o rei Hassan II de Marrocos ou falando aos 80 mil jovens muçulmanos que o ovacionaram no Estádio de Casablanca, o Papa João Paulo II comentou: “Nós adoramos o mesmo Deus”.

Amnistia acusa EUA de maus tratos

A Amnnistia Internacional (AI) acusou a Administração de George W. Bush de violar os Direitos Humanos ao promover a tortura e os maus-tratos dos detidos nas cadeias norte-americanas, o que, na perspectiva daquela organização, expressa num relatório de 300 páginas divulgado ontem, garante "permissão a outros para cometer abusos com toda a impunidade". O relatório critica também outras regiões do Globo, como na região sudanesa de Darfur. No Iraque, a AI afirma que alguma da violência que constitui o quotidiano daquele território pode ser atribuída a grupos armados, mas não deixa indemne as forças da coligação liderada pelos EUA, que responsabiliza por "mortes ilegítimas, torturas e outras violações". Segundo a AI, "torturas e maus-tratos pelas forças liderados pelos EUA foram sobejamente reportados". Além disso, a observação selectiva, por parte de Washington, da normas do Direito Internacional e os abusos cometidos sobre prisioneiros enviam "um sinal permissivo para governos abusadores. Os EUA, enquanto hiper-potência política, militar e económica sem rival, estabelecem o padrão para o comportamento governamental a nível planetário", afirma a organização londrina. A Casa Branca não respondeu às acusações.

JN 26-05-05

Será o tão aguardado fim?

A retirada israelita da Faixa de Gaza terá início entre 15 e 17 de Agosto, anunciou ontem o primeiro-ministro Ariel Sharon, em entrevista à televisão pública. O chefe da diplomacia israelita, Sylvan Shalom, avisou, porém, que Telavive poderá reconsiderar a retirada caso o Hamas vença as legislativas palestinianas de 17 de Julho.

A retirada israelita da Faixa de Gaza estava inicialmente prevista para 25 de Julho, mas os responsáveis israelitas decidiram adiá-la num sinal de respeito pela sensibilidade religiosa dos colonos. O período compreendido entre fim de Julho e meados de Agosto corresponde a uma época de luto e oração que termina a 14 de Agosto, data da destruição do II Templo de Jerusalém pelos exércitos da Babilónia.

Interrogado sobre a reacção israelita a uma vitória do Hamas nas legislativas palestinianas, Shalom considerou que seria "ilógico avançar na aplicação do plano de retirada como se nada tivesse acontecido", acrescentando que essa eventualidade "conduziria a região de regresso à violência". O chefe da diplomacia israelita afirmou recear que a Faixa de Gaza se transforme num "Hamastão", uma zona às portas de Israel onde "organizações como o Hezbollah ou até a Al- -Qaeda se poderiam instalar".

"Se quer continuar no poder, a Autoridade Palestiniana (AP) não deve autorizar o Hamas a ganhar mais poder enquanto mantiver a sua ala armada", sublinhou Shalom. Israel exige o desmantelamento dos grupos armados palestinianos como condição para o avanço do processo de paz. Em Julho, o Hamas irá participar pela primeira vez numas legislativas, após ter boicotado as de 1996. Quem também comentou a retirada da Faixa de Gaza foi o vice- -primeiro-ministro israelita, Shimon Peres, considerando que esta não é um "dado adquirido", podendo não se concretizar caso seja necessário demolir as casas dos colonos, o que poderia adiar o processo durante meses. "Se deixarmos a Faixa de Gaza será um sucesso. Se isso não acontecer, será uma tragédia, porque a retirada é a condição essencial para a continuação do processo diplomático para resolver o conflito com os palestinianos", afirmou Peres.

JN - 10-05-05

12. Conclusão

Como conclusão, e completando aquilo que já dissemos ser possível fazer no «Nosso Papel», apresentamos mais alguns argumentos que comprovam, não só a necessidade de Paz, mas também aquilo que podemos e DEVEMOS fazer num futuro muito próximo.

Era já um facto que o mundo vivia uma época turbulenta, mas, com este trabalho, apercebemo-nos do horizonte ominoso e da calamidade sem fim que se prevê para o planeta em que vivemos. Está nas nossas mãos pintar este horizonte de branco e não deixar que ele se volte a sujar de negro.

O mundo está num estado lastimável e não é neste lugar que queremos que os nossos filhos cresçam.

NÓS SOMOS O FUTURO! e está em cada um de nós a capacidade de fazer com que as trevas dêem lugar à luz, que o amor e a fraternidade mantenham a chama da Paz acesa e nunca deixe que a maior tempestade a apague.

É este o nosso contributo para que percebam que cruzar os braços não é sequer opção. Se nada for feito, o mundo entrará num estado de metamorfose tal que à Humanidade só restará recomeçar. E haverão condições para esse renascer?

13. Bibliografia

  • ALVES, Fátima; AREDES, José; CARVALHO, José. (2002). 705 Azul – Introdução à Filosofia – 10º Ano. 1º Edição. Lisboa: Texto Editora.
  • FRANK, Anne (2001). Diário. Col. «Dois Mundos». 3º Edição. Lisboa: Livros do Brasil.
  • GIRÃO, José Manuel dos Santos & GRÁCIO, Rui Alexandre (1998). Área de Integração. 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora.
  • GRINÉ, Cristina; GRINÉ, Euclides; RUA, Humberto. (2002). História do século XX – 9ºAno. 3ªEdição. Lisboa: Texto Editora.
  • MARQUES, António; SANTOS, Leonel Ribeiro dos. (1982). Filosofia 1 – 10ºAno de Escolaridade. 5ª Edição. Lisboa: A Regra do Jogo, pp. 435-436.
  • ROSAS, Maria Antónia & GOMES, Celso (sem data). O Essencial para o Básico – 9ºAno – História. 3º Edição. Lisboa: Edições ASA.

Enciclopédias:

  • VÁRIOS AUTORES. Grande Dicionário Enciclopédico. (1998). Clube Internacional do Livro. Alfragide (Portugal).
  • VÁRIOS AUTORES. (1999). Enciclopédia dos Conhecimentos Básicos – Adaptada ao Ensino Secundário. Lisboa: Oceano – Liarte.
  • TEIXEIRA, António Braz. “Diálogo”. (1989). In: Logos - Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia. Lisboa / São Paulo: Editorial Verbo. Vol. I.
  • TEIXEIRA, António Braz. “Paz”. (1992). In: Logos - Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia. Lisboa / São Paulo: Editorial Verbo. Vol. IV.

Sites da Internet:

  • www.whitehouse.gov/president/gwbbio.html
  • www.number-10.gov.uk/output/Page4.asp
  • www.biografiasyvidas.com/biografia/d/dalai.htm
  • www.toy-soldier-gallery.com/Articles/Hitler/Hitler.html
  • www.andina.com.pe/especiales/kofiannan/biografia.asp
  • www.lutherking.hpgvip.ig.com.br/biografia.html
  •  www.patriagrande.net/cuba/ernesto.che.guevara/biografia.htm
  • biografieonline.it/biografia.htm?BioID=301&biografia=John+Lennon
  • www.portalmundos.com/mundohistoria/hombres/gandhi.htm
  •  www.rainews24.rai.it/ran24/speciali/iraq/foto/guerra.jpg
  • www.mensajesabatino.com.ar/ niños%20guerra
  • www.bisbilhotices.blogger.com.br/
  • www.biblioteka.zory.pl/
  • www.orillas.org/ gpproje.html
  • www.caos.cl/paz/
  • www.luteranos.com.br/ posicionamentos/guerra.htm

Outros:

  • Diciopédia 2005
  • JN – Jornal  Jornal de Notícias: 10-05-2005 (ARTIGO DE JORNAL)
  • JN – Jornal  Jornal de Notícias: 26-05-2005 (ARTIGO DE JORNAL)



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