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Trabalho sobre áreas metropolitanas portuguesas (Lisboa e Porto), realizado no âmbito da disciplina de Geografia (11º ano).
Neste trabalho irei falar sobre centros urbanos.
No nosso país tem havido uma grande evolução no que toca aos aglomerados populacionais: eles têm-se desenvolvido, e têm havido diferenças no dinamismo das cidades devido a isso.
Mais propriamente irei falar sobre as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Existem diferenças entre elas, e são essas que pretendo realçar.
As características, a população, o comércio, a indústria, a qualidade de vida, entre outros factores, diferem de uma área metropolitana para outra. É importante comparar estes pontos do dinamismo de cada cidade, para compreendermos as diferenças e as potencialidades de cada uma delas.
O crescimento demográfico e funcional provocou o consequente crescimento das cidades, em geral, e de Lisboa e do Porto, em particular.
Devido à elevada pressão demográfica e funcional existente no interior da cidade surgiu um movimento divergente. Neste movimento é característico que as periferias sejam alvo de uma crescente procura, tanto para construção de habitações como para a implantação de indústrias e serviços.
Deste modo, vão surgindo áreas que constituem importantes bacias de emprego e outras áreas onde, pelo contrário, a função residencial é predominante.
Muitas aldeias e vilas vão, devido a esta crescente procura por parte da população e dos sectores de actividade tradicionalmente urbanos, sofrendo uma expansão. As consequências dessa expansão são as elevações a cidade. Isto aconteceu com a Amadora, Almada, Montijo e Odivelas (periferia de Lisboa). Já no âmbito da periferia da cidade do Porto, aconteceram situações iguais com Vila Nova de Gaia, Maia, Matosinhos e Ermesinde.
Assim foram formadas as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, de modo a reconhecer e a promover ainda mais a existência de uma relação de interdependência e interacção entre as várias cidades de cada área.
A Área Metropolitana de Lisboa é uma região que engloba 18 municípios da Grande Lisboa e da Península de Setúbal. É o maior centro populacional do país, com 2 819 433 habitantes (2008), cerca de 25% da população portuguesa, 3.3% do território nacional, 30% das empresas nacionais, 33% do emprego e contribui com mais de 36% do PIB nacional. Constitui uma entidade de nível intermédio da Administração Pública Local, de natureza associativa. Tem natureza associativa e visa a prossecução de interesses comuns dos municípios que a integram.
Os municípios que compõem a Área Metropolitana de Lisboa são 18:
A área metropolitana do Porto é uma grande área metropolitana portuguesa, com sede na cidade do Porto, que agrupa 16 concelhos e que em 2009 totalizava 1 684 901 habitantes em 2.089 km² de área.
Tem uma densidade populacional próxima de 875 hab/km². Corresponde á área abrangida pelo Grande Porto e pelo Entre Douro e Vouga.
É constituída pelos seguintes municípios:
As actividades económicas constituem um excelente indicador do pulsar das cidades. O perfil de especialização, os padrões de localização das empresas e o posicionamento nos mercados internacionais reflectem as oportunidades que as aglomerações urbanas criam às pessoas.
Deste ponto de vista, a área metropolitana de Lisboa tem uma série de vantagens únicas ao nível nacional:
De facto, a área metropolitana de Lisboa representa um pólo de actividade económica e de consumo de valia internacional, desempenhando um papel fundamental de intermediação entre o nosso país e o mundo. É considerada a maior concentração empresarial do país.
Em 1991 encontravam-se registadas 70 716 sociedades nos concelhos da área metropolitana de Lisboa, isto é, cerca de 40% do total do país.
Mais tarde, no ano de 1998, existiam quase já cerca de 100 000 sociedades. Estas eram responsáveis por 926 272 postos de trabalho (perto de 40% do emprego nacional neste tipo de entidades).
A dimensão empresarial da AML é ainda mais evidente em termos de produção. Vejamos que a sua produtividade por trabalhador é quase 28% superior à média do país. Por outro lado, o facto de a área metropolitana de Lisboa incluir cerca de 2.5 milhões de habitantes e deter um PIB per capita 40% mais alto do que a média nacional revela que se trata de um importante pólo de consumo, favorável à expansão dos mais diversos tipos de actividades económicas.
As empresas de maior dimensão não se distribuem de forma uniforme pelas diversas freguesias da área metropolitana de Lisboa.
De uma forma genérica, e como sucede noutras grandes cidades, a localização dessas empresas prende-se com factores diversificados. Em alguns casos (sobretudo no caso de indústrias) prevalecem padrões herdados do passado, associados, por exemplo, a boas acessibilidades portuárias ou ferroviárias. Noutros casos, é a importância simbólica de localizações em áreas de prestígio da cidade central que prevalece. Noutros ainda, são as novas acessibilidades metropolitanas tanto internas como externas (auto-estradas, corredores multimodais, aeroporto, por exemplo) que ressaltam. Finalmente, a proximidade de outras empresas de outro tipo de entidades complementares pode também ser importante.
Como muitas outras metrópoles, a área metropolitana de Lisboa encontra-se actualmente num processo de reestruturação económica, que se desenvolve com calma mas de forma irreversível.
As alterações do perfil das actividades (factores de competitividade, sectores em emergência) sugerem a afirmação de uma base económica mais evoluída e sólida. Os padrões de localização das empresas apontam o início da superação do modelo metropolitano excessivamente dependente de um pólo central, assistindo-se à consolidação de novos centros periféricos capazes de atrair e projectar iniciativas inovadoras.
O reforço da abertura ao exterior, reflectida na expansão recente de investimentos e actividades de vocação internacional, confirma o sentido positivo das alterações anteriores.
A área metropolitana de Lisboa surge assim como uma metrópole de perfil pós-moderno com visibilidade própria nos mapas económicos da Península Ibérica, da Europa e mesmo do mundo.
Localização das sedes de empresas com capital maioritariamente estrangeiro - 1998 (stock: 500 maiores empresas).
Ao contrário de outras metrópoles europeias, a desconcentração de actividades económicas da cidade de Lisboa não revolucionou ainda o tradicional padrão de aglomeração de empregos na cidade-mãe.
No entanto é já evidente a expansão, para Oeste de Lisboa, dos núcleos de forte densidade de emprego.
A verdade é que a emergência de novas localizações terciárias, embora ainda sem força suficiente para mudar definitivamente a tradicional estrutura monocêntrica da metrópole de Lisboa, configura uma nova realidade, mais policêntrica, o que é uma característica das metrópoles pós-industriais.
No interior da cidade de Lisboa, o predomínio das actividades de serviços é ainda mais evidente (84%, contra 69% na AML). Neste caso, para além das cinco actividades prevalecentes ao nível do conjunto da área metropolitana destacam-se também, pelo elevado grau de especialização que demonstram, os sectores mais associados aos processos de internacionalização e de modernização das economias actuais:
Estas especializações económicas de cada freguesia revelam um mosaico complexo, marcado pelos seguintes traços gerais:
Na Área Metropolitana do Porto, existem empresas com um nível organizativo e um nível de competitividade de médias empresas europeias. Algumas destas dispõem até, actualmente, de estruturas próprias de I&D.
A AMP conta ainda com algumas estruturas universitárias de prestígio internacional na área da Investigação, como por exemplo o IBMC e o IPATIMUP.
Existem também empresas fortemente investidoras em I&D, como:
As empresas mais em voga ao nível de valorização e de importância internacional são:
Outras áreas que são também exemplos de importantes “clusters” e excelentes no que toca à valorização internacional são as ciências e a economia marítima (através do laboratório CIMAR e da indústria náutica).
No que toca às Universidades, como a do Minho e a de Aveiro, podem encontrar-se talentosos grupos de investigadores, constituindo suportes importantes na AMP.
Até mesmo nas áreas industriais mais tradicionais, como o Calçado, os Têxteis/Vestuário e o Mobiliário, também se encontram empresas com considerável dimensão e, principalmente, capacidade inovadora. Ainda nestas áreas se podem constituir importantes "clusters" intensivos em tecnologia e mesmo inovadores.
Assim parecem estar criadas condições para o aproveitamento de oportunidades que promovam uma presença cada vez mais importante e inovadora desta área metropolitana portuguesa no contexto internacional.
Apesar disto, com uma força de trabalho relativamente desqualificada e com uma debilidade da oferta de serviços de apoio às empresas, constata-se uma certa fraqueza na competitividade da AMP. Consta que isto é o resultado da sua especialização em actividades produtivas tradicionais.
Numa análise final, tendo em conta tudo o que já foi referido, considero existirem bastantes condições para uma especialização da região em actividades com potencial e para criar competitividade (apesar das debilidades que já foram referidas). Isto porque a Área Metropolitana do Porto está no centro do maior e melhor espaço de geração de conhecimento existente em Portugal, com distinto prestígio internacional.
Uma política de desenvolvimento económico terá como objectivo a valorização internacional, mas, por outro lado, procurar-se-á canalizar o potencial de conhecimento gerado para criar riqueza, promovendo a inovação, a fixação da sua população e de outros recursos humanos qualificados na região, dando boas condições de localização, nomeadamente às empresas.
Para a AMP é ainda importante a promoção da sustentabilidade dos sectores da Cultura, do Património e do Turismo, nomeadamente:
Por último gostava ainda de analisar as imagens apresentadas acima, que nos mostram as áreas de influência da AML e da AMP.
Podemos concluir, sem sombra para dúvidas, que tanto a área metropolitana de Lisboa como a área metropolitana do Porto exercem uma grande influência sobre as áreas circundantes. Estes dados demonstram a elevada importância que elas têm a nível económico.
Como é óbvio, as imagens demonstram que as áreas mais próximas das AM são mais influenciadas por elas, mas ainda assim elas conseguem influenciar localidades mais distantes.
Em termos demográficos, como já tinha sido observado anteriormente neste trabalho, a AML apresenta-se como a maior concentração populacional do país. Os dados do último recenseamento geral da população, em 2001, confirmam isso, já que mostram que na área metropolitana de Lisboa residiam 2 682 676 de habitantes. Destes, cerca de 21% viviam na cidade de Lisboa. Nos 3212,9 km2 que constituem a AML (3,3% do território continental de Portugal) vivia 27,1% da população do continente, o que traduz uma densidade populacional de 835 hab/km2.
Por sua vez, a AMP detinha, em 2001, 1 260 679 habitantes, distribuídos por 814,1 km2, cerca de 12% da população nacional, e apresentava uma concentração de 1546,6 hab/km2.
Lisboa e Porto têm vindo a sofrer um decréscimo demográfico. Esta situação é testemunhada pela variação negativa destes dois concelhos, a que se junta:
Contrariamente, como pólos de maior atracção populacional, temos:
Estas alterações permitem antever a importância e a alteração na mobilidade da população, assistindo-se à perda da função residencial em consequência da sua crescente terciarização, aliada à má qualidade ambiental nos concelhos com uma variação negativa.
Os concelhos periféricos são os que registam taxas de crescimento populacional mais elevadas, uma vez que beneficiarem de todos os factores já mencionados anteriormente, de que se destaca a maior acessibilidade, por exemplo, na AML, a Lisboa, resultante do alargamento do tabuleiro da Ponte 25 de Abril à travessia ferroviária, da construção da Ponte Vasco da Gama ou de novos interfaces de transportes como a Gare do Oriente.
Se quisermos comparar as duas áreas metropolitanas, facilmente concluímos que:
Uma característica bastante relevante da população das áreas metropolitanas é a sua juventude (como podemos observar no mapa ao lado) e a sua maior instrução/ qualificação, em relação ao resto do país. Isto torna, como é evidente, essas áreas mais competitivas em domínios como por exemplo a tecnologia, a economia ou a inovação cultural.
No entanto, dentro das áreas metropolitanas, existem concelhos que não têm uma população tão jovem como os restantes, e eles são precisamente os de Lisboa e Porto.
Este facto, este envelhecimento da população deve-se à deslocação da população jovem e activa para áreas mais periféricas. A população que permanece nas áreas urbanas mais centrais é a mais idosa.
A deslocação dessa camada da população, referida anteriormente, para as áreas suburbanas, tem várias razões de ser. De seguida iremos analisar algumas das insatisfações das pessoas, na AMP, na AML e no resto do país, em relação às grandes cidades.
Estas podem ser algumas das razões que as levam a abandonar os grandes centros urbanos para passar a morar nas áreas periféricas das cidades.
Através da análise desta tabela podemos concluir que:
Seguidamente ao que foi referido, faz sentido concluir que, como podemos observar nos seguintes mapas, as zonas periféricas das área metropolitanas (ou seja, aquelas cidades que não são as sedes) ganham terreno em relação a Lisboa/ Porto, uma vez que:
Pode observar-se também que, em relação à média do resto do nosso país:
Curiosamente são as sedes (Lisboa e Porto) que são donas dos valores mais baixos, ou seja, encontram-se mais perto do valor da média nacional.
Nos dois casos destas áreas metropolitanas são as cidades que têm a função de sede que detêm as mais elevadas taxas de envelhecimento. As áreas periféricas, na maior parte das vezes têm valores iguais ou mais baixos do que a média nacional.
Durante a realização desta pesquisa fui comparando as duas áreas metropolitanas que estudei. Deparei com semelhanças mas também com diferenças evidentes.
Algumas diferenças das quais me apercebi entre a AML e a AMP são o facto de a AML ter o valor do PIB per capita mais elevado e também de ser um melhor e mais notável pólo de atracção de investimentos estrangeiros. Por outro lado a AML também tem na sua zona mais sedes empresariais do que a AMP e o seu peso ao nível do emprego no sector terciário é maior que na AMP.
Para além disso, na área metropolitana de Lisboa, os movimentos pendulares são mais evidentes do que na AMP, apesar de eles existirem das duas zonas.
Na AML o salário é superior à média nacional, e na AMP isso também acontece. Existe apenas a diferença de os ordenados na AMP não serem, em média tão altos como na AML.
Um facto que achei interessante foi o de a AMP ter uma densidade populacional mais elevado do que a AMP apesar de não ter tantos habitantes como ela.
O sector industrial tem muito peso nas duas áreas metropolitanas, mas a indústria mais tradicional tem maior relevância na AMP do que na AML.
Neste trabalho analisei também as razões de queixa que as pessoas têm em relação às grandes cidades, e acho que isso me ajudou a compreender melhor o facto de a população abandonar os centros urbanos.