Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod
Todos os trabalhos publicados foram gentilmente enviados por estudantes – se também quiseres contribuir para apoiar o nosso portal faz como o(a) Clara Rodrigues e envia também os teus trabalhos, resumos e apontamentos para o nosso mail: geral@notapositiva.com.
Análise do poema "Bóiam leves, desatentos" de Fernando Pessoa, realizado no âmbito da disciplina de Português (12º ano de escolaridade)...
.
Bóiam leves desatentos,
Meus pensamentos de mágoa,
Como, no sono dos ventos,
As algas, cabelos lentos
Do corpo morto das aguas.
.
Bóiam como folhas mortas
Á tona de águas paradas
São doisas vestindo nadas,
Pós remoinhando nas portas
Das casas abandonadas.
.
Sono de ser, sem remédio,
Vestígio do que não foi,
Leve magoa, breve tédio,
Não se pára, se flui;
Não se existe ou de doí.
.
Este poema foi feito para caracterizar os pensamentos do sujeito poético que eram “leves” e “desatentos”, semelhantes a “algas” ou “cabelos” que “bóiam” lentamente “á tona de águas”; são as coisas insignificantes como “pós” ou como “nadas”. O sujeito poético, observando o seu mundo inteiro, redu-lo a uma insignificância insuportável. Sobressaem, na caracterização dos pensamentos, os seguintes recursos: a metáfora, a comparação, a adjectivação expressiva e o paradoxo.
O sujeito poético visiona neste poema um espelho coberto de elementos físicos sem vida, que fazem lembrar desperdício e que não permitem o encontro consigo mesmo. Deste desencontro resulta a angústia, a “mágoa”, o tédio, a dor, a frustração e o sentimento de vazio que dominam o sujeito poético.