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Cérebro e Cultura (Resumo de Psicologia)
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Resumo do trabalho
Resumo/Apontamentos sobre Cérebro e Cultura, a primeira parte da matéria da disciplina de Psicologia (12º ano)...
1. Explicar a constituição de neurónio
Podemos distinguir três componentes distintas nos neurónios: o corpo celular, as dendrites e o axónio.
Corpo celular – contem o núcleo que é o armazém de energia da célula; fabrica proteínas sob o controlo do ADN presente no núcleo celular. Deste componente saem dois tipos de prolongamentos: as dendrites e o axónio.
Dendrites – são extensões do corpo celular; graças a esta componente, o neurónio apresenta uma maior superfície de recepção e emissão de mensagens; estas ramificações múltiplas recebem e transmitem informação de e para outras células com as quais o neurónio estabelece contactos.
Axónio - transmite as mensagens de um neurónio a outro ou entre um neurónio e uma célula ejectora muscular ou glandular; prolonga-se a partir do corpo celular e termina num conjunto de ramificações semelhantes a uma raiz: terminais axónicas ou telodendrites.
2. Identificar os diferentes tipos de neurónios
Podemos distinguir três tipos de neurónios, quanto às suas funções:
- Neurónios aferentes ou sensoriais – recolhem e conduzem as mensagens da periferia para os centros nervosos: espinal medula e encéfalo. São afectados pelas alterações ambientais e activados pelos vários estímulos com origem no interior ou exterior do organismo.
- Neurónios eferentes ou motores – transmitem as mensagens dos centros nervosos para os órgãos efectores, isto é, os órgãos responsáveis pelas respostas, que são os músculos e as glândulas.
- Neurónios de conexão ou interneurónios – interpretam as informações e elaboram respostas.
3. Explicar o processo de comunicação no sistema nervoso
A função principal do neurónio é a transmissão de impulsos nervosos. Estes são modificações de energia de natureza eléctrica ou química. Designa-se por influxo nervoso os impulsos nervosos que circulam nos nervos.
Os neurónios são células especializadas na recepção e transmissão de sinais às células adjacentes. Cabe às dendrites captar o estímulo, gerar o impulso nervoso e conduzi-lo ao corpo celular do neurónio. O impulso é transmitido ao axónio e conduzido às ramificações terminais. Estas aproximam-se das dendrites do neurónio vizinho, não mantendo, contudo entre si contacto físico. O ponto de contacto especializado através do qual o sinal é transmitido designa-se por sinapse. Na sinapse – ponto de comunicação entre neurónios – estão envolvidos os seguintes elementos: a terminação axónica do neurónio emissor (pré-sináptico) e uma dendrite do neurónio receptor (pós-sináptico), bem como um espaço cheio de líquido entre os neurónios - o espaço ou fissura sináptica. Quando o impulso atinge os terminais - axónios do neurónio pré-sináptico - induz a libertação de neurotransmissores que se difundem no espaço sináptico e são captados pelos receptores do neurónio pós-sináptico.
4. Definir sinapse
A sinapse é uma junção funcional em que ocorre a transmissão de informação entre dois neurónios ou entre um neurónio e uma outra célula (receptor sensorial, célula muscular, etc.). É através da sinapse que as mensagens são transmitidas.
5. Explicar o papel funcional da sinapse na comunicação nervosa
A sinapse tem por função a troca de informações entre dois neurónios. Na sinapse, estabelece-se uma comunicação entre um prolongamento do axónio do neurónio, que se designa por pré-sináptico ou neurónio emissor, com a membrana ou a denditre de outro neurónio, que se designa pós -sináptico ou neurónio receptor. As membranas dos dois neurónios não estão em contacto directo, estão separados por uma fenda, que se designa por fenda sináptica.
6. Conhecer a constituição do Sistema Nervoso Central.
O sistema nervoso está dividido no SN Central e no SN Periférico.
O SNS é o responsável pelo processamento e coordenação das informações. É constituído pelo encéfalo e pela espinal-medula.
- A espinal-medula encontra-se alojada no interior da coluna vertebral e é formada por uma substância branca por fora e cinzenta por dentro (neurónios com e sem bainha de mielina, respectivamente). É um prolongamento morfológico do cérebro com 2 funções fundamentais: coordenação e condução.
- Coordenação: a medula é responsável pela coordenação de actividades reflexas, como o reflexo sensiomotor. O acto reflexo é a forma de comportamento mais natural, onde, para um determinado estímulo, há sempre aquela resposta imediata, espontânea e involuntária.
- Condução: baseia-se na transmissão de mensagens do cérebro para o resto do corpo e vice-versa. As sensações recebidas pelos órgãos sensoriais são levadas à medula pelos nervos aferentes e a medula encaminha-os para o cérebro de modo a serem processados. O contrário acontece no encaminhamento de mensagens cerebrais aos músculos pelos nervos eferentes.
- O encéfalo existe no interior do crânio, protegido pelas meninges. É constituído por várias estruturas que, juntas, assegura a unidade do comportamento humano. É formado por uma substância cinzenta no exterior e branca no interior.
- Corpo caloso: divide os dois hemisférios.
- Córtex Cerebral: Controla os movimentos, a percepção, o pensamento.
- Hipotálamo: Regula o S. Endócrino.
- Hipófise: Glândula que controla o S. Endócrino.
- Bolbo Raquidiano: Controla as funções vitais.
- Cerebelo: Controla o equilíbrio e coordena os movimentos.
- Formação Reticular: Controla a atenção, a memória e o sono.
- Tálamo: Recebe e transmite informação de e para o córtex cerebral.
7. Analisar a especialização funcional do cérebro.
O cérebro é um órgão extremamente organizado, onde cada estrutura desempenha a ou as funções para as quais está preparada. É a especialização funcional do cérebro que lhe confere um carácter único.
Assim, o cérebro está dividido em dois hemisférios (Direito e Esquerdo). Cada hemisfério é composto por 4 lobos: frontal, parietal, occipital e temporal. Cada lobo alberga áreas corticais com funções específicas.
No entanto, a comunicação quer ente áreas corticais, quer entre lobos, quer entre os dois hemisférios é constante, uma vez que trabalham de forma coordenada e complementar.
8. Explicar a lateralização hemisférica do cérebro.
O cérebro está dividido em dois hemisférios, ligados pelo corpo caloso. O córtex cerebral é a camada cinzenta do cérebro, onde estão as capacidades superiores do Homem.
Os hemisférios controlam a parte oposta do corpo, ou seja, o H.D controla a parte esquerda do corpo e vice-versa.
Uma das características cerebrais que nos distinguem dos restantes animais é o facto dos dois hemisférios terem funções diferentes. Ambos se especializaram em funções distintas.
H.D: controla a formação de imagens, as relações espaciais, a percepção das formas e cores, das tonalidades afectivas e do pensamento concreto.
H.E: controla o pensamento lógico, a linguagem verbal, o discurso, o cálculo e a memória.
No entanto, os dois hemisférios funcionam integradamente, de modo a conseguirmos efectuar todo o processo de tradução e interpretação de estímulos. Por exemplo, para entendermos uma frase, é necessário percebermos o seu significado sintáctico e lexical (H.E.), mas também a sua entoação e objectivo (H.D).
9. Explicar as funções das áreas pré-frontais
O córtex pré-frontal é responsável pelas funções intelectuais superiores que distinguem o Homem dos restantes animais. As áreas pré-frontais organizam o pensamento reflexivo e imaginativo. Permitem-nos recordar o passado, planear o futuro, resolver problemas, antecipar acontecimentos, tomar decisões, criar e inventar, e ainda permitem que tomemos consciência destas actividades.
Paralelamente às funções intelectuais, as áreas pré-frontais estão directamente relacionadas com as emoções e com a personalidade da pessoa. Deste modo, uma lesão nestas zonas provoca alterações profundas na personalidade e na interpretação e demonstração de emoções. O córtex apoia-se nas informações emocionais para tomar decisões, do mesmo modo que pode inibir a demonstração de emoção porque controla os impulsos e nos impede de reagir irracionalmente.
10. Localizar e descrever as funções das áreas corticais e descrever os efeitos das lesões nessas áreas.
11. Compreender o funcionamento sistémico do cérebro.
Apesar de estar dividido em zonas com funções específicas, o cérebro trabalha como um todo, ou seja, como uma rede funcional. Assim, todos os fenómenos de aprendizagem, linguagem, memória, etc, são dependentes do funcionamento integrado de várias áreas corticais.
Por exemplo, se, por acidente, houver perda de uma função cerebral, acontece muitas vezes que uma área vizinha se responsabiliza pela função da área lesionada. É a função vicariante ou de suplência. É o que acontece quando, devido a um acidente cerebral, trombose, coma, etc, as pessoas perdem a fala e depois recuperam-na. Esta capacidade deve-se à plasticidade do cérebro, isto é, à redundância das funções cerebrais.
Assim, o cérebro funciona de uma forma sistémica porque é constituído por um conjunto de elementos em que as componentes especializadas são inter-dependentes e funcionam, de forma integrada. É um todo, um sistema unitário que actua de forma interactiva e autónoma.
11.1 Compreender o cérebro como um sistema auto-organizado, aberto e motivado.
À nascença, o bebé tem todas as áreas corticais formadas devido à corticalização (fenómeno de construção do córtex cerebral) ocorrido na gestação. No entanto, isto não significa que o desenvolvimento cerebral esteja concluído. Ao longo do crescimento, e em especial nos primeiros 6 meses de vida, observam-se modificações alucinantes do córtex, com a construção de ramificações e contactos entre células.
O desenvolvimento do córtex cerebral e consequente estabelecimento de funções e conexões entre áreas corticais é influenciado pelo património genético, mas também pelos estímulos do meio ambiente recebidos. Assim, é de extrema importância a qualidade do meio intra-uterino e os estímulos recebidos após o nascimento e ao longo da vida. O desenvolvimento cerebral acontece, então, através de um processo auto-organizado com constante selecção de redes neuronais (morte de neurónios e eliminação de sinapses com consequente consolidação de outros neurónios e estabelecimento de novas sinapses).
12. Explicar e relacionar lentificação e individuação.
O desenvolvimento cerebral do Homem acontece muito mais lentamente do que em qualquer outro ser vivo. Da mesma forma, o desenvolvimento cerebral acontece muito mais lentamente do que o de qualquer outro órgão.
Do mesmo modo que é a prematuridade/neotenia do ser humano que lhe permite aprender e adaptar-se ao meio, é também o carácter embrionário do cérebro que permite a adaptação biológica do homem, mesmo no estado adulto. O carácter imaturo do cérebro humano mantém-se durante toda a vida, de maneira a que continuem a ocorrer modificações sinápticas e renovação de neurónios, essenciais à adaptação.
Então, podemos afirmar que é a lentificação do desenvolvimento cerebral que permite a individuação, ou seja, que permite que não existam 2 cérebros iguais. O cérebro pode apresentar múltiplas configurações, sendo diferente até entre gémeos.
O processo de individuação – distinção/ criação do indivíduo único, ultrapassa a pré-programação genética e deixa-se influenciar por experiências do meio desde o útero até à morte.
No ser humano, há lugar para a variação individual, paralelamente às instruções genéticas.
13. Relacionar a plasticidade do cérebro com a aprendizagem.
O cérebro é um órgão maleável que se modifica consoante as experiências, as percepções, as acções e os comportamentos. Assim, a relação entre o indivíduo e o meio produz modificações cujo único objectivo é melhorar a adaptação e evoluir na aprendizagem.
A plasticidade cerebral é a capacidade do cérebro de remodelar em função das experiências do sujeito, em reformular as suas conexões em função das necessidades e dos factores do meio ambiente. As redes neuronais modificam-se em função das experiências vividas e é esta plasticidade fisiológica que permite a aprendizagem ao longo da vida.
14. Caracterizar cultura.
Cultura é todo o conjunto de normas colectivas de comportamentos que se impõem às condutas individuais, sob pena de reprovação social que pode ir desde a simples admoestação até à prisão, dependendo da importância e significado da norma violada.
A cultura é a totalidade dos conhecimentos, das crenças e teorias, das artes, dos valores, leis e normas, costumes e todas as outras capacidades e hábitos adquiridos pelo Homem enquanto membro da sociedade. A cultura é uma totalidade onde se conjugam estes diversos elementos materiais e simbólicos.
15. Reconhecer a diversidade cultural.
A cultura varia no tempo e no espaço, varia com as épocas e momentos históricos, varia de lugar para lugar, pelo que nunca há uma única cultura, mas múltiplas culturas. Todas as comunidades humanas possuem cultura. As diferentes culturas reflectem as diferentes maneiras com as diversas comunidades organizaram e integraram, em formas de viver em conjunto, os acontecimentos da sua Historia, as suas necessidades de sobrevivência e as exigências do meio onde vivem. Vejamos que as necessidades de alimentação, de descanso, de organização social, comum às várias sociedades, encontram respostas particulares em cada cultura. A resposta ás varias necessidades e situações não e uniforme. Portanto, não há uma cultura, mas culturas,
16. Definir padrão de cultura e analisar a sua importância no comportamento individual.
Padrão de cultura ou padrão cultural é o conjunto de comportamentos, práticas, crenças e valores comuns aos membros de uma determinada cultura.
Os padrões culturais têm um papel muito importante na vida social: são quadros de referência, são exemplos acessíveis às pessoas e influenciam actividades, relacionamentos e atitudes. Através do padrão cultural podemos descobrir o significado de um dado comportamento naquela cultura.
No entanto, o papel dos padrões de cultura nem sempre é notado. São tão normais, banais e constantes que nem tomamos consciência da sua existência. A nossa forma de cumprimentar, de falar, de agir e até de pensar está directamente relacionada com o meio em que estamos inseridos e, consequentemente, com os padrões culturais a que obedecemos.
Assim, quando julgamos um dado comportamento, é necessário analisá-lo consoante a cultura em que está inserido, o seu contexto sociocultural, para que o possamos compreender e, então, avaliar.
Por outro lado, devemos notar que os padrões culturais estão em constante mudança devido ao contacto com outras culturas, à criação de novos conceitos, às descobertas do homem e à evolução de pensamento dos cidadãos.
17. Esclarecer aculturação
A aculturação diz respeito ao conjunto de fenómenos resultantes do contacto contínuo entre grupos de indivíduos pertencentes a diferentes culturas, assim como ás mudanças nos padrões culturais de ambos os grupos que decorrem desse contacto.
A aculturação e um fenómeno que leva a mudanças de culturais, quer as culturas sejam maioritárias, quer sejam minoritárias. Tanto umas como outras têm permanentemente que reagir e adaptar-se aquilo que de novo as desafia.
18. Definir socialização e explicar a importância desse processo no comportamento.
Socialização é o processo através do qual aprendemos e interiorizamos os padrões de comportamento, normas, práticas e valores da comunidade onde estamos inseridos.
Este processo permite a integração individual numa dada cultura, mas também assegura a sua reprodução e transmissão futura.
Assim, socialização não se cinge à adaptação de um indivíduo à cultura, mas antes à sua participação activa na produção, recriação e transmissão de padrões de cultura e socialização.
Todos os elementos que o indivíduo adquire e ajuda a criar no conjunto da comunidade vão ser postos em prática, reflectindo-se no próprio comportamento, pensamento e atitude.
19. Distinguir socialização primária de secundária
Há dois tipos de socialização: a socialização primaria e a secundaria.
A socialização primária é responsável pelas aprendizagens mais básicas da vida em comum. Traduz-se na aprendizagem dos comportamentos considerados adequados e reconhecidos como formas de pensar, sentir, fazer e exprimir próprias de um determinado grupo social: as regras de relacionamento entre as pessoas, os hábitos de cuidado com o corpo, hábitos alimentares, as regras da linguagem, etc. Ocorre fundamentalmente durante a infância e a adolescência.
A socialização secundária ocorre sempre que a pessoa tem de se adaptar e integrar em situações sócias específicas, novas para o indivíduo. Ao longo de toda a vida das pessoas, diferentes acontecimentos, e contextos, diferentes tipos de relações implicam intensificações no processo contínuo de socialização.
20. Identificar os principais agentes de socialização
Na sociedade contemporânea os meios de comunicação – jornais, televisão, rádio, cinema, etc., constituem importantes agentes de socialização. As relações pessoais e íntimas entre os seus membros, como a família, o grupo de pares, a vizinhança, os jardins-de-infância, a escola, também constituem agentes de socialização.
21. Relacionar socialização e individuação.
Podemos definir individuação pelo processo de singularidade e autonomia que nos individualiza de todos os outros, o que nos torna únicos e irrepetíveis.
Contudo, a individuação não depende apenas das definições do património genético, mas também da nossa história social, isto é, das experiências pessoais vividas.
A individuação resulta do culminar entre a interacção da hereditariedade individual (conjunto de características herdadas por um individuo que o distingue de todos os membros que integram na sua espécie humana), com a socialização que ocorre em toda a vida (o meio, e o grupo social incute neste determinados valores, influencia-o a determinadas atitudes e comportamentos que de certa forma o tornam diferentes de todos os outros, no entanto cada individuo interpreta aquilo que aprende e interpreta esses valores de forma diferente, pois tudo o que nós interpretamos da realidade têm um significado para nós).
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20/07/2019