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Consumismo e Consumerismo
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Resumo do trabalho
Trabalho sobre consumismo e consumerismo, o que motiva ao consumismo e as suas consequências, os consumidores compulsivos, realizado no âmbito da disciplina de Economia (10º ano).
Introdução
Com este trabalho, temos o objectivo de apresentar e desenvolver os temas de consumismo e consumerismo, apresentando algumas das suas vertentes como o que motiva ao consumismo e as suas consequências, os consumidores compulsivos, o que preocupa e promove o consumerismo e também nos voluntariamos a comentar uma crónica de Miguel Coutinho de Económico.sapo.pt.
O consumismo
É o ato de consumir produtos e/ou serviços, indiscriminadamente, sem noção de que podem ser nocivos ou prejudiciais para a nossa saúde ou para o ambiente. É uma atitude inconsciente, irracional, impulsiva e descontrolada no que toca à compra de bens e serviços supérfluos. As inovações tecnológicas, o relativo baixo custo de produção dos novos bens, as novas funções dos produtos, a sua apresentação, as condições e as pressões para o consumo são os factores que levam muitas vezes a que o consumo seja impulsivo, desnecessário e irracional.
Os bens são produzidos e adquiridos já com a perspectiva de uma vida útil curta, não porque não funcione bem e não satisfaça a necessidade para o qual foi desenvolvido mas sim porque surgiu um novo modelo.
O consumismo desvaloriza o reconhecimento pessoal pela personalidade de cada um, o carácter e o ser de cada individuo. Em vez disso, valoriza muito mais os objectos e bens que cada indivíduo de uma sociedade de consumo possui como o carro, a casa, a escola em que as crianças frequentam, entre muitos outros aspectos.
O consumismo nasce com a expansão da industrialização, quando se começou a produzir em massa e consequentemente, era necessário vender em massa. Com este objectivo, desenvolveram-se novas técnicas de publicidade e marketing que estimulavam ao consumo irracional e constante. Também a criação de novas linhas de crédito e a facilidade de acesso a estes foi um factor bastante importante que colocou o consumismo como uma forma de vida das mais variadas classes sociais.
Há várias discussões a respeito do tema, entre elas o tipo de influência que as empresas, por meio da propaganda e da publicidade, bem como a cultura industrial, por meio da TV e do cinema, exercem nas pessoas. Muitos alegam que elas induzem ao consumo desnecessário, sendo este um fruto do capitalismo e um fenómeno da sociedade de agora.
As consequências do consumismo
O acto de consumir tem diversas consequências entras as quais: económicas, politicas, sociais, ambientais, entre outras.
Economicamente, o consumo tem duas vertentes, uma positiva outra negativa. Por um lado, o consumo impulsiona a economia através do escoamento de produtos que origina uma produção em massa que requer mão-de-obra. Este ciclo é positivo pois contribui para o crescimento económico de um país, região ou sociedade. No entanto, o consumismo leva, muitas vezes, ao recorrer do crédito fácil que posteriormente traz encargos que podem não ser cumpridos (como é visível em muitas situações no nosso país).
Socialmente, se o consumo maciço incidir sobre produtos nacionais, aumentará a produção desses produtos e consequentemente, serão necessários mais trabalhadores. Esta é uma consequência positiva que intervém na vida em sociedade, com o aumento de empregabilidade.
No sector do ambiente, é onde o consumismo deixa uma pegada mais negativa pois numa sociedade de consumo, as dimensões do lixo produzido são enormes e inevitáveis. E infelizmente, ainda não há ou há poucos sistemas de tratamento de lixo que dêem resposta a este grave problema.
Consumidores Compulsivos
Consumidor compulsivo é um indivíduo, que procura a sua realização pessoal através do consumo/compra exacerbado de bens, produtos e serviços (que várias vezes nem chagam a utilizar). É uma vítima dos media, embora nem sempre tenha consciência disso pois são, na maior parte das vezes, os media que estimulam, valorizam e espicaçam a um comportamento efusivo consumista. Um consumidor compulsivo tem a atitude mais extrema em relação ao consumo. Ao comprar tudo o que vê, a vontade de comprar, em vez diminuir como seria de esperar, aumenta ainda mais. Se não possui recursos para comprar, tem a opção do crédito fácil que é imediato e só traz consequências posteriores ou senão consegue mesmo recursos para comprar, pode tornar-se revoltado, deprimido e, em casos mais graves, agressivo para com a sociedade a que pertence. Um consumismo deste tipo precisa de ser travado pelo meio envolvente e os indivíduos próximos ao consumista.
Esta temática é retratada no filme “Louca por compras” (imagem abaixo) no qual uma mulher é viciada em compras, principalmente, vestuário e calçado, e se vê obrigada a procurar por um emprego melhor para conseguir pagar as dividas que havia acumulado até então e para manter o seu nível de consumo.
O consumerismo
Contra a atitude irresponsável do consumismo, surgiu uma nova atitude racional, consciente, informada e organizada no seu consumo, adquirindo produtos conscientes das consequências que esse acto terá no ambiente envolvente. Esta é uma sociedade sustentável que se preocupa com o ambiente e com os recursos naturais, tomando medidas como: o uso inteligente dos materiais ou combustíveis; a existência de regras de utilização de produtos agressivos para o meio ambiente e para as pessoas com incentivo ao uso de alternativas; a exigência pelo respeito pelos espaços públicos e pelos espaços verdes; a separação e rentabilização dos resíduos domésticos; privilegiar a compra de materiais reciclados e que reduzam a quantidade de embalagens; incentivos à produção, compra e reciclagem de equipamentos domésticos que poupam energia.
A educação e a informação dos consumidores são fundamentais, para que estes possam fazer escolhas racionais e, ao mesmo tempo, tomem consciência da sua importância enquanto agrupamento social.
Os mais importantes objectivos do consumerismo são:
- Criar o equilíbrio entre consumidores, produtores e distribuidores;
- Participar nas decisões económicas e sociais que afectam os consumidores;
- Intervir no sentido da preservação do meio ambiente;
- Informar e proteger o consumidor.
Todas estas medidas e atitudes que podemos e devemos tomar sobre o consumo, terão consequências positivas não só para o meio ambiente com também para nós seres humanos que nos tornaremos indivíduos mais conscientes e racionais a viver num planeta menos poluído.
Crónica - A semente está lançada
09/11/10 00:01 | Miguel Coutinho
“Trinta anos de consumismo e endividamento vertiginosos recolocaram Portugal no ponto de partida: à mercê de uma nova ditadura, agora financeira, e retomando a pobreza envergonhada de que o 25 de Abril de 1974 prometeu salvar-nos.
Um excelente trabalho jornalístico do Público confirma que muitos dos 280 mil portugueses que recorrem ao Banco Alimentar pertenciam, até há pouco tempo, à classe média - tinham emprego, carro, Internet em casa, férias, cartão de crédito. Creio que todos nos confrontamos com casos como estes: gente que tinha estudos e um trabalho qualificado e que, aos 30, 40 ou 50 anos, ficou sem emprego. O presidente da União das Misericórdias Portuguesas, em declarações ao Público, identifica-as com clareza: "São pessoas que (nas cantinas comunitárias) comem viradas para a parede, têm vergonha de ser vistas ali, se lhes perguntamos o nome, fogem. "É este o retrato do Portugal dos últimos anos: uma sociedade incapaz de gerar esperança, que se limitou a criar uma nova classe de ricos, em função da sua rede de contactos políticos, enquanto retirava de uma zona de conforto uma classe média endividada e empobrecida. É esta pobreza envergonhada, este caldo de frustração, injustiça e ressentimento, que está, normalmente, na base das rupturas e convulsões sociais. Leiam-se com atenção as palavras de Carvalho da Silva para justificar a greve geral de dia 24: "Há que instabilizar uma certa burguesia que no espaço privado e do Estado deita escandalosamente a mão a uma riqueza que pertence a todos". A semente está lançada...”
Económico.sapo.pt
Acima está a transcrita uma crónica que apresenta as diversas consequências de uma sociedade consumista, mais especificamente, a situação que milhares de famílias portuguesas vivem actualmente por terem tido uma atitude inconsciente em relação ao consumo, durante anos. Comprar bens e serviços sem ter necessidade, recorrer a créditos com o intuito de adquirir esses bens ou para fazer umas férias que custam mais do que aquilo que possuímos são alguns dos factores e/ou meios que levam ao consumo maciço e que têm como consequência o endividamento de singulares, famílias ou do país.
Conclusão
Para concluir, sintetizamos que o consumo é algo que precisamos para satisfazer as nossas necessidades básicas (como a alimentação e o vestuário). Quando feito em consciência, é indispensável para a vida em sociedade do ser humano. No entanto, quando começa a ser descontrolado, é necessário travá-lo pois as consequências serão tanto para nós como para o planeta.
Webgrafia
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Consumismo
- https://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/economia/10_consumo_d.htm
- http://eu-consumo-eu-sou.blogspot.com/
- http://economico.sapo.pt/noticias/a-semente-esta-lancada_103825.html
- http://www.google.com/imghp?hl=en&tab=wi
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02/08/2019