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Cultura Científico Tecnológica - NotaPositiva

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Cultura Científico Tecnológica

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Resumo do trabalho

Trabalho em que é abordado o tema da cultura científico-tecnológica, as vagas de mudança e a tecnociência, realizado no âmbito da disciplina de Filosofia (11º ano).


INTRODUÇÃO

No âmbito da disciplina de Filosofia, foi-nos proposta a elaboração de um trabalho que consistia em duas partes. A primeira seria individual, em que cada um teria de abordar o tema da cultura científico-tecnológica, as vagas de mudança e a tecnociência. Na segunda parte, de grupo, teríamos de explorar um dos temas propostos pelo professor e ainda realizar uma actividade prática. O tema escolhido foi a Globalização, uma vez que nos parece um tema importante e interessante para ser discutido em grupo. É um tema muito actual, que envolve as novas tecnologias da comunicação, nomeadamente a Internet, e que tem sido alvo de muita discussão nos meios políticos e na comunicação social, quer pelos seus benefícios, quer pelas desvantagens.

A actividade prática consiste na aplicação de um questionário a um grupo de pessoas acerca das mudanças ocorridas no seu tempo que consideram mais marcantes seguido de uma análise das respostas obtidas e apresentação dos resultados.

Os objectivos deste trabalho são:

  • Caracterizar a cultura científico-tecnológica
  • Caracterizar e compreender o que são as vagas de mudança
  • Analisar o conceito de tecnociência e seus riscos
  • Caracterizar o fenómeno da globalização
  • Desenvolver capacidades de investigação
  • Realizar análise dos dados obtidos e apresentar conclusões

Para a realização deste trabalho recorremos a várias fontes de informação nomeadamente pesquisa bibliográfica (livros de filosofia), pesquisa na Internet e questionários.

ENQUADRAMENTO TEÓRICO

A CULTURA CIENTÍFICO-TECNOLÓGICA

A cultura representa todas as formas devida e de expressão de uma  determinada sociedade, o que inclui costumes, práticas, códigos, normas e regras da maneira de ser, vestir-se, religião, rituais, normas de comportamento e sistemas de crenças. A cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos, simbolizando tudo o que é aprendido e compartilhado pelos elementos de um dado grupo e que lhes confere uma identidade dentro do seu grupo de pertença.

De outro ponto de vista, podemos dizer que cultura é informação, ou seja, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e às gerações seguintes. É, por isso, um mecanismo cumulativo. As modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte, de modo que a cultura se transforma perdendo e incorporando aspectos mais adequados à sobrevivência, reduzindo o esforço das novas gerações.

Ao falarmos de cultura científico-tecnológica, imediatamente somos remetidos para a importância que a ciência e a técnica têm nas mentalidades e modo de viver do mundo ocidental, nos nossos dias. Há um claro predomínio do conhecimento científico, quer no conhecimento teórico que a nível actuação prática dos indivíduos.

A cultura ocidental contemporânea, representada pelos países industrializados da Europa e da América, recebe esta denominação por assentar em processos científico-tecnológicos decorrentes do desenvolvimento da racionalidade científica.

A cultura científico-tecnológica é já algo que nos é intrínseco. Mesmo antes de compreendermos conceitos próprios da ciência, desde que vimos ao mundo, fazemos parte de um ambiente em que convivemos com ela directamente, a assimilamos e incluímos nas nossas estruturas mentais, muitas vezes sem nos apercebermos. Presente no nosso dia-a-dia nas mais variadas situações e objectos, ela vai-se introduzindo discretamente, tornando familiar e passa a fazer parte da forma como encaramos e nos relacionamos com o mundo. As aplicações da ciência são inúmeras no campo da saúde, da alimentação, dos materiais e máquinas com que trabalhamos, na forma como nos comunicamos, em quase tudo o que fazemos no nosso quotidiano.

É impensável para nós, hoje em dia, viver sem electrodomésticos, sem as máquinas que surgiram com a revolução industrial e que a ciência desenvolveu grandemente, sem telemóvel, computador, medicamentos, ou tantos outros bens cujo aparecimento só se tornou possível com o desenvolvimento do conhecimento científico e tecnológico. Até mesmo os nossos hábitos alimentares se alteraram radicalmente com o desenvolvimento de compostos e técnicas que permitem melhorar o sabor, a aparência e a consistência dos alimentos de forma a torná-los mais apetecíveis, a par da criação de substâncias que lhes conferem longo tempo de conservação sem alterações. Porém, nem todos os aspectos são positivos e hoje cada vez mais se relacionam estes novos hábitos alimentares ao aumento de casos de doenças com a obesidade, hipertensão, diabetes e até mesmo cancros.

As vagas de mudança

Estamos numa época de mudança em que se assistem a acentuadas alterações que ocorrem a ritmo nunca antes visto. Como diz Carl Sagan, nunca, ao longo da nossa história se assistiu a uma época com tão profundas e variadas mudanças. As comunicações, o armazenamento e processamento da informação, os métodos de produção e distribuição de alimentos, a síntese de novos materiais e a melhoria dos recursos médicos sofreram uma evolução abismal e, provavelmente irrepetível.

A sociedade é muito diferente da de há milhões de anos e as mudanças dão-se a uma velocidade tal que os conhecimentos e técnicas aprendidos numa geração já se revelam obsoletos na geração seguinte, os conhecimentos paternos já não têm validade incontestada para a geração mais jovem, levando assim a um afastamento de gerações.

Alvin Toffler, aplicou o conceito de vagas de mudança à evolução da humanidade. Para ele existiram três grandes vagas.

A primeira vaga fixou os nossos antepassados à terra, ou seja, tornou-os sedentários e agricultores.Com a agricultura, o homem pôde ter maior controlo sobre o fornecimento de alimentos, minimizando os efeitos de escassez de caça ou colecta. Abandonou então a vida nómada e fixou-se em aldeias, cidades e estados. A agricultura também permitiu o crescimento populacional de maneira acentuada, que gerou novo problema: produzir alimento para uma população maior. Surge então o desenvolvimento técnico facilitado pelo maior número de mentes pensante que permitiu que esse problema fosse resolvido, o que por sua vez induziu novo aumento da população. O aumento populacional é assim causa e consequência do avanço cultural.

A segunda vaga prende-se com a invenção da máquina e a formação de grandes centros populacionais. Esta segunda vaga é marcada por características como a estandardização, a sincronização, a especialização, a concentração e o culto do grande. Os produtos, os edifícios, as medidas são uniformes, existem horários para tudo que têm de ser cumpridos por todos, as tarefas são divididas especializando-se para aumentar a produtividade, as fábricas e as pessoas concentram-se nos grandes centros, e aparecem as grandes fábricas, os grandes edifícios e grandes barragens. A segunda vaga surge organizada, uniformizada, sincronizada e permite ao homem usufruir de tractores, máquinas, automóveis, medicamentos, e com eles uma vida mais longa. No entanto, a segunda vaga está em declínio trazendo consigo males como a poluição, o desemprego, os cataclismos tecnológicos, a instabilidade social e outros.

Inicia-se assim, insidiosamente, uma terceira vaga como reacção à segunda. As características desta terceira vaga serão a individualização, a possibilidade de escolha, a cooperação e comunicação social, as novas áreas científicas e um novo estilo de vida. As pessoas passam a ter novas opções, enquanto as máquinas garantem o salário, o homem ocupa o seu tempo em actividades à sua escolha. A grande quantidade de informação disponível permite a selecção daquilo que se prefere e o computador permite ao homem ter uma memória adicional e estar em constante contacto com o resto do mundo. A biotecnologia e a electrónica serão decisivas no futuro próximo com o desenvolvimento de novos recursos e medicamentos e os estilos de vida modificam-se com a possibilidade de homem e mulher trabalharem em casa com os computadores, passando o trabalho a valer mais pela qualidade do que pela quantidade. Mas nem este modelo está isento de perigos. Toffler aponta para problemas como a manipulação genética, a invasão da privacidade, a limitação da liberdade pelo uso do computador, o desemprego como consequência da robotização e a incapacidade de evitar tensões sociais e resolver conflitos políticos.

A tecnociência

Actualmente vivemos numa cultura dominada pela tecnociência, em que a ciência é valorizada pela sua vertente prática ou tecnológica. E esta tecnociência confere ao Homem um poder quase ilimitado, para o bem e para o mal. Se na época do Renascimento a ciência era vista apenas como potenciadora do progresso e motor de novas descobertas, a partir da Revolução Industrial com o desenvolvimento da máquina, o Homem vê nela o meio para dominar e controlar a natureza. Porém, se explorar sem controlo as possibilidades colocadas à sua disposição pela tecnociência, esta poder-se-á virar contra si pondo em risco o planeta e levando à sua autodestruição.  A tecnociência apresenta, por isso, alguns riscos ou problemas: os problemas ecológicos, os problemas da globalização e, por último, os problemas da biologia.

Problemas ecológicos

Este primeiro problema prende-se com o equilíbrio e conservação da natureza. Industrializar implica explorar as riquezas naturais, o esvaziamento dos recursos energéticos, a destruição das florestas, a diminuição da actividade agrícola, o comprometimento da oxigenação ambiental e, consequentemente, a extinção da vida na Terra. A densidade urbana já atingiu limites críticos e ameaça invadir o território de outras espécies e modificar o ambiente de tal forma que o tornará impróprio para a vida. A única solução será o Homem inverter a sua tendência de explorar a Terra passando a cuidar dela de forma a preservar a sua própria existência.

Problemas da globalização

A Internet e os recursos tecnológicos possibilitados pela informática estão a causar uma revolução comparável à revolução industrial. As novas tecnologias da informação possibilitam-nos estar sempre actualizados, em todo o lado e ao mesmo tempo. A isto está ligado o fenómeno da globalização que poderá ser considerado um problema da tecnociência na medida em que torna possível a perda da nossa autonomia e identidade cultural. Este tema irá ser alvo de uma análise mais aprofundada no capítulo seguinte deste trabalho.

Problemas da biologia

A vida é um bem precioso e a humanidade desde sempre se preocupou em preservá-la. Nesta tendência inscrevem-se as preocupações com a assistência médica, os cuidados com as crianças e os velhos. As investigações a nível da medicina sob as mais variadas formas de assistência são a prova disso mesmo.

Porém, hoje as investigações científicas, favorecidas pela revolução tecnológica, assumem outros contornos. Há mais de cinquenta anos, Aldous Huxley previu algo que hoje se concretiza, a possibilidade de criar seres humanos em laboratório. Este autor chama a atenção das pessoas para a possibilidade da perda da liberdade interior e do direito à sua individualidade e singularidade. Ora esta questão vai dar directamente a temas tão actuais como é o caso da clonagem humana, da manipulação genética e da biotecnologia, entre outros, que representam formas inéditas de lidar com acontecimentos tão naturais como o nascimento, a vida e a morte.

Mas toda esta evolução tem de ter algo que lhe imponha limites, que não permita uma livre expansão destes métodos, sem controlo. Surge então a bioética, que se define como sendo a ciência da sobrevivência humana. A bioética impôs-se pela necessidade de discutir os problemas colocados pela evolução das novas tecnologias. O seu grande objectivo passa por estipular limites ético que determinem se tudo aquilo que a tecnologia permite fazer no contexto da vida deve ou não ser feito. Esta é uma discussão que exige uma reflexão por parte de todos no sentido de dar resposta a questões actuais como a eutanásia, o aborto, o prolongamento artificial da vida e a clonagem. Um dos assuntos mais controversos que exige tomadas de decisão nesta área prende-se com a manipulação genética que envolve a clonagem, a reprodução medicamente assistida, a escolha do sexo e a alteração do genoma humano.

A GLOBALIZAÇÃO

A globalização é um dos processos de aprofundamento da integração económica, social, cultural e espacial e comunicação dos países do mundo no final do século XX, na medida em que as nações não podem viver isoladas e voltadas para si, vendo-se, por isso, forçadas a celebrar acordos políticos, económicos e intercâmbios culturais que julgam vantajosos para os seus cidadãos. É um fenómeno observado na necessidade de formar uma Aldeia Global que permita maiores ganhos para os mercados internos já saturados. Todavia, muitas pessoas vêem nestes acordos a possibilidade de intromissão em assuntos internos comprometendo a vida dos povos como entidades autónomas, com liberdade e capacidade de autodeterminação e enfraquecendo o seu sentimento nacional.

O processo histórico a que se denomina Globalização é recente, datando (dependendo da interpretação), de entre outros acontecimentos, do fim da Segunda Guerra Mundial.

As principais características da globalização são a homogeneização dos centros urbanos, a expansão das corporações para regiões fora de seus núcleos geopolíticos, a revolução tecnológica nas comunicações e na electrónica, a reorganização geopolítica do mundo em blocos comerciais regionais (não mais ideológicos), a hibridização entre culturas populares locais e uma cultura de massa supostamente "universal", entre outros.

A facilidade com que as inovações se propagam entre países e continentes, o acesso fácil e rápido à informação e aos bens são, sem sombra de dúvida, aspectos positivos. Mas é importante ressalvar que para as classes menos favorecidas economicamente, especialmente nos países em vias de desenvolvimento, esse acesso é dificultado pelo elevado custo e levará mais tempo. Do ponto de vista dos direitos humanos, outro aspecto positivo é a força da comunicação global ao actuar como um despertador da consciência cívica e política internacional. Muitos dos casos de violação dos direitos humanos, são hoje resolvidos graças à denúncia mediática. A comunicação social tem aqui um lugar  de relevo, podendo ser o factor de maior pressão a nível governamental na tentativa de correcção ou intervenção em situações de ameaça desses mesmos direitos.

Mas nem todos os aspectos são positivos. Segundo o teórico Milton Santos, o conhecimento e saber renovam-se a partir do choque de culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas produto directo da interposição de culturas diferentes com o somatório daquilo que previamente existia. Para ele, a globalização tenderia a uniformizar e massificar os grupos culturais, e logicamente uma das consequências seria o fim da produção cultural, enquanto gerador de novas técnicas. Isto reflectiria, ainda, na perda de identidade nacional e das raízes culturais, primeiro das colectividades, podendo ir até ao plano individual.

O cientista político Samuel Huntington, encara a globalização como um processo de expansão da cultura ocidental e do sistema capitalista sobre os demais modos de vida e de produção do mundo, que conduziria inevitavelmente a um "choque de civilizações".

Tendo em conta todas estas consequências negativas, percebe-se facilmente a atracção que geram as propostas antiglobalização que se opõem aos aspectos capitalista-liberais da globalização. Estas acenam com a possibilidade de “recuperação das origens, de regresso a uma espécie de paraíso perdido, de retorno à previsibilidade e aos sistemas de valores alegadamente garantidos contra a corrosão do tempo” como nos refere Manuel Pureza num artigo publicado no jornal Expresso. O movimento antiglobalização é um movimento que reivindica o fim de acordos comerciais e do livre-trânsito de capital. A designação surgiu após as manifestações da Acção Global dos Povos que promoveu vários "Dias Globais de Acção contra o Sistema Capitalista" com manifestações por todo o mundo com início em 18 de Junho de 1999 (Colónia, Alemanha) durante a cimeira do Fundo Monetário Internacional (FMI) e 30 de Novembro de 1999 (Seattle, EUA) por ocasião da cimeira da Organização Mundial do Comércio (OMC). Como nos diz Manuel Pureza, estas propostas de antiglobalização surgem sob diversas designações, desde o nacionalismo exacerbado até ao integralismo religioso. Exemplo disto será, como refere Benjamin Barber, a luta muçulmana (Jihad) e alguns outros movimentos que se juntam a esta corrente contra a acção globalizante como os ocidentais, os zapatistas e outras guerrilhas latino-americanas. Alguns dos que se identificam como antiglobalistas propõem alternativas ao regime económico capitalista, como o socialismo, o comunismo, o Nacional-socialismo e a anarquia. Outros manifestam preocupação com danos ao meio ambiente e aos direitos humanos, entre outros factores que julgam serem produto da globalização capitalista. Isso revela que os defensores da antiglobalização preocupam-se, sobretudo, com determinadas políticas económicas, e não com tipos de regime de governo ou ideologias políticas.

Um grande problema destes movimentos é que, apesar de todas a boas intenções, vai também escondida muita ilusão e superficialidade. Além disso, nem sempre os seus modos de expressão são os mais correctos e não é raro haver violência durante as suas manifestações como aconteceu em 1992 por ocasião de uma manifestação contra a primeira guerra do Golfo em Washington onde quebraram os vidros do Banco Mundial.

Ainda assim, é importante que estes movimentos e os seus ensinamentos recebam a devida atenção por parte de quem está do lado da globalização.

Por todos os argumentos acima referidos, podemos concluir que cabe-nos a nós, cidadãos de todo o mundo denunciar o que achamos que está mal, mesmo que não lucremos nada com isso, nem que não seja para nosso beneficio porque não podemos pensar apenas em nós, devemos pensar também nos que estão para nascer, e que vão viver no mundo que nós recriamos, eles não podem ser sacrificados pelos erros que nós cometemos pois não têm a culpa dos nossos actos.

Cabe-nos a nós a protecção de tudo aquilo que há de mais positivo na nossa cultura, seja a cultura gastronómica, seja a elaboração de trabalhos manuais ou a filosofia de trabalho, para que as gerações vindouras possam usufruir de todas as vantagens da globalização, mas também de tradições, usos, ou valores que nos enriquecem e preservam a nossa identidade cultural. As marchas e manifestações dos movimentos antiglobalização servem para protestar contra os atentados ao sistema de valores próprios de cada cultura. Servem ainda, muitas vezes, para denunciar violações dos direitos humanos e do meio ambiente que surgem como consequência directa ou indirecta da globalização. Este tipo de manifestações é válido e positivo na medida em que favorece a reflexão sobre estes temas e, possivelmente, uma mudança de atitudes face a algumas políticas globalizadoras menos justas.

ACTIVIDADE PRÁTICA

Para esta actividade foi-nos proposto que se elaborasse um questionário que seria aplicado a um grupo de pessoas com idade superior a 50 anos acerca das três mudanças ocorridas no seu tempo que considerariam mais significativas.

Esse questionário foi aplicado a um grupo de 10 pessoas e constava de quatro perguntas: as três primeiras de resposta aberta e a última de resposta fechada (apêndice 1).

Questões de partida

  • Quais as três mudanças ocorridas no seu tempo que considera mais significativas?
  • Quais os aspectos positivos dessas mudanças?
  • Quais os aspectos negativos dessas mudanças?
  • Conseguiria viver bem se perdesse o que ganhou com essas mudanças?

Resultados obtidos

Quais as 3 mudanças ocorridas no seu tempo que considera mais significativas?

Tabela 1

Gráfico 1

Mudanças mais significativas Nº de respostas
Computadores 4
Electrodomésticos 4
Internet 3
Luz eléctrica 3
Multibanco 2
Rádio 2
Telemóvel 5
Televisão 4
Transportes 3
Total 30
 

Quais os aspectos positivos dessas mudanças?

Tabela 2

Gráfico 2

Vantagens das mudanças Nº de respostas
Acesso à informação 3
Entretenimento 6
Facilid. comunicação 5
Facilid. exec. tarefas 6
Poupança de tempo 2
Qualidade de vida 3
 

Quais os aspectos negativos dessas mudanças?

Tabela 3 Gráfico 3
Desvantagens das mudanças Nº de respostas
Invasão da privacidade 1
Maior gasto de dinheiro 1
Menor convívio familiar 5
Poluição 4
Sem desvantagens 2
 

Conseguiria viver bem se perdesse o que ganhou com essas mudanças?

Tabela 4

Gráfico 4

Respostas Nº de respostas
Não 9
Sim 1
 

Discussão dos resultados

Partindo da análise das tabelas e gráficos, podemos verificar que:

  • A mudança mais significativa na vida das pessoas inquiridas foi, sem dúvida, o telemóvel com 5 referências seguido dos electrodomésticos, da televisão e dos computadores, tendo todos estes itens recolhido 13% das preferências.
  • O aspecto positivo que mereceu mais destaque foi o entretenimento e a facilidade de execução das tarefas com 24% das respostas. Também mereceram destaque como vantagens a facilidade de comunicação (20%) e o maior acesso à informação e maior qualidade de vida com 12% das menções.
  • No campo dos aspectos negativos, a principal desvantagem é a diminuição do convívio familiar, devido principalmente ao muito tempo passado a ver televisão. A poluição também é uma preocupação dos entrevistados tendo recolhido 31% das respostas e houve até quem considerasse que estas mudanças não trouxeram qualquer desvantagem.
  • Quando questionados sobre se conseguiriam viver sem essas mudanças, nove dos dez inquiridos responderam que não, o que reflecte a nossa grande dependência em relação a todas estas mudanças, que apesar das suas desvantagens, nos vieram facilitar muito a vida.

CONCLUSÃO

Após a elaboração deste trabalho, pensamos que conseguimos dar resposta aos objectivos a que nos propusemos. Na primeira parte, individual, foi feita uma caracterização da cultura científico-tecnológica demonstrando como no nosso dia-a-dia dependemos dos bens que essa cultura nos trouxe, sem sequer nos apercebermos por ela já estar tão enraizada em nós. Explorou-se também as duas vagas de mudança que nos levaram até onde estamos hoje, que caracterizam o mundo actual, e a terceira vaga que já se está, insidiosamente a instalar e de que já temos alguns exemplos. Conseguiu – se ainda fazer uma breve análise do conceito de tecnociência e dos riscos que este enorme desenvolvimento tecnológico nos trouxe. Na segunda parte, de grupo, recorrendo a várias fontes de informação, o grupo tentou realizar uma caracterização mais aprofundada do fenómeno da globalização referindo algumas das suas vantagens e desvantagens. De modo a desenvolver as nossas capacidades de investigação, foi elaborado um questionário que se aplicou a um grupo de dez pessoas, realizando depois uma análise dos dados obtidos para daí se retirarem conclusões.

A nossa cultura é inseparável da ciência. A ciência desempenha um papel determinante no contexto cultural actual, estando de tal maneira presente no ambiente em que vivemos, que já faz parte de nós e das nossas estruturas mentais. Vivemos numa época de mudança intensa, a um ritmo que, provavelmente, nunca mais será possível atingir. A evolução da humanidade deu-se por vagas, denominadas por Toffler como vagas de mudança. A actual cultura científico-tecnológica corresponde à segunda vaga que surgiu com a industrialização e nos proporcionou bens como os telemóveis, electrodomésticos, televisão, computadores, Internet, variados meios de transporte e tantos outros sem os quais já quase não podemos viver apesar das suas desvantagens. Porém, esta vaga está em crise, sendo que já se avista uma terceira vaga dominada pela tecnociência. Esta dá ao homem um poder quase ilimitado mas com riscos que podem levar à sua autodestruição. Um desses riscos está ligado à globalização que representa um dos processos de aprofundamento da integração social, económica e cultura dos países do mundo do final do século XX, tornado possível pelos inúmeros recursos científico-tecnológicos existentes actualmente. A globalização traz vantagens como a facilidade de comunicação entre os povos mas também desvantagens como a possível perda da nossa identidade cultural pela massificação dos grupos culturais.

BIBLIOGRAFIA

  • AMORIM, Carlos e outros – Filosofia 10, Areal Editores, Porto, 2005
  • ABRUNHOSA, Maria Antónia e outro – Um outro olhar sobre o mundo, Edições Asa, Porto, 2004
  • Sítios na Internet
    • http://images.google.pt/images?q=internet&gbv=2&ndsp=20&svnum=10&hl=pt-PT&start=180&sa=N
    • http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
    • https://www.notapositiva.com



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