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Trabalho sobre Espanha (símbolos, história, geografia, economia,...), realizado no âmbito da disciplina de Geografia (10º ano).
Julgo que fazer este trabalho deverá ser muito interessante, pois a Espanha é um país em franca ascensão em todos os aspectos. Este é um país europeu, membro da União Europeia, que se localiza a sudeste da Europa, fazendo fronteira com Portugal, Andorra e França. Situa-se na Península Ibérica, mas além do território ibérico tem também as ilhas Baleares (mar Mediterrâneo), as ilhas Canárias (oceano Atlântico), o enclave em França, Llívia e também uma porção de terra no Norte de África, designadamente Ceuta e Melilla.
Se antes de entrar na União Europeia, a Espanha era um país relativamente idêntico ao nosso, depois da adesão houve mudanças radicais e “nuestros hermanos” evoluíram do ponto de vista industrial, económico, cultural e turístico. São uma nação altamente produtora, nomeadamente na vertente agrícola (sector primário), na pesca e indústria (sector secundário) e no turismo (sector terciário).
Enfim, apenas por este capítulo introdutório dá para compreender que é uma pátria próspera e com futuro.
Espanha, como todos os países, tem símbolos nacionais: bandeira, brasão e hino.
A bandeira de Espanha, que é assim desde 5 de Outubro de 1981, é a seguinte:
O brasão de Espanha, onde diz “Plus Ultra” (do latim, “Mais Além”) é o seguinte:
O hino de Espanha, outro dos símbolos característicos dos países, que se prevê datar de 1761, é dos poucos que não tem letra. Desde 1997 que tal sucede, pois a última letra era franquista. É, no entanto, possível escutá-lo aqui.
Os primeiros habitantes da Espanha foram os Iberos, quem deram o nome de Ibérica à Península. Mais tarde, na Galiza, surgiram os Celtas, que se juntaram aos Iberos e formaram os Celtiberos. Além destes, também os Fenícios, os Gregos e os Cartagenos foram ocupando a Península.
Roma conquistou Hispânia e permaneceu no seu território por cinco séculos (I a.C. a V), mas com a queda do seu império, os Visigodos apoderaram-se da Península, adoptando a língua latina e a religião católica.
Mais tarde, no século VIII, os Mouros invadiram todo o território de Hispânia, excepção feita às Astúrias e Vizcaya, que se conseguiram opor à invasão e começaram uma reconquista que levou mais de setecentos anos. Em IX, os Cristãos já haviam reconquistado Aragão, Leão, Navarra e Catalunha. No século XV, Aragão e Castela juntaram-se pelo matrimónio dos reis católicos Isabel e Fernando e foi também neste século que expulsaram definitivamente os muçulmanos. Entretanto, no século seguinte, foram os Felipes que tomaram conta do país e que invadiram Portugal. As sucessivas guerras provocaram uma decadência da nação, mas os Descobrimentos vieram ajudar à recuperação de Espanha, a todos os níveis, nomeadamente económico, social e político.
Felipe V, da casa de Bórbon sucedeu a Carlos II, que não tinha herdeiros. Disputou a cora com ele o arquiduque Carlos de Áustria (mais tarde imperador com o nome de Carlos VI), provocando a guerra de sucessão (1700-1714).
Vieram as Invasões Francesas. Napoleão Bonaparte invadiu o território espanhol e puseram o irmão José Bonaparte no poder. A casa dos Bourbon foi restaurada em 1813 com a posse de Fernando VII. Nesse período de agitação interna, as colónias espanholas na América tiveram a oportunidade de lutar por sua independência. Até 1830, a Espanha tinha perdido a maioria de suas colónias no continente.
Isabel II ascendeu ao poder ainda menor de idade, auxiliada por Maria Cristina, mãe, e teve um reinado turbulento. O seu tio D. Carlos queria também a Coroa e assim surgiu a Primeira Guerra Carlista, provocada pelo auto intitulado. O filho veio também a provocar uma guerra, a Segunda Guerra Carlista.
Entre 1873 e 1874 ainda foi proclamada a República mas esta acabou imediatamente abolida. O pronunciamento de Martinez Campos devolveu o trono a Afonso XII, filho de Isabel II. Este foi sucedido pelo filho Afonso XIII, que ainda não havia nascido quando morreu seu padre, e durante o tempo que foi menor de idade (1886-1902) foi regente sua mãe Maria Cristina. Nesse reinado explodiu a insurreição de Cuba (1895), seguida da guerra hispano-americana (1898), que arrebatou a Espanha os últimos restos do seu Império Colonial.
Depois da Primeira Guerra Mundial a transformação social deu lugar a greves e actos terroristas. A vida estava cara e surgiu um mal-estar social em geral. Pretendendo Primo de Rivera (1933), que restaurou a ordem com uma ditadura.
Depois de um período de relativa calma, em que as Cortes aprovaram abundantes leis com o objectivo de dar a Espanha uma nova estrutura social e política, a vida da República começou a agitar-se por movimentos subversivos, conflitos e revoltas e uma verdadeira luta de princípios que chegou a ter características de uma verdadeira guerra civil entre forças da direita e da esquerda. Esta explodiu em 18 de Julho de 1936 e terminou em Abril de 1939 com o triunfo das forças comandadas pelo general Francisco Franco, que no dia 1 de Outubro de 1936 foi nomeado Chefe de Estado e do Governo, concluindo assim a segunda República Espanhola.
Durante a segunda guerra mundial, a Espanha teve uma postura neutral em relação ao conflito; ao finalizar a guerra, o país foi objecto de isolamento internacional, bloqueio que se prolongou até 1950. Levantado este, ingressou na INU em 1955 e em outros organismos internacionais. Em 1966 as Cortes espanholas aprovaram a Lei Orgânica do Estado, ordem institucional que foi apoiada pelo referendo celebrado em 14 de Dezembro. Em 1969 D. Juan Carlos de Borbón foi nomeado sucessor da chefia de Estado a título de rei da Espanha.
Em Novembro de 1975 morreu Francisco Franco e foi proclamado rei da Espanha Juan Carlos I. Com ele deu-se inicio uma nova política de abertura e democratização, da que foram frutos as legalizações dos partidos políticos e o projecto de lei para a reforma política, que implicava, antes de mais nada, a criação de novas Cortes e um Senado, além da consulta ao povo sobre qualquer reforma constitucional. Em 15 de Junho de 1977 foram celebradas eleições gerais, que tiveram como consequência a abertura das primeiras Cortes da monarquia. Em 1979 foi reiniciado o processo de descentralização previsto na Constituição, que terminou em 1983 com a nova divisão territorial do país em 17 comunidades autónomas. Em 1985, além de Portugal, Espanha aderiu à Comunidade Económica Europeia (CEE), actualmente União Europeia (UE).
Nos últimos vinte anos dois partidos tem repartido o poder: o Partido Socialista (PSOE), de tendência progressista, e o Partido Popular (PP), de tendência conservadora. Contudo, actualmente o primeiro-ministro é da Esquerda Unida (IU). Nota também para os sucessivos ataques da ETA, que pretende a independência do País Basco e que tem provocado mortes e feridos ao longo dos últimos anos como atitude de reclamação contra a permanência de “Euskadi” enquanto pertença de Espanha.
No dia 11 de Março de 2004 a Espanha viveu o pior acontecimento terrorista de sua história, com o resultado de 192 pessoas mortas em Madrid, numa estação de comboios onde houve uma enorme explosão. Dois meses depois, era o casamento do príncipe com Letízia Ortiz Rocasolano.
A Espanha é uma monarquia constitucional hereditária desde que, em 1975, o Rei D. Juan Carlos I assumiu a Chefia do Estado. O Presidente do Governo (equivalente ao nosso primeiro-ministro) é nomeado pelo Rei e depôs eleito pela Assembleia Nacional nas legislativas. Esta figura preside o Conselho de Ministros, assim como no nosso país.
A bancada legislativa é composta pela Assembleia Nacional onde está o Congresso de Deputados, com 350 membros, eleitos pelo voto popular com mandato de 4 anos e o Senado com 259 cadeiras, das quais 208 são directamente eleitas pelo povo e 51 indicados pelos legisladores regionais e o mandato também é de 4 anos.
Os principais partidos em Espanha são o Partido Popular (PP), cujo líder é Mariano Rajoy; o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), cujo líder é José Luis Zapatero e a Esquerda Unida (EU), cujo líder é Gaspar Llamazares.
O rei de Espanha é o Rei Juan Carlos I, sendo que este é o Chefe de Estado (comparado ao nosso Presidente da República). O Chefe do Governo e aquele que possui quase todos os poderes (como o nosso Primeiro-Ministro) é, actualmente, José Luis Zapatero.
Espanha é composta por Comunidades Autónomas (mais ou menos o equivalente a Regiões em Portugal), que se subdividem em Províncias (uma espécie de distritos). Segundo a lei, as Comunidades Autónomas são dotadas de uma autonomia legislativa e competências executivas, bem como da faculdade de se administrarem mediante representantes próprios. Esta divisão existe desde a Constituição de 1978.
O facto de o Governo reconhecer e garantir o direito à autonomia das nacionalidades e regiões que compõe o Estado surge para evitar os conflitos e reivindicações de alguns contra o poder central. Assim, o poder governativo fica muito mais descentralizado o que permite uma maior mobilidade governativa, mesmo a nível cultural e social. Cada Comunidade Autónoma tem órgãos de governo próprios, bem como instituições representativas e tem uma cultura mais ou menos independente, nomeadamente a nível da língua e dos costumes/tradições. As Províncias subdividem-se posteriormente em municípios, à imagem do que sucede em Portugal com a subdivisão dos Distritos em Concelhos.
Há duas cidades no Norte de África que gozam de um estatuto intermédio entre Município e Comunidade Autónoma: Ceuta e Melilla. Além disso, a Galiza, a Catalunha e o País Basco vêm reconhecidas na Constituição, a “nacionalidade histórica” dos seus territórios. Estas Comunidades Autónomas detêm maior poder do que as restantes precisamente porque historicamente sempre se quiseram tornar independentes. Eis uma lista das 52 províncias distribuídas por Comunidade Autónoma.
Além da já referida divisão administrativa, existem também (e como em qualquer país membro da União Europeia), as NUTS.
Espanha tem 7 NUTS I (Noroeste, Nordeste, Madrid, Centro, Este, Sul e Canárias), 19 NUTS II e 52 NUTS III. Em Espanha, uma NUTS I tem que ter, no mínimo, 3 milhões de habitantes, uma NUTS II tem que ter entre 800 mil e 3 milhões de habitantes e uma NUTS III, tem que ter entre 150 mil a 800 mil habitantes.
Agora, um mapa com as Comunidades Autónomas de Espanha:
Agora, um mapa com as Províncias de Espanha:
Espanha situa-se na Península Ibérica, no sudoeste europeu. Os seus limites são o Golfo de Biscaia (Norte), a França e Andorra (Nordeste), mar Mediterrâneo (Leste e Sul) e Portugal e o Oceano Atlântico (Oeste). Em termos de comprimento das fronteiras, Espanha tem uma fronteira com Andorra de 63.7 km, com França 623 km, com Gibraltar 1,2 km, com Marrocos (Ceuta e Melilla) 15,9 km e, claro, com o nosso país, Portugal, tem 1.214 km de fronteira. É de salientar que 88% da fronteira espanhola é com água e apenas 12% com terra. As suas coordenadas geográficas são 40º Norte e 4º Oeste. Espanha tem uma área total de 505.782 km², sendo 1,04% constituída por água. Além disso, possui as Ilhas Canárias, no Atlântico e as Ilhas Baleares, no Mediterrâneo, assim como Ceuta e Melilla e algumas ilhas em Marrocos.
Além de inúmeras planícies, Espanha tem também várias montanhas das quais se destacam os Pirinéus (estende-se por 435 km) e a Serra Nevada. O ponto mais alto de Espanha fica, curiosamente, nas Ilhas Canárias, em Tenerife, o que tem 3718 metros de altitude.
Os principais rios de Espanha são o Tejo (o maior da Península Ibérica, com um percurso de 1007 km, desagua em Lisboa), o Douro (850 km de comprimento, desagua no Porto), o Guadiana (829 km de comprimento, desagua no Algarve, entre Vila Real de Santo António e Ayamonte) – sendo que estes três passam por Portugal antes de desaguar –, o Ebro (910 km de comprimento, desagua em Tarragona) e o Guadalquivir (657 km de extensão e fim perto de Cádis). O maior lago espanhol é o Lago de Sanabria, ocupa 22.365 hectares e situa-se na província de Zamora.
A nível do clima, quase que podemos dividir Espanha em quatro partes distintas: o Mediterrâneo (fundamentalmente temperado nas áreas leste e sul do país, as estações chuvosas são a Primavera e o Outono, Verões suaves com temperaturas agradáveis); a Espanha Interior (com Invernos muito frios [a neve é frequente] e Verões quentes); a Costa Atlântica do Norte (precipitação principalmente no Inverno com Verões suaves [um pouco frios]) e as ilhas Canárias (com um clima subtropical, temperaturas suaves [18ºC - 24ºC] ao longo do ano). A temperatura mais alta registada em território espanhol foi 47,2º em Múrcia e a mais baixa foi -24º em Albacete.
A economia espanhola cresceu imenso entre 1986 a 1990, com a entrada de “nuestros hermanos” para a União Europeia, calculando a média de cinco por cento de crescimento do anuário. Após uma recessão no início da década de 90, a economia espanhola ressurgiu com crescimento moderado em 1994. É uma das maiores economias europeias (5ª maior da União Europeia) e mesmo mundiais (10ª maior do mundo) e é uma economia que se baseia na liberalização e privatização. Apesar de continuar algo elevado, o desemprego baixou substancialmente nos últimos anos e agora, com a entrada de Zapatero no poder, tem havido ainda maior preocupação nesse sector e em ajustar a economia espanhola a uma economia global.
O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores financeiros) de todas as riquezas finais produzidas em uma determinada região ou parcela da sociedade (qual seja, países, estados, cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc.). Em Espanha, o PIB andava, em 2005, na casa dos 1.024 biliões de dólares.
O PIB (taxa de crescimento real) era de 3,3% em 2005. Já o PIB per capita era de 24.500 dólares americanos no mesmo ano.
Podemos agora ver as maiores produções em Espanha:
* NOTA: Vinho, uvas, azeite, azeitonas, beterrabas, grão, trigo, citrinos, lacticínios, carnes e peixes.
** NOTA: Médicos e Farmacêuticos
*** NOTA: t = toneladas
Podemos, através da tabela, constatar que, apesar do desenvolvimento do país, ainda é uma nação que aposta forte na agricultura mas que começa a produzir muito mais no sector secundário do que no primário. Também é bom que se saliente que a maior parte destes dados têm 12/14 anos, mas não consegui arranjar dados mais recentes, é bem provável que o cenário agora seja algo distinto, porque é mais de uma década e Espanha modernizou-se muito. Segundo dados de 2004, o sector primário ocupava 5,3% da população activa, o sector secundário ocupava 30,1% dos activos e o secundário, como em qualquer país desenvolvido, tinha a maior fatia – 64,6%. A força laboral em Espanha, no ano passado, era de 20,7 milhões e o desemprego estava próximo dos 9%.
Apesar de consumir menos energia do que a que produz, Espanha compra mais energia do que vende. Sobre o petróleo já não se pode, obviamente, dizer o mesmo pois os espanhóis importam quase todo o petróleo que consomem. Quanto ao gás natural, só exportam, não importam nada, são absolutamente auto-suficientes. Espanha tem uma balança comercial deficitária: importa 271.8 biliões de dólares e só exporta 194.3 biliões de dólares, o que se traduz num défice de 83.14 biliões de dólares. Apresento os valores em dólares americanos porque me foi mais fácil encontrar estes dados, mas é óbvio que a moeda em Espanha é a mesma que em Portugal: o Euro.
Espanha exporta fundamentalmente maquinaria, automóveis e outros veículos, géneros alimentícios e de saúde (farmacêuticos e médicos) e outros bens de consumo. É para França e Alemanha que mais exporta, mas o nosso país o 3º maior parceiro de Espanha em termos de exportações. Seguem-se também o Reino Unido e Itália.
Quanto às importações, os combustíveis assumem um papel de relevo, claro, mas também maquinaria e equipamento, produtos químicos, bens semiacabados, géneros alimentícios e de saúde (medicação e instrumentos médicos de controlo) e outros bens de consumo e são Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Itália, Países Baixos e China aqueles que mais vendem para Espanha.
Agora uma tabela com as zonas mais ricas, as zonas mais pobres e as zonas mais industrializadas do nosso país vizinho.
Há, também, que dar muita importância ao turismo, porque este assume um papel muito importante na economia espanhola. As zonas/cidades mais procuradas pelos turistas são:
A população total em Espanha tem vindo a decrescer imenso. Se em 2005, os indicadores apontavam para os 44,5 milhões de habitantes, um ano a seguir os números já mostram menos de 40,4 milhões. Num ano perderam-se 4 milhões de habitantes! O gráfico seguinte demonstra a evolução da população espanhola. Se em 1900 não havia sequer 20 milhões, em 2005 estavam perto dos 45 milhões.
Destes 40,4 milhões de habitantes, somente 68% é população activa. Espanha, à semelhança dos restantes países desenvolvidos (incluindo Portugal), tem uma pirâmide etária envelhecida. Segundo dados de 2006, 14,4% da população tem até 14 anos, 67,8% é população dos 15 aos 64 anos e há 17,7% de idosos na população espanhola, quase um quinto. Eis uma pirâmide etária referente à população espanhola em 2005.
A idade média de um espanhol é, em 2006, 39,9 anos (38,6 anos para os homens e 40,3 para as mulheres). Nota para o fraquíssimo crescimento natural, que ronda os 0,13%, muito insuficiente para renovar gerações. A taxa de natalidade é ligeiramente inferior à portuguesa, anda na casa dos 10,06‰, ao passo que a mortalidade é 9,72‰. Espanha é um país de imigrantes. A prova disso é o saldo migratório positivo, 0,99‰ em 2006. É da América do Sul e da Europa de Leste que provêm quase todos os emigrantes, mas também a Europa Ocidental e o Norte de África enviam muitas pessoas para este país. A taxa de mortalidade infantil apresenta valores muito baixos, o que é sintoma de um forte desenvolvimento, 4,37‰ (4,76‰ para os rapazes e 3,95‰ para as raparigas). Em Espanha há mais indivíduos do sexo feminino, apesar de até aos 64 anos os números indicarem o contrário (1,047 homens para cada mulher). Contudo, devido à maior esperança média de vida para as mulheres, levam a que existam mais mulheres idosas do que homens (0,96 homens para cada mulher) e consequentemente a população total é maioritariamente (apesar das poucas diferenças) constituída por mulheres. Para os homens a esperança média de vida é de 76,32 anos, enquanto que para uma mulher é 83,2 anos, o que perfaz uma média total de 79,65 anos de esperança média de vida para um cidadão espanhol. O índice sintético de fecundidade é 1,28‰. A população espanhola é praticamente constituída por mediterrânicos e também alguns nórdicos. Segundo dados de 2003, a alfabetização em Espanha era aproximadamente 97,9% (98,7% para os homens e 97,2% para as mulheres).
Podemos assinalar Madrid e Barcelona, as duas maiores cidades, como as mais populosas e as mais densamente populosas, mas também a ilha de Las Palmas, nas Canárias e Vizcay como as províncias com maior densidade populacional, como se pode constatar pelo mapa abaixo.
Passo agora a apresentar as 10 áreas metropolitanas com maior população total:
Algo muito particular neste país é a grande diversidade linguística. Apesar do castelhano ser falado em quase todo o país (é a língua oficial em todas as Comunidades Autónomas), a verdade é que em Espanha há 7 (!) línguas oficiais (apenas regionalmente). Cerca de 74% da população (aproximadamente três quartos) fala o castelhano, a que vulgarmente chamamos espanhol. Além disso, o catalão é também muito falado, 17% dos espanhóis fala esta língua, muito por culpa da enorme quantidade de gente que vive em Barcelona e na restante Catalunha. O Galego surge a fechar o pódio do “ranking” das línguas mais faladas: 7%, o que numa zona onde existem Vigo ou Corunha não é de estranhar. No País Basco fala-se basco (2%) e existem ainda o aranês e o aragonês. Pode chegar-se a esta conclusão com a análise do mapa abaixo.
Costuma dizer-se que “Espanha tem mais católicos do que o Vaticano”. É uma frase irónica, porque o Vaticano não chega aos 200 habitantes, claro, mas a verdade é que 94% da população é crente na Igreja Apostólica Romana, existindo somente 6% de pessoas não fiéis ou com outras religiões.
Podemos concluir que Espanha é um país extremamente rico a todos os níveis. Historicamente é um país apreciável, tem uma história muito interessante e que dura já há vários séculos, é cheia de conquistas, de reis, de invasões e de guerras e isso molda todo um povo. Do ponto de vista político, apesar de não concordar com a Monarquia, parece-me um país organizado, especialmente na divisão administrativa, que eu considero justa e inteligente. Centralizar o poder num país destas dimensões não faria sentido e os espanhóis perceberam-no e conseguiram organizar o território de modo a permitir uma mobilidade de políticas e de governo. Achei também interessante o facto de a Galiza, a Catalunha e o País Basco, por sempre terem querido a independência, terem uma maior autonomia.
Culturalmente é também um país provido de uma imensidão de costumes e tradições, nomeadamente no que à língua diz respeito (7 línguas num só país é obra), mas também na gastronomia, na quantidade e beleza dos seus monumentos e da capacidade artística de muitos espanhóis.
É, além disso, um país que tende a modernizar-se cada vez mais e hoje é uma das dez maiores potências económicas da Europa, o que patenteia toda a força da população espanhola que conseguiu “renascer” depois de Franco, ao contrário do que sucedeu com Portugal depois de Salazar. Espanha, com a entrada na União Europeia, conseguiu registar um progresso altamente assinalável. Provavelmente a arrogância e orgulho extremo do povo espanhol contribuiu sobremaneira para a rápida evolução positiva em todos os parâmetros.
Achei que este trabalho foi muito interessante de fazer, até porque Espanha está aqui mesmo ao lado e eu não conhecia o país tão bem como gostaria e, se calhar, deveria. Depois deste trabalho consegui compreender melhor os vários aspectos da vida de Espanha, desde a História, passando pela Política e Divisões Administrativas, acabando na Demografia, Geografia ou Economia.
Apesar de, como grande parte dos portugueses, não gostar muito dos espanhóis, tenho que reconhecer que é um país belíssimo, com uma estrutura política e económica cada vez mais forte, um país extraordinariamente evoluído, que caminha a passos largos para, a pouco e pouco, se ir afirmando ainda mais como uma das maiores potências a nível europeu e mundial pois começa a reunir todos os predicados para que tal aconteça.