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A Europa e o mundo no limiar do séc XX - NotaPositiva

O teu país

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João Bastos

Escola

Escola Secundária de Arouca

A Europa e o mundo no limiar do séc XX

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Resumo do trabalho

Resumo/Apontamentos sobre os capítulos: "A Europa e o mundo no limiar do séc XX" e "Da Grande Depressão à 2ªGuerra Mundial", realizado no âmbito da disciplina de História (9º ano).


A Europa e o mundo no limiar do séc XX / Da Grande Depressão à 2ªGuerra Mundial

Hegemonia e declínio da influência europeia

O Apogeu da Europa

No começo do séc XX, a Europa tinha uma capacidade económica superior ao conjunto dos outros continentes. Essa superioridade devia-se sobretudo ao enriquecimento gerado pela industrialização e ao domínio colonial sobre extensas zonas do globo. Nesta altura a Europa tinha-se tornado a fábrica do mundo, já que assegurava mais de metade da produção industrial mundial, a banqueira do mundo, já que mais de metade dos capitais investidos mundialmente eram europeus e a comerciante do mundo já possuía quase todas as grandes companhias de transportes, através das quais controlava o comércio.

Embora a Europa fosse o continente mais desenvolvido havia países mais industrializados como a Alemanha, a França e a Inglaterra e países pouco industrializados como a Itália, a Espanha, Portugal e a Rússia.

A hegemonia europeia não era, porém, tão forte como parecia e os USA tinham começado a tornar-se a partir da segunda metade do séc XIX, um grande rival da Europa passando a dominar alguns mercados anteriormente europeus e deixando de importar tantos produtos da Europa.

O Japão era também um rival já que os salários baixos pagos aos trabalhadores permitiam vender os produtos a preços competitivos.

O Imperialismo e o Colonialismo Europeu

Entre os séculos XV e XVIII, vários países europeus, nomeadamente Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra e França tornaram-se grandes potências coloniais, foi a 1ºfase do colonialismo europeu no mundo. Porém, nos finais do séc. XVII, o colonialismo europeu parecia começar a recuar com a independência dos EUA e depois com a independência das colónias da América Central e do Sul.

Todavia, no séc XIX, o rápido crescimento do capitalismo industrial e financeiro fez com que os países mais industrializados, procurassem continuar a deter a hegemonia mundial, facto que originou um novo movimento expansionista de alargamento dos territórios coloniais já existentes, bem como reforçar o domínio sobre os países menos desenvolvidos (imperialismo). Foram várias as razões que levaram a esse movimento:

  • Económicas, uma vez que a Expansão da Revolução Industrial provocou a necessidade de obter matérias-primas e mão-de-obra baratas, de fazer investimentos rentáveis e de criar novos mercados para escoar os produtos industriais e assim desenvolver a própria indústria. Por outro lado os países europeus tinham de arranjar destinos para a população europeia em crescimento.
  • Políticos e Estratégicos, as principais potências coloniais em rivalidade umas com as outras, precisavam de afirmar o seu poderio e força militar.
  • Ideológicos e Culturais, numa espécie de “missão civilizadora”, ai procurarem expandir a sua religião, língua, estilo de vida e instituições, por considerarem que havia uma superioridade da civilização europeia em relação aos povos não brancos (racismo).

A Partilha do Mundo

Nos finais do séc. XIX, o alargamento territorial das potências europeias em África e na Ásia tinha como principal objectivo a exploração económica, desenvolvendo-se novamente o colonialismo. Isto provocou a disputa de algumas regiões por várias potências europeias que enviaram expedições para explorar essas áreas. Para se resolver pacificamente a partilha de África, organizou-se a Conferência de Berlim 1884-85. Decidiu-se que a partilha de África assentava no princípio de ocupação efectiva, isto é, os territórios africanos deviam pertencer aos países que tivessem meios para os ocupar de facto. Assim, o princípio do direito histórico, baseado na descoberta foi desvalorizado. Isto veio a favorecer as nações mais poderosas da Europa. Tudo estava preparado para a formação de grandes impérios coloniais. A Inglaterra detinha o maior império colonial que se extensiva em África do Cairo ao Cabo, seguindo-se a França que detinha a maior parte dos seus territórios na África Oriental. Portugal possui em África, a Guiné, Angola, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Cabo Verde. Neste processo de corrida às áreas de influência, Portugal declarou através do mapa cor-de-rosa, a sua intenção de ocupar os territórios entre Angola e Moçambique. A Conferência de Berlim determinou o princípio da ocupação efectiva e Portugal e não tinha qualquer presença em muitos dos espaços que reivindicava no interior do continente africano e, por isso, foram enviadas várias expedições militares entre Angola e Moçambique pretendendo-se ocupar mesmo a zona entre as duas colónias. Este projecto acabou por chocar com o plano inglês de ligar o Cairo, No Egipto ao Cabo, na África do Sul. Como retaliação em 1890, os Ingleses obrigaram Portugal a abandonar o Chire (zona entre Angola e Moçambique) sobre a ameaça de um ultimato.

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A 1ª Guerra Mundial

A Europa antes da Guerra

A Europa do início do séc. XX era um continente profundamente dividido, com contrastes a diferentes níveis:

  • Contrastes políticos e económicos: na Europa ocidental predominavam as democracias liberais enquanto que na Europa central e oriental predominavam os regimes autoritários (Império Alemão, Russo, Turco e Austro-Húngaro). A Inglaterra, a França e a Alemanha eram grandes potências industrializadas, ao contrário da lenta modernização do Império Russo, do Império Austro-húngaro e dos países mediterrâneos.
  • Rivalidade económica: a Inglaterra sendo a principal potência industrial era a principal rival da Alemanha. O enorme crescimento económico da Alemanha desencadeou uma cerrada competição imperialista deste país com a França e com a Inglaterra que se rivalizavam pelo domínio dos melhores mercados e pelo domínio de áreas ricas em matérias-primas.
  • Tensões nacionalistas: com a exaltação dos valores e do passado nacional o que provocou o ódio contra as potências rivais. As condutas da Alemanha e da Rússia são exemplos de nacionalismos exagerados a lado, ao proclamarem a superioridade das suas raças (pangermanismo, no caso alemão e pan-eslavismo no caso russo). Por outro lado houve reivindicações nacionalistas: a França exigiu à Alemanha a devolução da Alsácia e da Lorena, a Polónia dividida entre os três impérios queria voltar a ser de novo independente, as minorias do Império Austro-húngaro queriam ser autónomas, o Império Austro-húngaro queria conquistar a Sérvia, a Rússia queria ter acesso directo ao mar mediterrâneo e por isso apoiou os povos dos Balcãs contra o Império Austro-húngaro.

A Guerra Inevitável

As permanentes rivalidades internacionais conduziram a uma corrida aos armamentos por parte das grandes potências políticas sentindo-se na Europa um clima quase de guerra, a paz armada. Tal situação originou a formação de alianças entre essas potências:

  • A Tríplice Aliança, entre o Impérios Alemão e Austro-húngaro e a Itália
  • A Tríplice Entente, ente o Império Russo, a França e a Inglaterra.

Face a este clima de tensão, qualquer incidente podia desencadear o sistema de alianças europeias e por consequência um grave conflito internacional.

Em 28 de Junho de 1914, o arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono austríaco, foi assassinado por um estudante nacionalista sérvio, aquando da sua visita a Sarajevo, na Bósnia.

O Império Austro-húngaro responsabilizou a Sérvia por este atentado e, com o apoio da Alemanha declarou guerra à Sérvia a 28 de Julho de 1914. Sendo a Sérvia aliada da Rússia, este acontecimento fez desencadear o sistema de alianças europeias e, em pouco mais de duas semanas, a crise balcânica tornou-se numa guerra generalizada opondo a Tríplice Aliança (sem a Itália que abandonou as Potências Centrais e se juntou aos aliados) à Tríplice Entente.

Tinha-se iniciado a 1ªGuerra Mundial que só iria acabar a 11 de Novembro de 1918.

A guerra começou por ser travada nos Balcãs e depois na Europa, mas rapidamente, o conflito mundializou-se pondo em confronto os Aliados e as Potências Centrais. Os interesses coloniais levaram também os combates ao Oriente e à África. Entretanto vários países foram entrando dos dois lados. Do lado dos Aliados destacam-se a entrada da Itália, de Portugal, do Brasil, da China e dos EUA. Do lado das Potências Centrais entraram o Império Turco - Otomano e a Bulgária. Era, verdadeiramente, uma guerra mundial e não apenas um conflito europeu.

De inícios os países intervenientes na guerra achavam que esta seria breve.

As forças aliadas e os Potências Centrais defrontaram-se sobretudo na frente ocidental que ia da Flandres à Suíça e da Suíça ao Mar Adriático mas também na frente Balcânica do mar Adriático ao Mar Egeu e na frente oriental do mar báltico ao mar negro. A 1ªGuerra Mundial distinguiu-se dos conflitos anteriores pelas inovações no armamento com o uso de aviões, de submarino, tanques, metralhadoras, canhões de longo alcance, gases asfixiante, pelas estratégias militares usadas e pela economia de guerra. A 1ªGuerra Mundial dividiu-se em três etapas guerra de movimentos de 1914 a 15, guerra de trincheiras de 1915 a 1917 e novamente guerra de movimentos de 1917 a 1918. Em 1917 com a saída da Rússia e a entrada dos USA deu-se uma viragem na guerra ficando os Aliados como o lado mais forte na guerra à qual saíram vitoriosos a 11 de Novembro de 1918.

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Uma Paz Precária, o Tratado de Versalhes

Após o fim da guerra, os países vencedores reuniram-se em Paris, na Conferência da Paz em 1919, para determinar as sanções a aplicar aos países derrotados. Nesta conferência foram assinados vários tratados dos quais se destacava o Tratado de Versalhes onde ficaram aprovadas várias imposições para com os países vencedores:

  • Os Império Austro-húngaro, Alemão, Turco e Russo foram desmembrados dando origem a novos países nomeadamente a Hungria, a Checoslováquia, a Jugoslávia, a Polónia, a Finlândia, a Estónia, a Letónia e a Lituânia;
  • A Alemanha teve de restituir à França a Alsácia e a Lorena, entregou territórios à Dinamarca e à Bélgica, teve de ceder acesso ao mar à Polónia e perdeu todas as suas colónias;
  • A Alemanha foi considerada a responsável pela guerra e por isso teve de proceder à desmilitarização da região fronteiriça com a França e pagar pesadas indemnizações aos estados vencedores.

Os regimes autoritários foram substituídos por democracias parlamentares. A dureza das condições imposta à Alemanha revelar-se-ia fatal e iria lançar as sementes da 2ªGuerra Mundial.

Na Conferência de Paz, o presidente americano Wilson propôs a criação da Sociedade das Nações. A SDN foi criada em 1919 após o Tratado de Versalhes. A SDN tinha como principais objectivos:

  • Respeitar a integridade territorial e a independência política de cada país
  • Desenvolver a cooperação económica, social e cultural de cada país
  • Proteger as minorias
  • Organizar o desarmamento geral, começando pelo da Alemanha

A SDN acabou por fracassar porque os USA não faziam parte deste organismo e porque falharam as iniciativas para o desarmamento.

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Declínio da Europa e ascensão dos USA

A guerra provocou grandes transformações que originaram o fim da supremacia europeia:

  • A guerra provocou 8 milhões de mortos, 20 milhões de inválidos e arrasou cidades completas o que levou à diminuição da mão-de-obra que provocou a diminuição da produção industrial e agrícola deixando a Europa de poder exportar para o resto do mundo perdendo os seus mercados para os Estados Unidos para o Japão.
  • Desvalorização da moeda europeia face ao dólar.
  • Aumento da inflação, ou seja o aumento dos preços não era proporcional ao aumento dos salários.
  • Endividamento em relação aos EUA, a Europa passou de credora a devedora.

Como os EUA não foram atingidos pela guerra no seu território, tornaram-se os principais fornecedores da Europa exportando para esta matérias-primas, alimentos e armas e tornaram-se nos principais fornecedores do mundo acabando com a supremacia europeia. Para o pagamento das dívidas contraídas, parte do ouro europeu foi sendo transferido para os EUA e a Europa passou em relação aos EUA, de credora a devedora. O Crescimento económico ficou a dever-se ao grande aumento da produção, impulsionada pelo desenvolvimento técnico, pelo aparecimento de novas fontes de energia, pela concentração das empresas ou monopólios os quais controlavam a produção, o preço e os mercados e pelos novos métodos de produção e organização do trabalho com a racionalização do trabalho defendida por Taylor em que cada operário desempenhava apenas uma simples tarefa (Taylorismo), originando, assim, o trabalho em cadeia. Henry Ford aplicou este modelo de organização do trabalho na sua fábrica de produção automóvel (fordismo) pondo em prática a produção em série através da uniformização de modelos (estandardização).

A nova organização do trabalho baixou o tempo de fabrico e, por isso, o custo de produção.

O crescimento ficou também a dever-se ao grande aumento do consumo impulsionado pelo aumento dos mercados interno e externo, pelo aumento dos salários, às compras por prestações e à publicidade. O crescimento ficou ainda a dever-se a um aumento das operações bolsistas.

Portugal da 1ªRepública à Ditadura militar

Crise e queda da Monarquia

Nos finais do séc. XIX fez-se sentir a descrença no regime monárquico em Portugal. Esta situação ficou a dever-se a vários factores:

Em 1890-1892, uma grande crise económico-financeira que assolou a Europa atingindo também Portugal. Portugal era nesta altura um país predominantemente agrícola com fraca industrialização. A balança comercial era deficitária e Portugal tinha um grande défice externo. Os sinais desta crise foram a falência de bancos e de empresas, o aumento da divida pública, a desvalorização da moeda e o consequente aumento da inflação. Tudo isto acabou por conduzir a um aumento dos impostos, facto que agravou as condições de vida das populações, sobretudo das classes média e do operariado. Para além do aumento dos impostos, registou-se ainda um aumento do desemprego que conduziu a um clima de descontentamento social através de greves e manifestações e de instabilidade política. Tendo em conta este descontentamento que então se vivia foram fundados dois novos partidos políticos: o Partido Republicano e o Partido Socialista. O Partido Republicano fundado em 1870 que aproveitando a liberdade de imprensa passou a desenvolver uma intensa campanha contra a Monarquia. Simultaneamente, realizava manifestações e comícios muito concorridos nas principais cidades do país. O seu crescimento foi rápido, tendo mesmo conseguido eleger deputados para o Parlamento. A base social de apoio do republicanismo era composta por elementos da baixa e média burguesia descontentes com a difícil situação económica e política do país e por sectores importantes do operariado que acreditava que com a instauração da república podiam ver melhoradas as suas condições de vida e ainda com o apoio de actividades revolucionários de sociedades secretas como a Maçonaria e a Carbonária. O Partido Socialista fundado em 1875 não teve grande número de apoiantes. Este partido criticava a sociedade capitalista e não aceita a propriedade privada de meios de produção.

  • O facto de Portugal ter cedido às condições do Ultimato Inglês foi considerado uma humilhação. Isto veio a contribuir para a primeira revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891, no Porto que acabou por falhar, mas que constituiu um importante momento de afirmação da vontade de mudança dos destinos políticos do país.
  • Descrédito da Monarquia, o povo achava exagerado os gastos da família real e achava um escândalo o facto de o rei ir à caça em vez de se preocupar com a governação do país.
  • A Ditadura de João Franco: o Rei D. Carlos para por termo às revoltas, em 1907, dissolveu o Parlamento e entregou a chefia do governo a João Franco, que passou a governar em ditadura tendo sido estabelecida a censura à imprensa e tendo sido condenados alguns presos políticos a penas de degredo para as colónias. Ao ter tomado esta decisão, o Rei assinou a sua sentença de morte.
  • O Regicídio (1908): a oposição do regime agravou-se e quando regressaram de Vila Viçosa e foram andar de coche, o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe foram mortos por extremistas republicanos no Terreiro do Paço, em Lisboa. Caminhávamos a largos passos para a queda da monarquia.

A Implantação da República

A propaganda republicana cresceu e a crise política e o descontentamento geral foram agravados com o Governo de ditadura de João Franco (1907). O rei era acusado de passar mais tempo a distrair-se do que à frente da governação do país. Em 1908 deu-se o regicídio onde o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe foram mortos em Lisboa. Caminhávamos a passos largos para a queda da Monarquia. D. Manuel II sucedeu ao trono e, apesar de mais liberal, não conseguiu impedir o crescimento do republicanismo.

Assim, no dia 4 de Outubro de 1910, a revolução republicana saiu à rua com um pequeno contingente de militares de baixa patente apoiados pelos populares, essenciais nesta revolução.

Os revoltosos não encontraram grande resistência e em 5 de Outubro de 2010 a revolução acabou por triunfar e foi feita uma cerimónia na varanda da Câmara Municipal de Lisboa onde foi implantada a República. A república propagou-se por todo o país sem qualquer resistência.

O Regime Instaurado, a República

Os dirigentes do Partido Republicano tomaram conta do governo do país, através da formação de um Governo Provisório, liderado por Teófilo Braga. Este Governo preparou as eleições para a Assembleia Constituinte que elaborou a Constituição de 1911. O Governo Provisório através da Constituição estabeleceu uma democracia parlamentar e instituiu uma nova bandeira, um novo hino (a Portuguesa) e uma nova moeda.

A Constituição institucionalizou o sistema de democracia parlamentar, onde há uma preponderância do poder legislativo (Senado e Câmara dos Deputados) sobre o poder executivo (Presidente da República). Tanto o governo como o presidente da República eram responsáveis politicamente perante o Parlamente, tendo este o poder de nomear e de destituir o Presidente da República. Este, por sua vez tem a função de nomear o governo que só se podia manter em funções de dispusesse de uma maioria dos deputados no Parlamento.

A acção da 1ªRepública

Os primeiros governos republicanos aprovaram uma série de leis e medidas inovadoras para a época destacando-se as seguintes:

  • Lei da Separação da Igreja do Estado: tornaram o estado laico proibindo o ensino religioso nas escolas, expulsando as ordens religiosas como os Jesuítas e nacionalizando os seus bens e tornando obrigatório o registo civil.
  • Leis da Família: o casamento civil era o único válido, igualdade de direito entre homem e mulher no casamento e legalização do divórcio.
  • Legislação Social: autorização e regulamentação da greve, institucionalização do descanso semanal obrigatório e a limitação dos horários de trabalho.
  • Legislação no campo do ensino com o estabelecimento da instrução obrigatória e gratuita entre os 7 e os 12 anos com vista a combater o analfabetismo, com a fundação das Universidades de Lisboa e Porto e o desenvolvimento do ensino técnico.
  • Leis para o desenvolvimento económico-financeiro, mas a economia permaneceu atrasada…

Portugal entrou na guerra com vista a quebrar o isolamento de Portugal mas principalmente com o objectivo de garantir a posse das colónias africanas, face às ambições quer da Alemanha quer da Inglaterra. A guerra levou ao agravamento das dificuldades económicas internas que levaram ao aumento dos impostos que agravaram o custo de vida, baixaram o poder de compra e o que levou ao progressivo aumento do descontentamento.

O fim da 1ª República e a Ditadura Militar

Apesar das grandes expectativas de evolução do país com a 1ªRepública, esta não conseguiu alcançar a esperada estabilidade e progresso. Isto ficou a dever-se a vários factores:

  • Instabilidade política, durante os 16 anos da 1ªRepública, Portugal passou por 45 governos, 8 presidentes e passou pelo recurso à ditadura, à guerra civil e à violência. O Partido Republicano dividiu-se em vários partidos e o com o parlamentarismo os governos caíam constantemente o que levou ao descrédito da democracia parlamentar.
  • A participação de Portugal na Grande Guerra que gerou uma inflação galopante e um descontentamento generalizado da população em relação ao governo.
  • Após a Guerra, os republicanos viram o seu nível de apoiantes a ser reduzido progressivamente devido à sua incapacidade em resolver os problemas económicos do país.
  • O governo contou ainda com uma forte oposição por parte da Igreja católica, dos Monárquicos, das Classes Médias e do Operariado que conspiravam contra o regime.

Depois de várias tentativas falhada um golpe militar liderado pelo general Gomes da Costa pôs fim à República Democrática Parlamentar a 28 de Maio de 1926 e instaurou a Ditadura Militar que iria durar até 1933. Com vista a solucionar o problema do descontentamento os militares impuseram a dissolução do Parlamento, a suspensão das liberdades individuais e a censura à imprensa. O movimento militar foi apoiado pelas classes médias e baixas da população que acreditavam que com um governo forte podiam ver resolvidos os problemas económico-financeiros e políticos do país. Com vista a solucionar os problemas económico-financeiros do país como a baixa do poder de compra e a desvalorização da moeda, os militares convidaram em 1928 para ministro das Finanças o professor António de Oliveira Salazar conhecido pela sua técnica e pelas suas ideias conservadoras com vista a solucionar os problemas económico-financeiros do país. Tendo este comprido a sua missão, foi convidado para chefiar o Governo em, 1932.

Sociedade e cultura num mundo em mudança

As mudanças sociais e a emergência da cultura de massas

Na viragem do século XIX para o século XX, a sociedade sofreu alterações, em resultado do crescimento da industrialização e da urbanização isto é o aumento das cidades.

Apesar das tensões entre países verificava-se um clima de optimismo e de confiança. O período antes da 1ªGuerra Mundial ficou conhecido por Belle Epóque, na qual o domínio da burguesia reflectiu-se no estilo de vida e na moral que propunham formas de diversão. O operariado melhorou as suas condições de vida e a classe média viu aumentar a sua influência e a importância nos domínios políticos, sociais e culturais. Tudo isto levou a que as desigualdades sociais diminuíssem com a melhoria das condições de vida e do poder de compra.

A 1ªGuerra Mundial provocou também mudanças na sociedade desencadeando a emancipação da mulher ao levar as mulheres a assumirem novos papéis e funções no trabalho e na família, anteriormente exclusivas dos homens. Este novo papel da mulher contribuiu para a emergência do feminino, ou seja, um movimento de defesa da liberdade e igualdade de direitos da mulher em relação ao homem, pretendo alcançar o mesmo estatuto económico, social e político. A mulher adquiriu uma nova imagem na sociedade, reivindicando o direito ao voto, a igualdade na educação e no trabalho bem como o direito ao divórcio.

A prosperidade do pós-guerra possibilitou a procura intensa do prazer e do divertimento ficando a década de 20 recordada como os “loucos anos 20”.

A sociedade, no começo do séc. XX, com o crescimento populacional dos centros urbanos tornou-se uma sociedade de massas. Assim se explica que tenha surgido um novo tipo de cultura, a cultura de massas que era transmitida pelos mass media, meios de comunicação como a imprensa, a rádio, o cinema e a televisão, os quais possibilitavam uma difusão cultural acessível às mais amplas camadas da população.

Renovação científica

O século XX ficou marcado por extraordinários avanços científicos e técnicos.

  • Avanços científicos nas áreas da Física, da Astronomia, da Medicina e das ciências humanas e avanços técnicos com o aparecimento de novos utensílios tais como a máquina de escrever, a máquina da costura, a máquina de lavar, o aspirador entre outros.
  • Avanço nas chamadas Ciências Humanas, ciências que estudam o comportamento do ser humano quer individualmente quer na sua relação com a sociedade tais como a Sociologia, a Filosofia, a História, a Geografia, a Economia, a Psicologia e a Antropologia

Renovação nas artes e na literatura

Ao longo da primeira metade do séc. XX foram surgindo múltiplas expectativas artísticas decorrentes da instabilidade e das transformações morais e sociais da 1ºGuerra Mundial. Deu-se o nascimento do modernismo.

Modernismo: designação comum aos diversos movimentos da literatura, das artes plásticas, da arquitectura e da música, surgidos nos finais do século XIX e que se estenderam até à 2ª Guerra mundial. O movimento baseou-se na ideia de que as formas "tradicionais" das artes plásticas, literatura, design, organização social e da vida quotidiana tornaram-se ultrapassadas, e que se fazia fundamental deixá-las de lado e criar no lugar uma nova cultura.

Vanguardas Artísticas na Pintura e da Escultura:

  • O Expressionismo nasceu na Alemanha e caracteriza-se pelo uso de cores fortes e pela deformação da realidade para representar emoções (muitas vezes angústia e sofrimento), e insiste na escolha de temas de cariz psicológico e social: miséria, solidão, vícios, injustiças… Os principais pintores deste estilo foram Edvard Munch e Otto Dix.
  • O Fauvismo desenvolveu-se na França e é uma corrente que defende a utilização das cores primárias, fortes e contrastantes, a violência das linhas e a total negação das regras. Os pintores que mais se destacaram nesta corrente foram Matisse e Vlaminck.
  • O Cubismo foi um movimento iniciado em 1907 por Picasso e Braque que geometriza e simplifica as formas; ou seja, reduz as formas a volumes geométricos, através da observação dos objectos e figuras de vários ângulos sobrepostos, destruindo assim a lei da perspectiva. No cubismo existe uma total visão dos objectos por isto mesmo.
  • O Futurismo foi influenciado tanto pelo cubismo como pelo abstraccionismo, e tentava ilustrar a civilização industrial do futuro, tentando representar o movimento nos seus quadros. As imagens aparecem com formas e cores dinamizadas pela repetição. Os principais pintores desta corrente foram Boccioni e Balla.
  • O Abstraccionismo teve início em 1910, foi o mais duradouro dos movimentos artísticos: valoriza a interpretação subjectiva, através da combinação das cores e das formas, sem representar os objectos concretos. Piet Mondrian e Kandinsky foram os que mais se destacaram neste movimento.
  • O Dadaísmo era a recusa de todos os modelos plásticos e da própria ideia de arte. A anarquia na arte está bem presente com opção de total espontaneidade de expressões que ridicularizam a razão. Duchamp é o artista que mais se destaca nesta corrente.
  • O Surrealismo foi um movimento surgido em 1924 e representou o culminar das correntes anteriores. A imaginação, o sonho, a alucinação e o subconsciente foram as principais inspirações deste movimento. Recorreram à representação de um mundo imaginário absurdo e com associações de ideias que aparentemente não têm significado. Os principais pintores foram Salvador Dalí, René Magritte e Joan Miró.

Em finais do século XIX, a arquitectura evoluiu para novas tendências com o movimento de Arte Nova, que privilegiava uma decoração ligada à Natureza, com formas ondulantes. O modernismo arquitectónico desenvolveu novas técnicas de construção com o uso do aço e do betão. Em 1919, surgiu a arte funcional que privilegia a adaptação do edifício às funções a que se destina, primando pela sobriedade sem qualquer função decorativa. Nesta arquitectura destaca-se Le Corbusier. Outro tipo de arquitectura foi a corrente orgânica que se preocupou com o enquadramento do edifício no meio natural. O seu principal representante foi Frank Lloyd Wright.

A literatura também conheceu uma multiplicidade de estilo, que se integravam no modernismo e que reflectiam as transformações sociais e revelam pessimismo relativamente à Natureza e ao destino do Homem. Foram retratados temas de crítica social, denuncias das injustiças sociais e expressão dos sentimentos humanos. Os autores mais celebres foram John Steinbeck, Virginia Woolf e em Portugal, Fernando Pessoa e Almada Negreiros.

Da Grande Depressão à 2ªGuerra Mundial

A Grande Crise do Capitalismo nos anos 30

Da prosperidade à crise

Até meados de 1929, os USA viviam um período de prosperidade económica A produção industrial e agrícola tinha aumentado e na Bolsa de Nova Iorque, as acções alcançavam as cotações mais altas de sempre. O crescimento económico possibilitou a melhoria do nível de vida da população em geral. Este factor associado ao desenvolvimento do crédito e à expansão da publicidade tornou possível o aumento do consumo e levou a que muita gente investisse na bolsa, procurando lucros fáceis através da compra e venda de acções e quantos mais investidores maior era o valor das acções e o lucro. Mas esta prosperidade era um pouco ilusória pois as empresas não estavam tão prósperas como o valor das acções fazia transparecer (especulação bolsista) e a capacidade de produção agrícola e industrial crescia mais rapidamente do que o consumo, o que fazia com que os stocks se acumulassem sem compradores havendo até por vezes uma saturação do mercado, isto é o mercado deixava de absorver a produção e assim os preços tiveram de baixar Era o início duma grave crise de superprodução. Com a consequente baixa dos preços deu-se um período de deflação que se traduziu numa quebra de lucro para as empresas.

Em Outubro de 1929, era já notória uma baixa nos lucros de muitas empresas americanas, quer agrícolas, quer industriais. Assustados, os maiores possuidores de acções tentaram vendê-las antes que o seu valor diminuísse. Todos procuraram, no entanto, fazer o mesmo. Em 24 de Outubro, 12 milhões de acções foram colocadas à venda sem que encontrassem comprador. Deu-se assim o crash da bolsa de Nova Iorque. Milhares de accionistas ficaram arruinados, tendo o valor das acções, em seguida, numa descida acentuada. Muitos bancos foram à falência, arrastando consigo as empresas que dependiam do crédito bancário. Da crise bolsista, passou-se, assim à crise financeira, que se transformou rapidamente na depressão económica, que provocou a deflação e a falência de banco, arrastando consigo as empresas que dependiam do crédito bancário. A par desta crise financeira agrava-se a crise de superprodução, ou seja, apesar das descidas acentuadas dos preços os produtos agrícolas e industriais não tinham compradores o que levou à acumulação de stocks. Muitas empresas tiveram de fechar portas, o desemprego aumentou e começou o “círculo vicioso” das crises, ou seja, mais desemprego menos consumo, logo mais empresas vão à falência dando origem a mais desempregados e assim sucessivamente.

A Mundialização da Crise

A crise económica não era, como inicialmente se tinha julgado uma crise passageira. Transformou-se na Grande Depressão do sistema capitalista, não só pela gravidade como pela duração e pela dimensão geográfica que iria atingir, atingiu todo o mundo com excepção da URSS.

Iniciada, em 1929, com o crash da bolsa, só a partir de 1932 com o New Deal é que se começaram a sentir os primeiros sinais de recuperação porém os efeitos da crise fizeram-se sentir por vários anos. A crise mundializou-se por vários factores:

  • A crise financeira levou os USA a retirarem os capitais que tinham cedido à Europa desde o final da 1ºGuerra Mundial. Esta retirada de créditos e de capitais americano a outros continentes levou a que muitos bancos falissem ou vivessem dificuldade e as empresas que dependiam do seu crédito também falissem.
  • Contracção do comércio mundial: com a crise, a maior parte dos países como os USA, reduziram ao máximo as suas compras no estrangeiro, verificando-se assim uma quebra acentuada da produção industrial por parte dos países que dependiam das exportações dos seus produtos como os países da América Latina e os países da Europa.

A intervenção do Estado na economia

Com a eleição de Roosevelt para presidente dos USA em 1932, este país desenvolveu uma política económica intervencionista de New Deal. O New Deal tinha como objectivo resolver o problema do desemprego e aumentar o poder de compra da população, de forma a relançar o consumo e, consequentemente, a produção.

As medidas do New Deal foram as seguintes:

  • Apoiar a agricultura com indemnizações aos agricultores para reduzir a área cultivada, com o objectivo de diminuir a produção e, assim, estabilizar os preços e a concessão de créditos agrícolas para que os agricultores pagassem as dividas.
  • Na indústria, limitar a concorrência, fixando preços mínimos e níveis de produção e baixar as taxas de juro do crédito, para favorecer o investimento das empresas.
  • Regulamentar as actividades da banca tornando a concessão de crédito mais difícil para aqueles que não tinham grandes garantias e as actividades da bolsa para evitar uma nova especulação bolsista.
  • Desenvolveu uma política de criação de emprego com o fomento de obras públicas.
  • Delimitou o horário semanal de trabalho para 40 horas com vista a criar mais postos de trabalho.
  • Com vista a redistribuir os rendimentos, estabeleceu-se um salário mínimo, procurou-se aumentar os salários e concederam-se subsídios de desemprego com vista a aumentar o poder de compra e o consumo.
  • Subsidiaram-se as empresas que admitissem novos trabalhadores.

O New Deal possibilitou uma recuperação económica que se começou a sentir entre 1933 e 1936, com a diminuição do desemprego que apesar disso se manteve alto e a subida da produção industrial, das exportações e dos preços.

Com a crise, em muitos países da Europa a democracia acabou por ceder, surgindo regimes autoritários que seguiram uma política de autarcia e auto-suficiência, reorganizando as empresas e protegendo-as da concorrência. A Inglaterra e a França foram duas excepções. Na Inglaterra formaram-se governos de União Nacional e na França os partidos (Comunista, Socialista e Radical) coligaram-se e formaram a Frente Popular com vista a travar o avanço do fascismo.

Os Regimes Ditatoriais na Europa

A Crise das Democracias

Com o fim da 1ªGuerra Mundial, parecia que a democracia liberal se ia impor por toda a Europa. Mas a realidade foi bem diferente. Por toda a parte, desenvolveram-se os movimentos políticos de extrema-direita favoráveis à implantação de ditaduras. Os regimes ditatoriais triunfaram na maior parte da Europa como podes ver no mapa.

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O crescimento dos movimentos de extrema-direita explica-se pelas condições económicas e sociais entre as duas guerras:

  • As dificuldades económicas que, nalguns países se seguiram à 1ºGuerra Mundial e a crise de 1929 provocaram na Europa um grande aumento do desemprego com as falências de bancos e empresas, ao aumento da inflação e à baixa do poder de compra. Muitas acusavam os governos democráticos de não conseguir resolver estes problemas.
  • O crescimento dos sindicatos e dos partidos da esquerda. Com o triunfo, em 1917, da revolução soviética e as tentativas de revolução socialista noutros países assustaram grandes sectores da burguesia, que com as crescentes ocupações de fábrica apoiaram os movimentos da extrema-direita

Este rápido crescimento ficou a dever-se ao uso da violência e da propaganda.

A violência, sob a forma de ameaças, torturas ou destruições, era usada contra os partidos da esquerda e contra os sindicatos. Os movimentos da direita detinham ainda milícias armadas. A propaganda através da rádio, dos comícios e das manifestações era outra perigosa arma para aliciar a população a votar nestes movimentos com as promessas de segurança, melhoria das condições de vida e emprego.

Os Regimes Ditatoriais:

O Fascismo na Itália

No inicio da década de 20, a Itália era agitada por diversos problemas:

  • A Itália não viu alcançadas as compensações territoriais que reivindicava no Tratado de Versalhes facto que levou a um grande descontentamento e manifestações de nacionalismo.
  • A grave crise económico-social do pós-1ª Guerra Mundial, manifestada no desemprego e na inflação, favoreceu a agitação revolucionária com greves e ocupações de fábricas.

Assustados com a vaga revolucionária, os industriais e os proprietários assim como os desempregados a quem foi prometido emprego passaram a apoiar o PNF, liderado por Benito Mussolini. Para combater o comunismo e se imporem no poder, os fascistas recorreram à violência, pela acção das milícias armadas, os camisas negras e à propaganda. Em 1922, Mussolini organizou uma Marcha sobre Roma com um exército de 50 000 camisas negras, que levou o rei Victor Emanuel III a convidar Mussolini a formar governo, iniciando-se assim o regime fascista em Itália. O regime instaurado, o fascismo tinha as seguintes características:

  • Partido Único – Só era permitido o Partido Nacional Fascista, todos os outros partidos estavam proibidos.
  • Totalitarismo - Primazia do Estado sobre o indivíduo, Negação dos direitos individuais e dos direitos humanos, Desvalorização da democracia e do parlamentarismo (que valoriza o indivíduo, Reforço do poder executivo (rejeição do parlamentarismo e da separação dos poderes), Rejeição do socialismo e da luta de classes, Teoria do partido único.
  • Culto da personalidade – enaltecimento da autoridade do Chefe, o estado devia ser forte e comandado por um Chefe, que era considerado o guia e o Salvador da Nação a quem deviam obedecer cegamente. Deste cedo as crianças eram educadas para obedecer ao Duce através da Juventude Fascista
  • Nacionalismo – a Nação era considerada o valor mais importante.
  • Imperialismo – criou um império através da guerra em prol dos direitos dos “povos superiores”.
  • Militarismo – demonstração de força militar, provocando a importância que era dada ao culto da força e da violência contra aqueles que se opunham ao regime. Através da OVRA, dos camisas negras e da censura.
  • Corporativismo - através do corporativismo através do qual se dizia pretender ultrapassar os conflitos entre as classes, unindo patrões e operários em organismos comuns, as corporações.
  • Slogan do regime “Crer, obedecer, combater”.

O Nazismo na Alemanha

Na sequência da derrota sofrida na 1ªGuerra Mundial, foi estabelecido na Alemanha um regime democrático, a República de Weimar. Nas décadas de 20 e 30 a Alemanha vivia um clima de descontentamento generalizado:

  • Muitos alemães sentiam-se humilhados com as condições impostas pelo tratado de Versalhes.
  • A situação económica da Alemanha era gravíssima devido às destruições da guerra, à desorganização da economia e ao pagamento das pesadas indemnizações exigidas pelos vencedores.
  • A inflação cresceu a um ritmo galopante e quando a situação alemã começava a melhorar deu-se a Crise de 1929 que levou bancos e empresas à falência e lançou milhares no desemprego.
  • A população responsabilizava os partidos democráticos pela grave situação que se vivia e começaram a apoiar partidos extremistas, sendo os partidos de mais destaque o Partido Nazi e o Partido Comunista.
  • Os desempregados acreditavam nas promessas de trabalho feitas pelo partido nazi e os principais sectores da burguesia apoiavam o nazismo com receio do comunismo.

O Partido Nazi teve um crescimento muito rápido, tanto no número de militantes como de eleitores. Esse sucesso deveu-se sobretudo ao apoio dos grandes industriais e a uma intensa propaganda através dos jornais e da rádio; à realização de comícios e grandes manifestações de rua e às demonstrações de força das mais disciplinadas milícias armadas, as SA e as SS, utilizadas contra os adversários do nazismo. Nas eleições de 1932, o partido nazi foi o mais votado levando o regime democrático à ruína o que levou a que o presidente da república Von Hindenburg a nomear Adolf Hitler chanceler da Alemanha. Hitler tomou medidas antidemocráticas tornando o PN, partido único e a partir de 1934, passou a acumular os poderes de presidente e de chanceler com poderes quase ilimitados.

O Regime Nazi tinha as seguintes características:

  • Repressivo e controlador (Gestapo; Censura; Juventude Hitleriana; milícias armadas – SA e SS; campos de concentração e de extermínio)
  • Dirigista e defensor da autarcia económica (“economia de guerra”)
  • Partido Único – Só era permitido o Partido Nazi, todos os outros partidos estavam proibidos.
  • Totalitarismo - Primazia do Estado sobre o indivíduo, Negação dos direitos individuais e dos direitos humanos, Desvalorização da democracia e do parlamentarismo (que valoriza o indivíduo, Reforço do poder executivo (rejeição do parlamentarismo e da separação dos poderes), Rejeição do socialismo e da luta de classes, Teoria do partido único.
  • Militarismo - demonstração de força militar, provocando a importância que era dada ao culto da força e da violência contra aqueles que se opunham ao regime.
  • Culto do chefe – Todos deviam obedecer cegamente ao Füher.
  • Corporativismo - através do corporativismo através do qual se dizia pretender ultrapassar os conflitos entre as classes, unindo patrões e operários em organismos comuns, as corporações.
  • Nacionalista, Racista e Imperialista – O regime nazi era um regime racista porque considerava que havia raças superiores e raças inferiores. A raça superior, os Arianos cujo representa era o povo alemão devia dominar o mundo. Entre as raças inferiores a raça considerada a mais perigosa era a raça judaica. Este violento anti-semitismo levou à tentativa de extermínio de extermínio do povo judaico. Os judeus foram perseguidos e muitos sofreram genocídio. Como os Alemães se consideravam um povo superior deviam dispor de um “espaço vital”, territórios considerados necessários para o bem-estar e o crescimento do povo alemão e por isso tinham o direito de conquistar territórios aos povos superiores. Esta teoria racista levou à 2ªGuerra Mundial.

O Salazarismo em Portugal

O golpe desencadeado pelas Forças Armadas em 1926, instaurou em Portugal uma ditadura militar. Contudo a instabilidade política, o défice orçamental e a dívida externa persistiam. Foi neste contexto que, em 1928, o Presidente da República, general Óscar Carmona, convidou António de Oliveira Salazar, professor da universidade de Coimbra, para ministro das Finanças.

Salazar só aceitou o cargo com a condição de supervisionar os orçamentos de todos os ministérios e de ter o direito de veto sobre os respectivos aumentos de despesas.

Recorrendo ao aumento dos impostos e à redução das despesas, conseguiu reorganizar as finanças do País. O sucesso desta política financeira deu-lhe imenso prestígio e converteu-o no “Salvador da Nação”.

Em 1930 foi instaurada a União Nacional, único partido político autorizado.

Em 1932, Salazar foi nomeado Presidente do Conselho e, em 1933, foi aprovada uma nova Constituição que iniciou um novo período ditatorial que o próprio Salazar intitulou de “Estado Novo”.

O Estado Novo tinha as seguintes características:

  • Autoritarismo (Estado forte e de partido único – União Nacional - inscrição obrigatória para admissão a certos empregos, O Estado controlava os cidadãos)
  • Repressão (polícia política (PDVE/PIDE), censura, prisões e colónias penais, Legião Portuguesa)
  • Enquadramento da população em organizações afectas ao regime (Mocidade Portuguesa, FNAT, Corporações…)
  • Culto do chefe – através da propaganda que converteu Salazar no Salvador da Pátria.
  • Nacionalismo/Patriotismo – a pátria acima de tudo e exaltação do passado glorioso.
  • Tradicionalismo – Deus, Pátria, Família, com o fim de formar uma sociedade, segundo essa trilogia, obediente.
  • Corporativismo
  • Criação da Mocidade Portuguesa para desenvolver a devoção à pátria.
  • Dirigismo económico – defendia a autarcia económica
  • Colonialismo – As colónias constituíam um elemento fundamental da política do nacionalismo económico do salazarismo, uma vez que funcionavam como mercado para escoamento das produções da metrópole e como fornecedoras de matéria-prima.

Em 1930, foi aprovado a Acto Colonial que proclamava os direitos de Portugal sobre o conjunto dos territórios ultramarinos que limitava a intervenção económica estrangeira.

A Revolução Soviética

Nos inícios do séc XX, o Império Russo era um regime de monarquia absoluta, no qual o czar tinha amplos poderes. O Império ia desde o Leste da Europa (Ucrânia, Países Bálticos e Bielorrússia) até à Sibéria, na Ásia. A sua economia era atrasada e a sociedade apresentava grandes desigualdades. Com a entrada da Rússia na 1ªGuerra Mundial, a situação económico-financeira agravou-se. O descontentamento era geral e a população exigia a retirada da Rússia da Guerra. Esta situação levou à difusão dos ideais socialistas da nacionalização dos bens e de igualdade entre os cidadãos que ganhou cada vez mais adeptos. Esta situação levou à primeira tentativa revolucionária em 1905 que foi violentamente reprimida e às duas revoltas de 1917. A primeira, a de Fevereiro, de carácter burguês, levou à abdicação do czar Nicolau II e à formação de um governo provisório que instaurou um regime liberal democrático. Logo após a revolução de Fevereiro, multiplicaram-se por toda a Rússia, os sovietes, isto é Conselhos populares que intervinham activamente na vida local. Sendo que o soviete mais activo era o de São Petersburgo onde se destacavam os revolucionários bolcheviques, liderados por Lenine que se opunham à democracia liberal e desejavam uma revolução mais radical. Os bolcheviques inspiravam-se no marxismo e defendiam a tomada do poder pelos trabalhadores, para impor uma sociedade socialista sem classes.

Em Outubro de 1917, deu-se a segunda revolução, desencadeada pelos bolcheviques liderados por Lenine que acabaram com a democracia e implantaram a república soviética.

Quando Lenine chegou ao poder pôs em prática as seguintes medidas:

  • Assinatura do Tratado de Brest-Litovsk com a Alemanha em 1918, que retirou a Rússia da guerra;
  • Nacionalização da economia, com a abolição da propriedade privada, a qual passou a ser do Estado, tendo este o papel de a distribuir pelo povo e nacionalizou a banca e a indústria e reduziu o comércio livre;
  • Instauração do partido único e da censura;
  • Criação do Exército Vermelho e da polícia política.

Entretanto, a contra-revolução começou a organizar-se. Os descontentes contavam com o apoio de algumas nações que temiam o avanço do comunismo. Esta situação arrastou a Rússia para uma guerra civil que opôs Comunistas (Exército Vermelho) a Anti-Comunistas (Exército Branco) da qual os comunistas saíram vitoriosos. Com a guerra civil, o chamado Comunismo de Guerra vai piorar a situação económica da Rússia pelo que Lenine adoptou a NEP (Nova Política Económica), que autorizou a existência de iniciativas privadas e a liberalização da economia, mas o Estado continuava a controlar os principais sectores da Economia. A NEP permitiu recuperar a economia e aumentar a produção.

Devido à extensão e à diversidade cultural, em 1922, várias regiões do antigo Império Russo uniram-se numa federação de estados denominada URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) as quais dispunham de alguma autonomia e o respeito pela identidade regional.

A Era Estalinista na URSS

Com a morte de Lenine, em 1924, Trotsky e Estaline disputaram a liderança da URSS, no entanto foi Estaline que se tornou em 1928, o governante da URSS. Chegado ao poder, Estaline pôs fim à NEP e adoptou as seguintes medidas:

  • Colectivização dos meios de produção, isto é a nacionalização dos bens.
  • Economia planificada que estipulava o nível de produção a alcançar nos diferentes sectores da economia no prazo de cinco anos (planos quinquenais).

No primeiro plano quinquenal, Estaline deu prioridade à indústria de armamento. No segundo privilegiou os sectores têxtil e alimentar e no terceiro a produção de energia. No sector agrícola, a colectivização das terras em sovkhoses (quintas do Estado) e kolkhoses (cooperativas) gerou resistência com os antigos proprietários, os kulaks. Estaline aplicou meios repressivos nos quais alguns camponeses eram torturados, deportados ou mesmo mortos. Em relação desta política económica, a URSS transformou-se numa grande potência militar e industrial.

Para dominar os opositores e manter-se no poder Estaline pôs em prática uma política repressiva e violenta perseguindo, prendendo, deportando ou assinando todos aqueles que se opunham ao regime, com a criação de campos de concentração (gulags) de forma a obter mão-de-obra gratuita para a construção de redes de caminhos-de-ferro através do trabalho forçado; Estaline desenvolveu o culto da personalidade, sendo Estaline considerado o pai do povo e controlou as artes e as letras para glorificar a nação.

A política estalinista tornou-se na ditadura do Partido Comunista, que fez milhões de vítimas e criou desigualdades na sociedade.

A Frente Popular na França

A crise económica dos anos 30, o descontentamento social e o receio que o fascismo se apoderasse do poder, levaram os partidos de esquerda da França (Comunista, Socialista, Radical), em 1935, a formarem uma coligação, a Frente Popular que em 1936 ganhou as eleições. A Frente Popular pôs em prática um conjunto de medidas:

  • A nacionalização da banca, da indústria e dos caminhos-de-ferro;
  • Publicação de leis sociais para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores como a delimitação do horário de trabalho e a concessão de férias;
  • Criação de um programa de obras públicas para reduzir o desemprego.

As políticas da Frente Popular prejudicaram o clero e a burguesia que não apoiaram as reformas sociais e económicas. Em 1937, deu-se a dissolução da Frente Popular devido a conflitos entre os vários partidos da coligação.

Espanha: da república à ditadura

Entre 1923 e 1930, a Espanha foi governada por uma ditadura militar chefiada por Primo de Rivera. A sua impopularidade acabou por conduzir à abdicação do rei, ao exílio do general e à implantação da república em 1931. A república que teve de tentar combater a crise económica e o descontentamento social. Nas eleições de 1936, os partidos de esquerda uniram-se na Frente Popular. Ainda nesse ano as forças conservadoras apoiaram um levantamento militar, liderado pelo general Francisco Franco. Foi o início de uma guerra civil que só terminou em 1939 com a vitória dos nacionalistas (conservadores). Foi instaurado um regime ditatorial e autoritário de tipo fascista, que teve como chefe de Governo, o general Franco. A guerra civil espanhola foi um ensaio da 2ªGuerra Mundial já que as forças em confronto contaram com o apoio de nações estrangeiras: os nacionalistas da Itália e da Alemanha e os republicanos da URSS. A guerra civil provocou milhares de mortos e de inválidos.



427 Visualizações 08/09/2019