Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod
Todos os trabalhos publicados foram gentilmente enviados por estudantes – se também quiseres contribuir para apoiar o nosso portal faz como o(a) Beatriz Bocinhas e envia também os teus trabalhos, resumos e apontamentos para o nosso mail: geral@notapositiva.com.
Trabalho de Geografia sobre a Índia (religião, castas, vacas e carma, as mulheres, namoro e casamento na cultura indiana).
Neste trabalho iremos falar sobre a Índia, um país da Ásia Meridional que surgiu por volta de 1500 a.C. Os Arianos, povo de origem Indo-europeia, invadiram o Vale do Rio Indo e conseguiram conquistar os Marajás, príncipes indianos. A mistura dos Drávidas, antigos habitantes da Índia, com os arianos deu origem a Civilização Indiana. Antes da formação da sociedade indo ariana, as populações arcaicas da Índia juntaram-se nas cidades de Hararapa e Mohenjo Daro.
Ao longo de sua história a Índia caracterizou-se pela variedade de religiões praticadas no seu território. A Civilização Indiana, também conhecida como Civilização Hindu, no inicio da sua história teve como principal pilar da sociedade a religião do Vedismo.
Actualmente a Índia é o sétimo maior país em área geográfica e o segundo país mais populoso, estando subdividida em 28 estados.
Iremos também falar dos seus rituais, do casamento e gastronomia.
A religião na Índia é muito forte, pois esta região é considerada um dos berços religiosos das civilizações antigas. Grande parte dos indianos é seguidora do hinduísmo.
Diferentemente das outras religiões mundiais (budismo, cristianismo e islã), o hinduísmo não tem fundador, nem credo fixo nem organização de espécie alguma. Projeta-se como a "religião eterna" e caracteriza-se pela sua imensa diversidade e pela capacidade excepcional que vem demonstrar através da história de abranger novos modos de pensamento e expressão religiosa.
A palavra hinduísta significa simplesmente "indiano" (da mesma raiz do rio Indo), e talvez a melhor maneira de definir o hinduísmo seja dizer que é o nome das várias formas de religião que se desenvolveram na Índia depois que os indo-europeus abriram caminho para a Índia do Norte, de 3 a 4 mil anos atrás. O cristianismo e o judaísmo também têm uma história que se estende por milhares de anos, mas o peculiar no hinduísmo é que todos os seus estágios históricos são visíveis simultaneamente. Apesar de sua complexidade, ainda se pode experimentar o hinduísmo como um todo. Assim, ele já foi comparado a uma floresta tropical, onde várias camadas de animais e de plantas se desenvolvem num grande meio ambiente.
As raízes do hinduísmo podem ser encontradas em algum ponto entre o ano 1500 a.C. e o ano 200 a.C., quando os chamados arianos (isto é, os "nobres") começaram a subjugar o vale do Indo. As crenças dessas pessoas tinham ligação com outras religiões indo-européias, como a grega, a romana e a germânica. Sabemos disso pelos chamados hinos védicos (da palavra Veda, ou seja, "conhecimento"), que eram recitados por sacerdotes durante os sacrifícios a seus muitos deuses. O Livro dos Vedas consiste em quatro coletâneas, das quais certas partes datam de cerca de 1500 a.C.
O sacrifício era importante para o culto ariano. Faziam-se oferendas aos deuses a fim de conquistar seus favores e manter sob controle as forças do caos.
Achados arqueológicos no vale do Indo indicam que houve uma civilização avançada na Índia, anterior à chegada dos indoeuropeus, e é certo que essa civilização também contribuiu para o hinduísmo moderno. A época conhecida como período védico tardio, de 1000 a.C. até 500 a.C., marcou uma virada crucial no desenvolvimento religioso da Índia. Importância especial tiveram os Upanishads, que até hoje são os textos hinduístas mais lidos. Foram escritos sob a forma de conversas entre mestre e discípulo, e introduzem a noção de Brahman, a força espiritual essencial em que se baseia todo o universo. Todos os seres vivos nascem do Brahman, vivem no Brahman e ao morrer retornam ao Brahman.
O hinduísmo moderno compreende uma grande variedade de idéias e formas de culto. Será que os hinduístas têm alguma coisa em comum? Sim. Uma boa definição seria: as castas, as vacas e o carma.
Todas as sociedades têm várias formas de distinção e estratificação em classes, mas é difícil encontrar um país onde isso tenha sido praticado tão sistematicamente quanto na Índia. Desde os tempos antigos sempre houve quatro classes sociais (a palavra sânscrita empregada é varna, que significa "cor"):
Porém, à medida que a sociedade indiana se desenvolveu, as pessoas foram sendo divididas em novas castas. No início do século XX havia em torno de 3 mil castas.
Não se sabe como surgiu o sistema de castas, e não há prova definitiva de que se trata de uma evolução do sistema de quatro classes. Seria mais verdadeiro dizer que esse sistema de classes se ajusta bem às castas.
A palavra inglesa caste vem do português casta (feminino de casto, "puro"); o termo usado na Índia é jati, que significa "nascimento" ou "tipo". As castas em geral se associam a profissões especiais. Uma aldeia indiana pode conter de vinte a trinta dessas castas, e com freqüência cada uma ocupa um agrupamento especial de casas. Cada casta tem suas próprias regras de conduta e de prática religiosa, que determinam com quem a pessoa pode se casar, o que ela pode comer, com quem pode se associar e que tipo de trabalho pode realizar. A base religiosa desse sistema é a noção de pureza e impureza. O contraste entre o que é "limpo" e o que é "impuro" permeia todo o hinduísmo. Para um brâmane, tudo o que tenha a ver com as coisas corporais ou materiais é impuro. Se ele se tornou impuro como resultado do nascimento, da morte ou do sexo — ou por meio do contato com um indivíduo "sem casta", ou membro de uma casta inferior —, há diversas maneiras pelas quais ele pode se purificar. O método tradicional mais conhecido de purificação utiliza a água de um dos muitos rios sagrados da Índia, como o Ganges.
As regras que governam a pureza formam a base da divisão de trabalho na comunidade. Certas atividades e certos trabalhos são tão impuros que somente determinadas castas podem realizá-los. Essas castas têm o dever de ajudar os outros grupos a manter sua pureza. Por outro lado, apenas as castas que preencham os requisitos da pureza podem se aproximar dos deuses mais elevados. Para que isso ocorra com mais facilidade, outras pessoas devem ser impuras. Entretanto, todos se beneficiam da limpeza dos "puros", pois todos os hinduístas tiram proveito dos ritos que são praticados.
O sistema de castas deu um contexto à vida do indiano, assim como fez a tribo para o africano. Ser expulso de sua casta é o pior castigo imaginável, e só é usado para os crimes particularmente sérios. O nível mais baixo no sistema de castas é o dos "intocáveis" ou "sem casta" (também chamados "párias"); por exemplo, os criminosos, os lixeiros e os que trabalham curtindo o couro dos animais. Os cristãos e os muçulmanos ficam totalmente fora do sistema de castas.
As complexas regras que controlam o contato social entre as castas eram muito rígidas; mas a Constituição indiana, que entrou em vigor em 1947, introduziu certas medidas para banir a discriminação por casta. Como não basta mudar a legislação para acabar com antigas divisões sociais e religiosas, o sistema de castas continua tendo um papel importante, em especial nas aldeias.
A vaca é um animal sagrado na Índia e é adorada durante certas festas religiosas. Isso provavelmente relaciona-se com um antigo culto de fertilidade; nos Vedas há hinos à vaca, pois ela supre tudo o que é necessário para sustentar a vida. A vaca tornou-se um símbolo da vida, e não é permitido matá-la. Muitos ocidentais têm uma visão bastante negativa desse facto. Segundo eles, as vacas deveriam ser mortas para fornecer alimento à legião de famintos da Índia. Entretanto, considerando o lugar que a vaca ocupa na agricultura indiana, vemos também aspectos positivos: 70% da população vive do cultivo da terra, e há uma grande falta de animais de tração num país em que o trator é pouco difundido. Além disso, o excremento das vacas é útil não só como fertilizante, mas também como combustível.Em termos de culto, a vaca é mais "pura" do que o brâmane. Assim, a pessoa que toca numa vaca está ritualmente limpa. Todos os produtos derivados da vaca — o leite e a manteiga — são utilizados em diversas cerimônias de purificação. Até mesmo o excremento e a urina da vaca são tão sagrados que podem ser usados como agentes de purificação.
Os hinduístas têm outros animais sagrados além da vaca, em especial o macaco, o crocodilo e a cobra. De modo geral, eles não gostam de lhes tirar a vida. Isso transformou muitos hinduístas em vegetarianos e também abriu caminho para o ideal da não-violência, que ficou mais conhecido no Ocidente com a luta de Gandhi para tornar a Índia independente do colonialismo britânico.
Um conceito-chave na filosofia dos Upanishads é que o homem tem uma alma imortal. "Ela não envelhece quando você envelhece, ela não morre quando você morre."
Um hinduísta acredita que, depois da morte de um indivíduo, sua alma renasce numa nova criatura vivente. Pode renascer numa casta mais alta ou mais baixa, ou pode passar a habitar um animal.
Há uma ordem inexorável nesse ciclo que vai de uma existência a outra. O impulso por trás dela, ou que a mantém sempre em movimento, é o karma do homem, palavra sânscrita que significa "ato". Porém, nesse caso, ato se refere a pensamentos, palavras e sentimentos, não apenas a ações físicas.
A idéia de que todas as ações têm conseqüências — e de que essas conseqüências podem aparecer depois da morte — não é, de modo algum, peculiar ao hinduísmo. Aqui, a originalidade está no conceito de que todas as ações de uma vida, e somente elas, formam a base para a próxima. Assim, o carma não é uma punição pelas más ações ou uma recompensa pelas boas. O carma é uma constante impessoal — como uma lei natural.
O hinduísmo não reconhece nenhum "destino cego" nem divina providência. A responsabilidade pela vida do hinduísta no dia de hoje — e por sua próxima encarnação — será sempre dele. O homem colhe aquilo que semeou. Os resultados das ações — ou frutos de uma vida — derivam dessas ações automaticamente. Poderíamos dizer que a transmigração está sujeita à lei da causa e efeito.
Em outras palavras, o que a pessoa experimenta nesta vida em termos de riqueza ou pobreza, alegria ou tristeza, saúde ou doença, é resultado de suas ações numa vida anterior. É desse modo que os hinduístas explicam as diferenças entre as pessoas. A doutrina do carma dá sustentação a um esquema de relações sociais como o sistema de castas.
Embora a pessoa deva se submeter ao carma que herdou de uma vida anterior, ela também exerce o livre-arbítrio no âmbito de sua existência atual. Portanto, o indivíduo sempre pode melhorar seu carma, e assim lançar as fundações para uma vida melhor na próxima encarnação.
Durante o período védico, a doutrina do carma e a da reencarnação eram vistas como algo positivo. Por meio dos sacrifícios e das boas ações, o indivíduo podia garantir que iria viver várias vidas. Mais tarde, o hinduísmo passou a considerar esse ciclo como algo negativo, como um círculo vicioso a ser quebrado.
O hinduísmo não possui uma doutrina clara e não ambígua sobre a salvação que explique de que modo o homem pode escapar do interminável e cansativo ciclo das reencarnações. Dentro do hinduísmo há uma grande quantidade de movimentos e seitas com visões divergentes.
Apesar disso, é possível distinguir três caminhos diferentes para a graça, que exerceram papel relevante na história da Índia — e continuam prevalecendo no hinduísmo moderno. São as Vias do sacrifício, do conhecimento e da devoção.
É importante não pensar que essas vias sejam movimentos religiosos organizados. Trata-se, na verdade, de três tendências principais dentro do hinduísmo. O caminho escolhido pode depender do indivíduo. Mas um hinduísta também pode se inspirar nessas três vias.
Como já vimos, a palavra indiana para "ato" é karma. Hoje ela é usada para denotar todos os atos humanos — ou o resultado coletivo desses atos. No período védico, o termo se referia basicamente a atos religiosos ou rituais, em especial aos atos sacrificiais. Estes eram necessários para incrementar a fertilidade e manter a ordem universal. Esse antigo costume sacrificial, minuciosamente descrito nos Vedas, continua a desempenhar um papel capital no hinduísmo. Fazendo sacrifícios e boas ações, muitos hinduístas tentam obter a felicidade terrena, boa saúde, riqueza e copiosa descendência. Em última análise, o objetivo permanece o mesmo de outras correntes do hinduísmo: libertar-se do círculo vicioso da transmigração do espírito.
Não é fácil para uma mulher do ocidental, viver num país cheio de crenças, superstições e rituais, onde ela só pode dizer o nome do marido no dia do casamento e jamais poderá chamar a sogra pelo nome. Uma menina não pode escolher o seu marido, pois o compromisso da união é com a etnia a que pertence e não com os seus sentimentos. E para protegê-la contra a esperteza do coração, nada melhor do que lhe determinar um casamento o mais jovem possível. Por isso vemos tantas crianças viúvas a sofrer.
Normalmente a esposa vai morar para casa do marido, com os sogros e toda a família, servindo a todos os caprichos da sogra. Deixa as suas antigas roupas na sua casa e leva só as novas para casa do marido.
A mulher usa o mangala ( um colar que representa o compromisso de união, fidelidade, lealdade e boa sorte) e assim é um meio de mostrar como está casada.
Antigamente era usada a prática do Sati, que obrigava a mulher a ser queimada junto com o corpo do marido. Este costume teve início durante as invasões islâmicas, para as mulheres não servirem para o invasor. A prática do Sati foi rigorosamente proibida, mas algumas mulheres principalmente nas aldeias ainda fogem da lei e praticam.
Na Índia existem muitas mais crianças rapazes do que raparigas, o que é muito raro em todo o mundo, isso deve-se ao fetocídio (expulsão do feto por livre vontade), apesar de proibido na lei. As famílias continuam a prestigiar o nascimento do sexo masculino, sendo uma tristeza o nascimento de meninas. O fetocídio agravou-se com a utilização do exame de ultra-sonografia nas mulheres grávidas, como ficam a conhecer o sexo do bebé com antecedência, se for menina os pais pedem para os médicos a retirarem como se trata-se de um cancro. O facto é tão grave que o governo do país já se preocupa com tal desproporção entre os sexos. Como medida radical o exame só pode ser realizado em mulheres com risco de gravidez. Mesmo assim alguns médicos praticam o aborto selectivo, infringindo a lei. Nas classes mais baixas que não podem pagar um obstetra, a criança (menina), quando nasce é atirada ao Rio Ganges. O mais triste é saber que em qualquer um dos casos, a decisão e tomada pelo marido, sem que a mulher possa participar, quer ela queira ou não, terá de obdecer.
Na sociedade indiana são os pais que escolhem a noiva para os filhos, que não tem direito a exercer a sua vontade de decisão. Mais de noventa porcento dos casamentos são realizados sem nenhum período de namoro. É frequente na Índia que o noivo e a noiva, no dia do casamento, estejam a ver-se pela segunda vez na vida. Sem namoro, a escolha de um bom partido cabe aos pais dos futuros noivos (chama-se a isso “arranged marriage”). Quando os filhos estão preparados para o casamento, os pais encarregam-se de ver as possibilidades entre famílias conhecidas.
O baixo número de separações e divórcios no país revela que o namoro não é essencial para o sucesso da união estável entre marido e mulher. Os indianos acreditam que a vida familiar é um estado natural, onde há mais capacidade de serem felizes e realizarem as mais altas inspirações dentro da sua religião.
A religião hindú da grande importância ao casamento, pois considera-se que a vida de uma família é o estado natural do ser humano, onde se tem mais hipóteses de ser feliz e realizarem as suas aspirações.
O casamento hindú consiste numa série de rituais muitíssimo simbólicos e profundos. Um desses rituais visa a consagração da união entre os noivos. Fazem parte desse ritual unir as mãos, colocar grinalda de flores no amado, tocar o coração, entre outros. Outros rituais têm como objectivo invocar a felicidade, paz, prosperidade e fertilidade no matrimónio. Finalmente. Como o casamento é um dos mais importantes rituais simbólicos para afastar as influências negativas que possam assombrar a felicidade e paz do casal. À noiva é reservada um tratamento muito especial, já que ela ocupa o lugar central na estrutura familiar.
O casamento não é um contrato, mas a sacralização de uma união baseada no amor, no carinho, na confiança e no respeito. O casamento não é visto apenas pela união de dois elementos. Existe uma força que está presente no casamento, que é o terceiro elemento da união. Essa força chama-se dharma, que significa em sânscrito “Aquilo que mantém unido”. O dharma é a força que sustenta a ordem natural das coisas, aquilo ao que nos mantemos essencialmente fiéis.
O casamento hindú encontra-se dividido em quatro rituais, o Vagdanam, a Vivaha, o Pradakshina e o Saptapadi.
O inicio da cerimónia do casamento consiste neste ritual. Nesta parte do casamento, para consagrar o inicio, a mãe do noivo coloca no colo da noiva um cesto com frutas e um pouco de açúcar cristal, símbolo do desejo de felicidade e posterioridade no ciclo que se inicia.
A noiva por sua vez, oferece um pote com iogurte e mel ao noivo, simbolizando a pureza e a doçura que eles querem para as suas vidas.
Neste momento os noivos trocam grinaldas de flore, para invocar tudo o que for promissor e bom para a sua união.
Na continuação, o noivo oferece um pote de arroz ou trigo em grão ao oficiante, simbolizando que, embora ele esteja a entrar numa nova face e diferente da sua vida, não esquecera nem a caridade nem outras acções em benefício da sociedade e dos necessitados.
Depois as mães dos noivos vão para fora da sala levando um pote com água e passam uma faca sobre ele, para proteger o casal de influências negativas. Aqui o pai da noiva deita uma colher de água no chão, simbolizando o sacrifício que a família esta a fazer para deixar a filha partir. Como condição pede um juramento ao seu genro: “Quero que jure que fará a minha filha feliz, realizada e próspera”. O noivo, por três vezes seguidas responde: “Tenho sucesso na missão de fazer minha esposa feliz, realizada e próspera”.
Aqui começa o casamento propriamente dito, com a invocação da felicidade. Os noivos ficam frente a frente, a noiva voltada para leste.
O irmão da noiva verte, com a mão em forma de concha, alguns grãos de arroz nas mãos dela que, por sua vez, as une firmemente oferecendo os grão ao fogo, enquanto o noivo diz: “ Ela está a fazer a oferenda para o fogo. Que a inteligência presente no brilho do fogo permita que ela tenha uma vida feliz e longa. Que esta relação prospere. Que esta oferenda nos una”.
Numa segunda etapa do vivaha, chamada panigrahana, o noivo segura a mão direita da noiva dizendo: “Tomo tua mão em nome da felicidade. Que vivas uma vida longa e feliz comigo, teu marido. As forças da natureza deram-te a mim e deram-me a ti. Tu és a terra eu sou o céu. Casemos e tenhamos descendência. Que tenhamos muitos filhos e que eles vivam uma vida longa. Que possamos ver cem Outonos juntos”. Aqui o noivo está a responsabilizar-se pela felicidade e o bem-estar da noiva.
Agora o oficiante da três nós, amarrando o vestido da noiva á camisa do noivo, simbolizando a união sagrada. O noivo pede a noiva para subir uma pedra, colocada no lado norte do altar, que simboliza a firmeza do relacionamento, cujo os alicerces são a fidelidade, confiança, o respeito e a devoção mútua. Enquanto ela sobe, ele diz: “Sobe nesta pedra. Que sejamos firmes como ela. Que haja fidelidade, confiança, respeito e devoção entre nós”.
Os noivos oferecem grão de arroz e, na continuação, ambos dão sete voltas em torno dele, em sentido horário. Durante as três primeiras voltas, a noiva vai a frente. Nas quatro últimas, vai o noivo. Esse passeio ritual em volta do fogo equivale a uma jornada simbólica em torno do sol, representando o ciclo das suas próprias vidas, que viverão juntas a partir desse momento.
É a parte mais importante do ritual. O saptapadi consiste em noivos darem juntos sete passos em direcção ao Norte. A cada passo, eles fazem sete pedidos, pronunciando estas palavras: "um passo pelo nosso amor, dois passos para termos bons alimentos, três passos pela nossa força, quatro passos pela nossa felicidade, cinco passos pela prosperidade, seis passos pelos filhos que teremos, sete passos pela devoção". Essas palavras podem ser dita tanto pela noiva como pelo noivo. Depois o oficiante diz: “que as responsabilidades éticas sejam cumpridas, que os recém-casados compartilhem suas riquezas, que compartilhem seus momentos felizes e os menos felizes também, que se mantenham distantes dos cinco inimigos (raiva, medo, avareza, apego e egoísmo), que sejam felizes em todas as estações, que sejam fiéis em pensamento e acção, que cultivem juntos as virtudes”. Após os sete passos, a noiva fica em pé do lado esquerdo do noivo. Isto simboliza que ele irá defendê-la sempre que for preciso, usando o seu braço direito. Aqui conclui-se o casamento.
Nu fim da união o oficiante espalha algumas gotas de água sobre a noiva dizendo: “que as águas, pacíficas e abençoadas, te sejam favoráveis. Que te possam sempre curar” Este é um ritual de purificação, que simboliza a aniquilação dos carmas consequentes de todas as acções erradas que ela possa ter cometido no passado. De seguida o noivo toca no coração da noiva e diz: "que o teu coração possa viver no meu. Que a tua mente possa viver na minha. Que possas ser feliz e desfrutar no meu mundo. Aceito-te do jeito que és". O noivo passa kunkum (pó vermelho), usando o dedo anular direito, na divisão dos cabelos da noiva, dês da testa até ao alto da cabeça. Ao finalizar a cerimónia, os recém-casados cumprimentam, em primeiro lugar, os pais. Na continuação, os parentes e amigos reunidos deitam flores sobre os recém-casados para abençoa-los.
Ainda hoje, em muitas regiões da Índia, a viúva carrega um fardo doloroso, pois além de ser vista como um peso para a família, ela é também olhada como sexualmente perigosa. A família do marido morto usa todas as maneiras para ficar com as propriedades deixadas por esse, sem assumir a responsabilidade de sustentá-la. Muitas vezes, a pobre viúva é queimada devido aos seus dotes.
Como é rodeada de preconceitos e superstições, ela não consegue trabalho e acaba por ir viver nas chamadas Casas das Viúvas, que são uns velhos prédios, onde são obrigadas a viverem o resto da sua vida, uma vez que a maior parte das viúvas não é aceite na sua família.
Para se submeter à “purificação”, a viúva tem que deixar qualquer tipo de contacto com os prazeres da vida e viver em sofrimento.
As regras que deve seguir são:
Em razão das misérias a que estão submetidas, a morte das mulheres viúvas chega a ser 85% maior das mulheres casadas, e o mundo não dá conta disso.
Um político em 1956 disse que todas as viúvas deviam ser consideradas iguais a todas as outras, mas a tradição fala mais alto.
Quando a mulher fica viúva, ela tem as pulseiras quebradas, o cabelo rapado, tem que se desfazer das suas roupas e é obrigada a usar um sari branco, para diferenciá-las das outras mulheres, uma vez que se tornou impura, não pode ter contacto com as outras mulheres a não ser viúvas e muito menos com crianças.
Mesmo tendo que se sujeitar as péssimas condições das Casas das Viúvas, muitas preferem viver lá, do que, viver com a família do ex-marido, onde são constantemente violadas sexualmente além de serem humilhadas e maltratadas fisicamente pelos membros da família.
Apesar das mulheres viverem em completa miséria, os administradores ganham muito dinheiro, pedindo ajuda financeira e vendendo serviços sexuais das jovens viúvas.
Com a realização deste trabalho, alargamos os nossos conhecimentos sobre a cultura indiana. As mulheres são quem mais sofrem dentro desta cultura.