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Trabalho sobre a sociedade e a cultura inseridas num mundo em mudança, época que ficou conhecida como “Loucos Anos 20” (História - 9º ano).
O tema deste trabalho incide sobre a sociedade e a cultura inseridas num mundo em mudança, época que ficou conhecida como “Loucos Anos 20”.
Ao longo desta época, várias alterações sociais e culturais se fizeram sentir nas classes médias, o que levou à dinamização da sociedade e, consequentemente, à cultura de massas e aos novos códigos sociais.
Vou ainda referir neste trabalho as novas ciências (físicas e humanas), experiências artísticas e literárias (modernismo) quer nos EUA quer na Europa incluindo o caso português.
Ainda a referir que os transportes sofreram modificações passando-se a viajar cada vez mais de avião, sendo o carro para pequenas deslocações.
Por último, toda esta mudança social e cultural acabou com o crash da bolsa de Nova Iorque, não impedindo que todos os novos conhecimentos adquiridos durante esta época nos sejam, ainda hoje, bastante úteis.
Em 1920 a maioria das pessoas pretendia esquecer os horrores da 1.ª Guerra Mundial.
Queriam sair e divertir-se em clubes nocturnos e salas de dança, em cinemas e teatros. Em especial os jovens queriam gozar a vida, de tal modo que a década é muitas vezes designada pelos “Loucos anos 20”, e para compensar o facto de as mulheres serem agora mais numerosas que os homens em alguns grupos etários, não era necessário companheiro em muitas das novas danças.
Os locais de convívio aumentaram e alteraram-se. Os teatros esvaziaram-se e os cinemas encheram-se. Os “cabarés”, os “night-clubs”, os casinos e outras casas de espectáculos eram muito frequentados, até de madrugada. Desenvolveram-se os clubes mundanos. Durante a tarde, outros locais de convívio eram procurados: as leiteiras, as cervejarias, os cafés, as casas de chá e os restaurantes.
As viagens aéreas, quer de avião quer de automóvel, reduziam o tempo de percurso para paragens distantes, enquanto a produção em série baixava os preços de muitos automóveis, de modo que um maior número de pessoas se podia dar ao luxo de os ter. Os transportes públicos também melhoraram em muitos lugares, com bons serviços de comboios e um maior número de autocarros.
As viagens de dia para o campo ou para a praia tornaram-se populares, mesmo para as pessoas que não tinham carro e muita gente entrou para clubes pedestres e de ciclismo que se formavam em inúmeras cidades.
Os anos 20, em estilo art-déco, começaram por trazer a arte construtivista – preocupada com a funcionalidade, além de lançamentos literários inovadores, como "Ulisses", de James Joyce. É o momento também de Scott Fitzgerald, o grande sucesso literário da época, com o seu "Contos da Era do Jazz".
Em 1925, pela primeira vez, os surrealistas mostraram seus trabalhos em Paris. Entre os artistas estavam Joan Miró e Pablo Picasso. Foi a era das inovações tecnológicas, da electricidade, da modernização das fábricas, do rádio e do início do cinema falado, que criaram, principalmente nos Estados Unidos, um clima de prosperidade sem precedentes, constituindo um dos pilares do chamado "american way of life" (o estilo de vida americano).
Toda a euforia dos "felizes anos 20" acabou no dia 29 de Outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior baixa de sua história. De um dia para o outro, os investidores perderam tudo, afectando toda a economia dos Estados Unidos, e, consequentemente, o resto do mundo. Os anos seguintes ficaram conhecidos como a Grande Depressão, marcados por falências, desemprego e desespero.
A grande burguesia impôs-se, controlando a indústria, o comércio internacional, a banca e defendendo valores próprios. O número de operários aumentou e as diferenças entre estes dois grupos passaram a ser maiores. Verificou-se o alargamento do sector dos serviços, engrossando a classe média, constituída por funcionários públicos, profissionais liberais, comerciantes e industriais.
Os padrões culturais e os valores tradicionais sofreram transformações:
. O bem-estar;
. O dinheiro;
. A riqueza.
Para as camadas de população mais enriquecidas, o prazer e a boémia passaram a ter um significado especial.
Na família verificou-se um maior empenho na educação dos filhos, incentivado pelas teorias pedagógicas. Os próprios Estados começaram a preocupar-se mais com o ensino e a educação.
Enquanto à mulher, da classe média, passou a trabalhar fora de casa e a dedicar-se a actividades sociais.
A partir dos finais do século XIX, a melhoria do nível de vida, o aumento dos tempos livres e o maior acesso à instrução permitiram a milhões de pessoas adquirir jornais livros, revistas e aparelhos de rádio, e frequentar com regularidade as salas de cinema.
Nos anos 20, propostas culturais destes mass media chegavam a todos os estratos sociais, contribuindo decisivamente para a formação da opinião pública e para a uniformização de comportamentos e modos de vida.
O rádio, o cinema, a música popular e a imprensa avançavam a grandes saltos. Começava-se a viver, então, a chamada Era da cultura de massas, em oposição à cultura elitista burguesa da “Belle Époque”.
Também a música atingiu um público cada vez mais vasto; surgiram o charlestone, o jazz (que veio dos EUA) e, com este, o rags, o shags e o shuffles.
O desporto, incentivado a partir do século XIX, torna-se rapidamente um fenómeno de massas, com o renascimento dos Jogos Olímpicos em 1896 e a popularização de modalidades como o futebol, o ciclismo, o atletismo, o boxe, o râguebi e o automobilismo.
A década de 20 ficou marcada pelo espírito do pós-guerra e a diversidade das produções cinematográficas são reflexo disso mesmo. Nos EUA, os talentos de Charlie Chaplin, Buster Keaton, Harold Lloyd e Rodolfo Valentino dominam na comédia, Cecil B. De Mille continua a realizar melodramas carregados de sensualidade e os primeiros filmes de gangsters e documentários fazem a sua aparição. Na Europa, as experiências vanguardistas de Man Ray e Luis Bunuel marcam a França do pós-guerra e a Alemanha vive, na primeira metade da década, a era de ouro do expressionismo alemão.
O enorme interesse do público pelo cinema fez dele uma indústria. Surgem grandes firmas que se dedicam exclusivamente à produção de filmes, como por exemplo, a United Artists. Hollywood torna-se a capital do cinema.
O final da década viria a ser marcada por um dos mais importantes acontecimentos da história do cinema: a exibição do primeiro filme sonoro. Muito embora as experiências de Thomas Edison, foi a pequena empresa Vitaphone (criada pela Warner Bros. e pela Wester Electric) a desenvolver um sistema eficaz e a produzir as primeiras curtas-metragens sonoras em 1926 e um ano mais tarde a primeira longa-metragem sonora: The Jazz Singer, realizada por Alan Crosland e interpretação de Al Jolson.
Os filmes sonoros foram um sucesso imediato e por volta do final da década, perto de metade das salas de cinema americanas estavam preparadas para exibir filmes sonoros. Muito embora o seu sucesso, o sonoro levou à ruína de alguns actores: uns não tinham a voz mais indicada para o novo registo cinematográfico, outros, como Mary Pickford, não conseguiram fugir à imagem que construíram durante a era do mudo e retiraram-se.
O jazz era a música mais popular desta década. Teve as suas origens na cidade de Nova Orleães e daí propagou-se a outras cidades, como Nova Iorque e Chicago, e depois ao resto do mundo.
O jazz nasceu de duas vertentes da música negra americana o ragtime e o blues.
O ragtime surgiu com influência da música clássica europeia, da marcha e da polca. O nome ragtime veio de ragged time (tempo destruído).
O blues surgiu na área rural americana nos campos de algodão próximos ao rio Mississipi e era uma forma de desabafo do negro para suportar o trabalho pesado. Durante o trabalho algumas cantigas chamadas de worksongs eram entoadas acompanhadas de gaitas harmónicas. Na cidade de Nova Orleães essas cantigas resultaram no estilo denominado pelos negros como Nova Orleães, que era caracterizado por instrumentos de sopro.
A junção do ragtime com o Nova Orleães iniciou a história do jazz que no começo da década de 20, passou a ser tocado por orquestras, as chamadas big bands.
Popular em clubes e sala de dança, a maioria dos expoentes eram negros e americanos, como Louis Armstrong.
Uma das características do jazz é a improvisação, onde o músico tem a liberdade de criar linhas melódicas durante a execução da música.
Louis Armstrong
A rádio explodiu no cenário da mídia nos anos 20. Os jornais foram obrigados a reavaliar seu papel como principal fonte de informação da sociedade. Como as novas tecnologias de mídia de hoje, a evolução dessa fonte barata e alternativa de informações gerou a ideia de que o rádio destruiria a indústria de jornais. Reagindo à nova concorrência, os editores renovaram os formatos e conteúdos de seus jornais a fim de torná-los mais atraentes, aumentando também o volume dos textos para oferecer uma cobertura mais ampla e de maior profundidade.
A rádio conheceu ainda igualmente um grande desenvolvimento no após-guerra. Para além de transmitir notícias, discursos políticos ou publicidade, dava a conhecer ao grande público os novos ritmos e os últimos sucessos musicais.
O desenvolvimento tecnológico de transmissão e recepção radiofónica, durante a década de 30, coincidiu com a ideia de publicidade comercial, que incrementou as programações e a profissionalização do meio. Os grandes líderes da época passaram a utilizar espaços na rádio para expor suas ideias.
A imprensa escrita conheceu um desenvolvimento sem precedentes. Jornais e revistas, cada vez mais numerosos e diversificados, incluíam artigos de informação e de opinião, entrevistas, astrologia, conselhos práticos, romances-folhetins, contos, publicidade, etc.
Em 1919, surge o New York Daily News, primeiro jornal em formato tablóide.
A invenção do telégrafo em 1844 transformou a imprensa escrita. Agora, as informações eram transmitidas em questão de minutos, permitindo relatos mais actuais e relevantes.
Em meados do século XIX, os jornais tornaram-se o principal veículo de divulgação e recebimento de informações. Entre 1890 e 1920, período conhecido como “anos dourados” da mídia, os barões da mídia como William Randolph Hearst, Joseph Pulitzer, e Lorde Northcliffe construíram gigantescos impérios editoriais. Esses homens detinham enorme influência na indústria jornalística e tornaram-se famosos pela maneira como exerciam seu poder.
Os jornais também ajudaram na divulgação de propaganda revolucionária. O Iskra (A Centelha) publicado por Lenine em 1900, é um exemplo notável. Em 21 de Junho de 1925, foi lançado o Thanh Nien em Viena, apresentando o marxismo ao país e fornecendo informação sobre as políticas estratégicas da revolução.
No primeiro terço do século XX, a Física e a Astronomia formularam teorias científicas que revolucionaram o conhecimento do Mundo.
No âmbito da Física, as investigações dos Curie, Rutherford, Bohr e outros, revelaram que o átomo, considerado até então o elemento ínfimo da matéria, era uma energia poderosíssima, a energia atómica.
Max Planck demonstrou que a energia irradia em pequenas porções, os quanta, e não continuamente, como se pensava – teoria quântica.
Einstein, com a teoria da relatividade, revela que o tempo e o espaço não são absolutos, mas variáveis, e que a massa e energia são equivalentes e intermutáveis.
No domínio da Física e da Astronomia, Friedmann e Lemaître formularam a teoria de que o Universo resultou da explosão original de um átomo – teoria do Big Bang.
No domínio da Biologia, o estudo das células trouxe novos e decisivos contributos para a compreensão da vida, sobretudo após a invenção do microscópio electrónico (1931).
No domínio da Medicina surgiram remédios para males sem cura. Em 1927 Egas Moniz fez a primeira angiografia cerebral, sendo em 1949 distinguido com o prémio Nobel da Medicina.
Os conhecimentos científicos foram aplicados à técnica. Neste domínio registaram-se novos inventos, utilizados na Farmacologia, electrodomésticos, equipamentos bélicos, meios de comunicação, sendo um deles o cinema e, mais tarde a televisão.
Egas Moniz
As ciências humanas (aquelas que têm por objecto de estudo do Homem) conheceram também, nas primeiras décadas do século XX, enormes desenvolvimentos.
No âmbito da Psicologia, Freud estuda a mente humana esclarecendo o papel do inconsciente no comportamento. Para sondar essa zona profunda de psiquismo humano, inicia um método revolucionário, a psicanálise.
A História, com Marc Bloch e Lucien Febvre, começa a abandonar a sua tendência para valorizar excessivamente os factos políticos, os grandes homens e as datas. A fundação da revista Annales (1929) marcou essa viragem ao propor o estudo da economia e da sociedade nos seus mais diversos aspectos. A História passa a investigar outras fontes e a socorrer-se de ciências auxiliares.
No domínio da Arqueologia fizeram-se descobertas notáveis em diversos locais (Creta, Suméria, Egipto e México) que permitiram novas conclusões sobre sociedades antigas.
A Sociologia adquire um papel importante e a Psicologia separa-se da Filosofia, nos finais do século XIX.
Ainda no campo das Ciências Humanas e Sociais, desenvolveram-se a Demografia, a Geografia, a Economia e a Antropologia.
A Literatura, tal como as artes e as ciências, também conheceu uma importante renovação nos primeiros decénios do século XX.
As diversas correntes surgidas, genericamente designadas por modernismo, passaram a valorizar:
. A vida interior, a sensibilidade e a imaginação do Homem;
. O ritmo agitado e complexo da nova sociedade urbana e industrial;
. A análise do inconsciente humano.
O modernismo fez emergir grandes nomes, como Pirandello no género dramático, Rainer Railke, Claudel, Paul Éluard, Breton ou Fernando Pessoa na poesia e ainda Jame Joyce com Ulisses.
Ficaram outros autores como Brecht, Eliot, Kafka e Garcia Lorca.
As correntes vanguardistas europeias da arte e da literatura também penetraram em Portugal, ficando conhecidas pela designação genérica de modernismo.
É sobretudo em 1914 que se dá a ruptura. Devido à guerra, regressaram a Portugal alguns artistas até aí residentes em Paris:
Amadeo de Souza-Cardoso, o pintor que melhor encarna o espírito vanguardista do tempo, chegou a Portugal com todas as influências modernas, principalmente do cubismo, do futurismo e do abstraccionismo. Em Paris, havia exposto com os cubistas no Salão de Outono (1912); em Portugal, expôs no Porto e em Lisboa, com grande polémica;
Santa-Rita Pintor, também regressado de Paris, juntamente com Amadeo acabou-se por se tornar o representante da corrente em Portugal. Almada Negreiros foi o artista mais receptivo às novidades futuristas importadas por Santa-Rita.
Na literatura, o futurismo, variante do modernismo, também rompe com a tradição.
Em 1915, saem os dois únicos números da revista Orpheu, a primeira publicação e a maior manifestação da geração modernista nacional. Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros estão na sua origem.
O modernismo português acabou por desfalecer devido à reacção conservadora, à indiferença do país e a uma série de desgraças que atingiram esta geração. No entanto, em 1927, a revista Presença deu a conhecer, valorizou e herdou o espírito da «geração de Orpheu».
Um grupo, pintado por Almada Negreiros
A descoberta do Túmulo de Tutankhamon pelo arqueólogo britânico Howard Carter, em 1922, constituiu uma das maravilhas da época.
Os tesouros da maioria dos restantes túmulos de faraós haviam sido pilhados ao longo dos séculos, mas Tutankhamon fora sepultado com entulho e os seus tesouros encontravam-se intactos.
Incluem uma máscara funerária de ouro, um esquife em ouro maciço, joalharia, estátuas, mobília e armas.
Máscara de Tutankhamon
Em 1928, o microbiólogo britânico Alexander Fleming descobriu o primeiro anti-biótico quando reparou que um fungo que contaminara acidentalmente uma lamela onde tinha uma cultura de bactérias impedira o seu crescimento.
O fungo chamava-se Penicillium notatum, onde Fleming se inspirou para dar o nome de penicilina à sua nova descoberta.
Fungo da Penicilina
Ainda na medicina fora anunciada a descoberta de uma vacina contra o tétano, a invenção do pulmão artificial e da vitamina A e E;
Durante os anos 20, o número de donas de casa diminui muito depressa em inúmeros países. Ao mesmo tempo, um maior número de mulheres começava a trabalhar fora de casa e tinha menos tempo para tarefas como limpar, cozinhar, lavar e passar a ferro.
O aparecimento de máquinas de lavar roupa, ferros eléctricos e aspiradores tornou a vida mais fácil para elas, enquanto frigoríficos eficientes eliminavam necessidade de comprar todos os dias alimentos frescos.
A década de 20 foi da estilista Coco Chanel, com seus cortes rectos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos. Durante toda a década, Chanel lançou uma nova moda após a outra, sempre com muito sucesso.
A silhueta dos anos 20 era tubular, com os vestidos mais curtos, leves e elegantes, geralmente em seda, deixando braços e costas à mostra, o que facilitava os movimentos frenéticos exigidos pelo Charleston – dança vigorosa, com movimentos para os lados a partir dos joelhos. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno. O modelo mais popular era o "cloche", enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a "la garçonne", como era chamado. A mulher sensual era aquela sem curvas, seios e quadris pequenos. A atenção estava toda voltada aos tornozelos.
Nesta imagem podemos ver o cabelo curto à “la garçonne”, com a atenção voltada para os tornozelos e seios e quadris pequenos, ou seja, uma mulher vestida à moda dos anos 20.
A cantora e dançarina Josephine Baker também provocava alvoroço em suas apresentações, sempre em trajes ousados. Livre dos espartilhos, usados até o final do século XIX, mulher começava a ter mais liberdade e já se permitia mostrar as pernas, o colo e usar maquilhagem. A boca era carmim, pintada para parecer um arco de cupido ou um coração; os olhos eram bem marcados, as sobrancelhas tiradas e delineadas a lápis; a pele era branca, o que acentuava os tons escuros da maquilhagem.
A expressão “nova mulher” resultou das transformações, tanto a nível físico como de mentalidade.
A mulher passou a usar um novo tipo de vestuário: libertou-se dos espartilhos, diminuiu o comprimento das saias e desceu as cintas. Cortou os cabelos à “garçonne”. Exagerou na maquilhagem e no uso da “bijouterie“ (colares, pulseiras, plumas, fivelas).
Passou a andar de bicicleta, a dançar o tango, a conduzir automóvel, a fumar, a jogar ténis, a frequentar as piscinas mistas.
Surgiram os movimentos feministas que lutavam pela alteração de “dois pesos e duas medidas” (diferença de tratamento em relação ao homem e à mulher).
Estas reivindicavam novas liberdades e recusavam o modelo das suas mães e avós. Batiam-se pela: igualdade de oportunidades na educação, na profissão, em relação à tutela dos filhos e à propriedade.
Nos países mais desenvolvidos, algumas destas reivindicações já tinham sido satisfeitas: as jovens podiam frequentar as escolas secundárias e universidades. Havia já mulheres médicas e dentistas. Por exemplo, na Grã-Bretanha, a lei assegurava à mulher casada o direito de receber heranças e ter rendas próprias.
. Os movimentos feministas visavam, essencialmente, a melhoria das condições das mulheres que trabalhavam na indústria: excesso de trabalho durante e no após-parto e a falta de disponibilidade para cuidarem das crianças de tenra idade durante as horas de trabalho.
. Os movimentos sufragistas das mulheres pretendiam a igualdade política e jurídica entre homens e mulheres. Ficaram célebres algumas mulheres desse período: Sara Bernhardt, que representou para plateias; Isadora Duncan, dançarina; Rosa Luxemburgo, que defendeu os princípios marxistas e organizou partidos políticos na Polónia, Alemanha e Rússia.
Com estilo e elegância, Gabrielle "Coco" Chanel revolucionou a década de 20, libertando a mulher dos trajes desconfortáveis e rígidos do final do século XIX. Um verdadeiro mito, Chanel reproduziu sua própria imagem, a mulher do século XX, independente, bem-sucedida, com personalidade e estilo.
Nascida em Saumur, França, em 19 de Agosto de 1883, Chanel chegou a Paris aos 16 anos. Logo conheceu o milionário criador de cavalos, Etienne Balsam, de quem se tornou amante. Mais tarde, em 1910, conseguiu, com ajuda de amigos e do próprio Balsam, abrir sua primeira loja, onde vendia chapéus.
Foi também noiva do herdeiro inglês do carvão Arthur Capel, que a ajudou a abrir sua segunda loja em Deauville, na época um centro elegante da França. Capel morreu em 1924, vítima de um acidente automobilístico.
Em 1925, Chanel iniciou uma estreita amizade com o duque de Westminster, que a situou no mais alto escalão da aristocracia parisiense. Amiga também do compositor Stravinski – o qual se apaixonou por ela –, o coreógrafo Diaghilev, a bailarina Isadora Duncan, os artistas Jean Cocteau, Picasso, Salvador Dalí e outros igualmente célebres, Chanel esteve sempre ligada às principais correntes artísticas da primeira metade do século XX.
Chanel libertou a mulher das faixas e cintas, dos corpetes apertados, das saias amplas de múltiplos babados e franzidos do fim do século XIX e o começo do século XX.
Em 1916, ela introduziu na alta-costura o jérsei de malha, os trajes de tecidos xadrez e a moda escocesa, com blusas de malha fina, as calças boca-de-sino, as jaquetas curtas e os casacos cruzados na frente e acinturados em estilo militar.
Para a noite, Chanel criou vestidos em negro metálico, vermelho escarlate ou bege. Laços e paetês eram os únicos enfeites e não impediam que as mulheres se movimentassem com rapidez, ágeis como pedia a estética de um século onde tudo se tornava automatizado.
O vestido negro, simples, com gola e mangas largas e punhos, a jaqueta de corte recto e a saia simples foram inovações da estilista.
O nascimento do chamado "pretinho básico" data de 1926, quando uma ilustração na revista "Vogue" mostrava o vestido desenhado por Chanel – o primeiro entre vários que iria produzir ao longo de sua carreira.
Seus modelos simples, ao alcance da mulher de bom gosto e de poucos recursos, foram muito imitados e confeccionados em mais categorias de preços do que qualquer outra criação da alta-costura. Foi ela também quem introduziu as falsas jóias ao mundo da moda. Chanel sempre gostou de usar muitos acessórios, como colares de correntes ou pérolas de várias voltas.
Em 1939, no início da Segunda Guerra, a estilista decidiu fechar suas lojas. Ela acreditava que não era uma época para a moda. Mudou-se para o hotel Ritz e conheceu o alemão Hans Dincklage, espião nazista, de quem se tornou amante.
Em 1945, foi para a Suíça, voltando a Paris somente em 1954, ano em que também retornou ao mundo da moda. Sua nova colecção não agradou aos parisienses, mas foi muito aplaudida pelos americanos, que se tornaram os seus maiores compradores.
Chanel morreu em Paris, no dia 11 de Janeiro de 1971, aos 87 anos, em sua suite particular no hotel Ritz.
A bolsa com alças de corrente dourada, o colar de pérolas, o tailleur e o vestido preto são os símbolos de elegância e status que marcaram para sempre a história da moda. Mas foi o seu perfume, o Chanel nº 5 – tido como o mais vendido no mundo –, que a tornou milionária. O perfume foi criado em 1921 por Ernest Beaux a pedido de Gabrielle Chanel, que sugeriu: “Um perfume de mulher com cheiro de mulher”. Dentro de um frasco art-déco – que foi incorporado à colecção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York em 1959 –, o Chanel nº 5 foi o primeiro perfume sintético a levar o nome de um estilista
“Eu criei um estilo para um mundo inteiro. Vê-se em todas as lojas “estilo Chanel”. Não há nada que se assemelhe. Sou escrava do meu estilo. Um estilo que não sai da moda; Chanel não sai da moda.”
Coco Chanel
Ao lado de objectos industrializados, há peças feitas artesanalmente em número limitado de cópias. Ao contrário do design criado pela Bauhaus, no art-déco não há exigência de funcionalidade. O art-déco pode ser visto como uma tentativa de modernizar o art nouveau.
Nas primeiras décadas do século XX, a arquitectura conheceu profundas transformações, sobretudo devido:
O início da produção em série contribui para baixar o preço unitário das obras. É o caso das luminárias de vidro com esculturas de bronze criadas pelo francês René Lalique (1860-1945), vendidas em grandes lojas. Antes designer de jóias art nouveau, ele é um dos grandes expoentes do art-déco.
Art-déco foi um movimento das artes plásticas e da arquitectura que surge na década de 1920 e ganha força nos anos 30 na Europa e nas Américas. Representa a adaptação pela sociedade de massa dos princípios do cubismo. Edifícios, esculturas, jóias, luminárias e móveis são geometrizados. Sem abrir mão do requinte, os objectos têm decoração moderna. Mesmo quando feitos com bases simples, como concreto armado e compensado de madeira, ganham ornamentos de bronze, mármore, prata, marfim e outros materiais nobres. Diferentemente da Art Nouveau, mais rebuscada, a art-déco tem mais simplicidade de estilo.
Na arquitectura art-déco, as principais características eram:
Dois exemplos são o Empire State Building e o Rockefeller Center, em Nova York.
Iniciado em 1926, O Edifício Chrysler, em Nova Iorque, era a estrutura mais alta do mundo, com os seus 319 metros, quando ficou terminado em 1930.
Erigido no estilo art-déco, o seu pináculo de aço inoxidável faz com que se destaque ainda hoje dos restantes arranha-céus de Manhattan, apesar de já não ser o mais alto.
Os arquitectos mais representativos desta nova arquitectura foram: Walter Gropius, fundador da Bauhaus, Le Corbusier e Frank Lloyd Wright.
Em meados do século XX a utilização do comboio, do automóvel, do autocarro e, dentro das cidades, do eléctrico e da bicicleta permitiu facilidades na deslocação.
Devido ao aumento da industrialização de transportes rodoviários (automóveis) começa a preocupar a Europa e o Governo inglês decide introduzir os semáforos em Londres e pintar as estradas com traços de tinta branca, para separar as faixas de trânsito.
Na década de 20, o automóvel simbolizou um novo estilo de vida frenético. Com ele realizavam-se rallies, viagens turísticas ou simples deslocações.
Mas para isso, ao longo da referida década registaram-se as seguintes transformações:
Com isto desenvolveram-se as indústrias automóveis (enquanto em 1914 existiam 1,8 milhões de automóveis, em 1930 circulavam 35 milhões) e devido também aos novos métodos de trabalho (taylorismo e a estandardização) que permitiu uma maior produção em menor tempo.
As marcas dos carros que vinham da América eram a Ford e a Chrysler.
A partir daí, os transportes multiplicaram-se e hoje existem bastantes meios de transporte. A partir dos anos 20 do século passado, a evolução foi muito grande.
A utilização do avião no transporte de passageiros data de 1919. Entretanto, a invenção do avião pode ser situada no período entre 1890-1900. Em 1898, Santos Dumont realizou o primeiro voo em balão mecanicamente dirigido e, em 1906, bateu o recorde de voo com o 14-Bis, de motor a explosão, voando 220 metros em 21 segundos.
Na Primeira Guerra Mundial o avião começou a ser utilizado para fins bélicos e, no final da década de 20, a aviação comercial já estava definitivamente estabelecida, apresentando daí até os dias actuais grande desenvolvimento.
Tanto a multiplicação dos aeroportos, em todo o mundo, quanto o desenvolvimento e aperfeiçoamento da aviação em termos de maior segurança, maior capacidade e maior rapidez fizeram do transporte aéreo um sério concorrente aos demais meios de transporte. Nos EUA, por exemplo, cerca de 85% das viagens externas e 60% das internas são feitas por transporte aéreo.
As viagens à volta do mundo tornaram-se mais velozes e mais fáceis durante a década de 20, com o rápido desenvolvimento das viagens aéreas. Embora o transatlântico de luxo continuasse a ser o meio de transporte preferido para atravessar o Atlântico, os dirigíveis repletos de gás também começaram a efectuar travessias regulares.
O aviador americano Charles Lindbergh transformou-se num herói internacional quando, a 21 de Maio de 1927, foi a primeira pessoa a efectuar um voo solitário e sem escala através do Atlântico estabelecendo a ligação entre Nova Iorque e Paris no seu avião Spirit of St. Louis.
O voo de 5800 quilómetros demorou 33 horas e 39 minutos, a uma média de 172 Km/h; o piloto ganhou 25 000 dólares. Casou-se em 1929 e a sua mulher era muitas vezes o seu co-piloto e navegador quando abriam novas rotas para duas das principais companhias de aviação da América.
O desastre bateu-lhe à porta em 1932 quando o seu filho de dois anos foi raptado e assassinado.
Charles Lindbergh
A partir de 1925, apesar de toda euforia reinante, a economia norte-americana começou a enfrentar sérios problemas.
Enquanto a produção industrial e agrícola cresceu num ritmo acelerado, o aumento dos salários foi muito lento. A consequência progressiva da mecanização da indústria e da agricultura, foi o desemprego que aumentou de modo preocupante;
Os países europeus recuperaram-se dos prejuízos de guerra, o que os levou a comprar cada vez menos dos EUA e a concorrer com eles nos mercados internacionais.
Por falta de consumidores internos e externos, começaram a sobrar grandes quantidades de produtos no mercado norte-americano, configurando-se, assim, uma crise de superprodução. Diante disso, os agricultores viram-se obrigados a armazenar cereais. Para tanto, tiveram que pedir empréstimos ao banco, oferecendo suas terras como garantia de pagamento, o que muitas vezes os levou a perdê-las. Os industriais, por sua vez, foram forçados a diminuir o ritmo da produção e, consequentemente, a despedir milhares de trabalhadores, aprofundando a crise.
Apesar da crise galopante, os pequenos, médios e grandes investidores continuaram especulando com acções. Comercializavam esses papéis por preços que não condiziam com a real situação das empresas. Enfiam, agiam como se a economia do país estivesse saudável. Entretanto, como era de se esperar, chegou o momento em que a crise atingiu a Bolsa de Nova Iorque, um dos importantes centros do capitalismo mundial. Reflectindo a real situação das empresas, os preços das acções começaram a baixar. Os accionistas correram para tentar vendê-las, mas não havia quem quisesse comprá-las. Em 29 de Outubro de 1929, havia 13 milhões de acções à venda mas faltavam compradores. O resultado foi que os preços das acções despenharam, ocorrendo o crash (quebra) da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Com isso, milhares de bancos, indústrias e empresas rurais foram à falência e pelo menos 12 milhões de norte-americanos perderam o emprego. Abalados pela crise, os EUA reduziram drasticamente a compra de produtos estrangeiros e suspenderam totalmente os empréstimos a outros países. Assim, a crise propagou-se rapidamente por todo o mundo capitalista.
Ao realizar este trabalho pude concluir que a década de 20 (1920-1930), foi uma época de grande prosperidade quer a nível social e cultural, quer a nível económico.
Nas alterações sociais existiu um peso crescente das classes médias o que levou à cultura de massas (acessível à maioria), como por exemplo o cinema, a rádio, a imprensa escrita e o jazz que dinamizaram bastante a sociedade. Ainda na sociedade da década de 20 novos códigos sociais e valores apareceram, entre eles o novo estatuto da mulher, a moda (roupas leves, desportivas e práticas), a vida nocturna (fumar, beber, etc) e o desporto que começou a ser praticado com regularidade.
Fiquei a conhecer um pouco do desenvolvimento das ciências quer físicas, quer humanas, que ainda hoje se fazem sentir e alguns dos seus protagonistas (Einstein e Rutherford), bem como as invenções da época, como por exemplo, os electrodomésticos.
Nas artes e nas letras podemos destacar o modernismo que, também, se fez sentir em Portugal. Esta nova forma de arte foi aplicada também à arquitectura, que consistia no funcionalismo das habitações e monumentos onde se destacaram Frank Lloyd Wright e Bauhaus.
Em Portugal, também, os loucos anos 20 se fizeram sentir embora em menor escala do que no resto da Europa e EUA. Para tal, teve influência o desenvolvimento acentuado a nível social e económico dos outros países, ser bastante superior ao de Portugal. Almada Negreiros, Fernando Pessoa e Sá-Carneiro foram os que se destacaram.
Todo este entusiasmo e espírito de diversão acabaram com o crash da bolsa de Nova Iorque, devido a tantos investimentos na bolsa e consequentes lucros.
Por fim, pude concluir que, nesta década, a abertura das mentalidades foi decisiva funcionando como um “trampolim” para a evolução da sociedade.