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Resumo/Apontamentos sobre a obra de Saramago "Memorial do Convento", realizado no âmbito da disciplina de Português (12º ano).
Autor: José Saramago
Título: Memorial do ConventoTempo da História: século XVIII, reinado de D. João V, o Magnânimo
João V - Vaidade e Megalomania - Construção do Convento de Mafra como Réplica da Basílica de S. PedroTrilogia necessária para sobreviver a um regime déspota como o do século XVIII:
Macroespaços:
O CASAL REAL
A apresentação do casal real assenta na ridicularização e humanização do mesmo.
CRÍTICA SOCIAL INICIAL
CAPÍTULO III
“Porque a cidade é imunda, alcatifada de excrementos, de lixo, …, de lama mesmo quando não chove…”
“Lisboa cheira mal, cheira a podridão…”
“… o mal é dos corpos, que a alma, essa, é perfumada.”
A procissão:
“Deus não tem nada que ver com isto, é tudo coisa de fornicação.” -Povo promíscuo, animal
“É a mulher livre uma vez por ano,…, a mulher entre duas igrejas, foi a encontrar-se com um homem…” - as classes altas
CAPÍTULO IV - apresentação de Baltasar
Ficou inválido (maneta) no exército, na Guerra de Sucessão de Espanha, e mandaram-no de volta para Portugal, sem nada.
Em Évora:
PADRE BARTOLOMEU DE GUSMÃO
Capítulo XIV – A aula da infanta
No fim da aula, o padre deixa-se ficar na sala e observa Domenico Scarlatti – o professor – a tocar. Ele improvisa, dedilha o cravo e deixa correr a música. Esta criação, sinónimo de liberdade e imaginação, provoca no Padre Bartolomeu um culminar de emoções e sentimentos – sofre uma fuga no espaço.
Depois, o padre leva Scarlatti até à passarola, com cautela, e convida-o a juntar-se ao grupo que constrói o engenho: ele, Blimunda e Baltasar. O papel do músico seria tocar cravo enquanto eles trabalhavam.
Entretanto, apresenta-lhe Blimunda e Baltasar.
Caracterização de Blimunda:
Simbolismo do cesto de cerejas: Blimunda chega com cerejas nas orelhas para encantar Baltasar e oferece-lhe um cesto cheio. O cesto simboliza o amor: ela oferece-lhe o seu amor, o seu coração e a vontade de se por bela para o amado reflecte a veracidade dos seus sentimentos.
A PESTE
Depois da chegada de uma nau vinda do Brasil à Ericeira, Lisboa é assolada por um surto de cólera e febre amarela. Com as imundas condições de vida da cidade, rapidamente se tornam epidemias catastróficas. Então, o padre Bartolomeu lembra-se que seria uma boa oportunidade de recolher as 2000 vontades necessárias para a passarola voar.
Blimunda parte para Lisboa com Baltasar e cumpre a missão. Entretanto adoece.
A DOENÇA DE BLIMUNDA
Blimunda adoece no seguimento das provações que passou em Lisboa. Para conseguir recolher as vontades dos moribundos, a força de viver, precisou de palmilhar imensas ruas, em jejum, no meio da doença e da sujidade. Ficou debilitada. No entanto, nem o padre que se sente culpado pela doença dela, nem Baltasar a deixam sozinha por um momento e, todas as tardes, Scarlatti toca para ela.
Capítulo XVI – O medo, a fuga, o sonho
O padre Bartolomeu sabe que anda a ser vigiado pela Inquisição. Por isso, confessa a Blimunda que tem medo do St. Ofício. Este medo torna-se, com o passar do tempo, um obsessão. O padre muda comportamentos, torna-se inquieto, alterado, nervoso.
“O Santo Ofício anda à minha procura. Querem prender-me.”
A passarola surge como o melhor meio para fugir. É a realização do sonho que permite ao padre fugir à sociedade castradora da época.
Assim, a passarola voa com Blimunda, Baltasar e o padre. Mas, repentinamente, o vento pára e eles são obrigados a fazer uma aterragem atribulada na Serra do Montejunto. Desesperado, o padre tenta atear fogo à máquina, mas é impedido pelo casal amigo. Então, decide fugir.
“Sumiu-se. Foi-se embora e não o tornaremos a ver.”
Um tempo mais tarde, Scarlatti procura Blimunda e Baltasar e informa-os que o padre morreu louco em Espanha.
Capítulo XIX – A EPOPEIA DA PEDRA
Este capítulo é dedicado à glorificação de todos os que trabalharam no convento durante tantos anos. Serve também para criticar o rei e os pensamentos da época.
POVO = CONSTRUTORES = HERÓIS
Simbologia dos nomes: o narrador encontra um nome próprio para cada letra do alfabeto de forma a glorificar todos os homens que trabalharam para que o convento fosse edificado. É a melhor maneira de mostrar aos leitores que quem merece imortalização são todos os homens do povo e não o rei que só mandou construir, explorar e maltratar para satisfazer a sua grande auto-estima.
A PEDRA DE PÊRO PINHEIRO
A pedra enorme que serviu para a construção da varanda tinha que ser uma pedra una porque o rei era uno e, por isso, deveria simbolizar o seu poder.
Para a transportar de Pêro Pinheiro a Mafra (15km) foram necessários 8 dias, 400 bois, 600 homens e um carro com dimensões especialíssimas.
Os homens deram “um gemido de espanto” ao verem aquela “brutidão de mármore”: o espanto relaciona-se com o tamanho absurdo da pedra e o gemido com a antecipação do trabalho e sofrimento que vão ser necessários para a transportar.
Francisco Marques: trabalhador que morre no caminho esmagado pelo carro que resvalou numa descida. Simboliza todos aqueles que morreram no caminho só por causa duma pedra.
A história de Manuel Milho: Manuel conta um bocadinho duma história todos os dias à noite e, no fim da viagem, termina-a. A história fala duma rainha que não sabia se gostava de ser rainha porque não sabia o que era ser mulher. Então, falou com um eremita que a aconselhou a largar tudo e a ir procurar as respostas. E assim foi. O rei, humilhado por ter sido deixado, mandou homens a fio procurar a rainha e o eremita, mas nenhum foi encontrado e nunca se soube se o eremita chegou a ser homem e a rainha chegou a ser mulher. Porquê? Porque essas respostas só o próprio a pode alcançar.
Quando chegam a Mafra:
Capítulo XX:
Capítulo XXI: acordo entre o arquitecto Ludovice e o Rei
Nova referência a Mafra:
Comparação homem-tijolo: a vida humana vale zero. Os homens eram arrastados das suas terras, empilhados num carro de madeira e levados para Mafra. Lá, eram descarregados e escolhidos: os que não estivessem em condição de trabalho era mandados embora sem nada e sem meio de regressar a casa.
Capítulo XXII: troca de princesas
Memorial do ConventoResumo/Apontamentos sobre a obra "Memorial do Convento" de José Saramago, realizado no âmbito da disciplina de Português (12º ano). |