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Análise do poema "Não sei se é sonho, se realidade" de Fernando Pessoa, realizado no âmbito da disciplina de Português (12º ano de escolaridade)...
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Não sei se é sonho, se realidade,
Se uma mistura de sonho e vida,
Aquela terra de suavidade
Que na ilha extrema do sul de olvida.
É a que ansiamos. Ali, ali
A vida é jovem e o amor sorri
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Talvez palmares inexistentes,
Áleas longínquas sem poder ser,
Sombra ou sossego dêem aos crentes
De que essa terra se pode ter.
Felizes, nós? Ah, talvez, talvez,
Naquela terra, daquela vez.
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Mas já sonhada de desvirtua,
Só de pensá-la cansou pensar,
Sob os palmares, á luz da lua,
Sente-se o frio de haver luar.
Ah, nesta terra também, também
O mal não cessa, não dura o bem
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Não é com ilhas do fim do mundo,
Nem com palmares de sonho ou não,
Que cura a alma seu mal profundo,
Que o bem nos entra no coração.
É em nós que é tudo. É ali, ali,
Que a vida é jovem e o amor sorri.
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O sujeito poético neste poema, numa primeira fase procurou colocar a hipótese de poder alcançar o sonho, numa segunda fase contradiz a hipótese colocada, expondo a concretização do sonho. Finalmente conclui que não é necessário fingir para o sonho, porque aquilo que procuramos está dentro de nós mesmos. No entanto, ao referir que é “Ali, ali / A vida é jovem e o amor sorri”, deixa entender que mesmo estando dentro de nós, o sonho e a felicidade estão distantes, pois são difíceis de alcançar.
Este poema foi escrito para explorar o tema tipicamente pessoano do binómio, sonho/realidade.