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Relatório de actividade experimental cujo objectivo foi conhecer processos para neutralizar resíduos de ácidos/bases, realizado no âmbito da disciplina de Química (11º ano).
No laboratório realizamos a actividade laboratorial AL3 – Neutralização: uma reacção ácido-base. Na sua realização tivemos como objectivos base: o reconhecimento do laboratório como um local de trabalho onde a segurança é fundamental na manipulação de todo o material, equipamento, ácidos e bases, pelo que ao longo desta actividade tivemos cuidados no manuseamentos dos reagentes, evitando o seu contacto directo com a pele e a inalação de gases provenientes destes; não devemos esquecer ainda o uso de óculos de protecção, bata e luvas.
Conhecer processos para neutralizar resíduos de ácidos/bases, o que nos permite pois responder à questão problema desta actividade: “Como minimizar os efeitos de uma queimadura com ácido sulfúrico?”. Deve ser-lhe adicionada uma base, pois esta neutraliza o efeito do ácido.
Previamente, tivemos a necessidade de saber o que é e como se realiza uma titulação; pelo que, uma titulação consiste num método de análise volumétrica para determinação da concentração de uma solução mediante a utilização de uma solução padrão de concentração rigorosamente conhecida (neste caso NaOH), contida numa bureta (o titulante), que se adiciona lentamente á solução em análise (o titulado: solução cuja concentração se pretende determinar.).
Numa titulação o pretendido é conhecer o ponto de equilíbrio, ou seja o ponto exacto em que termina a titulação - ponto de equivalência - mas na verdade o que se conhece é o ponto final, momento em que há variação de uma propriedade física ou química no titulado. A diferença entre o ponto de equivalência e o final chama-se erro de titulação. Neste caso, a alteração física observada na experiência feita, foi a da coloração (por mais de 30 segundos) da substância, devido á adição prévia de um indicador colorimétrico (fenolftaleína). Um indicador colorimétrico ácido-base é um par conjugado ácido-base, em que as formas ácidas e básicas são responsáveis por cores diferentes de soluções. Por isso, há que ter em conta, a correcta selecção dos indicadores em cada titulação, pois este deve mudar de cor bruscamente, e a sua zona de viragem tem de estar contida na zona de variação brusca de pH, embora seja preferível que a zona de viragem contenha o pH no ponto de equivalência (ver anexos).
Aprofundando agora as titulações ácido-base, a que se refere o trabalho realizado, tal como o próprio nome indica, nesta volumetria a reacção que ocorre é uma reacção ácido-base e a propriedade que varia ao longo da titulação, à medida que se adiciona titulante, é o pH do titulado. É, portanto, muito importante conhecer o tipo de variação do pH no decurso de uma titulação de ácido-base. Ao efectuar-se um gráfico de variação do pH em função do volume adicionado de titulante obtêm-se uma curva a que se chama curva de titulação.
Podemos considerar três tipos diferentes de titulações:
1 - Titulações envolvendo um ácido forte e uma base forte;
2 - Titulações envolvendo um ácido fraco e uma base forte;
3 - Titulações envolvendo um ácido forte e uma base fraca.
A titulação realizada envolveu um ácido forte e uma base forte. Quando temos uma reacção entre um ácido e uma base fortes, a ionização do ácido e a dissociação da base são ambas completas. A 25ºC e no ponto de equivalência a solução é neutra, pelo que o pH da solução é 7.
Outra das fases importantes nas titulações é a fase dos cálculos. O cálculo da concentração da solução a analisar faz-se partindo de um cálculo estequiométrico simples. Para tal, conhece-se a equação química que traduz a reacção ocorrida na titulação, e também o volume do titulante e o volume ou massa de titulado gasto na titulação. Aplica-se, então, a seguinte fórmula: CA x VA = CB x VB .
Respondendo à questão problema desta actividade: “Como minimizar os efeitos de uma queimadura com ácido sulfúrico?”, deve ser-lhe adicionada uma base, pois esta neutraliza o efeito do ácido.
4 Balões Erlenmeyer;
1 Bureta de 50,00 mL;
1 Esguicho;
1 Funil para buretas;
1 Pipeta volumétrica de 20 mL;
1 Placa com agitador magnético;
1 Pompete ou pipetador automático;
1 Suporto Universal com garras;
1 Sensor de pH ou medidor de pH.
Solução de ácido forte (HCl), 0,050 mol.dm-3;
Solução de base forte (NaOH), 0,10 mol.dm-3;
Solução alcoólica de fenolftaleína e/ou indicador de metilo.
1ª Parte – Para a titulação
2ª Parte – Para o traçado da curva de titulação
A concentração do titulante tem de ser rigorosamente conhecida, estando pois previamente preparada, não podendo assim ser preparada na escola, pois o material lá existente não permite a obtenção de uma solução precisa.
À medida que se ia adicionando, gota a gota, o titulante (NaOH), a cor inicial do titulado (HCl), ao qual foram previamente adicionadas 3 gotas de Fenolftaleína, ia alterando a sua cor, ganhando uma tonalidade carmim. Nas primeiras gotas, essa cor, no entanto, desaparecia, sendo que apenas se mantinha após algumas gotas de titulante.
O quadro seguinte refere-se aos valores do volume de titulante utilizado, para se atingir o ponto de equivalência da reacção.
Ensaio | Medição do volume de titulante | ||
Vi (mL) | Vf (mL) | Volume efectivamente utilizado (ΔV – mL) | |
1 | 0 | 20,40 | 20,40 |
2 | 0 | 20,30 | 20,30 |
3 | - | - | - |
pH | Vad. NaOH/mL | pH | Vad. NaOH/mL |
1,62 | 0,00 | 3,50 | 19,90 |
1,79 | 5,60 | 3,67 | 20,00 |
1,98 | 10,00 | 3,97 | 20,10 |
2,09 | 12,00 | 4,30 | 20,20 |
2,22 | 14,00 | 5,09 | 20,25 |
2,39 | 16,00 | 6,25 | 20,30 |
2,52 | 17,00 | 9,37 | 20,35 |
2,60 | 1750 | 9,95 | 20,45 |
2,69 | 18,00 | 10,61 | 20,60 |
2,78 | 18,50 | 11,13 | 21,00 |
2,95 | 19,00 | 11,58 | 22,00 |
3,16 | 19,50 | 11,79 | 23,00 |
3,29 | 19,70 | 12,00 | 25,00 |
[NaOH] = 0,1 M
V= 25 mL
[HCl] = 0,05 M
V = 20 mL
Calcular o volume de NaOH
No ponto de equivalência:
nB = nA
como: C=n/v temos que: [NaOH] x Vef.gasto = [HCl] x VHCl
0,1 X Vef.gasto = 0,05 X 20 Û Vef.gasto = 10 mL
Calcular a concentração inicial de HCl
Durante a titulação:
HCl(aq) 1 mol + NaOH(aq) 1 mol → H2O(l) + NaCl(aq)nHCl = nNaOH
CHCl X VHCl = CNaOH X VNaOH → Vef.gasto = 10 mL
CHCl X 20 = 0,1 X 10 Û CHCl = 0,05 M
Após a realização da experiência, e depois de feitos os cálculos, verificou-se que os volumes utilizados nos diferentes ensaios foram diferentes, embora se encontrassem dentro dos valores correctamente admissíveis. Estes valores representam aproximadamente o ponto de equivalência da reacção, que observamos a partir da mudança de cor do indicador adicionado ao titulado (Fenolftaleína) à medida que se foi adicionando o titulante (NaOH). Assim, a cor inicial da solução de HCl (titulado), foi substituída por uma cor carmim, cuja permanência nos acusa o ponto de equivalência.
O pH inicial da solução de HCl é baixo. À medida que adicionamos NaOH, o OH- reage com o ácido, e o pH começa a subir gradualmente. Perto do ponto de equivalência, a variação de pH com a adição de base é muito brusca e a curva de titulação torna-se praticamente vertical. Depois de todo o ácido ser consumido, a adição de mais base sobe o pH cada vez mais lentamente, até que o pH da solução seja semelhante ao da base.
Neste tipo de titulação (cuja reacção é completa), o ponto de equivalência é superior a 7, porque neste ponto a solução resultante da reacção entre titulante e titulado tem pH maior que 7, devido ao facto do sal formado (que está em solução aquosa) derivar do ácido fraco e da base forte. Foi também devido a isto que utilizamos a Fenoftaleína como indicador.
A reacção ocorrida pode ser representada pela seguinte equação química: HCl(aq)+NaOH(aq) à H2O(l)+NaCl(aq).