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Trabalho escolar sobre o espaço civilizacional greco-latino à beira da mudança, realizado no âmbito da disciplina de História (11º ano).
Realizei este trabalho sobre o “Espaço civilizacional Greco-latino à beira da mudança” no âmbito da disciplina de História A, e com ele pretendo abordar conceitos como a época Clássica, o Cristianismo, a Igreja Romano-Cristã, o Barbarismo e a Civilização Greco-latina e, desta forma, aprofundar noções sobre a herança político-cultural clássica, como um dos princípios do desenvolvimento da civilização europeia ocidental, e assim aprender as virtudes da área mediterrânica como um lugar marcante para o progresso das comunidades que o rodeiam.
O Cristianismo teve origem na Palestina – povo judeu – e espalhou-se pelo Império Romano.
Esta nova fé provocou fiéis e inimigos e o Estado desaprovou-a, julgando-a como perturbadora e revolucionária e perseguiu todos os seus seguidores, no entanto, não conseguiu aniquilá-la.
O Antigo Testamento refere que Jesus, filho de um humilde artesão, que, quando completou os trinta anos, anunciou-se como Messias e o salvador há muito esperado pelos Hebreus. Cristo (do grego messias), nome que lhe chamavam, foi, durante cerca de dois anos e meio, acompanhado pelos seus discípulos, com quem percorreu várias terras anunciando o evangelho, dizendo que aos olhos de Deus, não existe diferença entre os homens e que todos alcançariam a vida eterna. Uma mensagem universal e revolucionária, pois não isentava qualquer povo e impedia as graves discrepâncias sociais da sua época.
Após a sua morte, a mensagem cristã propagou-se rapidamente e com a mesma velocidade que ganhou adeptos, ganhou inimigos. Os cristãos passaram a ser odiados pela sociedade romana pois não respeitavam os deuses tradicionais (o Cristianismo é uma religião monoteísta, enquanto que os Romanos eram politeístas, visto acreditarem em vários deuses), contestaram hábitos enraizados, como as lutas de gladiadores e defenderam a igualdade entre o senhor e o escravo.
Desta forma, são vítimas de sucessivas e violentas perseguições.
A primeira, ordenada por Nero, em 64 d.C. Este ordenava a captura dos cristãos e usava-os como tochas para iluminar a cidade durante a noite.
Fig.1 – Henryk Siemiradzki (1843 – 1902) “Nero's Torches (Leading Light of Christianity)”, Museu Nacional de Cracóvia
O Cristianismo mostrou a sua força através da mensagem de paz, de igualdade, de amor e também pelo exemplo dado pelos mártires (estes sentiam-se fortalecidos apesar das perseguições e crueldade).
No decorrer do século III, o Cristianismo registou um crescimento acentuado.
É então assinado o Édito de Milão (313 d.C.), que tinha como signatários Constantino I e Licínio, e declarava que o Império Romano seria imparcial em relação à escolha da religião, acabando assim com a perseguição aos cristãos. Este devolve-lhes a dignidade perdida, restitui-lhes os bens confiscados e permite a liberdade de culto do povo do Império.
Mais tarde, em 380 d.C., é decretado pelo imperador romano Teodósio I o Édito de Tessalónica, que determinou que o Cristianismo fosse declarado a religião oficial do Império, proibindo todos os outros cultos, reprimindo a devoção aos deuses politeístas, levando, até, ao encerramento de alguns templos pagãos. Esta lei vai surgir numa época de crise política e vai abater a hegemonia do Cristianismo sobre outras religiões, reforçando o poder do Imperador e, também, a unidade do Império Romano (este tinha sido dividido em duas partes).
Desta forma, “Um só Deus e um só Imperador” concentravam em si toda a autoridade, e o último seria o mandatário de Deus para governar na Terra em Seu nome.
A igreja romano-cristã tornou-se um elemento essencial no mundo romano nos últimos séculos da sua existência. Roma que era a cidade sede do Império tornou-se, assim, a sede do Cristianismo.
Nascida no seio da civilização romana, esta religião reteve muito da sua cultura, que moldada e reorganizada, transmitiu às gerações futuras.
Desintegrados da cultura pagã, os princípios culturais tradicionais constituíram o alicerce da cultura cristã:
A Igreja preservou também o legado político da Antiguidade: ideia de um poder forte centrado numa só pessoa (como o do Imperador).
No século III, o Império caiu numa enorme crise político-militar:
Crise interna:
Crise externa:
No entanto, o Império sobreviveu a este período agitado, sob o poder de Diocleciano (284-305), que implementou profundas reestruturações na regência política e militar. Este desdobrou a autoridade imperial: agregou ao trono Maximiano, e ambos elegeram, cada um, o seu sucessor. Estes quatro governantes dividiram entre si o encargo do governo e defesa do Império. Ocuparam cidades vizinhas às fronteiras, para que a segurança fosse mais eficaz. Este sistema ficou conhecido como Tetrarquia Imperial, mas não trouxe os resultados ambicionados, pois o mundo romano era demasiadamente grande para ser mantido unido.
Fig. 2 – A divisão do Império Romano.
O mundo romano teve algumas décadas de relativa paz e prosperidade graças às reformas de Diocleciano e ao bom governo de Constantino, mas no fim do século IV, a ameaça dos bárbaros recresceu.
A gravidade da situação militar levou à divisão definitiva do Império, por Teodósio (o último Imperador que governou enquanto o território estava unificado), que o dividiu, quando morreu, pelos dois filhos. A Arcádio coube o Oriente e a Honório, o Ocidente [Fig.2].
O Oriente fundou a sua capital em Constantinopla. Foi-lhe, rapidamente, atribuído o nome de Segunda Roma, pois era uma cidade bastante povoada e imponente, que viria a ser, nos séculos seguintes, uma autêntica seguidora da ostentação romana. O Império Romano do Oriente resistirá mais de mil anos, até 1453, ano em que é conquistado pelos Turcos.
Ao contrário do que aconteceu no Oriente, o Império do Ocidente teve uma duração muito pequena, pois no séc. V rendeu-se às invasões bárbaras.
Os povos bárbaros, ou Germanos, são aqueles que habitavam entre o mar Báltico e os rios Danúbio, Vístula e Reno. Eram descritos pelos contemporâneos, como altos, loiros e de natureza guerreira. Não tinham qualquer organização política e eram frequentes lutas entre tribos do mesmo povo. Eram, portanto, muito conflituosos.
Quando integravam na sociedade romana, eram úteis nas funções domésticas e eram aceites no exército, como mercenários.
As grandes invasões
No final do século IV, um povo vindo do Oriente, os Hunos, invadiram os limites do Império, causando o caos nos povos que lá habitavam, que desencadearam reboliço para dentro do Império, pois foi lá que se refugiaram.
Os romanos eram cultos e sedentários (tinham leis bem organizadas), enquanto que os Hunos eram rudes e nómadas (no entanto, eram militarmente muito fortes e organizados).
Os bárbaros eram povos guerreiros por excelência e, fascinados pela riqueza do Império Romano, vão ocupa-lo por um pouco mais de dois séculos (séc. III a V d.C.), mostrando as fraquezas políticas e militares de um Império que era grande demais para ser defendido.
Em 404, Honório mudou a capital do Império do Ocidente para Ravena (Norte de Itália), visto esta ser uma cidade rodeada de pântanos e, por isso, difícil de ser tomada pelos bárbaros. No entanto, estes assaltam-na e ocupam-na. Todo o Ocidente ficou em guerra, desde Itália até às Ilhas Britânicas.
Em 410, os Visigodos atacaram Itália e devastaram Roma por três dias. Esta cidade, que se julgava ser imortalizada, transmitiu a percepção de que o domínio romano estava perto do seu fim.
Alguns anos depois os Hunos voltaram a atacar, na data chefiados por Átila, um rei cruel que se intitulava a si próprio o “Flagelo de Deus”. Estes tomaram as Espanhas durante a peste, e por isso, podem ser consideradas quatro pragas durante esta era: a do ferro (a guerra), a fome (a população via-se obrigada a alimentar-se de carne humana), a peste e a morte (animais selvagens também perseguiam e matavam homens para se sustentarem). Desta forma, a densidade populacional sofreu uma grande diminuição.
No entanto, em 451, os Romanos conseguiram manter a autoridade do Império formando alianças com alguns dos povos bárbaros mais pacíficos – a coligação dos exércitos Romanos e Visigodos derrotou Átila.
Em 476, o general hérulo Odoacro derrubou completamente o Império do Ocidente, ao destronar o último imperador – Rómulo (Rómulo Augusto). Ironicamente, este tinha o nome do edificador da cidade de Roma.
O fim do mundo antigo
Depois da queda de Roma, outros reinos se ergueram para substituírem a antiga cidade imperial. Maioritariamente, eram estados passageiros, com os limites mal definidos que rapidamente se arruinaram devido à morte do líder ou graças à avidez dos povos vizinhos que deles se apoderaram. Apenas alguns reinos sobreviveram a esta, que foi um fase violenta e instável [Fig.3].
Fig. 3 – A Europa em 525
A crise do império e as invasões bárbaras tiveram sobre o mundo ocidental, efeitos devastadores:
Neste período a Igreja foi um “porto de abrigo”, visto ter uma estrutura eficaz e uma hierarquia sólida, enquanto que tudo se destruía. Consequentemente, a civilização bárbara acabou por se render ao cristianismo.
Do conflito entre os romanos e bárbaros resulta um novo período: a Idade Média. Esta assegurou a sua herança greco-latina e transmitiu-a, durante séculos, até aos povos de hoje, o que faz da actual Europa uma unidade cultural.
Com este trabalho compreendi que o Cristianismo – a fé – é algo que nos une a todos, pois a Igreja deixa-nos um legado de valores que devemos preservar e manter. Podemos ainda hoje dizer que Roma é a capital mundial dos cristãos, visto ser onde se encontra a basílica de S. Pedro, no Vaticano, onde reside o Papa. Todas as mudanças que o mundo Romano sofreu devido às invasões bárbaras (perdas de território graduais, de costumes e morte das línguas e das artes) deram origem à Idade Média, que estabeleceu uma cultura muito variada pois era baseada nos costumes da civilização greco-latina e serviu como matriz para a formação da actual Europa, do qual me orgulho em pertencer.
Com a realização deste trabalho melhorei os meus conhecimentos sobre quem foram figuras tão relevantes na História do mundo, mas principalmente das zonas envolventes do Mar Mediterrâneo, como Teodósio I (que assinou o Édito de Tessalónica, estabelecendo o Cristianismo como a única religião do Império Romano; Diocleciano, que proporcionou paz e prosperidade ao povo romano, devido às suas reformas a nível político e militar; Honório, primeiro Imperador do Império Romano do Oriente, que soube gerir o seu poder, levando o Império “a bom porto”, durante mais de mil anos; entre outros.
Elucidei-me, também, sobre quem foram os bárbaros, pois apesar de guerreiros e tiranos, foram povos ambiciosos, e por isso alteraram o rumo do mundo.
Quem ignora a História, acaba por repeti-la, por isso acho que é fundamental conhecermos todos os pontos baixos que a Humanidade foi sofrendo até hoje, para que não sejamos os bárbaros da nossa geração.