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Trabalho escolar sobre "Como irá ser a vida no século XXII", realizado no âmbito da disciplina de Português (11º ano)...
Como irá ser a vida no século XXII? Irá a nossa sociedade evoluir de tal forma que as barreiras da tecnologia serão ultrapassadas? Irão as árvores ser desnecessárias para o processo de transformação do dióxido de carbono em oxigénio? Quem sabe... Há alguns séculos atrás, não tínhamos nem metade do que temos hoje em dia, falando de tecnologia e, no entanto, hoje não sobreviveríamos sem ela... Mas então e em termos ecológicos? Estamos ainda no início do século XXI e já nos debatemos com problemas particularmente preocupantes, como o buraco da camada do ozono ou o excesso de poluição no ar. Conseguiremos chegar ao ponto em que as máquinas façam o trabalho dos seres vivos? Ou iremos acabar como no desenho de Luís Afonso?
Nos dias de hoje, basta ligarmos a televisão por uns breves instantes para nos apercebermos dos problemas que a humanidade causou ao meio envolvente: espécies extintas, esgotamento dos recursos, desertificação do interior, climas alterados, ilhas submersas, etc, etc, etc... Mas porquê preocuparmo-nos? Não bastarão já os nossos problemas pessoais para perturbarem a nossa maneira de ser e agir? Por que é que há pessoas que se preocupam com a extinção de espécies como os golfinhos? É certo que são engraçados, mas para que servem? Só sabem comer peixe (que, por acaso, nós também comemos!), estragar redes de pesca (que custam dinheiro!) e multiplicarem-se até mais não! Pois... mas nem tudo o que parece é. Ao extinguirem-se espécies, altera-se todo o ciclo ecológico que, infelizmente, já não é o mesmo de há dois anos atrás, por exemplo. Se continuarmos a este ritmo a utilizar os recursos naturais que temos, não me resta outra hipótese senão dizer que estamos condenados. Estarei a ser demasiado pessimista? Não me parece... Já ouviram falar do deserto do Saara? Já? Pois aqui há uns bons séculos atrás não teriam... Parvoíce? Não... o agora deserto do Saara já foi outrora uma floresta. Sim, uma floresta... e não estou a brincar... A ambição do Homem costuma sobrepor-se à sua inteligência, muitas vezes. Sabemos perfeitamente o mal que fazemos ao ambiente e, mesmo assim, não fazemos nada. Aliás, um bom exemplo disso mesmo são os excelentíssimos senhores doutores, podres de ricos, que constróem as suas casas de férias em parques naturais, sem licença, é claro, mas bem à vista de toda a gente... Mas será que não tinham mais nenhum local onde construir? E por que é que os governos fingem que não sabem de nada? Lá estão os interesses económicos a sobrepor-se ao cérebro...
Vamos imaginar uma floresta. A Amazónia, por exemplo. O Homem destroi mais ou menos 20 hectares desta por minuto, sendo que, num total aproximado, a Amazónia ocupa 5,5 milhões de km2. Fazendo as contas, vemos que, por dia, são destruídos cerca de 288 km2; por ano, 105 mil km2; por década, mais de um milhão de km2. Se continuar a este ritmo, daqui a aproximadamente 52 anos o pulmão da Terra deixará de existir, dando lugar a um deserto inóspito. Isto sem falar do agravamento de outros problemas como a fome, o aquecimento global, as pandemias, a subida do nível médio da água, entre muitos, muitos outros...
O desenho de Luís Afonso ilustra bem as consequências do nosso modo de vida. Se não alterarmos o nossa maneira de viver, no século XXII Portugal será um deserto, no meio de tantos outros. Sem querer ser pessimista, na minha opinião a fome e novas epidemias irão reduzir drasticamente a população, pelo que esta irá mudar, aos poucos e poucos, a sua maneira de sobreviver. Não, não me enganei... sobreviver. As condições de vida serão tão más que apenas as espécies mais fortes conseguirão subsistir. O planeta irá, muito lentamente, transformar-se num gigantesco deserto, onde a vida fará parte do passado.
Talvez não cheguemos ao ponto referido na ilustração de Luís Afonso, se agirmos já. Não podemos simplesmente esperar que os avanços tecnológicos revolvam todos os nossos problemas porque, como se costuma dizer, “mais vale prevenir do que remediar”. É pouco provável que, em apenas um século, consigamos obter respostas a todas as nossas necessidades. Afinal de contas, só para descobrir o fogo o Homem demorou cerca de 3 milhões de anos... quanto tempo irá demorar para inventar uma maneira de sobreviver sem precisar dos outros seres vivos? Uma pergunta para a qual ninguém sabe a resposta... Parece que só nos resta esperar... mas não de braços cruzados!