Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod
Todos os trabalhos publicados foram gentilmente enviados por estudantes – se também quiseres contribuir para apoiar o nosso portal faz como o(a) Manuel Martins e envia também os teus trabalhos, resumos e apontamentos para o nosso mail: geral@notapositiva.com.
Resumo/Apontamentos que aborda a questão: “O que é a razão?”, realizado no âmbito da disciplina de Filosofia (11º ano).
Para tal, foi colocada a seguinte questão: “O que é a razão?”
Antigamente pensava-se que a razão proporcionava ao Homem a aquisição de conhecimentos, e que todos eram capazes de o fazer, enquanto seres racionais. O filósofo francês Descartes afirmou que a razão era a coisa mais bem distribuída pelos Homens!
Porém, actualmente defende-se um outro conceito de razão. Agora a razão já não é vista como uma faculdade humana detentora de conhecimentos verdadeiros e unívocos, como algo que se impõe ou como uma ordem eterna, mas sim como uma faculdade humana plural, portadora de conhecimentos plurívocos o mais próximo possível da verdade. Este novo conceito defende ainda que a razão não pode ser descontextualizada, nem desumanizada nem despersonalizada.
Segundo este conceito, a argumentação racional tem de ser compreendida como um discurso que se dirige a um auditório universal, que visa obter o acordo de todos os homens e como algo que deve ser reconhecido universalmente, não por imposição, mas sim pelo facto de serem promovidas técnicas de persuasão convincentes que devem fazer com que haja uma maior adesão às teses propostas, e ainda, pelo facto das teses apresentadas serem as mais plausíveis numa determinada situação, (as teses mais plausíveis são as que melhor explicam a realidade).
Apesar de existirem diferenças entre os humanos, quando se fala num auditório universal – composto por todos – o objectivo é unicamente o de garantir a possibilidade de estabelecer consensos.
Este conceito de razão está relacionado com um novo conceito de verdade, que diz que esta se encontra na comunicação, uma vez que, qualquer tese que é apresentada a um auditório universal contribui para uma aproximação da verdade acerca de uma determinada realidade. Serve como exemplo todas as alterações que o modelo atómico já sofreu, desde 1808, quando John Dalton afirmou que o átomo era uma pequena esfera sólida que não podia ser criada nem destruída, até a actualidade, onde se considera o átomo algo muito mais complexo. Porém, todos os cientistas contribuíram de igual modo para o que se sabe hoje, na medida em que todos proporcionaram avanços tecnológicos significativos.
Deste modo, e tendo em conta que a tese mais universal, ou seja, a que mais se aproxima da verdade, é a tese que obtém maior adesão, então, conclui-se que não há universalidade da verdade mas sim a plausibilidade das teses; por outro lado, dita-se que a verdade não pode ser imposta e que se insere no contexto da discussão e da comunicação.
Concluindo, dita-se que a verdade não é universal uma vez que apresenta diversas formas, sendo, cada uma delas, uma aproximação à verdade.
Tendo em conta ambos os conceitos previamente abordados, o facto de na argumentação serem considerados dois pontos de vista opostos (contraditórios ou não), não a faz cair num relativismo puro; aliás, este facto apenas evidencia o pluralismo que a racionalidade encerra, isto é, o reconhecimento de diferentes maneiras de ver a realidade. Deste modo, o filósofo contemporâneo pode ver-se obrigado a assumir mais do que uma verdade, pelo que deve possuir uma atitude crítica, de abertura e questionamento face ao real.
Como já foi mencionado, a tese que provoca mais adesão no auditório universal constitui a tese mais próxima da verdade; deste modo, e na medida em que as técnicas retóricas proporcionam uma maior adesão a uma determinada tese apresentada, então dita-se que a utilização deste tipo de técnicas permite uma maior aproximação à verdade, pelo que a relação entre a filosofia e a retórica deixa de ser incompatível, uma vez que a filosofia se associa à crença na verdade. Há quem afirme que é nesta relação que se pode encontrar o método da filosofia, que, segundo Perelman, é a argumentação.