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Resumo/Apontamentos sobre Cálculo da Produção na Óptica, realizado no âmbito da disciplina de Economia (11º ano).
Nesta óptica de cálculo do valor da produção pretende-se dar a conhecer a repartição funcional dos rendimentos, isto é, a forma como o valor criado pela produção é utilizado na remuneração dos factores de produção, trabalho e capital, e repartido pelos diversos intervenientes no processo produtivo. A parcela que cabe a cada agente é o seu rendimento. O valor do rendimento (R) é necessariamente igual ao valor do produto (P):
Rendimento Interno (RI): O rendimento interno corresponde ao conjunto dos rendimentos de todos os factores de produção nacionais, que incluem as remunerações do trabalho e as remunerações do capital.
RI = valor da produção interna de um país
↓
RI = PI
RI = Remunerações do trabalho + Remunerações do capital ou Excedente Bruto de Exploração
Salários (ordenados e vencimentos) + Rendas + Subsídios + Juros + Lucros
↓
RI = remunerações + EBE
As remunerações do trabalho e o EBE que remunera as rendas, juros e lucros, respeitam aos rendimentos gerados pelos factores produtivos na actividade económica interna antes de efectuadas quaisquer amortizações e antes de qualquer intervenção do Estado na economia, ou seja, corresponde ao produto interno bruto a custo de factores.
Remunerações + EBE = RI = PIB cf
Depois de distribuir os rendimentos, o Estado também intervém na economia, cobrando impostos e atribuindo subsídios, podendo dessa forma obter-se o PIBpm :
PIB cf + impostos indirectos – subsídios à produção = PIB pm
Rendimento Nacional (RN):
Além dos rendimentos gerados internamente, também devem ser considerados rendimentos aqueles rendimentos que provêm do exterior deduzidos dos rendimentos que são enviados para o exterior - o saldo dos rendimentos com o Resto do Mundo. Podemos assim calcular o PNB pm, que equivale ao rendimento nacional:
PIB pm + SRRM = PNBpm =RN
Assim, o rendimento nacional engloba o rendimento interno, os impostos indirectos e os valores provenientes do exterior, descontados dos subsídios à produção e dos rendimentos enviados para o exterior.
RI + impostos indirectos – subsídios à produção + SRRM =RN
+Remunerações
+ EBE
................................
RI = PIB cf
+ Impostos indirectos
- Subsídios à produção
.................................
PIB pm
+ SRRM
................................
PNB pm =RN
Rendimento Pessoal (RP):
Corresponde ao total de todos os valores recebidos pelos particulares, Engloba os rendimentos provenientes da remuneração dos factores de produção, que são as remunerações de trabalho e o excedente bruto exploração, mas também outros rendimentos não provenientes da remuneração dos factores de produção e independentes da participação na actividade produtiva: as transferências internas (valores transferidos do Estado para as famílias, independentemente da sua participação na actividade produtiva, como por exemplo, os subsídios e os abonos) e as transferências externas (recebimentos ou pagamentos das famílias ao Resto do Mundo sem contrapartidas imediatas e independentemente da sua participação na actividade produtiva como por exemplo, remessas dos i/emigrantes, donativos internacionais e fundos estruturais).
Rendimento Disponível dos Particulares (RDP):
Corresponde ao rendimento com que os particulares ficam para si depois de, ao seu rendimento pessoal, ser retirado o valor dos impostos indirectos (incidem directamente sobre os rendimentos e são proporcionais a esses, como o IRS e o IRC) e das contribuições sociais (descontos obrigatórios para segurança social).
RP – impostos indirectos – contribuições sociais = RDP
Remunerações
EBE (Rendas, lucros, juros)
↓
Rendimentos provenientes das remunerações dos factores de (actividade produtiva).
Transferências Internas (pagas pelo Estado – p.ex. subsídios, abonos) Transferências Externas (recebidas do exterior - p.ex. remessas de i/emigrantes, pensões e reformas, indemnizações de guerra, fundos estruturais) |
→ |
Rendimentos independentes da participação na actividade produtiva |
RP
- impostos indirectos
-contribuições sociais
.................................
RDP
Esta óptica indica-nos a utilização dada ao produto pelos diferentes sectores institucionais, ou seja, a forma como cada agente económico utiliza a parcela de rendimento que lhe coube na distribuição dos rendimentos gerados pela actividade produtiva.
O rendimento pode ser utilizado de diferentes formas:
Utilização do rendimento para satisfação de necessidades. Pode ser:
Consumo Privado + Consumo Público = Consumo Total
Gastos utilizados por todos os agentes económicos com todos os bens que não apresentam uma utilização final e asseguram a produção futura de outros bens (p.ex. despesas com equipamentos, matérias-primas, instalações, habitações, transportes, entre outros). Pode ser de dois tipos :
FBCF + VE = Investimento
É a diferença entre as exportações e as importações de um país.
Exportações – Importações = Exportações Líquidas
DESPESA INTERNA : Gastos efectuados pelas unidades institucionais no interior da sua fronteira económica e em relação à sua produção interna (daí incluir o valor das exportações mas não o valor das importações). Assim :
DI = Consumo Privado + Consumo Público + FBCF + VE + Exportações – Importações
DI = CONSUMO TOTAL + INVESTIMENTO + EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS
DI = PIB pm
DESPESA NACIONAL : Se ao valor da despesa interna juntarmos também o saldo das despesas com o exterior, isto é, SRRM, obtemos a despesa nacional.
DN = DI + SRRM
DN = PNB pm
PROCURA INTERNA (PI) : Corresponde aos gastos realizados pelos residentes em relação à produção efectuada exclusivamente nesse território económico.
PI = Consumo + Investimento
PI = Consumo público +Consumo Privado + FBCF +VE
PROCURA GLOBAL (PG): Se à procura interna acrescentarmos a procura efectuada pelos não residentes em relação aos bens e serviços nacionais obtemos a procura global.
PG = PI + Exportações
Consumo privado
+ Consumo público
+ FBCF
+ VE
.....................................
PI (Procura Interna)
+ Exportações
.....................................
PG (Procura Global)
- Importações
.....................................
DI (Despesa Interna)
+ SRRM
.....................................
DN (Despesa Nacional)
O PIB não é um bom indicador de bem-estar de uma população pois atende apenas à produção económica de um país sem atender aos inconvenientes dessa produção. O PIB per capita (que consiste na análise da parcela do PIB que cabe a cada habitante do país) tenta superar algumas das dificuldades como indicador e medida de desenvolvimento de um país de forma a permitir comparações entre países. Contudo também apresenta inconvenientes: sendo imã média esconde as disparidade; e países com valor de PIB per capita semelhantes podem apresentar níveis de bem-estar completamente diferentes consoante os bens que foram produzidos.
Desta forma para avaliar o grau de desenvolvimento de um país devem utilizar-se outros indicadores para além do PIB per capita que é exclusivamente económico, como por exemplo o ÍNDICE de Desenvolvimento Humano (IDH) elaborado pelas Nações Unidas que pondera, para além do critério económico, critérios sociais, políticos, culturais, religiosos, etc.
Taxa de Variação : afere a evolução de um agregado macroeconómico em dois períodos consecutivos (em regra, um trimestre ou um ano).
Interpreta-se sempre em relação com o período anterior: por exemplo, uma taxa de variação de 1,3 pontos percentuais em 2004, significa que houve um crescimento de 1,4 p.p. em relação a 2003.
Pode-se também efectuar uma variação homóloga, que compara a variação de um agregado macroeconómico num determinado período relativamente ao mesmo período do ano anterior – por exemplo, uma variação homóloga no terceiro trimestre de 2008 de 1,3 p.p. significa que houve um crescimento em relação ao 3ºtrimestre de 2007.
Crescimento da actividade económica: Ocorre quando num determinado período se assiste a um crescimento efectivo sendo tal crescimento maior do que no período anterior.
Desaceleração da actividade económica: Ocorre quando num determinado período se assiste a um crescimento efectivo sendo esse crescimento inferior ao crescimento verificado no período anterior.
Estagnação da actividade económica: Sempre que o PIB regista uma taxa de variação igual a zero.
Contracção da actividade económica: Ocorre quando o crescimento do PIB apresenta valores negativos em relação ao período anterior.
Recessão: acontece sempre que o PIB regista uma contracção em dois períodos consecutivos (em regra em 2 trimestres consecutivos).
Exemplo:
2004: Crescimento; não sabemos se há desaceleração
2005: Crescimento, pois cresceu mais do que no período anterior
2006: Desaceleração pois a economia cresceu menos que no ano anterior
2007: Estagnação
2008: Crescimento
2009: Contracção
2010: Recessão pois apresenta uma contracção pelo segundo período consecutivo
DIVERGIR OU CONVERGIR: Consiste no afastamento ou na aproximação de determinados valores face a outros.
Divisas: Moedas e/ou ouro com aceitação internacional que são utilizadas coo meio de pagamento no comércio internacional. As divisas generalizadamente aceites são o dólar, o euro e o ouro.
Câmbio: Troca de uma moeda por outra moeda.
Taxa de Câmbio: Relação que se estabelece entre o valor de uma moeda e o valor de outra moeda; este valor é determinado no mercado cambial, onde se transacciona as diferentes moedas e se determina o valor de cada uma em relação às restantes.
Balança Pagamentos = Bal. Corrente + Bal. De Capital + Bal Financeira (+ erros e serviços)
↓
Bal.Mercadorias + Bal. Serviços + Bal. de rendimentos + Bal. de Trans. Correntes
CRÉDITOS (EXPORTAÇÕES) – DÉBITOS (IMPORTAÇÕES) = SALDO
Tradicionalmente a balança comercial portuguesa é deficitária; já a balança de serviços costuma ser positiva principalmente devido às receitas do turismo; a balança de rendimentos por sua vez é também deficitária, principalmente devido aos rendimentos do investimento que são francamente deficitários (os rendimentos do trabalho, podemos generalizar, como equilibrado pois oscilam entre o défice e o superavit ligeiros);
Por fim a balança de transferências correntes é historicamente superavitária por mérito das remessas dos emigrantes e das transferências da UE, embora esse superavit tenha vindo a diminuir;
Em conclusão a balança corrente portuguesa tradicionalmente é muito deficitária, devido à influência altamente negativa da balança comercia e também da balança de rendimentos. Apesar das balanças de serviços e de transferências correntes serem superavitárias o seu saldo positivo não é suficiente para contrabalançar o défice das restantes balanças que integram a balança corrente portuguesa.
Taxa de Cobertura: Tradicionalmente a taxa de cobertura portuguesa é inferior a 100% o que significa que as exportações são inferiores às importações pelo que Portugal tem de se despender divisas ou contrair empréstimos para pagar os bens importados.
Relaciona-se a taxa de cobertura com o saldo da balança comercial podemos concluir que esse saldo é deficitário pois quando a taxa de cobertura é inferior a 100% isso significa que os créditos são menores que os débitos, logo existe um défice.
A taxa e cobertura está relacionada com bens / mercadorias.
GAE: É um indicador que mede a importância global dos fluxos de importações e exportações relativamente à dimensão da economia (PIB) e é normalmente expresso em percentagem.