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Os Lusíadas: Análise do Canto V
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Resumo do trabalho
Análise do Canto V d'Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões, realizada no âmbito da disciplina de Português (12º ano de escolaridade)...
Lusíadas
Canto V
Vasco da Gama prossegue a sua narrativa ao Rei de Melinde, contando agora a viagem de armada, de Lisboa a Melinde. É a narrativa da grande aventura marítima, em que os marinheiros observavam maravilhados ou inquietos o Cruzeiro do Sul, o Fogo de Santelmo ou a Tromba Marítima e enfrentaram perigos e obstáculos enormes como a hostilidade dos nativos, no episódio de Fernão Veloso, a fúria de um monstro, no episódio do Gigante Adamastor, a doença e a morte provocadas pelo encoberto.
O canto termina com a censura do poeta aos seus contemporâneos que desprezam a Poesia.
O Gigante Adamastor
- Estrofes 37 e 38 (Introdução) – Preparação do clima propicio a aparição do Adamastor.
- Estrofes 39 e 40 – Caracterização do Gigante Adamastor, quer física, quer psicológica.
- Estrofes 41 até 48 – Discurso do Adamastor. Enuncia através de profecias (advinhas) e ameaças, os castigos destinados á “gente ousada” latina.
- Estrofes 49 – Vasco da Gama interpela o monstro, o que provocará uma alteração radical do seu discurso, levando-o a confessar os aspectos da sua vida sentimental.
- Estrofes 50 até 59 – O Gigante narra a sua vida, o seu passado amoroso e infeliz e revela o castigo que os Deuses lhe destinaram: Para sempre transformado naquele promontório.
- Estrofe 60 – Desaparecimento do Gigante e pedido de Vasco da Gama a Deus para que evite a concretização das profecias do Adamastor.
Representatividade do Gigante Adamastor
- A representação do “terrifico”: logo na descrição do ambiente estão presentes elementos associados ao medo, como a escuridão, o ruído intenso, o tamanho e a postura ameaçadora, a sujidade repelente, a cor cadavérica e o tom de voz;
- A exaltação do herói: por serem ditas por um ser tão terrível, as palavras do Adamastor sobre a ousadia dos navegadores têm feito um efeito claramente exaltante para desvendar o desconhecido, o que nenhum ser se tinha atrevido a tentar – é uma forma de destacar que o grande feito da viagem foi a conquista do conhecimento;
- A afirmação do herói: a coragem do herói afirma-se pelo enfrentar do medo, por ousar conhecer e decifrar o desconhecido – a pergunta de Vasco da Gama sobre a identidade do monstro (“quem és tu?”) é um momento simbólico da afirmação da grandeza do Homem Português;
- O desejo do mito: no final, o Gigante retira-se com um “medonho choro”, depois de ter contado a sua história – tinha sido vencido no amor e na guerra, iludido e aprisionado, ao tornar-se conhecido, desaparece o seu carácter ameaçador;
- Simbologia do episódio: o Gigante Adamastor representa o maior de todos os obstáculos, na realização de qualquer viagem: o medo do desconhecido. Perante o desconhecido, os navegadores enfrentaram o terror, desvendaram os seus mistérios e o desconhecido deixou de o ser – o episódio simboliza a vitória sobre o medo que os perigos ignorados da natureza e da vida provocaram nos seres humanos (confrontar este episódio com o poema “Mostrengo” da “Mensagem” de Fernando Pessoa)
Reflexão do Poeta
O Poeta neste poema mostra que o canto e o louvor das obras incitam a realização de novos feitos.
A falta de cultura dos heróis nacionais é responsável pela indiferença que mostram na divulgação dos seus feitos (indirectamente, Camões manifesta o seu desalento por não ter apoio daqueles a quem louva).
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01/01/2020