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Análise do poema "Poema Décimo" de Fernando Pessoa, realizado no âmbito da disciplina de Português (12º ano de escolaridade)...
"Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?"
.
"Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?"
.
"Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram."
.
"Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti."
.
Este poema constrói-se como um dialogo entre o sujeito poético (“guardador de rebanhos”) e um outro que com ele se cruza no caminho (“Aí a beira da estrada”) e que o interpela sobre o significado do vento (vento é símbolo do real). Este diálogo é um processo que permite apresentar dois pontos de vista, diferentes a dois níveis:
Pode estabelecer-se uma clara relação entre os pontos de vista assumidos pelas duas personagens com os traços que caracterizam Alberto Caeiro e Fernando Pessoa ortónimo - neste poema, Alberto Caeiro apresenta-se como negação do ponto de vista do ortónimo: “a mentira está em ti”.