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Rochas: formações sólidas que constituem as unidades estruturais da crosta e do manto; são associações espontâneas de diferentes minerais e a abundancia relativa de cada um deles depende das condições existentes no momento de formação da rocha; agregado natural de 1 ou mais minerais que se formaram em determinadas condições de temperatura e pressão.
A formação das rochas sedimentares engloba a sedimentogénese, que consiste na formação, transporte e deposição dos materiais provenientes da rocha mãe, e a diagénese, responsável pela consolidação dos sedimentos numa rocha coisa.
Meteorização: processo de alteração e desagregação da rocha mãe devido à sua exposição aos fatores ambientais:
Reações | Descrição | Mineral inicial | Processo | Produtos finais |
Carbonatação | Leva à libertação de argilas ferruginosas existentes na matriz da calcite – terra rossa. | Calcite | ||
Hidrólise | Substituição de catiões da estrutura de um mineral pelos iões (água/ácido) que podem levar à formação de novos e diferentes minerais ou à completa desintegração do mineral original. | Feldspato | Caulinite | |
Oxidação Redução | -Perda de eletrões -Ganho de eletrões | Piroxenas | Hematite | |
Dissolução | Reações de minerais com água ou ácido. A ligação entre os diferentes iões é quebrada e ficam dissolvidos numa solução. | Halite | ||
Hidratação¹ Desidratação² | ¹Combinação de minerais com água ou ²remoção de outros. | Hematite | Limonite |
Agente de transporte | Seleção granulométrica e composicional | Grau de calibragem | Outras características |
Vento | Extrema | Sedimentos muito bem calibrados | -Elevado poder seletivo (separa bem os sedimentos de diferentes tamanhos) -Agente rápido e energético |
Glaciares | Muito deficiente | Sedimentos mal calibrados | -Transporte de detritos de dimensões muito variáveis |
Correntes fluviais | Boa | À medida que o transporte aumenta: - Diminuição da granulometria (tamanho); - Aumento do rolamento (sedimentos mais polidos). |
Deposição ou sedimentação: a medida que o agente de transporte perde energia, o transporte cessa e os sedimentos vão-se depositando de acordo com o seu peso e o seu tamanho em camadas sucessivas – estratos.
Os sedimentos depositados vão sofrer um conjunto de transformações físicas, químicas e, por vezes, biológicas que conduzem à sua transformação numa rocha sedimentar consolidada. À medida que novas camadas de sedimentos se depositam sobre as anteriores, elas afundam e a pressão aumenta. Esse aumento de pressão provoca a compactação dos sedimentos (redução do volume e aumento da densidade por diminuição dos espaços intersticiais) e a sua desidratação (perda de água) de forma progressiva. Parte das substâncias em suspensão ou dissolvidos na água intersticial precipitam e originam um cimento que liga entre si os sedimentos – cimentação
As rochas sedimentares possuem na sua constituição 2 tipos de minerais, atendendo à sua génese:
Estas rochas são classificadas em 3 tipos de acordo com a sua origem:
São rochas formadas a partir de clastos e constituídas basicamente por minerais inalterados ou muito pouco alterados. Estas rochas podem ser não consolidadas (clastos soltos), ou consolidadas (clastos ligados por um cimento formado por minerais novos no processo de diagénese).
A classificação das rochas faz principalmente atendendo ao tamanho dos detritos:
Tipos de rochas | Características granulométricas | Outras características | |
Não consolidadas | Consolidadas | ||
Balastros | Conglomerados (detritos arredondados) Brechas (detritos angulosos) | 256 - 2 mm | Transporte de alta energia |
Areias | Arenitos | 2 - 1/16 mm | Ex. de um arenito: quartzo |
Siltes | Siltitos | 1/16 - 1/256 mm | Transporte de baixa energia |
Argilas | Argilitos | Inferior a 1/256 mm | Transporte em suspensão Deposição em ambientes de baixa energia (ex.: lagos) |
São rochas resultantes de sedimentos químicos em solução. São formadas por minerais de neoformação resultantes da precipitação de substâncias em solução (calcários de precipitação) ou por evaporação de um solvente (água) – evaporitos.
Tipos de rochas | Características |
Travertino |
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Gesso |
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Sal-gema |
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Nota: a marga é uma rocha que possui uma origem simultaneamente detrítica e quimiogénica. São constituídas por carbonatos e argilas e formam-se em ambientes onde a sedimentação de partículas argilosas ocorre em simultâneo com a precipitação de carbonatos.
São rochas formadas por sedimentos de origem biogénica, isto é, com origem a partir de restos de seres vivos ou de materiais por eles produzidos resultantes da sua atividade.
Tipo de rochas | Características | |
Calcário recifal | Formam-se por precipitação do carbonato de cálcio, com formação do mineral calcite. Esta precipitação é desencadeada pela diminuição do teor de nas águas marinhas devido à atividade fotossintética das algas. |
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Calcário conquífero |
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Tipo de rochas | Características | Aumenta | |
Carvões | Turfa Lignito Carvão betuminoso Antracite |
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Diminui | |||
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Petróleo
O petróleo corresponde a um hidrocarboneto de natureza líquida que aparece, geralmente, associado a produtos quimicamente similares de natureza gasosa (gás natural) ou sólida (asfalto).
1º) O petróleo tem origem no plâncton rico em lípidos que fica aprisionado, em ambiente anaeróbio, em camadas de sedimentos (argilas, carbonatos), que virão a constituir a rocha-mãe (deposição em ambientes aquáticos pouco profundos, pouco agitados e pobres em -lagos, mares);
2º) A compactação e o afundimento destas camadas provocam o aumento da pressão e da temperatura, que juntamente com a ação decompositora de bactérias anaeróbias, provocam alterações físico-químicas na matéria orgânica;*
3º) A transformação lenta desta matéria origina hidrocarbonetos que, devido á sua baixa densidade, tendem a migrar para a superfície.
4º) Os hidrocarbonetos ficarão acumulados em camadas rochosas designadas por rocha-armazém (arenitos, calcários) se, por cima delas, existirem rochas impermeáveis – rocha-cobertura (rochas argilosas e salinas) – que provocam a retenção dos hidrocarbonetos.
Este conjunto litológico é designado por armadilha petrolífera.
*se o aquecimento continuar por um período de tempo mais longo, ou se a temperatura aumentar, o petróleo vai ficando cada vez mais fluido e mais leve acabando por se transformar em hidrocarbonetos gasosos – gás natural.
As rochas sedimentares, devido à sua origem superficial, fornecem importantes informações relativas às condições existentes na altura da sua formação.
Os estratos sedimentares permitem:
Ambientes de sedimentação detríticos | |||
Ambiente | Meio de transporte | Sedimentos | |
Continental | Aluvial ou fluvial | Rios | Areias, balastros, siltes e argilas |
Deserto | Vento | Areias | |
Lago | Correntes e ondas | Areias, siltes e argilas | |
Glaciar | Gelo | Areias, balastros, siltes e argilas | |
Transição | Delta ou estuário | Rios, ondas, marés | Areias, siltes e argilas |
Praia | Ondas, marés | Areias, balastros | |
Marinho | Plataforma continental | Ondas, marés | Areias, siltes e argilas |
Margem continental | Correntes oceânicas | Siltes, argilas e areias | |
Mar profundo (planície abissal) | Correntes oceânicas | Siltes e argilas |
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Ambientes de sedimentação quimiogénicos | |||
Ambiente | Processo químico | Sedimentos | |
Marinho | Mar pouco profundo | Precipitação por variação das condições físico-químicas das águas marinhas | Calcite |
Continental | Lagos salgados (zonas áridas) | Evaporação de águas salgadas | Halite, gesso |
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Ambientes de sedimentação biogénicos | |||
Ambiente | Meio de transporte | Sedimentos | |
Marinho | Mar profundo (planície abissal) | Organismos com concha | Sílica |
Mar pouco profundo | Organismos com concha | Calcite | |
Continental | Pântanos | Plantas | Turfa |
São restos de seres vivos ou simples vestígios da sua atividade contidos nos estratos das rochas sedimentares e contemporâneos da sua deposição.
O estudo dos fosseis fornece, com maior ou menor precisão, informações sobre o meio ambiente em que viveram os organismos que os originaram e sobre a idade dos estratos que os contêm.
Numa sequência de estratos, é possível proceder à sua datação relativa, ou seja, à determinação da ordem cronológica da sua formação. Dessa forma, é possível definir uma sequência estratigráfica (que não corresponde necessariamente à sequência espacial em que os estratos se encontram), que representa um registo cronológico da história geológica de dada região. A datação relativa é feita através do recurso a princípios da estratigrafia.
As rochas sedimentares permitem inferir das condições e dos ambientes antigos associados à sua formação - os paleoambientes. A textura de uma rocha, a sua composição mineralógica e química bem como as suas características paleontológicas permitem definir o ambiente de sedimentação ou de formação de uma rocha, constituindo o seu fácies.
Os diferentes tipos de fácies correspondem, assim, a diferentes ambientes de sedimentação, que podem ser continentais (ex.: fluviais, glaciares ou lacustres), marinhos (ex.: litoral, nerítico ou abissal) ou de transição (ex.: lagunar ou estuário).
Na caracterização dos paleoambientes assumem particular importância os fósseis de fácies ou de ambiente. Esses fósseis permitem, com base no princípio das causas atuais, correlacionar os ambientes atuais, onde vivem organismos com uma ecologia semelhante à desses fósseis, com os ambientes antigos. Os melhores fósseis de ambiente caracterizam-se por pertencerem a seres que ocuparam ambientes muito específicos e que sofreram poucas alterações evolutivas, podendo ser diretamente relacionados com organismos atuais.
A partir da datação relativa de estratos de sequências estratigráficas de diferentes locais do planeta e, mais tarde, da datação radiométrica dos diferentes estratos dessas sequências, foi possível aos geólogos elaborarem um calendário da história geológica da terra.
Cada intervalo desta escala do tempo geológico está correlacionado com um conjunto de estratos e de fósseis a ele associados. A divisão mais longa da escala do tempo geológico designa-se por éon; cada uma destas divisões divide-se em intervalos menores, as eras, e estas em intervalos de tempo ainda menores, os períodos, que, por sua vez, se dividem em épocas.
Este calendário está dividido em Pré-Câmbrico, era Paleozoica, era Mesozoica e era Cenozoica. Os momentos de transição entre as eras correspondem a intervalos de tempo relativamente curtos. As transições ocorridas há cerca de 252 e 66 milhões de anos são caracterizadas pela extinção massiva de espécies, seguidas de longos períodos de expansão e evolução gradual no número de espécies. Na transição Pré-Câmbrico-Paleozoico verificou-se uma explosão de formas de vida, em especial de formas multicelulares.