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Unidade Curricular de Estudos de Segurança – 2º ano – Turma A
Licenciatura em Ciência Politica e Relações Internacionais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa
Docente: Professora Doutora Alexandra Magnólia Dias
Discentes: João Pinto 49203, Rafael Borges 46149, Smith Mendes 48650
24 de Novembro de 2016
BRICS como alternativa de poder face à hegemonia americana
Mathew Stephen - Conceito e comensurabilidade do poder
Poder na era contemporânea fundamentalmente baseado em interações e relações e a efetividade e relevância como os líderes dos diversos países conseguem manejar os seus recursos para atingir diversas metas (tendo sempre por base interações internacionais ou regionais)
3 Argumentos:
Poder – “ China, the United States, and Global Order”
China – Bandwagoning
Redistribuição de poder, atualmente entendido como um processo dual (EUA e China).
Ter uma grande economia, grande orçamento para a defesa, ter uma capacidade de comando
“Interaction effects” de recursos em diferentes nações e a forma como se podem reforçar ou limitar
Henry Nau – Comparação de escolas de política internacional enquadrando alcance (nacional, regional, internacional) meios (hard-power / soft-power) e metas (geopolítica, ideológica, institucional).
Resumo: Política internacional entendida segundo realismo, nacionalismo, internacionalismo liberal ou “globalismo”.
Foot and Walter – Normas da “ordem global”:
O nosso estudo de caso é os BRICS e as suas agendas de Segurança Global, vamos abordar as agendas de cada tendo em conta que os BRICS não são uma federação mas sim um clube político, que tenta com a junção de forças desses países ser uma voz mais ativa e interveniente nos assuntos prementes do panorama político internacional e consequentemente fazer valer os seus interesses dentro da agenda de segurança global, de realçar que este novo paradigma acontece muito devido ao declínio económico dos EUA e a respetiva perda de influencia no mundo e a consequentemente ascensão dos BRIC, e especialmente a Rússia, tendo como pano de fundo o nosso estudo de caso.
O termo BRIC foi criado em 2001, por uma equipa de gestores do banco americano Goldman Sachs, que elaborou um estudo sobre estimativas de evolução dos mercados, da produção e da demografia na ordem económica mundial. Segundo esse estudo, no decorrer das próximas décadas, Brasil, Rússia, Índia e China deverão ascender ao topo do ranking das maiores economias do planeta, superando potências económicas como o Japão e a Alemanha
Depois da crise económica mundial de 2008-2009, com o descalabro do Lehman Bróteas e de outros bancos norte-americanos que se alastra pela Europa. A importância do grupo ultrapassou a área económica, e a presença desses quatro países tornou-se indispensável em todas as discussões políticas na arena internacional.
A inclusão da África do Sul causou surpresa ao próprio Jim O’Neil por considerar que a economia deste país não esta ao nível da dos BRIC. A inclusão da África do Sul nos BRICS foi uma jogada política da China. A África do Sul é a maior economia do continente africano e consequentemente o país mais desenvolvido deste continente, e a China pretendia estabelecer uma presença significativa em termos económicos no continente africano, e desta forma ganhar o apoio da África do Sul e de outras nações africanas nos fóruns e organismos mundiais, além de que os BRICS passaram a ter a oportunidade de influenciar e comercializar em quatro continentes diferentes.
Os BRICS não são bloco económico como a UE, mas sim uma aliança política, que tem procurado converter na agenda global, o seu crescente poderio económico em maior influência geopolítica.
Adivinha-se também uma mudança do poder económico global em que os países BRIC superem economias como a da Alemanha ou a do Japão. Sendo que a China em 2026 ira superar os EUA como a maior economia mundial e que até 2050 as economias ocidentais verão assim a sua influência e presença enfraquecidas, em detrimento das economias asiáticas, sendo que graças a China e a India que criarão uma riqueza juntas que será única na história, e serão responsáveis pela maior fatia dos 53% do PIB total da economia mundial, o que fará com que as decisões politicas de segurança global caminhem para o Oriente, com maior poder de decisão e influência o que significara que o atual poder mundial EUA terá que se adaptar a esta nova realidade.
Representam 52% da população mundial e 22% do PIB mundial
BRICS são considerados uma ameaça para a segurança dos EUA - NSA – 2011, tal como o terrorismo e as armas nucleares a título de exemplo.
Wikileaks - Julian Assange e Edward Snowden – NSA – Escândalos de espionagem e de crimes de guerra cometidos pelos EUA
Baixa do preço do petróleo que causou uma estagnação ao Brasil e a Rússia
Guerra Híbrida no Brasil e na Venezuela – Lava Jato, Petrobras, Impeachment a Dilma com a consequente ascensão de Temer ao poder, que quer uma maior aproximação aos EUA, colocando os BRICS sobre dúvida do posicionamento brasileiro na organização. Maduro e a Venezuela a abraços com a inflação galopante, causada pela baixa do preço do petróleo e com revoltas e manifestações internas para a queda do regime chavista.
Aumento da Russofobia – EUA acusam a Rússia de ter perpetrado ataques informáticos ao Departamento de Estado norte americano e ao Partido Democrata. Há um escalar das tensões no Médio Oriente, por causa da Síria, entre Washington e Moscovo, sendo que que Trump foi varias vezes acusado de ser fantoche de Putin durante a campanha para as eleições americanas por ser favorável a uma aproximação e a um trabalho em conjunto na arena internacional com a Rússia
China e Rússia tem uma aliança estratégica económica e militar – A Rússia vende armamento sofisticado e moderniza o exercito chinês, e há um conjunto de exercícios militares regulares entre os dois países no pacifico, para aonde será o foco da disputa do poder mundial nos próximos tempos relativamente ao Mar do Sul da China e no Mediterrâneo de forma a granjear e a diminuir a superioridade da NATO neste espaço. A China por sua vez absorve as exportações russas do petróleo devido as sanções sofridas pela Rússia, sendo já a China o maior comprador de petróleo Russo, e concede empréstimos para ajudar a debilitada economia Russa.
O maior mercado de investimentos chines no mundo é o Brasil, e a China é o mercado/pais para aonde o Brasil mais exporta mercadorias ultrapassando os EUA.
Asiatização da economia mundial os grandes centros e pólos financeiros estão cada vez mais neste continente (Hong Kong, Taiwan, Singapura, Malásia)
Estimativas apontam para que a China se torne a maior economia do mundo superando desta forma os EUA e que em 2050 – a Ásia deterá 53% do PIB Mundial, ou seja há uma mudança de paradigma a concentração de riqueza já não estará no ocidente, mas sim no continente asiático, e os países deste continente irão reclamar mais poder e mais voz nos assuntos económicos mundiais.
Putin parece adotar uma estratégia de dividir para reinar – Chipre, Hungria e Grécia, estes países não impuseram sanções a Moscovo tal como a UE ordenou que fizessem como os restantes membros da UE, estes invocaram grandes relações de amizade para com a Rússia. Muitos analistas desconfiam que Putin poderá estar por detrás do Brexit de forma a partir a UE, e tentar uma aproximação ao RU que Moscovo anseia por ver melhoradas
Brasil e a Índia maiores fornecedores de forças de manutenção de paz – capacetes azuis
Acontecimentos nos últimos anos: Crise na Ucrânia, Primavera Árabe, Somália, Iémen, Mar do Sul da China, geraram um maior antiamericanismo e uma maior tentativa de bloquear ações dos EUA e do ocidente por parte dos BRICS
Criação do Branco de Desenvolvimento dos BRICS para fazer frente ao FMI, BM, Dólar, os BRICS não concordaram de forma alguma pelo caminho seguido pelos EUA e pela UE e para as prescrições adotadas para resolver a crise financeira e económica de 2008-2009, sendo que os BRICS se sentiram lesados nos seus interesses neste quesito. Com a criação do seu Banco de Desenvolvimento os BRICS pretendem financiar países com taxas de juros mais baixas, por considerarem as taxas cobradas pelos países ocidentais exorbitantes e assim promover um maior multilateralismo e uma nova governação global em que os BRICS sejam cada vez mais o suporte dela.
BRICS pretendem uma maior correlação de forças mais democrática num mundo cada vez mais multipolar
Autor: Susanne Gratius
O fracasso das negociações Mercosul-UE (2004) – em que a UE foi incapaz de sacrificar o seu proteccionismo agrícola, o que prejudicou os negócios brasileiros visto ser a maior economia do Mercosul e o maior exportador para a Europa; do Tratado ALCA (2005) – para criar uma área de comércio livre em todo o continente americano sem barreiras alfandegárias; e da vetada entrada do Brasil, juntamente com a Alemanha, Índia e Japão no Conselho de Segurança da ONU (2005)
O Brasil percebe que o Ocidente não iria permitir as aspirações de passar de uma potência regional para uma potência mundial, e por isso Lula da Silva e o seu governo fazem uma reorientação da estratégia da política externa brasileira apoiando-se no vetor Mercosul, aonde defende a marca europeia de integração regional e nos BRICS. O Brasil vira as suas atenções de Norte para Sul com diferentes estratégias de equilíbrio/balanceamento em relação aos EUA e a UE e de (bandwagoning) uma espécie de terceira via para se relacionar com a China e os BRICS.
Ao usar uma estratégia de equilíbrio, que se tornou o seu principal instrumento de integração global, o Brasil distingue-se do México, que optou por caminhar por uma estreita aliança global com os Estados Unidos. Por outras palavras, enquanto o México queria ser o "último" membro do espaço Norte através de sua aliança com os EUA através do NAFTA, o Brasil prefere ser o primeiro do espaço Sul, através da sua aliança estratégica comercial com a China e a Índia.
A junção aos BRICS fez com que o Brasil passasse a adotar uma estratégia de força de bloqueio junto com os BRIC na arena internacional aumentando o antiamericanismo destes países, para que o Brasil passasse a ter mais poder e prejudicando os interesses americanos e europeus, vetando as decisões destes e dando sempre primazia as decisões dos BRICS. O facto de o Brasil não ter concordado com as prescrições do FMI para resolver a crise económica e o escândalo das escutas a presidente Dilma só serviram para agudizar mais o constante desrespeito mútuo entre o Brasil e os EUA, sendo que o Brasil discorda veementemente do rumo da OMC, do FMI, do G-20. Nesse sentido, a aliança com China e Índia é projetado como parte da multipolaridade multilateral. Regionalismo sul-americano - a criação de um espaço geopolítico e o espaço geoeconómico liderado por Brasília.
O Brasil defende a visão de desenvolvimento, paz, democracia e direitos humanos tal e qual os países ocidentais, sendo que a Europa é a principal Referência para um modelo global diferente baseado na integração, Estado de Direito, bem-estar social e soft power.
O Brasil comunga na sua política externa o princípio tradicional de não interferência com a doutrina da indiferença, ou seja, o Brasil é contra qualquer intervenção ou ingerência externa de outros estados nos assuntos internos de um país, aplicando o mesmo princípio a nível regional de não ingerir nos assuntos dos países vizinhos, discordando do ocidente em relação ao embargo anos a fio ao Irão e a Cuba – Manter uma boa relação com todos os países independentemente do tipo de regime político.
Papel catalisador na agenda de segurança global - no G20, terrorismo, saúde global, redução da pobreza, alterações climatéricas, sendo que o Brasil esteve na vanguarda do acordo climático de Paris, ademais o modelo brasileiro de desenvolvimento e progresso do Brasil como um modelo de coesão e bem-estar e promove-lo em África e na América Latina como uma “vacina” contra o populismo, sendo um Brasil um sucesso da ordem democrática e do progresso.
O Brasil pretende aumentar a sua presença e influencia nos assuntos da agenda de segurança global e defende um multilateralismo mais eficiente como forma de criar mecanismos de defesa contra o unilateralismo e as imposições hegemónicas além de considerar essencial para o fortalecimento da multipolaridade. O Brasil é membro da ONU, é uns principais contribuintes para o orçamento da ONU, é um dos principais negociadores do Encontro de Doha da OMC, é o país que mais vezes integrou CSNU como membro não permanente e lidera os interesses dos países da América Latina.
Multilateralismo conjugado com a multipolaridade: participação activa nas negociações de paz e segurança e na reforma do CSNU no sentido de torna-lo mais legítimo e representativos dos Estados membros, e de forma a refletir a realidade contemporânea, tradicionalmente o Brasil mostra solidariedade com os países em desenvolvimento de modo a ganhar o seu apoio. Uma diplomacia mais preventiva como forma de proteger as populações sobre risco de violência e que as medidas coercivas são opções de última instância – Responsabilidade em proteger. Nesse contexto, o Brasil considera tanto a China como a UE, alternativas a multipolaridade, esta última devido à sua fórmula de integração, democracia e o Estado de bem-estar social e parte do actual sistema internacional dominado pelos Estados Unidos, em que o Brasil defende uma reforma de forma a permitir um maior equilíbrio de poder do Estado baseado no neorrealismo político e na criação de alianças anti hegemónicas. O que resulta numa primazia do Brasil a um multilateralismo eficiente e assertivo como uma alternativa ao poder militar, sendo considerada como uma estratégia para moldar o Brasil como um poder global na resolução de problemas da agenda de segurança global
Autor: William Callahan
As elites chinesas vêm a sua cultura como superior a todas as outras, e como forma de alcançar o seu poder no mundo através dos seus patriotas que devem espalhar a língua, os valores e a cultura chinesa pelo mundo
A cosmovisão da China e das elites chinesas da ordem mundial: para a China ser uma verdadeira potência mundial, precisa de se destacar não apenas na produção económica, mas na produção do conhecimento, parar de importar ideias do ocidente e explorar os seus próprios recursos indígenas do pensamento tradicional e criar uma escola consiste de RI para não estar dependente do Ocidente
A China demonstra ao mundo que é um membro responsável da Sociedade Internacional e que já não é um estado revolucionário que afronta o Ocidente. A China será revisionista a longo prazo, caracterizada por um autoritarismo reativo (Hu Jintao) para um autoritarismo preventivo (Xi Jinping) e para que o ocidente tenha uma visão de uma China mais democrática.
Politica externa mais multilateral com a expansão da sua afiliação a organizações multilaterais regionais e mundiais, de forma a expandir e a diversificar o crescente poderio da China no Mundo.
A responsabilidade da China para com o Mundo, fará com que seja um grande poder responsável, não apenas económico e militar, mas criando novos conceitos mundiais e novas estruturas mundiais, o que cria um paradigma ou a China se contenta com a Ordem vigente, ou a China irá contestar essa ordem vigente de duas formas tendo mais poder dentro dela ao nível dos EUA ou terá que forçar a criação de uma nova ordem mundial sobre a sua batuta desafiando o status quo. Ou seja, a China passaria de um estado de uma doutrina conservadora e de se elevar pacificamente na OI para um estado altamente bélico ao nível de hard power e neorrealista.
Conceito de Tianxia foi fundamental durante dois milénios para compreender a governação e a auto compreensão do império milenar Chinês e contesta a politica oficial da China de se elevar pacificamente na Ordem Internacional. Tianxia é apresentada como uma Ordem Mundial legítima e muito diferente do Imperialismo Ocidental.
De acordo com Zhao os problemas da política internacional de hoje não são estados como o Afeganistão ou os estados falhados, mas sim um mundo fracassado, desordenado e cheio de caos. Esta desordem mundial é encarada como um problema político e económico é por isso necessário criar novos conceitos mundiais e novas estruturas mundiais, que suprirão a falência e a décalage do sistema de Vestefália, contestando-o. Restaurando assim a normalidade na Ordem Mundial. Tianxia é uma utopia que define o quadro analítico e institucional, que é necessário para resolver os problemas do mundo.
Ver o mundo doutra forma, conceptualizar os seus problemas e assim formular soluções benéficas verdadeiramente para os Estados. A actual Ordem Mundial Vestefaliana conduz a conflitos porque se baseia em interesses nacionais concorrentes, é preciso pensar numa Ordem Mundial em termos de uma visão verdadeiramente global. Os problemas do mundo são tão grandes para qualquer nação, superpotência, uma região ou uma organização internacional, fazer valer somente os seus interesses. A compreensão e a solução dos problemas passam a ser inclusiva levando assim a unidade que por sua vez leva a paz mundial e a harmonia mundial.
Narrativa Tianxia: baseia-se que a china em detrimento do ocidente não faz distinções de raças e vê essa diversidade como uma parte da aculturalização pois a China não quer guerrear, conquistar outros povos ou outros países mas sim atrai-los amigavelmente, a China é moral enquanto o ocidente é imoral e sujo com as suas ações imperialistas e o seu pensamento individualista, a democracia é um dos grandes males e as massas são incapazes de pensar o mundo devendo essa missão ser dada as elites numa lógica Confucionista-Leninista., devido as massas serem cegas, egoístas, irresponsáveis e vulgares.
O sistema Tianxia é parte da afirmação da China com um poder normativo macio baseado no diálogo e do princípio de não interferência, mas de certa forma complementando o poder duro da China de força económica e militar. Por outras palavras este sistema não é um ideal pós-hegemónico, nem uma proposta de uma nova hegemonia mundial.
Pequim diz que a China vai se erguer pacificamente como um poder presente no Sistema Internacional vigente, e não desafiar as estruturas e normas da Ordem Mundial. Mas o sucesso do sistema de Tianxia mostra que há uma sede da China para '' contribuir com soluções chinesas '' para solucionar os problemas mundiais, e uma fome crescente de nacionalistas chineses que querem ter mais peso nas soluções para questões globais, especialmente quando promovem uma forma patriótica de cosmopolitismo chinês.
Autor: Rohan Mukherjee & David Malone
A Índia encontra-se perante uma dicotomia ser uma potência regional ou ser uma potência mundial, de facto a política interna desempenha um papel mais importante na determinação aos desafios da agenda indiana, sendo que a Índia desde a sua independência se debate constantemente com questões a nível de segurança nacional, regional e global – Há as questões de violações de mulheres, assassinatos, e o conflito de Caxemira com o Paquistão.
Visão histórica: do pregador ao pragmatismo: desde a independência a Índia passou por uma transição do idealismo sob Nehru, para um período de realismo duro ou realpolitik sob Indira Ghandi com a guerra com o Paquistão e o desenvolvimento nuclear, para o pragmatismo económico de hoje, caracterizado pela colossal revitalização económica impondo a Índia como uma das maiores potências económicas mundiais.
Desafios de segurança contemporâneos: a democracia da Índia é muito fragmentada, o que cria obstáculos para a elaboração de políticas; há uma grande instabilidade nos países vizinhos como Paquistão, Afeganistão, Birmânia/Myanmar que dificulta o controlo das fronteiras indianas e permite a entrada de terroristas vindo destes países.
Segurança interna e regional em detrimento da global. Ou seja, a Índia da prioridade a modernização militar, a segurança marítima e a políticas nucleares para fazer frente a potenciais ameaças em disputas territoriais com a China e com o Paquistão. A par de que a Índia é um país extremamente heterogéneo em termos de etnias, culturas e religiões com um sistema complexo de castas que provocam enormes clivagens sociais e é visto também como uma grande ameaça para a estabilidade do país, o complexo sistema de castas. A Índia e os EUA sempre tiveram uma relação agridoce caracterizada por amor e ódio, A Índia não perdoa o apoio dos EUA a Independência do Paquistão e as consequentes guerras da Índia com este país tendo Caxemira como pano de fundo e ajuda económica e militar superior a 15 mil milhões de euros dada aos EUA ao Paquistão. Porém a Índia tem se aliado aos EUA para contrabalançar o crescente poderio económico e militar da China na região.
Os desafios globais da Índia assentam no terrorismo internacional de modo a prevenir o terrorismo oriundo dos países vizinhos para dentro do seu próprio Estado; a proliferação nuclear para a Índia é uma pedra angular da sua política, a Índia baseia-se numa relação de desconfiança com a China, e com os EUA por este apoiar outra potência nuclear e sua rival o Paquistão. É fundamental para a Índia garantir a sua própria segurança sem depender de outro Estado e assim dissuadir um eventual ataque de outro Estado. A relação com os EUA - alguns especialistas defendem uma maior cooperação dos EUA com a Índia de forma a ter um aliado democrático confiável na região e de forma a conter uma cada vez maior ascensão da China na Ásia e no Mundo, sendo que a Índia pode ter um papel de mediador na região Ásia-Pacífico entre os EUA e a China e poderia ser o parceiro comercial principal dos EUA, diminuindo assim a dependência deste em relação a China.
Em suma a Índia sempre foi um estado a nível global que conjugou o Princípio de Não-alinhamento com o Principio da Não-Interferência Externa, apologista tal como o Brasil que os países resolvam os seus problemas internos por si mesmo, sem interferências externas.
A Índia apesar dos seus conflitos territoriais latentes com o Paquistão, é um estado pacifista em virtude da influência do pai da Nação - Mahatma Ghandi, e que não pretende fazer valer o seu poderia na agenda de segurança global através da força militar, sendo a Índia, a par do Paquistão os maiores contribuidores para as forças de manutenção da paz da ONU – Capacetes Azuis.
A Índia tem tido uma maior preponderância no comércio multilateral e na OMC, nas alterações climáticas e na gestão da Economia Internacional após a crise financeira mundial de 2008, sendo que as medidas que os Governos Indianos foram implementando permitiram que a Índia fosse o país que lidou melhor com a crise, conquistando a confiança dos mercados e beneficiando da baixa do preço do petróleo e uma maior liberalização da economia indiana feita por Modi, ultrapassando neste momento o crescimento chinês e sendo considerada como o próximo motor da economia mundial.
As elites indianas consideram que a prosperidade económica da Índia é a chave se tornar um grande centro de poder, sendo que a Índia deve abandonar a liderança das Nações em desenvolvimento na sua luta contra o imperialismo. A política externa da Índia não se baseia em virar para um bloco ou para uma superpotência, mas sim em dialogar e negociar com todos os países, sendo que o seu vetor principal dos seus esforços tem sido o desenvolvimento económico de África e a garantia dos campos petrolíferos da Ásia Central ou seja a Índia irá passar pela mesma metamorfose que passou a China a uns anos atrás quando se consolidou como uma potência económica.
Nesta Nova Ordem Global Emergente a Índia depara-se entre a Rússia sua aliada desde a sua independência e que sempre garantiu a sua proteção caso os EUA invadissem a índia, no decorrer do inicio da guerra com o Paquistão, mas Nova Deli olha com desconfiança a aproximação económica e militar da Rússia a China. Os EUA representam uma faca de dois gumes devido também a sua aliança com a China pois estes têm sempre privilegiado uma relação mais estreita com a China do que com a Índia e poderão ser determinantes no grau de ascensão que a Índia terá no xadrez da Nova Ordem Global emergente e por ultimo a China com o seu crescente poderio militar na região ira a Índia continuar uma postura pacifista ou por ventura ira alterar para uma postura mais belicista em relação a China. E o Paquistão que tem sido apoiado pelos EUA e China e pelas razões acima descritas pela rivalidade e conflitos latentes nas suas fronteiras até aos dias de hoje.
Autor: Andrew Monaghan
O então Ministro dos Negócios Estrangeiros Russo Sergey Lavrov lança um novo conceito de política externa a adotar pelo Kremlin em fevereiro de 2013. Estava lançada as bases para a reemergência da Rússia como uma potência militar e de como a Rússia iria agir e fazer valer os seus interesses e se afirmar na arena internacional, tendo em conta a crise financeira e económica de 2008-2009 e as suas repercussões e a Primavera Árabe duas questões prementes que a Rússia discordava veemente da Europa e dos EUA sobre as prescrições adotadas e que estavam bem visíveis neste conceito.
Este novo conceito contemplava uma política externa mais robusta com base na força militar, porem a Europa e os EUA desvalorizaram esta nova visão da política externa da Rússia, consideravam que era um documento com uma linguagem burocrática e uma estratégia genérica vazia, devido a política externa da Rússia, depois do colapso da URSS ter sido cada vez mais isolacionista, porém fazia parte da estratégia russa ser mais activa nos assuntos e nos conflitos internacionais acabando com o domínio ocidental.
Este conceito de política externa tinha como principais vetores: a prioridade da Rússia na resolução dos problemas globais - Síria, as prioridades regionais tendo em conta o espaço pós-soviético – Ucrânia, (Nagorno-Karabakh, Geórgia, Abecásia e Ossetia do Sul Bielorrússia e Moldávia) e o papel da ONU nos assuntos internacionais – A Rússia iria usar o seu poder e chamar a China para perto de si de forma que esta apoie ou não bloqueie as resoluções russas e dessa forma também se opor com mais força e com mais influencia a algumas decisões emanadas pelo Ocidente na ONU.
A Rússia antecipava a mudança do poder internacional do Ocidente para Asia-Pacífico e para Leste incluindo-se a si mesma nessa mudança de paradigma de poder, devido a sua moldagem euro-asiática, e que o desenvolvimento de relações amistosas e bilaterais fortes com a China e a Índia seria um vetor importante da política externa russa, principalmente a China dado a parceria económica e militar que partilham os dois países e as visitas regulares de alto nível entre os líderes dos dois países. Algo que os EUA se apercebem e dai a mudança do paradigma da política externa norte-americana do atlântico para o pacífico.
A Rússia propôs em 2008 uma nova arquitetura de segurança europeia em substituição Organização para a Segurança e Cooperação na Europa - OSCE, a Rússia sentia que desde o fim da guerra fria os seus interesses não foram devidamente acautelados nem tidos em conta na construção da agenda de segurança global. Porém os EUA e as potências europeias rejeitaram tal propósito advogando que a OSCE cumpria os objectivos para que foi criada.
A Rússia sempre se sentiu desconfortável com o alargamento da Nato a Leste, para as suas fronteiras, ademais a Rússia não via com bons olhos que países que estavam sobre a sua esfera de influência, passarem para a esfera de influência da Europa e dos EUA como foi o caso da Estónia, Roménia, Letónia, Polónia sendo que a Rússia encara essas adesões como uma forma de isolar e cercar a Rússia.
A Rússia não renova o Acordo de Parceria e Cooperação com a UE, e envia uma clara mensagem a UE que iria encontrar outros parceiros dando mais primazia aos BRICS. Maior cooperação bilateral em termos comercias, económicos e militar com a China e a Índia
Em 2008 a NATO aprova a adesão da Ucrânia a NATO, para Putin era uma provocação inadmissível tendo em conta a importância geopolítica que a Ucrânia tinha para a Rússia, porem em 2010 com a ascensão ao poder de Viktor Yanukovytch a Ucrânia desiste de aderir a NATO
Com a Euromaidan uma onda de manifestações nacionalistas que exigia uma maior integração europeia em vez da aproximação a Rússia, porem muito exagerada pelos mass media ocidentais, tendo em conta que a maior parte da população ucraniana era contra estas manifestações. Para a Rússia tratava-se de uma tentativa de depor Yanukovytch devido a este ter renunciado a NATO e ao não ter assinado um acordo de associação a UE o que prejudicava os interesses europeus nomeadamente da Alemanha, grande instigador de uma futura adesão da Ucrânia a UE, sendo a Ucrânia conhecida como o “celeiro da Europa” devido a sua abundância em ferro, aço, gás natural e petróleo.
Poroshenko e um conjunto de neoliberais ascendem ao poder de forma ilegítima e negoceiam um empréstimo com o FMI em troca de privatizações no sector do petróleo, extração mineral e das indústrias base ucranianas.
Com a deposição do presidente Yanukovytch e visto que a Ucrânia tinha passado para a esfera de influencia da UE e dos EUA com o pedido de resgate ao FMI e com uma nova possível integração desta na NATO A Rússia faz uma retaliação e procede a anexação da Crimeia que para a Rússia é muito importante devido ao seu posicionamento estratégico e apoia a independência de Estados separatistas dentro da Ucrânia como Donetsk e Lugansk com o objetivo de uma federalização da Ucrânia e que esta não revogasse a língua russa como uma das línguas oficias do país.
Sanções económicas – UE e EUA VS Rússia – Embargo ao petróleo russo, encontrar alternativas ao gás russo, expulsão da Rússia do G8, bloqueio a investimentos russos e desvalorização da moeda russa com a descida do preço do petróleo. Rússia por seu turno impôs um embargo aos produtos alimentares Europeus o que afetou uma série de países europeus, que se viram sem um grande mercado como o Russo. De salientar que Putin não recuou perante as sanções e os efeitos negativos que as mesmas tiveram na economia russa e prosseguiu o caminho da sua politica externa com o conflito na Síria e a crise na Ucrânia.
Importância Estratégica da Ucrânia e da Crimeia para a Rússia: A passagem do gás russo que abastece a Europa é feita pela Ucrânia; A Ucrânia é uma zona tampão para a Rússia, para prevenir qualquer ataque vindo do Ocidente, para Moscovo a sua defesa não começa na Rússia mas sim na Ucrânia dai a extrema importância geopolítica deste país para a Rússia; Com o crescente alargamento do poderio da NATO a Leste e com as instalações de escudos antimísseis cada vez mais perto das fronteiras Russas, sendo que a Rússia desconfia das reais intenções da NATO e que uma possível instalação de mísseis de carácter defensivo ou ofensivo põe em risco a segurança da Rússia.
Para a Rússia há uma falência do sistema Internacional e o mesmo está em declínio, estando em curso uma transição para um mundo cada vez mais multipolar que é turbulento e cheio de competitividade
A Rússia é contra o uso ilegal ou mascarado do soft power e o uso de uma narrativa ilegítima dos Direitos Humanos para pressionar Estados soberanos de modo a intervir nos assuntos internos dos Estados, através da manipulação da opinião pública e desta forma destabilizar estes estados.
O Soft Power é parte da estratégia global da Rússia em que assenta a promoção da cultura e da língua russa e de combater os ataques ao país através da crescente Russo fobia por parte do Ocidente.
Indivisibilidade da Segurança para o Ocidente ela é compreendida como a compreensão da segurança nas suas três dimensões (económica, político-militar e humana – a segurança é importante dentro de todos os estados membros e esta inserida num ambiente global) para a Rússia ela é compreendida como acordos de segurança políticos e juridicamente vinculativos (legitimação do regime sírio para a Rússia intervir na Síria), esta lacuna continua a estar no cerne das divergências entre a Rússia e o Ocidente.
Em termos de interesses a politica externa da Rússia pretende potenciar os seus interesses no Ártico, devidas as enormes jazidas de petróleo, gás natural e minérios que se pensa existirem nesta região.
Para Rússia assume uma importância tremenda geopolítica manter a Ucrânia, Geórgia, Moldávia e a Bielorrússia sobre a sua esfera e que estes países não adiram a NATO. O certo é que com a crise na Ucrânia a Rússia enviou um claro recado ao ocidente e a expansão da NATO, mas a leste foi abandonada, de forma a evitar mais conflitos com a Rússia.
Para a Rússia é importante manter relações saudáveis com as 4 maiores economias da zona euro - Alemanha, França Itália e Reino Unido, pois estes países apesar de aplicarem aparentes sanções a Rússia tem interesses na Rússia e vice-versa e a politica externa da Rússia pretende aprofundar os laços com estes países, mesmo apesar do embargo muitos oligarcas russos continuam a investir na Europa, a Alemanha exporta em larga escala, carros para Rússia, a França negoceia um grande acordo de armamento que desacelerou perante o embargo.
A Rússia almeja que os BRICS sejam uma voz cada vez mais preponderante na arena internac.
A Rússia será mais preventiva e mais interventiva nos assuntos internacionais, não se escudando se necessário de proteger vias marítimas que sejam fundamentais ao seu interesse, de avisar os EUA e o Ocidente de potenciais conflitos, sendo inflexível nas suas tomadas de posição e de uma maior intervenção em zonas de conflitos no globo aliado a a isso uma maior expansão da sua presença internacional, aumentando a sua rede de consulado e embaixadas no mundo, fazendo assim uma conjugação de uma mescla de soft power, soft strenght e hard power.
Reemergência da Rússia como potencia militar – A Rússia não digeriu bem ações dos EUA como a doutrina Bush e a consequente invasão do Iraque, a Guerra dos Balcãs ou os bombardeamentos a Líbia e a Síria, para a Rússia o seu papel como potência militar ainda que adormecida estava a ser desvalorizado e a sua voz nunca era tida em conta pelo Ocidente, aquando a Rússia apelava uma não intervenção deste.
Síria - A Rússia que tinha deixado cair Khadafi um aliado fundamental pois Khadafi era um anti americano indefetível, não podia deixar cair Bashar Al Assad e a Síria que juntamente com o Irão são os dois maiores aliados da Rússia na região, a base russa em Tartus na Síria é de uma tremenda importância para a geopolítica russa pois garante capacidade a Rússia de ter uma grande força naval no mar mediterrâneo, e tem ajudado a Síria a reconquistar áreas que estavam na posse de rebeldes sírios e do EI como Palmira, Raqqa (antiga capital do EI) e Aleppo e que continua em curso. Sem a ajuda militar russa estas conquistas não seriam possíveis o que poria em causa a integridade territorial da Síria.
Irão e Israel: O Irão é um aliado incontestável de Moscovo, com o embargo sofrido durante anos a fio imposto pelo Ocidente e que estrangulou a economia iraniana, porem a Rússia nunca abandonou o Irão fornecendo sempre ajuda militar e armamento que dissuadiu o ataque por parte de outros países ao Irão, sendo que o Irão tem um pacto de defesa mútuo com a Síria e tem sido fundamental no apoio juntamente com a Rússia e ao Hezbollah ao regime de Assad. Israel – Com o fim do embargo ao Irão os EUA mandaram uma mensagem clara a Israel e a Arábia Saudita, para os EUA, Israel é cada vez mais um fardo na região do que um aliado estratégico, e durante o Administração Obama as relações entre os dois países esfriaram. Benjamin Netanyahu já não vai a Washington discutir as questões do M.O, mas sim a Moscovo e o próprio já percebeu que é com Moscovo que tem que negociar de agora em diante devido a viragem de poder no M.O, sendo que a devolução dos Montes Golãs terá de ser feita a Síria para a Rússia, e Moscovo já avisou Israel que não irá permitir que a sua aviação bombardeie a Síria.
Arábia Saudita/Turquia: A par dos EUA são os dois países mais instigadores da violência no território sírio, apoiando e fornecendo armamentos aos rebeldes sírios. A Arábia Saudita depois de anos fios com uma aliança com os EUA – Investimentos da elite saudita nos EUA e baixa do preço do petróleo contra a própria OPEP a qual pertence agindo contra o cartel ao fim de beneficiar os EUA um paradoxo semelhante EUA – Israel (Lobby Sionista) – Nos últimos tempos tem se aproximado mais da Rússia na questão petrolífera de estabilizar e fazer subir o preço (2 e 3 maior produtores mundiais) depois do levantamento do embargo por parte dos EUA, o que para esta prejudica os seus interesses e da aprovação da lei no congresso norte-americano a revelia de Obama, autorizando os familiares das vítimas do 11 de Setembro de poderem processar o estado saudita por ter promovido o terrorismo abrindo uma caixa de Pandora porque tal nunca foi feito. A Turquia é um actor muito “sui generis” neste xadrez geopolítico complexo, Erdogan é um verdadeiro bailarino numa estratégia de equilíbrio. Erdogan num primeiro momento aliou-se aos EUA-NATO-UE – fornecendo bases militares para a NATO, recebendo ajuda militar e armamento sofisticado a custos mais baratos e pretendia entrar na UE, sacrificando uma aliança histórica com a Rússia e com um extremar de declarações entre os dois países, pois fim ao projecto multimilionário de gasodutos Turkish Stream que ira levar gás russo para abastecer a Europa através da Turquia. Erdogan a mando da NATO decide abater um caça russo que sobrevoava a fronteira turca-síria, Putin é obrigado “a engolir em seco este ataque” e Lavrov e os generais militares russos apercebem-se que este abate era um isco da NATO para desviar as atenções da Rússia da Síria, e que se a Rússia retaliasse contra a Turquia era a oportunidade da NATO invocar o artigo 5. Num segundo momento Erdogan vê frustrada a sua tentativa de entrar na UE e vê o genocídio arménio reconhecido pela Alemanha faz ele mesmo ao que parece um golpe de Estado e uma purga completa dentro da Turquia em que acusa o seu aliado os EUA de serem os perpetradores do golpe de estado contra ele por abrigarem um seu antigo opositor, afasta-se da dos EUA e da UE e vai a Moscovo fazer um pedido de desculpas pelo abate ao caça e para normalizar a situação entre os dois países e acabar com o embargo russo contra a Turquia (viagens de russos para Turquia e a proibição de entrada de alimentos turcos na Rússia, que muito estava a prejudicar os interesses turcos) faz as pazes com Putin e relança a parceria histórica turca-russa e o consequentemente relançamento do projecto Turkish Stream.
Deste modo Erdogan ganha em todas as frentes (EUA-NATO Armamento e defesa) – Turquia-UE (Refugiados) – Turquia-EI (Petróleo e Economia Paralela) – Turquia-Rússia (Gasodutos)
Médio Oriente/EUA: no plano geopolítico desde a sua intervenção no Síria é a Rússia quem dá cartas no M.O. relegando os EUA para segundo plano. A Rússia lidera a luta contra o terrorismo, exercita o seu poder de projeção na arena internacional e usa a Síria como oportunidade de treino das suas FA para os desafios futuros, aumentando assim a importância do seu papel no cenário internacional, com a intervenção na Síria a Rússia manda um recado ao Ocidente que de agora em diante irá fazer de tudo para impedir a promoção de mudança de regimes no M.O. Ao posicionar caças, bombardeiros, tropas terrestres e um sistema avançado de baterias antimísseis e defesas antiaérea para demonstrar o seu poderia e impor-se na escalada de tensão verbal entre Washington e Moscovo, sendo que a Rússia recentemente avisou os EUA que se bombardearem Damasco, visto que a Rússia tem oficiais no terreno em Damasco a Rússia irá abater qualquer míssil ou ataques aéreos para Moscovo esta retórica faz parte da combinação da Rússia de um soft power conjugado com um hard power.
Alem do que mais a intervenção na Síria é legitimada pelo pedido do governo sírio enquanto a dos EUA não o é apoiando precisamente os rebeldes sírios que pretendem derrubar a todo o custo o regime de Assad. Recentemente o Assad afirmou mesmo que os EUA e outros países ocidentais apoiam declaradamente o terrorismo na Síria.
Importância Geoestratégica do Mar mediterrâneo: uma das maiores frotas navais russas esta estacionada no porto de Tartus na Síria, e no Chipre; maior preponderância no conflito sírio através de navios e porta-aviões ultrapassando e afrontando qualquer exclusão aérea por parte dos EUA ou da NATO
Mar Cáspio: a par do mar negro acolhe as maiores frotas navais da Rússia; suporte a vários teatros de operações – Síria, Ucrânia, e disparo de mísseis cruzeiro para a Síria e uma entrada rápida de tropas e meios bélicos no M.O através do Irão, sendo este país também uma espécie de escudo de segurança e partilham da não ingerência dos assuntos na região; A sua frota encontra-se fora do alcance dos porta-aviões norte americanos por ser um mar fechado e com disparos de misseis para a Síria a Rússia avisa outros países de que não estão assim tão longe como pensam do poderio bélico russo.
Mar Negro: uma grande frota naval na Crimeia, o que põe em causa o poderio militar russo na região com uma Ucrânia pró-ocidental, que poderá autorizar a instalação de mísseis que ponham em causa a segurança russa. Turkish Stream – Projecto de gasoduto turco que ira abastecer a Europa através da Turquia ira passar por este mar; dá um importante suporte as operações russas no mediterrâneo e consequentemente na Síria.
Conclusão da WorldViews – Potências emergentes com visão mundial realista e nacionalista (nomeadamente Rússia – cultivo de crenças e políticas não liberais, com modernismo e nacionalismo) – Potência muito forte interna e regionalmente e com capacidade de projeção militar e estratégica.
Smith – Discurso das elites de política externa russa claramente baseados num prisma realista de “great power politics”
No entanto também com uma coalescência de globalismo o que promove uma aproximação e estreitamente de relações com potências.
EUA – Negligência das dimensões normativas de poder (baseados em conceitos como legitimidade” “hegemonia liberal”) comprometeram a eficácia dos Estados Unidos
Barry Buzan – questiona a ascensão pacífica da China, tendo em conta que a China poderá ser revisionista ao longo prazo, e quererá ter cada vez mais poder na OI vigente.
Michael Cox – Declínio do Ocidente e mudança de poder para Oriente, e consequente aumentar de tensões entre os EUA e a China
Para alguns analistas esta nova agenda de segurança global russa fruto de um “putinismo” que visa promover um revisionismo histórico russo e visa expandir a política externa da Rússia e a sua dominação no espaço pós-soviético, focando-se em questões de ordem securitárias e económicas, com propostas de integração regionais e iridescência militar em zonas de conflito. Essa forte atividade e interação russa, nada mais configuram do que uma tentativa de minimizar e contrariar os fundamentos e a narrativa do ocidente e de participar mais ativamente de um diálogo neoliberal e neorrealista de expansionismo estatal, conjugada com uma mescla de soft power, soft strenght e hard power.