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Somália (Caracterização do País)
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Resumo do trabalho
Somália

Caracterização da Somália
- Fundada em 1960 após a independência do Reino Unido e da Itália
- Identifica-se mais com o mundo árabe do que com o continente africano
- A Somália não é uma sociedade unida em torno de uma nação, apesar de ser culturalmente homogénea fruto da rígida estruturação da sociedade em clãs, o que faz com que cada somali viva de acordo com as regras do seu clã.
- 4º pior PIB per capita do mundo – 284 dólares
- Taxa de incidência de pobreza de 73%
- A economia vive altamente dependente das remessas dos somalis no estrangeiro, as remessas são usadas em investimentos em atividades comerciais, hotelaria, educação, saúde, transportes e telecomunicações
- É um dos países mais desenvolvidos de África no quesito dos sistemas de telecomunicações e no sector dos medias e multimédia
- É o segundo pior país do mundo atras somente do Afeganistão, para uma mulher viver segundo o PNUD (Programa das NU para o Desenvolvimento) só suplantado pelo Afeganistão
- Cerca de 75% dos somalis vive com menos de dois dólares por dia
- A Geração entre os 14 e os 29 anos compreende 42% da população e destes 67% não tem emprego, o que faz com que enveredem pela criminalidade ou por grupos radicais islâmicos.
Geografia
- Localizada na Península do Corno de África
- O seu terreno consiste em planaltos, planícies e terras altas
- Localização estratégica entre Mar Vermelho e Golfo de Áden
- Litoral mais de 3000 Km – o mais longo de África e do Médio Oriente
- Rica em urânio, minério de ferro, gás natural, estanho
Antecedentes
- O 11 de Setembro mudou paradigmaticamente o status quo da perceção da ameaça por parte de grupos terroristas em que estes ganharam a dimensão de actores não estatais e alguns estados passaram a ser reconhecidos como santuários para grupos terroristas com campos de treino, recrutamento, apoio logístico, financiamento e planeamento de ofensivas.
- As ligações entre a Al Qaeda e o Afeganistão, um Estado considerado falhado durante muitos anos, fez com que os alegados Estados falhados ganhassem uma nova dimensão nesta problemática.
- Emergência de actores não estatais como o Al-Shabab que desenvolve as suas atividades sem grandes constrangimentos constituindo dessa forma uma ameaça para a segurança internacional
Perguntas de Partida
- Como enquadrar a Somália como estudo de caso nas Teorias Geopolíticas?
- Que interesses geopolíticos tem o Ocidente, e outros playmakers regionais na desestabilização da Somália?
- Que medidas toma o Ocidente para ganhar a guerra a pirataria nos mares da Somália?
Enquadramento da Somália no Contexto Internacional
- Após a independência do Reino Unido e da Itália em 1960, a Somália foi governada pelo General Siad Barre governou o país em ditadura entre 1969 a 1991, quando foi deposto por rebeldes pro-independentes com a tomada de Mogadíscio. A Somália desmembrou-se em diferentes sectores controlados pelos lideres dos clãs e o reconhecimento de novas republicas não reconhecidas internacionalmente como a Somalilandia e a Jubalandia, Mogadíscio a capital tornou-se uma cidade deserta com fuga em massa das populações.
- A sua localização estratégica entre o mar vermelho e o golfe de Áden, fez com que a Somália fosse um aliado estratégico para os dois blocos em confronto durante a GF quer aliando-se a US quer aliando-se posteriormente aos EUA, devido a desconfianças de uma possível aliança da US com a Etiópia seu rival regional.
- Fruto de uma guerra civil que provocou mais de 300 mil mortos Nos últimos anos a Somália foi palco de diversas intervenções internacionais e missões de paz da ONU, quer de países seus vizinhos e rivais como a Etiópia e o Quénia e dos EUA direta e indiretamente.
- Estado Falhado: Não há um governo funcional e existe dispares dinâmicas sociais, a maior parte da população é jovem e subsiste com menos de 2 dólares por dia o que faz que enveredem pelo terrorismo e pela pirataria, há uma população cada vez mais radicalizada.
Um Estado Fragmentado e Secessionista
- Análise do mapa e da situação política na Somália em abril de 2017: desde a saída do poder de barre a maior parte do
território da Somália tem sido controlada pelos senhores da Guerra que se agrupam em clãs e pelo direito consuetudinário dos clãs, deixando o país numa situação total de anarquia sem um governo que consiga controlar a totalidade do seu território. Os clãs começaram a guerrear-se entre si deixando a Somália num clima de guerra civil, o sistema judicial e as forças de segurança foram desintegradas, o que faz com que a lei sharia seja aplicada em partes do país controlada pela Al Shabab.
- Os clãs continuam a gerir a forma como os somalis se organizam e relacionam. A Somalilandia e a Jubalandia que declararam a independência unilateral da Somália, apesar de não ser reconhecida internacionalmente quer separar-se definitivamente da Somália, porém em contraponto Puntland, não se quer separar da Somália quer apenas mais autonomia e um estatuto especial em relação ao resto do país. A não separação do Estado das estruturas dos clãs minam qualquer projecto de um governo central forte e unificado, devido a falência das instituições nacionais e a décadas de guerras e conflitos.
Intervenções Internacionais

- UNOSUM 300 capacetes azuis, chegou-se a conclusão que a força era pequena demais para a dimensão do conflito e falhas no centro de comando países que não aceitavam subordinar-se a outros.
- UNOSUM II mais de 30 000 capacetes azuis 5000 dos quais norte-americanos, com o objectivos de restauração da paz da lei e da ordem para permitir que a assistência humanitária chegasse as populações afetadas pelo conflito no entanto esta operação teve um resultado catastrófico com o abate de dois helicópteros black hawk e alguns soldados norte-americanos ficaram presos nos locais de acidentes acabando isolados, seguiu-se uma batalha que durou quase dois dias e que resultou na morte de mais de 1000 somalis como danos colaterais e 18 soldados norte americanos e numa grande contestação ao Presidente Bill Clinton por parte da Sociedade civil norte americana ao ver os corpos de alguns soldados mortos ao serem arrastados pelas ruas de Mogadíscio, o que fez com que os EUA retirassem as suas tropas do terreno em 1994 meses depois em 1995 retira-se a ONU e o resto do contingente que esta alocado a missão, ficando um vazio na Somália.
Al-Shabab
- Surge na sequência de grupos criados islamitas extremistas da União dos Tribunais Islâmicos (UTI) em 1991 para combater o ditador Siad Barre
- Derrota as milícias apoiadas pelos EUA em 2006
- 2007 e 2008 leva ações de guerrilha contra a ocupação da Etiópia
- Tornou-se braço armada da Al-Qaeda na Região
- Segundo a professora Alexandra Magnólia o estabelecimento da lei islâmica a sharia, enquanto lei da Somália foi uma das justificações ideológicas para assegurar a manutenção do apoio popular, pois passaram a oferecer aos somalis serviços de educação e assistência medica
Como se financia o Al-Shabab?

- Impostos de proteção: é comum, entre grupos terroristas que controlam determinados territórios, a prática de extorsão, designadamente através das chamadas redes de proteção, que funcionam como impostos cobrados principalmente a comerciantes e empresários.
- Taxas de passagem e de proteção nos territórios que controla a empresários e mesmo agentes humanitários, desviando inclusive parte da assistência humanitária
- O envio de remessas da diáspora. A diáspora pode estar a patrocinar atividades terroristas através do envio de remessas para familiares na Somália que, por sua vez apoiam o terrorismo, ou mesmo diretamente através do envio de fundos para a Al Qaeda ou a Al Shabab, designadamente através do sistema de transferência de dinheiro hawala e o trafico de armas.
- Mercado de Bakara em Mogadíscio, o maior mercado do país o grupo cobrava taxas por todas as mercadorias e negócios que ali são transacionados. Pirataria e controlo dos portos - Barawe, Marka, e Kismayo são os portos que mais traziam lucros ao Al-Shabab por serem os portos mais movimentados país e por aonde passa a maior parte da importação e exportação da Somália, aonde o grupo cobrava impostos e direitos alfandegários, no entanto com a invasão do Quénia e com a junção das suas forças a AMISON (Africa Union Mission in Somalia) em 2012 o grupo perdeu o mercado e os portos.
Pirataria Somali ou Pirataria Moderna I
Causas segundo Gilpin, um dos maiores autores de RI, influenciado por Waltz e Morgenthau
- Rivalidade entre os clãs
- Proliferação de armas
- Grande frustração por parte de uma franja da população maioritariamente jovem
- Extremismo e impunidade que vigora no território
Razões segundo Hansen (Realizou pesquisas de campo entre 2005 a 2014 no Somália e editou o livro Al-Shabab na Somalia a Historia e a Ideologia que foi aclamado pela critica tornando-se um especialista em islamismo e politica no corno de África)
- Refuta a motivação dos piratas que advogam que lutam contra a pesca ilegal dos recursos piscatórios por parte de outros países vizinhos, utilizando para o efeito uma guarda costeira improvisada
- Os alvos dos piratas não são navios pesqueiros, mas sim embarcações cujo o resgate tenderá a ser mais rentável como navios marcantes de grande dimensão ou petroleiros
- Grande parte dos pescadores do país tornaram-se piratas
- Membros do Governo estão envolvidos na pirataria dão apoio logístico aos piratas, em relação aos reféns, carga e embarcações sequestradas
Pirataria Somali ou Pirataria Moderna II
Factos:
- A costa da Somália tem cerca de 3025 Km de costa marítima.
- Os ataques levados a cabo pelos piratas Somalis ultrapassam a Bacia da Somália e Golfo de Áden chegando a costa do Iémen, Quénia, Tanzânia, e mesmo Canal de Moçambique, aonde em dezembro de 2010 foi sequestrado um navio de uma empresa espanhola. Estes são levados a bordo de lanchas rápidas denominadas skiffs.
- O Modus Operandis dos piratas pauta-se por norma já terem uma informação prévia (rotas, horários, cargas e tripulações) informações essas que lhes são fornecidas pelos funcionários do governo ou pelos portos da região.
- Cerca de 35 000 navios transitam actualmente pelo golfo de Áden

Consequências:
- Segundo o parlamento do Reino Unido o dinheiro dos resgates a ser lavado nos mais importantes centros financeiros do mundo
- O capital conseguido com os resgates acaba por entrar na economia da Somália através do pagamento de serviços, aquisição de bens alimentares, viaturas e investimentos no setor imobiliário, dinamizando a atividade económica juntos aos principais centros ligados à pirataria, estes capitais também acabam por ser redirecionados para senhores da guerra, com potenciais consequências negativas em termos de perpetuação do conflito
Geografia da Somália
- Localizada na Península do Corno de África
- O seu terreno consiste em planaltos, planícies e terras altas
- Localização estratégica entre Mar Vermelho e Golfo de Áden
- Litoral mais de 3000 Km – o mais longo de África e do MO, apesar disso o povo Somali não o explora e não é um povo com actividade relevante piscatória, o que leva outros países vizinhos a pescar em suas aguas
- Rica em urânio, minério de ferro, gás natural estanho (industria automóvel)
Estudo de Caso: Terias Geopolíticas e a Somália

- Rudolf Kjellen (sueco) é o primeiro autor a definir geopolítica, advoga o estudo do estado considerado como um fenómeno espacial, isto é, como um território ou um país quanto mais expansão territorial melhor (Imagem Mapa)
- Potências continentais – dissuasão através do território alargando a sua esfera de influência. Potencias marítimas – Dissuasão através do mar, através de uma marinha marcante e meios aeronavais para a proteger a mesma.
- General Carl Von Clausewitz (Prússia) - o maior estratega militar e teórico de guerra contemporâneo com a sua obra Da Guerra.
Clausewitz advoga 3 Grandes Objectivos Políticos:
- Impor o reconhecimento da nossa supremacia - Perdeu a guerra de Ogaden com a Etiópia seu maior rival regional em 1977 e 1978; foi invadida por esta entre 2006 a 2009, invadido pelo Quénia entre 2011 e 2012 e uma Guerra civil dentro do próprio estado desde 1991 até hoje.
- Preservação da independência - Desde a sua independência do Reino unido e da Italia a Somália tem conseguido manter a sua independência, apesar de se ter um estado fragmentado e possivelmente e com a possibilidade de emergências de outros países
- Aumentar o nosso território - O projecto Grande Somália foi uma tentativa de aumentar o território ao tentar anexar Ogaden um território da Etiópia desde 1894, sob o pretexto da unificação de todo o povo somali, porem colocando a integridade territorial da Etiópia em risco.
A guerra é a continuação da política por outros meios - (Guerra com a Etiópia pleno período de Guerra Fria e com a ambição de expandir o país para a tornar a Grande Somália, com o apoio dos EUA depois de romper a aliança com a URSS porem o apoio soviético balanceou a vitoria para a Etiópia). A invasão da Etiópia entre 2006 e 2009 e do Quénia 2009 e 2012 contribuiu para a ascensão do Al-Shabab.
Importância do Líder Militar – Siad Barre manteve-se no poder por mais de duas décadas entre 1969 e 1991, institui um forte nacionalismo na Somália com as escaramuças fronteiriças com a Etiópia e posteriormente com o projecto da expansão territorial da Grande Somália e a invasão da Etiópia, nos últimos anos esse papel tem cabido aos lideres Islâmicos da UTI.
Envolvimento emocional e ideológico do povo envolvido no conflito
Desde o forte nacionalismo instituído por Siad Barre, o povo Somali tem se envolvido apoiando as milícias islâmicas que lutam contra as ocupações estrangeiras como foi o caso da Etiópia, Quénia e das Forças de Manutenção de Paz enviadas desde a década de 90 pela ONU e pala União Africana há um forte sentimento antiamericano e uma forte retórica nacionalista. Há um forte combate ideológico entre a CTF (Conselho de Transição Federal) mais moderado e as forças islâmicas (UTI) mais extremistas além de que a Etiópia é um estado cristão apela-se a Jihad.
Somália na Geopolítica Regional: Poder Terrestre

- O Corno de África par da Península do Sinai são a maior aproximação entre o Continente Africano e a Península Arábica
- Projeção para o Médio Oriente os somalis identificam-se mais com o Mundo Árabe por serem muçulmanos do que com o continente africano
- Milícias Islâmicas a proximidade com o Iémen faz com que haja uma grande afluência e influencia de grupos islamitas extremistas na região
- CTF denuncia o facto de o país ser palco de uma guerra por procuração na dinâmica do MO entre o Arabia Saudita e o Qatar VS o Irão e a Síria até a Primavera Árabe. Os somalis seguem o islamismo sunita. Irão xiita pretende ganhos em desestabilizar a Somália e o Iémen em que há quase um empate demográfico entre sunitas e xiitas. O Irão ganharia em ter dois focos de instabilidade na região como o Iémen e a Somália pois estes grupos iriam combater a AS que não quer tensões na sua fronteira. (O inimigo do meu inimigo é meu amigo)
- Somália e Eritreia VS Etiópia e Quénia Rivais Regionais: A Somália tem desde a sua independência escaramuças fronteiriças com a Etiópia e o Quénia, A Eritreia financia os grupos islâmicos que semeiam o caos na Somália para fazer frente a Etiópia; E a Etiópia financia grupos que possam combater os grupos islâmicos; A Somália, o Djibuti e a Eritreia impedem territorialmente a Etiópia de ter saída para o mar; O Quénia tem uma nova abordagem de PE depois de anos virado para dentro e visto como um país modelo na região quer se afirmar para fora no contexto regional e mostrar o seu poderio militar; Tanto a Etiópia como o Quénia ponderam criar zonas tampões dentro da Somália para que os grupos islâmicos não se infiltrem nos seus países. Há uma relação de ganho e perda entre o Quénia e a Somália o desenvolvimento do Quénia faz com que a Somália tenha menos capacidade de se desenvolver.
Somália na Geopolítica Internacional: Poder marítimo de Mahan

- Alfred Mahan advoga que um país para ter êxito tem de ter o controlo dos mares
- Controlo dos mares (Mar Vermelho)
- Noção das rotas comerciais (Golfo de Áden)
- Ter armada capaz de proteger a marinha marcante (Não tem, os piratas somalis têm é uma serie de lanchas que usam para fazer a pirataria
- Controlar pontos Estratégicos (Não controlam, mas desestabilizam navios que passam pelo Golfo de Áden e Mar Vermelho através do sequestro de tripulações para pedido de resgastes de onde provem uma grande fonte de lucro) fazendo uma analogia o Mar para a Somália é como um Heartland preconizado por Mackinder só que em vez de ser na terra é no mar)
- Importância Geopolítica do Golfo de Áden e do Mar Vermelho
- Permitem a ligação entre o Mar Vermelho e o Mar Mediterrâneo através do Canal do Suez
- Corno de África é a região do mundo aonde predominam mais ataques piratas
- Os piratas somalis são responsáveis pelo rapto de petroleiros, cargueiros e iates multimilionários
- O Golfo de Áden é uma via essencial para o petróleo do Golfo Pérsico e Mundial, tornando-o essencial para a economia mundial. A própria cidade de Áden tem sido bombardeada pela A. Saudita em 2015 o que devastou a cidade porem o porto de Áden não foi bombardeado precisamente pela importância mundial que detém em termos de transação de mercadorias para os países e principalmente as potencias
- O Golfo de Áden é uma via essencial para o transporte de petróleo do Golfo Pérsico e Mundial fazendo parte da importante rota que liga o Mar Arábico, Mar Vermelho e o Mar Mediterrâneo
- O GA e o MV permitem a ligação entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano índico que é extremamente importante para os navios chineses e principalmente indiano que usam esta rota preferencialmente para fazer chegar as suas exportações por via marítima
Somália na Geopolítica Internacional: Código Geopolítico dos EUA
Segundo Brzezinski
- Brzezinski advoga que os EUA perderão a liderança hegemónica até 2030, como indica o estudo Global Trends 2030 (CSNEUA), pórem diz também que a liderança dos EUA foi tão hegemónica, que não aparecerá uma superpotência igual no seu lugar, porque a Ordem Internacional será baseada ainda nos pressupostos liberais norte-americanos.
- Brzezinski advoga que os EUA devem reforçar os laços com uma serie de países do sudeste asiático, pois a mudança do poder irá do ocidente para oriente, destacando a China, a Turquia e a Rússia, e também a União Europeia, Filipinas, Vietname.
- National Security Strategy 2015 (Obama)
- Os conflitos em curso na Somália, Sudão e Sudão do Sul representam uma ameaça a segurança nacional dos EUA
- Vendas de armas a Arábia Saudita e ao Qatar
- Iémen o segundo país com mais armas no mundo por habitante
- Há um enorme tráfico de armas na Somália
- O Al-Shabab é aliado da Al-Qaeda
Guerra a pirataria nos mares da Somália factos
Curiosidades:
- Corno de África é a região do mundo aonde predominam mais ataques piratas.
- Os piratas somalis são os responsáveis pelo rapto de petroleiros, cargueiros e iates multimilionários, por quem depois acabam por pedir grandes resgastes, porém, os países ocidentais não admitem que pagam resgates, pois muito deste dinheiro é lavado nos bancos ocidentais.
- Principais Portos Áden (Iémen), Berbera e Bosaco (Somália), que apesar de toda a instabilidade na região continuam a passar por eles milhares de navios todos os dias.
- Mais de 30 mil navios atravessam anualmente o Golfo de Áden
- Entre 15 a 20% do petróleo mundial passa por esta via (Golfo de Áden e Mar Vermelho)
- Se os navios desviassem as suas rotas por causa da pirataria teriam de contornar toda a África e demorariam até mais 15 dias, o que iria representar um custo maior para companhia em termos de tempo e combustível, e o consumidor em termos de tempo e aumento dos preços das tarifas
Economia Subterrânea:
- Senhores de Guerra
- Corrupção de autoridades governamentais
- Tráfico de armas
- Contrabando
- Tráfico de seres humanos
- Branqueamento de capitais
- Movimento de armas para fações em conflito
Guerra a pirataria nos mares da Somália medidas tomadas
Conselho de Segurança das Nações Unidas
- Intervenção naval entrar no mar da Somália com o propósito de reprimir atos de pirataria e roubo armado no mar (Japão, China, Índia, Rússia, Arábia Saudita, Irão e Iémen tem organizado unilateralmente combate aos piratas)
- United States-led Combined Maritime Forces, NATO standing maritime forces e European Union Naval Force Operation Atlanta
- Contratação de Empresas de Segurança Privada que viajam nos navios armados para repelir ataques dos piratas, uma vez que as companhias passaram a ter custos mais altos com os seguros devido ao risco elevado da pirataria
- Peacekeeping AMISOM
EUA/ União Europeia/Portugal
- Maritime Security Centre Horn Of Africa (MSCHOA)
- Portugal comandou a força da NATO na região em 2009 com a fragata Corte Real
- Operação Atlanta que vigora até aos dias de hoje foi a primeira missão naval ao abrigo da PESD
Papel determinante da Marinha Portuguesa no combate a Pirataria na Somália:
- Protegendo os navios do “Programa Alimentar Mundial” que asseguram a ajuda alimentar para as populações deslocadas da Somália;
- Protegendo navios mercantes vulneráveis que navegam na área;
- Dissuadindo, prevenindo e reprimindo actos de pirataria ao largo da costa da Somália.
Guerra a Pirataria nos Mares da Somália: OBP 2016
Somália Foreig Policy Index 2016 de Estados falhados
Somália Status Quo em 2017
- Há um Governo Federal apoiado pelos EUA, UE, e a UA que tem recuperado território ao UTI e ao Al Shabab
- Quase 4 milhões de somalis estão a ser afetados por uma fome severa, o que agudiza o drama humanitário
- Plano de Resposta Estratégica da ONU é ineficiente para dar resposta por falta de verbas dos doadores
- Mais de um milhão de deslocados devido a seca e a guerra só em 2017
- Pirataria esta controlada
- A AMISON/UA esta a começar a retirar as suas tropas por falta de verbas de financiamento da UE e dos EUA, o que pode levar a recuperação por parte do Al-Shabab de território que tinha perdido para o Governo Federal da Somália
- Número crescente de refugiados nos países vizinhos (Quénia e Etiópia)
Conclusões do Estudo de caso sobre a Somália
Recomendações/Hipóteses
- Desarticular as organizações que apoiam os piratas
- Combate extremo a corrupção dos funcionários governamentais que apoiam e vendem informações aos piratas
- O Governo Federal da Somália deve estabelecer uma economia viável para que a pirataria não seja uma espécie de economia de subsistência/economia subterrânea
- Os EUA bem como a UE não podem cortar financiamento a AMISOM pois corre-se o risco de perder os avanços obtidos nos últimos anos, devido a Somália ainda ser um Estado frágil
- Com a gradual retirada da AMISOM, a UA e os seus parceiros devem ajudar o Governo da Somália a criar uma nova arquitetura de segurança nacional: Exercito, Polícia, Guarda Costeira e Inteligência, que seja capaz de garantir a sua integridade territorial

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22/05/2019