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A terra e os planetas telúricos (Resumo de Geologia) - NotaPositiva
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Tatiana Rodrigues

Escola

Escola Básica e Secundária Sidónio Pais

A terra e os planetas telúricos (Resumo de Geologia)

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Resumo do trabalho


1. A terra e os planetas telúricos

O calor interno do planeta está associado a 4 causas fundamentais:

  • Acumulação do calor resultante do atrito provocado pela violência dos inúmeros choques, associados ao processo de acreção;
  • Radioatividade natural dos átomos instáveis existentes na nebulosa inicial. Estes átomos (por exemplo, o urânio e o tório) incorporavam-se nos planetesimais, acabando por fazer parte da massa do planeta. Aí desintegrar-se-iam ao seu próprio ritmo, libertando grandes quantidades de energia calorifica;
  • Contração gravitacional resultante do aumento de massa dos planetas. Este fenómeno provocava um aumento de pressão no interior do planeta, com o consequente aumento de temperatura;
  • Efeito de marés resultante dos ciclos de contração e distensão associados às interações gravíticas entre os diferentes corpos do Sistema Solar.

A energia necessária para a atividade geológica externa provém:

  • Do Sol: esta estrela introduz a energia necessária para "ativar" os agentes que modelam a superfície da Terra;
  • Da atividade vulcânica: em particular o calor que se liberta junto às cristas médio-oceânicas que induz o aquecimento da água do mar que, por sua vez, condiciona o aquecimento da atmosfera e toda uma série de alterações no clima;
  • Do impactismo: ainda hoje a Terra é bombardeada por corpos vindos do espaço embora, na atualidade, este efeito seja muito reduzido, quando comparado com os primórdios do nosso planeta.

1.1. Manifestações da atividade geológica

   As estruturas endógenas resultam da ação de processos e forças que atuam no interior dos planetas, como, por exemplo, dobras, falhas, fissuras, cones vulcânicos, filões, entre outras;

   As estruturas exógenas são originadas por processos que ocorrem na superfície do planeta, tais como rios, dunas e ravinamentos;

   As estruturas exóticas têm uma origem exterior ao planeta, como é o caso de crateras de impacto de meteoritos e outros corpos celestes.

   O calor acumulado vai-se dissipando, constituindo a principal fonte de energia capaz de sustentar a geodinâmica interna de alguns planetas.

   Apesar de possuírem características semelhantes relativamente à sua composição e estrutura, os planetas telúricos manifestam diferenças significativas no que diz respeito à sua atividade geológica, quer interna quer externa.

   Nos planetas geologicamente ativos, os fenómenos dinâmicos são fundamentalmente consequência:

  • Da influência da atmosfera sobre a superfície, responsável pela meteorização e pela erosão dos materiais rochosos. Estes efeitos são particularmente notórios em Marte, onde se verificam intensas tempestades de areia, e na Terra, onde a água é o principal agente modelador da superfície;
  • Do calor interno dos planetas, responsável pelos movimentos convectivos que estão na origem do vulcanismo (Vénus, Terra), dos sismos (para além da Terra, podem ocorrer em Marte e em Vénus) ou dos movimentos tectónicos existentes na Terra.

   Nos planetas geologicamente inativos, ou geologicamente mortos, como Mercúrio, aqueles fenómenos têm uma expressão muito reduzida. Tal facto resulta quer da ausência de atmosfera (em virtude da sua pequena massa, com a consequente fraca atração gravítica) quer das reduzidas quantidades de calor interno. Apesar da sua inatividade atual, Mercúrio evidencia sinais de vulcanismo antigo, provavelmente induzido pelos choques de asteroides, comprovados pelas inúmeras crateras de impacto, numa fase inicial da sua existência, quando ainda se encontrava muito quente. Note-se que a ausência de atmosfera em Mercúrio e a consequente inexistência de erosão permitem a persistência das crateras de impacto. A ausência de atmosfera provoca enormes amplitudes térmicas na superfície do planeta, responsáveis por alterações pouco significativas dessa superfície.

1.2. Sistema Terra-Lua

   O estudo do satélite terrestre revela-se do maior interesse para o conhecimento da história do nosso próprio planeta, uma vez que, ao longo dos tempos, a superfície e a estrutura da Lua apresentam praticamente as suas características de origem. Esta natureza quase "fóssil" da Lua permite inferir das condições associadas aos primeiros tempos da história da Terra. De entre os aspetos que mais contribuíram para o nosso conhecimento dos primórdios do Sistema Solar, destacam-se o estudo da morfologia da superfície lunar e dos materiais rochosos colhidos nessa superfície. Esse estudo permitiu a caracterização de regiões com diferente natureza:

Mares lunares Continentes lunares
  • Superfícies planas e baixas;
  • Constituídos por rochas escuras de natureza vulcânica (basaltos);
  • Refletem pouca luz solar;
  • Poucas crateras de impacto;
  • Ocupam cerca de 1/3 da superfície lunar;
  • Predominam na face visível da lua;
  • Rochas jovens (cerca de 3160 M.a.).
  • Zonas altas e acidentadas;
  • Constituídas por rochas claras (anortosito);
  • Refletem mais luz;
  • Muitas crateras de impacto (datam a época da formação da Lua);
  • Ocupam 2/3 da superfície lunar;
  • Predominam na face oculta da lua;
  • Rochas mais antigas (cerca de 450 M.a.);

   Quando comparada com a Terra, a Lua apresenta uma massa e densidade mais reduzidas. Este facto confere-lhe um fraco poder gravitacional que não possibilita a retenção de uma atmosfera. A inexistência de atmosfera, juntamente com a ausência de água no estado líquido, faz com que, na Lua, praticamente não exista erosão, para além daquela que resulta do impactismo.

   Esta reduzida atividade geológica externa, associada a uma atividade interna quase ausente, reduzida a raros sismos, torna a Lua um satélite geologicamente inativo ou morto. Devido a este facto, é possível encontrar na superfície lunar, sobretudo nos continentes, em regiões menos afetadas por crateras de impacto, materiais rochosos correspondentes aos primeiros mil milhões de anos do Sistema Solar bem como matéria cósmica proveniente da nuvem que originou este sistema. As rochas estão cobertas por um material fino e desagregado - rególito - resultante, sobretudo, do impacto de corpos celestes.



258 Visualizações 31/05/2019