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Atendendo ao registo fóssil, a vida terá surgido na Terra há cerca de 3800 M.a., nos oceanos primitivos.
Os primeiros seres vivos teriam uma estrutura comparável à dos organismos atuais mais simples, seres unicelulares e de organização procariótica - procariontes.
O registo fóssil documenta o aparecimento, há cerca de 1800 M.a., de formas celulares maiores e mais complexas, os seres unicelulares de organização eucariótica - eucariontes.
Apesar destas capacidades - fotossíntese e respiração -, a simplicidade dos organismos procariontes limitava os processos metabólicos que podiam ser realizados simultaneamente. Alguns grupos de procariontes evoluíram e aumentaram a sua complexidade, tendo, muito provavelmente, estado na origem dos organismos eucariontes.
Segundo o modelo autogenético, algumas células procarióticas ter-se-iam tornado progressivamente mais complexas.
Prolongamentos da membrana citoplasmática deslocaram-se para o interior do citoplasma, originando compartimentos, separados do resto do citoplasma, que viriam a constituir os organelos celulares. Como resultado dessa compartimentação ocorreu uma divisão interna das funções celulares.
Os defensores deste modelo sugerem que o primeiro compartimento a surgir dentro da célula foi o invólucro nuclear. Como resultado do aumento do número de organelos celulares, estas células sofrem um aumento de tamanho muito acentuado.
O modelo endossimbiótico, atualmente o mais aceite, admite que células procarióticas primitivas teriam estabelecido entre si múltiplas associações, num processo que conduziu ao aumento de complexidade estrutural e funcional das células. Por processos idênticos aos da fagocitose, algumas células procarióticas teriam englobado outras células procarióticas de menores dimensões com as quais passaram a estabelecer relações de simbiose.
É através deste modelo que explicamos a origem dos cloroplastos e das mitocôndrias. Estes organelos teriam resultado de associações simbióticas entre uma célula procariótica e procariontes fotossintéticos idênticos às cianobactérias atuais ou entre uma célula procariótica e procariontes aeróbios (com respiração aeróbia).
Alguns procariontes fotossintéticos fagocitados não teriam sofrido digestão e teriam começado a fornecer à célula matéria orgânica resultante da sua atividade fotossintética e a receber em troca proteção água e dióxido de carbono necessários à fotossíntese. Gradualmente, foi-se estabelecendo uma relação de simbiose intracelular – endossimbiose -, com proveito mútuo, que tornou essas duas células numa estrutura indissociável, na qual a célula englobada teria evoluído para cloroplasto.
Por um processo similar, a fagocitose de procariontes aeróbios, eficazes na utilização do oxigénio nos processos de produção de energia, teria levado ao aparecimento das mitocôndrias.
Os dados mais recentes apontam no sentido de:
De entre as várias evidências que parecem confirmar este modelo salientam-se:
Além destes argumentos, verifica-se, por um lado, que alguns dos genes necessários para o funcionamento das mitocôndrias e dos cloroplastos estão presentes no núcleo da célula eucariótica, o que poderia ser um argumento a favor do modelo autogénico.
Por outro lado, verificam-se trocas de sequências de DNA entre as mitocôndrias (e entre os cloroplastos) de uma célula.
Além disso, algumas porções do DNA destes organelos semiautónomos são trocados com o núcleo das células onde se encontram. Assim, admite-se que, no decurso do processo de evolução conjunta, alguns genes das mitocôndrias terão sido transferidos para o núcleo célula hospedeira.
Há muitos aspetos da organização eucariótica para os quais este modelo ainda não apresenta respostas consensuais, nomeadamente, a origem do núcleo e dos restantes organelos membranares. Alguns autores admitem, por isso, uma síntese dos dois modelos, sugerindo processos autogénicos para explicar a origem destes constituintes.
Após a formação dos seres eucariontes, a vida na Terra apresentava una grande diversidade.
Organismos capazes de produzir compostos orgânicos, utilizando a energia luminosa, libertavam oxigénio para a atmosfera – cloroplastos.
Outros desenvolviam a capacidade de aproveitar esse oxigénio para degradar compostos orgânicos e obterem, assim, energia necessária para as suas funções – mitocôndrias.
Alguns organismos estabeleciam relações simbióticas de tal forma vantajosas que se tornariam permanentes.
A partir de determinada dimensão o aumento de volume das células não é acompanhado por um aumento correspondente da superfície membranar (área), necessário para garantir as trocas metabólicas decorrentes dessa alteração de volume. Este facto limitou a evolução estrutural dos organismos unicelulares eucariontes.
Na sequência do processo de reprodução, algumas células geradas não se libertariam das células progenitoras após a divisão formando simples agregados de seres unicelulares (ancestrais dos organismos multicelulares). Estes organismos seguiram vias evolutivas (competição entre si pelo alimento e pelo espaço) que haveriam de originar a organização em colónias e, posteriormente, a pluricelularidade ou multicelularidade.
Inicialmente, todas as células da colónia desempenhavam a mesma função. Contudo, ao longo do tempo, algumas das células do agregado colonial ter-se-ão especializado em determinadas funções. A diferenciação celular, ter-se-á acentuado no decurso da evolução, originando verdadeiros seres multicelulares (admite-se que primeiros seres multicelulares tenham surgido na sequência de um aumento de complexidade e diferenciação celular nos seres coloniais).
NOTA:
Apesar do aumento gradual de complexidade e interligação entre as células, os organismos coloniais não constituem seres pluricelulares uma vez que a diferenciação celular não existe ou é muito reduzida.
O elevado grau de interligação entre as células e a diferenciação celular levaram ao aparecimento dos tecidos e dos órgãos que caracterizam a maioria dos seres multicelulares.
A associação de seres unicelulares em estruturas maiores e mais complexas -as colónias - bem como o aparecimento de seres pluricelulares vieram permitir o aumento do volume, mantendo elevada a superfície de contacto das células com o seu exterior. Desta forma, garantida a eficácia das trocas e a eficiência do seu metabolismo, o processo evolutivo pôde prosseguir no sentido do aumento de volume do organismo.
O aparecimento da multicelularidade permitiu uma série de tendências evolutivas que acabaram por conferir vantagens aos respetivos organismos: