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Resumo/Apontamentos sobre a temática dos Valores, realizado no âmbito da disciplina de Filosofia (10º ano de escolaridade).
Cada pessoa deve ter uma tábua de valores, como a de Max Scheler, cada tábua deve ser organizada mediante os nossos critérios e preferências. E a polaridade permite-nos distinguir as coisas valiosas das não valiosas, ajudando na organização hierárquica.
Cada valor é bipolar, sendo assim se um valor está no topo da tábua hierárquica então o seu contravalor estará na base.
A axiologia é uma disciplina filosófica que se ocupa do estudo dos valores, analisando a sua natureza e definindo-os através da sua relação com o ser humano.
Juízos de facto correspondem a afirmações que tendem a ser descritivas e objectivas. Descrevem a realidade, são objectivos e claros (ou seja não dependem da preferência ou apreciação do sujeito), são empiricamente verificáveis, são neutros, impessoais e imparciais, podem ser verdadeiros ou falsos, e quando verdadeiros é possível o seu reconhecimento por todos.
Juízos de valor são enunciados exprimem as preferências do sujeito. Pretendem avaliar a realidade, são subjectivos (resultam da apreciação e valoração do sujeito), não são empiricamente verificáveis, não são falsos nem verdadeiros e muitas vezes não são consensuais.
Por isso, por isso factos e valores são faces distintas da realidade humana.
Se os factos e os valores se confundissem estaríamos a assumir que os valores eram objectivos e a esperar que toda a gente os entendesse da mesma maneira.
Os valores definem-se como sendo entidades virtuais, que não existem na realidade. Os valores não são propriedade dos objectos, são atribuídos às coisas por um sujeito. Valor implica sempre uma relação de um sujeito com um objecto.
As características fundamentais dos valores são a hierarquia e a polaridade.
Os valores orientam as nossas preferências. O valor que confere sentido à vida, serve para a nossa orientação pessoal.
Valorar algo é o acto de atribuir um valor ao objecto.
Para valorar algo de forma sentida temos de ter em conta a nossa experiencia e as nossas preferências.
Max Scheler apresentou uma classificação de valores, organizando do mais importante para o menos importante, segundo as suas ideias: valores religiosos (divino/demoníaco), valores éticos (bom/mau), valores estéticos (bonito/feio), valores lógicos (verdade/falsidade), valores vitais (fraco/forte) e por fim valores úteis (caro/barato).
Esta interpretação de valores feita por Max Scheler não deve ser exclusiva e definitiva! Cada indivíduo, tem a sua “tábua de valores”, sendo que está poderá ser reajustada em função das suas experiências e necessidades.
O objectivismo axiológico consiste na objectividade, absolutividade e perenidade (eternidade), defendendo assim que os valores são como factos que se encontram na relação com os objectos, que não dependem de nada e valem por si mesmos e que não sofrem alterações nem acompanham a história dos homens.
O subjectivismo axiológico consiste na subjectividade, relatividade e historicidade, defendendo assim que os valores dependem do sujeito para se mostrarem, dependem da valoração do sujeito, quer em termos pessoais, quer tendo em conta o contexto social e cultural em que se encontra e que os valores sofrem alterações em função da história da humanidade.
Sendo assim o objectivismo axiológico defende que os valores são objectivos, absolutos e intemporais e o subjectivismo axiológico defende que os valores são subjectivos, relativos e temporal.
O psicologismo encara o valor como uma vivência pessoal, ou seja, que o valor resulta de um estado psicológico.
Enuncia que o valor é subjectivo e que os objectos não valem porque tem qualidades mas sim porque os desejamos. Segundo o psicologismo, os juízos de valor correspondem a realidade tal como o sujeito a vê, e portanto, são validos e legítimos.
O psicologismo encara também algumas dificuldades como por exemplo a impossibilidade de explicar a permanência de valores na vida do homem.
O naturalismo defende a existência se valores como qualidades das coisas, estando ligado ao objectivismo axiológico. O naturalismo define valores como propriedades objectivas das coisas.
Também o naturalismo enfrenta algumas dificuldades: se os valores pertencem às coisas então porquê a existência de desentendimentos entre indivíduos acerca dos valores dos objectos.
O ontologismo afirma que os valores são independentes dos objectos reais, do espaço e do tempo em que nos encontramos. Esta teoria defende que os objectos dependem dos valores para se tornarem valiosos, mas os valores não dependem dos objectos. Assim, os valores são imateriais, intemporais e imutáveis (fixos).
Como defendia Platão, defensor do ontologismo, os valores são perfeitos e absolutos. As ideias do Belo e do Bem não se alteram ao contrário dos objectos e das acções que se podem classificar.
Cultura é um conjunto de manifestações materiais e imateriais que reflectem a especificidade de um grupo de indivíduos na sua maneira de pensar, sentir e agir. É um conjunto de valores e padrões de comportamento e também uma forma de adaptação.
Existem critérios pessoais, colectivos e universais.
Os critérios pessoais dizem respeito ao sujeito, baseiam-se nas suas características pessoais (os seus gostos, interesses, …).
Os critérios colectivos são de dimensão social e cultural (costumes, ideias e formas de estar em grupo).
Os critérios universais dizem respeito a toda a humanidade e reconhecem o sujeito como ser sensível aos outros que coabitam o planeta.
Critérios transubjectivos são critérios que ultrapassam a barreira do individual e do colectivo, mas que ainda não são universais. Estes critérios são necessários serem estabelecidos para garantir o enriquecimento da realidade humana na sua relação com os outros e com o planeta.
A humanidade, o diálogo e a vida do planeta são exemplos de critérios transubjectivos.
O etnocentrismo é uma visão egocêntrica que promove a assimilação.
As culturas dominantes tendem a impor os seus valores e padrões de comportamento às culturas minoritárias dando origem a racismo, xenofobia, patriotismo e nacionalismo exagerado. O etnocentrismo acaba por ser uma visão dogmática cheia de princípios e valores absolutos e inquestionáveis.
Se entendermos que os nossos costumes são os únicos aceitáveis, ficaremos impedidos de reconhecer a existência de outros igualmente aceitáveis.
O relativismo cultural aceita e respeita as diferenças culturais mas acaba por promover a separação, pois há diferentes culturas que se toleram, mas que vivem sem contacto entre si, isto leva ao isolamento de culturas. O relativismo impede-nos, assim, de procurar o progresso da própria humanidade.
Além de que a tolerância (conviver pacificamente com os outros respeitando as suas diferenças) exigida pelo relativismo acaba por tornar-se contraditória, pois se tudo é aceitável, não há nada a tolerar, então a tolerância poderá transformar-se em indiferença. Ao propor uma tolerância indiferente o relativismo afasta a hipótese de entendimento entre as culturas e a possibilidade de enriquecermos com elas.
A interculturalidade ao reconhecer a natureza plural e diversificada da cultura humana, promover o contacto entre as diferentes culturas, defender a partilha de valores, assumir a universalidade dos direitos humanos e ao exigir a prevenção de conflitos, está a promover a integração e a interacção. Se a humanidade ganha com a diversidade cultural, propõe-se o contacto e o diálogo entre diferentes culturas no sentido de enriquecerem mutuamente.