O teu país
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Trabalho escolar sobre o grande físico do séc. XX, Albert Einstein, realizado no âmbito da disciplina de Física (10º ano).
Albert Einstein foi um físico alemão, estabelecido nos Estados Unidos, muito conhecido por desenvolver a teoria da relatividade. Ganhou o Prémio Nobel da Física em 1921 pela correcta explicação do efeito fotoeléctrico; no 
entanto, o prémio só foi anunciado em 1922. O seu trabalho teórico possibilitou o desenvolvimento da energia atómica, apesar de não prever tal possibilidade.
Devido à formulação da teoria da relatividade, Einstein tornou-se famoso mundialmente.
Einstein tinha ideias próprias e algumas dessas ideias transformaram radicalmente as noções do tempo, dos átomos, do espaço, da luz, da energia e da matéria. Estas ideias tiveram um impacto na sociedade e na tecnologia, como por exemplo, o laser e a bomba atómica, que se viriam a comprovar décadas mais tarde.
Nos seus últimos anos, a sua fama excedeu a de qualquer outro cientista na cultura popular: "Einstein" tornou-se um sinónimo de génio. Foi por exemplo eleito pela revista Time como a "Pessoa do Século" e a sua face é uma das mais conhecidas em todo o mundo. Em 2005 celebrou-se o Ano Internacional da Física, em comemoração dos 100 anos do chamado "Annus Mirabilis" (ano miraculoso) de Einstein, em que este publicou quatro dos mais importantes artigos cientifícos da física do século XX. Em sua honra, foi atribuído o seu nome a uma unidade usada na fotoquímica, o einstein, bem como a um elemento químico, o einstênio.
Albert Einstein nasceu de uma família judaica, em Ulm (Württemberg, sul da Alemanha) no dia 14 de Março de 1879.
O seu pai, Hermann Einstein, tinha uma oficina electrotécnica e tinha um grande interesse por tudo o que se relacionasse com invenções eléctricas.
Os seus negócios não progrediam e, logo que o filho nasceu, viu-se obrigado a ter que mudar para uma cidade maior, a ver se as coisas melhoravam. Escolheu então Munique, porque lá poderia abrir uma oficina em sociedade com o seu irmão Jacob.
Na década de 1880, a cidade de Munique, em processo de industrialização (relativamente tardio) desenvolveu-se muito, crescendo a população a um ritmo de dezassete mil novos habitantes por ano. O material eléctrico, uma tecnologia relativamente recente, tinha alta conjuntura nestes anos. A empresa do pai de Einstein chegou a ter entre 150 e 200 trabalhadores nos seus melhores dias. Dois dos contratos que a empresa obteve foram a electrificação da cidade de Schwabing (hoje um bairro de Munique) e de Theresienwiese onde se realiza a famosa Oktoberfest de Munique.
A 18 de Novembro de 1881, nasce Maria Einstein (Maja). Einstein teve sempre uma relação muito íntima com a irmã. Einstein e Maja recebem uma educação não religiosa. Em casa não comiam carne, a família não frequenta a sinagoga. O pai considerava os ritos judeus como superstições antiquadas. Com três anos, Einstein tinha ainda dificuldades de fala, o que preocupava os seus pais. A juventude de Einstein era solitária. As outras crianças chamam-lhe "Bruder Langweil" (irmão tédio) e "Biedermann" (mesquinho). Aos cinco anos de idade, Einstein, que era esquerdino, recebe ensino de uma professora em casa. O seu ensino termina quando Einstein aborrecido lança uma cadeira sobre a sua professora.
Foi na cidade de Munique que Albert frequentou a escola primária e secundária. Enquanto criança, não apresentava qualquer sinal de genialidade, muito pelo contrário, o seu desenvolvimento deu-se de um modo bastante lento até ter nove anos. No entanto, a sua paixão em contemplar os mistérios da Natureza começou muito cedo (aos quatro anos ) quando ficou maravilhado com uma bússola que o pai lhe tivera oferecido como presente. Questionava a si próprio: "Como é que uma agulha se pode movimentar, flutuando no espaço, sem auxílio de nenhum mecanismo?".
Durante a escola, Albert Einstein sentia grande dificuldade para se adaptar às normas rígidas do estudo. Os professores eram muito autoritários e exigiam que os alunos soubessem tudo de cor. Geografia, história e francês eram os seus grandes tormentos, talvez por ter de se decorar mais, pois ele preferia as matérias que exigiam mais compreensão e raciocínio, tal como a matemática.
Enquanto estudava, o seu tio Jacob ia lhe contando as primeiras noções de álgebra e geometria. Aos doze anos, ganhou um livro de geometria elementar e, a partir daí, o seu gosto pela matemática aumentou cada vez mais.
Um dos seus professores mais ‘duros’, dizia que Albert nunca iria servir para nada e que, para além disso, era uma pessoa extremamente desatenta na sala de aula, e que isso influenciava negativamente os seus colegas, o que o levava a ser suspenso várias vezes.
Quando estava já no último ano do ginásio, o seu pai teve de mudar novamente de cidade, uma vez que os negócios tinham fracassado. Desta vez decidira emigrar para a Itália e empregar-se em Milão. Porém, Albert permaneceu mais um ano em Munique para que pudesse concluir os seus estudos secundários. No meio do ano, conseguiu arranjar uma dispensa médica e foi passar uma temporada com a família na Itália. Depois retomou os estudos na Escola Cantonal de Aarau e obteve o diploma que lhe permitiu prestar exame para admissão na Universidade.
Continuou então os seus estudos superiores na Escola Politécnica de Zurique e, em 1900, diplomou-se em Matemática e Física. Durante esse período não chegou a ser um excelente aluno (sobretudo pelo facto de estar dominado por algumas questões que lhe ocupavam o seu tempo por completo) enquanto que o curso exigia um estudo mais superficial devido ao grande número de matérias que eram ministradas.
Nas suas notas autobiográficas, Einstein regista que nessa altura ficou tão aborrecido com as questões científicas que, logo depois de se formar, passou um ano inteiro sem ler as revistas especiais que eram publicadas. Isto sucedeu possivelmente pelo facto de, durante o curso, ter feito a leitura de todos os grandes cientistas da época (particularmente Helmholtz, Hertz e Boltzmann) avançando o programa estabelecido pela Faculdade, pois preferia ficar em casa lendo, do que ir assistir às aulas, as quais achava maçadoras e aborrecidas.
Hermann Minkowski, que tivera sido seu professor de matemática, que mais tarde foi o primeiro a interpretar geometricamente a Teoria da Relatividade, quando vira um artigo numa revista publicado por Einstein, comentou com um amigo se seria o mesmo Einstein que ele tinha dado aulas, salientando que ele parecia conhecer muito pouco sobre o que lhe era ensinado.
Depois de se formar, Einstein procurou emprego durante muito tempo. Tinha desistido do emprego que mais queria, o de ser professor-assistente na sua Universidade. Foi então que, em 1902, Grossmann, um colega de faculdade, obtém-lhe um emprego como técnico especializado no Departamento Oficial de Registo de Patentes de Berna, onde Einstein permaneceu até 1909, quando a Universidade de Zurique o convidou para o cargo de professor.
Em 1903, tinha-se casado com uma antiga colega de turma, Mileva Maric. Desse casamento nasceram dois filhos: Hans Albert e Eduard. O casamento não foi bem sucedido, e como tal, resultou em divórcio em 1913.
Os anos que Einstein viveu em Berna foram muito alegres e proveitosos. Podia tocar violino, o que lhe propiciava alegres momentos de relaxamento. Contando com o salário do registo de patentes, o que lhe assegurava uma vida modesta, e com obrigações profissionais pouco exigentes, sobrava-lhe tempo para a admiração. Liberto, então, de preocupações rotineiras, o seu raciocínio criador pôde desenvolver se a passos largos. Os seus três célebres declarados de 1905 foram insuperáveis em brilhantismo lógico e ousadia.
Juntamente com seus amigos Conrad Habicht (matemático) e Maurice Solovine (filósofo), Einstein fundou a Academia Olímpia, de cujas animadas reuniões ele ainda se lembrava com nostalgia no fim de sua vida. Solovine narra com algum entusiasmo o episódio de quando ele resolveu faltar a uma das reuniões para assistir a um concerto. A sua ausência foi logo vingada. Pois ao voltar, encontrou o seu quarto imerso em fumaça e a sua cama coberta de fumo de cachimbo, o que lhe provocou imediatas náuseas, pois não tolerava de maneira alguma o cheiro a fumaça de tabaco. As reuniões eram centradas na discussão de livros filosóficos de Pearson, Hume, Mach, Riemann, Spinoza e Poincaré, as quais, frequentemente, se estendiam até ao amanhecer.
Isto tudo corresponde inversamente aos últimos anos da sua existência, Einstein raramente tinha paciência para ler tratados científicos, e tinha de depender dos seus amigos para se manter informado acerca de trabalhos desenvolvidos por outros cientistas.
Em 1907, Einstein tenta obter a Venia Legendi (direito para magistrar em faculdades) na Universidade de Berna. Como discurso inaugural, apresentou o artigo de 1905 intitulado "Electrodinâmica dos Corpos em Movimento", nessa época ainda estava extremamente duvidoso, e como tal, este artigo foi recusado e criticado violentamente pelo professor de física. Einstein ressentiu-se tão fortemente que adiava novamente o seu ingresso no magistério universitário. No entanto, meses mais tarde, por insistência dos seus amigos, tenta novamente e, desta vez, é admitido.
Rapidamente a sua reputação ultrapassa os transtornos iniciais, e Einstein começa a receber uma série de convites de universidades importantes, um deles, no início de 1909, quando a Universidade de Zurique o convida para assumir uma cadeira, como professor-assistente, por três semestres.
O seu trabalho actual (Registo de Patentes) não fazia a superior a menor ideia das actividades que o cientista desenvolvia para além dos domínios do Departamento, de modo que, quando Einstein apresentou o seu pedido de demissão, quis saber o motivo. Einstein contou que lhe tinham ofertado um cargo de professor na Universidade de Zurique.
O superior pediu para se deixar de brincadeiras, pois ninguém jamais iria acreditar numa história absurda como aquela. No entanto, o absurdo era verdade, e Einstein deixou Berna e mudou-se para Zurique.
Como professor, não era expressivo nas suas exposições, em parte porque não dispunha de tempo para se preparar, e também porque não apreciava desempenhar o papel de dono da sabedoria. Alguns alunos sentiam-se atraídos pela sua figura, devido à extrema simplicidade e modéstia que possuía.
Em 1911, a Universidade Germânica de Praga, convidou-o para a cátedra de Física Teórica, na qualidade de professor-catedrático. A situação social e política de Praga não o atraía muito, mas os seus três semestres contratuais estavam acabar. Foi ai que a Escola Politécnica de Zurique ofereceu-lhe o cargo de professor catedrático. Em 1912, deu início, então, às sonhadas aulas na universidade onde estudara. Mas elas não iriam prosseguiram por muito tempo.
Em 1913, o grande físico Max Planck e o célebre físico-químico Walter Nernst visitaram-no pessoalmente, convidando-o para o cargo de director de Física do Kaiser Wilhelm Institute, em Berlim, sucedendo Jacobus Hendricus Van't Hoff, que tinha falecido em 1910. Einstein aceitou os seus trabalhos em Zurique em Abril de 1914. Nesse novo emprego, libertado do compromisso com as aulas, pôde concentrar-se totalmente nas pesquisas científicas. Começa então uma nova fase de realizações na vida de Einstein.
A proximidade com Planck, Laue, Rubens e Nernst teve efeito luminoso nas ideias de Einstein. As suas pesquisas sobre os fenómenos gravitacionais, originadas em Zurique, puderam ser brilhantemente finalizadas e apresentadas à Academia Prussiana de Ciências em 4 de Novembro de 1915, sob o título de Teoria da Relatividade Generalizada.
Einstein solucionara o problema da harmonia celeste. Segundo ele, todas as tentativas anteriores para esclarecer a estrutura do Universo tinham se baseado numa suposição falsa: os cientistas julgavam que o que parecia verdadeiro a eles, quando observavam o Universo de sua posição relativa, devia ser verdadeiro para todos os que observavam o Universo de todos os outros pontos de vista. Para Einstein, não existia essa verdade absoluta. A mesma paisagem podia ser uma coisa para o pedestre, outra coisa totalmente diversa para o motorista, e ainda outra coisa diferente para o aviador. A verdade absoluta somente podia ser determinada pela soma de todas as observações relativas.
Em oposição à doutrina newtoniana (de Newton), Einstein declarava que tudo estava em movimento constante. E explicava que as velocidades dos diversos corpos em movimento no Universo eram relativas umas às outras. A única excepção a essa relatividade do movimento, era a velocidade constante da luz, a maior que conhecemos, constituindo o factor imutável de todas as equações da velocidade relativa dos corpos em movimento. Além da velocidade, a lei da relatividade aplicava-se também à direcção de um corpo em movimento.
Por exemplo, Einstein admitia que ao deixar cair uma pedra do alto de uma torre ao solo, para nós parecerá que caiu em linha recta, enquanto que para um observador hipotético situado no espaço, a pedra descreveria uma linha curva, porque se registaria não só o movimento da pedra sobre o nosso planeta, mas também o movimento do planeta em redor do seu eixo; e para um terceiro observador, noutro planeta, sujeito a um movimento diferente da Terra, a pedra descreveria outra linha diferente. Todas as trajectórias, ou direcções, de um corpo em movimento eram, pois, relativas aos pontos de onde se observava o deslocamento desse corpo.
Para Einstein, o Universo era uma continuidade espaço-tempo; um dependia do outro. Ambos deviam ser encarados como aspectos coordenados da concepção matemática da realidade.
Mais tarde, concluiu ainda Einstein, sobre os fenómenos gravitacionais, que não existe em baixo nem em cima no Universo, no sentido de que os objectos caíam por serem puxados para baixo na direcção de um centro de gravitação. "O movimento de um corpo deve se unicamente à tendência da matéria para seguir o caminho de menor resistência."
Os corpos, no espaço, escolheriam os caminhos mais fáceis e evitariam os mais difíceis; não havia mais motivo para admitir a existência de uma força de gravitação absoluta. Einstein provou, por meio de uma série de fórmulas matemáticas, a curvatura do espaço, cujo ponto principal da teoria é: a distância mais curta entre dois pontos não é uma linha recta, mas uma linha curva, pois o Universo consiste numa série de colinas curvas, e todos os corpos do Universo caminham em redor das ladeiras curvas dessas colinas.
Einstein calculou matematicamente o ângulo recto do desvio de um raio de luz que viaje de uma estrela remota em direcção à Terra, que foi revelado no eclipse de 1919.
Esse trabalho, fruto de anos de intensas pesquisas, acabou por reafirmar o seu reconhecimento por parte da comunidade científica do mundo todo. A sua influência fez-se sentir em praticamente todos os campos da física. Tendo praticamente todo o seu tempo esgotado no desenvolvimento das suas ideias, a tarefa de leitura de escritos científicos ficou a cargo do "Physics Coloquium" (organizado por von Laue, professor de Física na Universidade de Berlim), que acabou por se tornar a sede comum de encontro de vários físicos académicos e de laboratoristas industriais de Berlim.
No início de cada semestre, Laue investigava a literatura internacional sobre a física e separava os artigos mais importantes enviando a alguns comentadores voluntários que os representavam brilhantemente nas reuniões que se davam semanalmente. Ninguém que participasse nesses encontros poderia esquecer do espectáculo quase mítico de ver entrar em cena homens como Rubens, Nernst, Planck, Einstein, Laue (uma verdadeira tela onde se viam pintados os maiores físicos da época) adquirindo os lugares da primeira fila. Einstein estava sempre presente nesses encontros e participava nas discussões com grande entusiasmo.
Mantinha-se longe de qualquer dogmatismo e era capaz de se colocar, às vezes, em posições completamente opostas às suas próprias convicções, em marcante confronto com Planck, que participava sempre de modo mais neutro, sendo mais reservado nas suas respostas.
A relação entre estes dois mestres do pensamento físico era particularmente interessante. Einstein sentia grande admiração e carinho para com o seu colega mais velho, mas a sua abordagem filosófica em relação aos seus objectivos de pesquisa era diferente. O entusiasmo de Planck pela teoria originava-se da sua profunda convicção da existência da harmonia fundamental entre o nosso pensamento racional e a estrutura do mundo físico.
Para Planck, a observação aparecia como a confirmação da teoria, mais do que como a premissa básica na qual a teoria deveria ser fundamentada. Como consequência, Planck foi radicalmente contra o pensamento positivista de Ernst Mach, que considerava primitivo e anti-intelectual. Einstein defendeu Mach perante Planck e era inclinado a dar importância prioritária às observações. Essa atitude mudou essencialmente sob o impacto da relatividade generalizada, teoria que produziu profundo efeito no seu criador. Apesar da sua conversão ter sido lenta, ela foi definitiva: de 1930 até o fim de sua vida, Einstein adoptou a visão platónica, que era, no seu ponto de vista, idêntica à própria filosofia de Planck.
Esse dualismo peculiar explica a enigmática abordagem que esses dois físicos tinham da teoria dos quanta. Planck descobriu os quanta através da sua lei da radiação, de 1900, mas essa descoberta, de certa maneira, era contrária aos seus próprios desejos, porque a emissão peculiar da energia, sob a forma de discretos pacotes não podia ser explicada em bases racionais. De facto, a descoberta de Planck continuou estéril até que Einstein, em 1905, percebeu que a derivação de Planck na sua própria lei não estava errada e, efectivamente, deveria ser substituída por uma suposição muito mais dominadora.
A partir desse instante, Einstein ficou cada vez mais interessado na estrutura da radiação e compartilhou com Bohr na indisputada liderança da teoria dos quanta.
Em 1919, Einstein casou-se com a sua prima Elsa, adoptando as duas filhas do primeiro casamento dela: Ilse e Margot.
A confirmação da Teoria da Relatividade Generalizada por duas expedições inglesas que fizeram observações durante um eclipse solar em 1919, tornaram-no reconhecido mundialmente.
A sua audácia de investigação tornou-o insuperável, e a sua teoria revolucionária fez mudar os principais conceitos físicos que explicavam o Universo até então. Com tal feito, não havia dúvida de que Einstein era um dos maiores génios que a humanidade já havia produzido.
A residência de Einstein, perto da Bayrischer Platz, tornou-se parada obrigatória de todos os filósofos, artistas e cientistas de renome que se dirigiam a Berlim. A publicidade não agradava Einstein, mas não havia maneira de escapar a ela. Preferia isolar-se no pequeno estúdio que fora construído especialmente para ele, na parte superior da casa. Era lá que ele recebia os seus assistentes e colaboradores, e ajudava a resolver os detalhes matemáticos de suas ideias geniais.
Ocasionalmente, reunia-se com os amigos e realizavam concertos, onde em geral tocava violino. Isso constituía agradável entretenimento que o relaxava e divertia bastante, fazendo-o esquecer por instantes o mundo da fama e de muitas responsabilidades para a ciência.
Nessa mesma época começavam a organizar-se na Alemanha grupos nacionalistas revolucionários. O fato de Einstein ser judeu, somado à sua posição contrária à toda forma de nacionalismo e militarismo, e ainda à sua fama mundial, aumentaram a inveja e o ódio dos imperialistas reaccionários, que se organizaram contra ele, sob a égide do físico ultranacionalista Philipp von Lenard. E as acções desse grupo se tornaram ainda mais ofensivas após 1921, quando Einstein recebeu o prémio Nobel da Física.
Ele foi ficando cada vez mais alarmado, principalmente após o assassinato de Walter Rathenau, ministro das Relações Exteriores da Alemanha e seu amigo íntimo. Apesar de ter possibilidades de mudar para qualquer outro lugar fora da Alemanha, decidiu permanecer em Berlim para não se afastar do excelente clima científico que lá existia. No entanto, a vitória do partido nazista em 1933, obrigou-o a desistir de continuar no seu país natal. Demitiu-se da Academia Prussiana de Ciências através de carta datada de 28 de Março de 1933. Aa suas posses foram confiscadas e a sua cidadania alemã (da qual ele já havia renunciado voluntariamente) foi procurada e, quando a situação se tornou insustentável, saiu da Alemanha.
Durante o ano de 1921, Einstein viajara aos Estados Unidos, onde fora recebido com inigualável entusiasmo. Nenhum monarca reinante nunca antes havia recebido tão bem ninguém quanto ele. Milhares de pessoas tinham comparecido às ruas de Nova York para saudá-lo. Dez anos mais tarde, as mesmas cenas se repetiram em Los Angeles, quando Charles Chaplin foi à estação para recepcioná-lo e levá-lo às ruas de Hollywood.
De 1930 a 1933, Einstein esteve em Pasadena, no Instituto Tecnológico da Califórnia, onde trabalhou no recém-fundado Instituto para Estudos Superiores de Princeton. Tornou-se cidadão americano em 1940.
A sua participação no projecto Manhattan foi inteiramente acidental e muito lamentada mais tarde, se bem que o projecto teria-se concretizado mesmo sem a sua participação.
Em 1939, foi convencido a escrever uma carta ao presidente Rooselvelt, recomendando a aceleração das pesquisas que levariam à criação da bomba atómica. O contexto histórico praticamente o obrigou a fazer tal atitude, pois os alemães estavam também desenvolvendo um projecto idêntico e, se viessem a produzir a bomba antes, os efeitos poderiam ser muito mais trágicos.
A destruição de Hiroshima pela bomba atómica, porém, constituiu-se no pior dia de sua vida. As suas convicções democráticas e sentimentos humanitários foram frequentemente desafiados pela incessante onda de agressividade que caracterizou a atmosfera social e política do pós-guerra. Mesmo assim, Einstein defendeu abertamente todos os princípios da liberdade nos difíceis anos do macartismo.
Os últimos 22 anos de Einstein foram vividos em Princeton, em relativo isolamento. Leccionava na Universidade e continuava os seus estudos, que nessa época eram integralmente dedicados à sua teoria gravitacional. Ambicionava chegar à Teoria do Campo Unificado que permitiria englobar todos os fenómenos gravitacionais e electromagnéticos, como manifestações de uma única estrutura lógica. Depois de muito insucesso nas suas tentativas, conseguiu elaborar um esquema que era uma generalização formal das equações gravitacionais. Os seus contemporâneos, no entanto, longe de se interessarem por esquemas de pesquisa e por modelos matemáticos, que eram mais adequados a uma série de fenómenos em estudo, acabaram por se afastar da linguagem utilizada por Einstein, criando assim, um imenso abismo de incompreensão entre eles e as novas gerações de físicos teóricos, ao contrário dos tempos de Berlim, onde a sua palavra era a de mestre absoluto.
Em 1952, o recém-fundado Estado de Israel ofereceu a Einstein a honraria de ser o seu presidente, em substituição a Chaim Weizmann, primeiro presidente recém-falecido. Apesar de Einstein ter a sua origem em um meio judaico assimilado, ele sempre manteve na sua vida os dois preceitos básicos do judaísmo: Justiça e Caridade. O carácter democrático e humanitário das Leis Mosaicas haviam penetrado profundamente na sua consciência e a magnífica poesia do Velho Testamento causava-lhe profunda admiração.
Ele logo reconhecera a urgente necessidade de criar uma nação para o seu povo já tão perseguido, e passara a acompanhar com vivo entusiasmo os altos e baixos da nova nação. Todavia, ele não podia aceitar a honra de ser o seu presidente, porque o seu temperamento não se adaptava bem aos cargos e funções sociais e administrativas exigidas. Nesta época, chegou a declarar à viúva de Weizmann, que não podia aceitar o cargo porque não entendia nada de relações sociais; entendia apenas um pouco de matemática.
Além disso não desejava dedicar-se a um só país, pois o seu interesse era a humanidade.
Einstein sempre pareceu mais velho do que realmente era. A efervescência intelectual esgotou prematuramente as suas reservas físicas. Mais de uma vez na sua existência ficou gravemente doente, porém sempre com uma boa hipótese de recuperação. Mas em 1954, o rápido declínio das suas forças físicas manifestou-se de forma alarmante. Quando, em Abril de 1955, ele foi transferido para o hospital de Princeton, sentiu que o fim havia chegado. Na manhã de 18 de Abril, a sua vida chegou mesmo ao fim. Albert Einstein morreu com a mesma simplicidade e humildade com que sempre viveu.
Depois de ter realizado este trabalho, posso concluir que Albert Einstein foi uma das figuras mais proeminentes e influentes da era moderna. Como físico eminente, transformou radicalmente o nosso entendimento do universo. Como ardente humanista, sustentou aberta e activamente opiniões com respeito aos temas políticos e sociais mais candentes de sua época.
A contribuição de Einstein à física moderna é única. A sua carreira científica resultou em constante desafio das leis universais e imutáveis que regem o mundo físico. As suas teorias confrontaram as questões fundamentais da natureza, desde o gigantesco até ao minúsculo, desde o cosmos até às partículas subatómicas, Einstein revolucionou os conceitos aceitos, até então, de tempo e espaço, energia e matéria. Ele teve um papel crucial no estabelecimento dos dois pilares da física do século 20: foi o pai da Teoria da Relatividade e contribuiu consideravelmente com a formulação da Teoria Quântica. O génio científico de Einstein residiu na sua percepção intuitiva e penetrante do funcionamento do mundo natural.
*Nota: Todos estes sites foram visitados no dia 10/03/2009
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