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Trabalho sobre a arte no Renascimento (pintura, arquitectura e escultura), realizado no âmbito da disciplina de História (10º ano).
O Renascimento assistiu ainda a uma grande revolução no campo da arte. Tal como o Humanismo, a nova estética apresentou-se imbuída de profundo classicismo. No entanto, os artistas renascentistas demonstraram uma grande capacidade técnica ao conceberem espaços perspectivados e pinturas a óleo. A representação de seres humanos, animais e paisagens marcou-se pelo seu naturalismo.
É durante o Renascimento que a pintura europeia se desenvolve e adquire uma maior importância e imponência. Alguns pintores importantes desta época foram:
As características gerais da pintura renascentista eram, essencialmente:
Algumas invenções técnicas influenciaram muito a existência de um novo espaço pictórico. A pintura a óleo, inventada por Jan van Eick no século XV, conheceu uma grande aceitação pela durabilidade e possibilidade de retoque que conferia às obras de arte e pela variedade de matizes e gradações de cor, que garantiam representações pormenorizadas e efeitos de luz e sombra.
A descoberta da terceira dimensão deveu-se aos estudos sobre a perspectiva dos arquitectos Brunelleschi e L.B. Alberti. Os artistas renascentistas exploraram um novo campo de visão, também chamado de pirâmide visual. A perspectiva representou uma autêntica desmontagem e dessacralização do conceito medieval de espaço. Na composição de cenas, os pintores renascentistas adoptaram formas geométricas e procuraram a proporção entre as dimensões (usando o módulo como referência). O naturalismo fazia-se verificar através da expressividade dos rostos, a espontaneidade dos gestos e a verosimilhança das vestes e dos cenários. O corpo era pintado com um grande rigor anatómico e a paisagem tornou-se um elemento essencial na composição pictórica.
As grandes características da escultura renascentista são o Humanismo e o Naturalismo. Os escultores interessavam-se pela figura humana, eram excelentes no rigor anatómico e na expressão fisionómica e davam lugar à espontaneidade e ondulação das linhas. O equilíbrio, a racionalidade e o aperfeiçoamento técnico marcaram também a escultura do Renascimento.
Foi na Itália, primeiro em Florença, depois em Roma e Veneza, entre outras cidades, que a arquitectura renascentista se afirmou e definiu as suas principais características.
Antes de mais, a arquitectura procedeu a uma simplificação e racionalização da estrutura dos edifícios. Isto é:
Podemos verificar na arquitectura renascentista que há influência da decoração greco-romana. Por exemplo no uso de colunas (base, fuste e capitel) e entablamentos (arquitrave, friso, cornija) das ordens clássicas.
Mais tarde (séc.XVI), os arquitectos vieram a elaborar novas regras de proporção: cada ordem repousava numa unidade de medida específica (o módulo), expressando-se todas as medidas relativas à ordem como seus múltiplos. Retomaram-se os frontões triangulares na coroação de fachadas ou janelas e utilizaram-se grotescos que se aplicavam sob forma de frescos ou baixos-relevos, tendo formas vegetais, volutas e carrancas associando-se a figuras humanas e animais.
Na altura do Renascimento, para além da construção de igrejas, houve também a construção de palácios e villae, destinadas ao conforto dos nobres e da rica classe de mercadores.
Características dos palácios:
Uma villa era uma casa de campo caracterizada pela simetria das fachadas, a que não faltava um toque de classicismo. Decoradas com magníficos frescos, faziam-se rodear de aprazíveis jardins, onde sobressaíam as fontes e os jogos de água, tal como estátuas decorativas.
Pela Europa fora, os palácios italianos serviram de modelo a reis, príncipes e elites sociais. De um modo geral, integram uma decoração clássica, à base de pilastras com capitéis coríntios e de frontões, numa estrutura arquitectónica tipo fortaleza gótica, dotada de torrões e altos telhados com águas furtadas e chaminés.
Os intelectuais e artistas renascentistas eram adeptos da perfeição, harmonia e proporção. Foram abertas algumas ruas novas com edifícios solenes e uniformes e foram criadas novas praças para enquadrar o monumento.
Projectaram também planos urbanísticos e rectilíneos, submetidos a regras de higiene, funcionalidade e beleza. As ruas principais eram largas e amplas e os edifícios tinham a mesma altura de ambos os lados.
Leonardo da Vinci foi uma das figuras mais importantes do renascimento onde se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, pintor, escultor, poeta, arquitecto entre muitas outras. Leonardo concebeu também a criação de projectos para praças públicas com fontes e esgotos.
Em França, Itália e Espanha o Renascimento artístico começou por se manifestar numa decoração exuberante – plateresco. Esta tendência artística verificou-se também em Portugal. Entre o fim do século XV e o início do século XVI, a arquitectura gótica renovou-se e desenvolveu-se, dando origem ao Manuelino.
O Manuelino era considerado um estilo artístico muito português, relacionado com os Descobrimentos. Surgiu devido ao euforismo dos portugueses e devido à vontade de Manuel I se fazer reconhecer construindo grandiosos edifícios e objectos de arte. Em relação à estrutura, o estilo gótico manteve-se apenas com algumas alterações: a utilização de uma grande variedade de arcos e a abóbada rebaixada. Quanto à decoração, o estilo Manuelino distingue-se pelo naturalismo e pelas fachadas sempre muito decoradas. A arquitectura tinha duas vertentes: a arquitectura civil, que se revelava em paços, solares, etc; e a arquitectura religiosa, constituída por igrejas e mosteiros. Um dos maiores e mais reconhecidos edifícios manuelinos é a Torre de Belém.
Houve algumas manifestações de classicismo na arquitectura portuguesa:
Os arquitectos mais importantes na divulgação do classicismo português foram João de Castilho, Miguel de Arruda e Diogo de Torralva.
A escultura manuelina continuava muito ligada à arquitectura, sem conseguir ganhar exclusividade. No entanto, entre os séculos XV e XVI, podemos observar um surto escultórico na decoração e na estatuária. Nomes famosos da escultura manuelina foram: Diogo Pires, João de Castilho, Diogo de Arruda, etc
Entre meados do século XV e XVI verifica-se também uma renovação na pintura portuguesa. O artista Nuno Gonçalves e a sua oficina destacaram-se, assim como outras oficinas importantes: a do Mestre do Sardoal, em Coimbra; as do Mestre da Lourinhã, em Lisboa; a de Francisco Henriques, em Évora; etc.