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Trabalho escolar sobre o Buraco do Ozono, realizado no âmbito da disciplina de Ciências Naturais.
Que lugar senão este
I
Que lugar senão este
alguém nos ofereceu
como uma prenda de anos?
Que lugar senão este
um dia nos deixaram
com terra, mar e céu?
Que lugar senão este
havemos de oferecer
a quem de nós rasgar
o espanto do futuro?
Que lugar senão este
- não me podem dizer?
Aqui a cotovia
nos canta os segredos,
mas os bichos da terra,
de narizes no ar
e corações aflitos,
cirandam entre medos!
II
Nos rios e ribeiros
é lenta a correria
das águas destroçadas.
Onde a pureza antiga
Que as perdizes bebiam
Em longas madrugadas?
Já nos lagos as nuvens
Não se reflectem, não.
E pela mão dos barcos
Navegam os silêncios
Que um dia a porto firme
Nem sequer chegarão.
III
O ar que respiramos
Será de falta de ar?
Quem nos espreita do alto,
Pelo buraco feito
Na camada de ozono?
É o perigo que espreita
Um mundo ao abandono.
IV
Que mundo senão este
Alguém nos ofereceu
Como uma prenda de anos?
Que lugar senão este
Um dia nos deixaram
- não me podem dizer?
Que mundo senão este
Deixaremos um dia
para oferecer a quem
depois de nós vier?
Que mundo se não este
- não me podem dizer?
Maria Alberta Menéres,
No coração do trevo, Verbo
Este poema de Maria Alberta Menéres introduz o tema do nosso trabalho, “O Buraco do Ozono” e, alerta-nos para os riscos da poluição atmosférica causada pela actividade humana cujas consequências para o meio ambiente resultarão em grandes catástrofes por interferirem no equilíbrio dos ecossistemas.
O ar é fundamental para sobrevivência da Humanidade. No entanto, sem qualquer cuidado, o Homem tem poluído a atmosfera, alterando a sua composição, libertando para o meio ambiente substâncias prejudiciais aos seres vivos.
Entre a enorme diversidade de poluentes existem os clorofluorocarbonetos que são os responsáveis pela destruição da camada de ozono.
O nosso trabalho pretende explicar a relação entre estes poluentes e o aparecimento do buraco do ozono (que não é um verdadeiro buraco, mas uma rarefacção na camada de ozono que envolve a Terra), referindo igualmente algumas das graves consequências que essa relação poderá acarretar ao nosso planeta.
Actualmente, estamos perante um dos mais sérios desafios ambientais que a Humanidade enfrenta, daí que, é urgente que o Homem reflicta e pare de agredir o ambiente, sob pena de condenar a sua sobrevivência neste planeta azul.
A camada de ozono faz parte da estratosfera, camada da atmosfera que tem início a cerca de 10 km do solo e estende-se até aos 50 km de altitude e, tal como o nome indica, na camada de ozono verifica-se uma densa concentração de ozono (O3).
Fig. 1 – Esquema das camadas da atmosfera.
O ozono é um gás benéfico quando se localiza na estratosfera, composto por três moléculas de oxigénio (O2). A sua temperatura varia de -52ºC até -3ºC com a altitude e este aumento da temperatura deve-se à absorção de radiações ultravioleta (UV) pelas moléculas de ozono, visto a função do ozono ser, precisamente, filtrar estas radiações.
Os raios UV produzem fluorescência em algumas substâncias, o que permite detectá--los. São emitidos pelo Sol e outras estrelas e absorvidos em grande parte pela camada de ozono. As lâmpadas de vapor de mercúrio e certos lasers também os emitem e são absorvidos, por exemplo, pelo vidro. Os raios ultravioleta possuem diversas aplicações, nomeadamente, a sua acção fotoquímica que permite a assimilação do cálcio e a formação de agentes vitamínicos, como a vitamina D que combate o raquitismo. Provocam também, o bronzeamento da pele, se absorvidos com moderação, caso contrário, podem originar queimaduras graves (insolação) e cancro da pele. São ainda utilizados no tratamento da água destinada ao abastecimento público.
A camada de ozono absorve uma parte importante das radiações ultravioleta que atingem a Terra e é, como tal, essencial à manutenção da vida.
No entanto, tem-se verificado uma preocupante diminuição desta camada: o valor normal da espessura da camada de ozono seria de 300 unidades Dobson mas, actualmente, esses valores atingem as 220 unidades Dobson e há regiões com valores inferiores a 100.
Estas alterações na camada de ozono devem-se à existência de substâncias que a poluem.
Os poluentes são agentes que, em determinada concentração, afectam o meio ambiente.
Os poluentes da camada de ozono são os CFC (clorofluorocarbonetos) que, devido à sua composição química, reagem facilmente com o ozono provocando a destruição da camada do ozono.
Os CFC foram inventados por Thomas Midgley, em 1930 e correspondem aos hidrocarbonetos em que o hidrogénio (H2) foi substituído por cloro (Cl) e flúor (F), sendo utilizados como agentes de refrigeração dos frigoríficos, nos sprays domésticos e nas indústrias do isolamento térmico e da electrónica.
Fig. 2 – Sprays domésticos que contêm CFC.
Os CFC perderam credibilidade quando se descobriu que as suas moléculas eram as responsáveis pela destruição da camada de ozono, pois o ozono é um gás sensível à acção do cloro que é um dos componentes dos clorofluorocarbonetos.
Fig. 3 – Diminuição da produção de CFC.
Apesar da utilização dos CFC ter diminuído, estas substâncias, com uma longevidade de mais de 50 anos, continuam a destruir a camada de ozono.
Para que a utilização dos CFC acabe é necessário, a nível mundial, promover uma política de desenvolvimento sustentável que permita, principalmente aos países subdesenvolvidos, parar com a sua utilização, já que a atmosfera é de todos nós.
O Protocolo de Montreal, de 1987, é um acordo internacional para restaurar a camada de ozono e fechar os buracos nela existentes.
No entanto, a nossa geração e, sobretudo, as gerações futuras, irão sofrer as consequências da emissão dos CFC, visto os efeitos da destruição da camada de ozono não serem imediatos.
Em Maio de 1985, a revista Nature anunciou que três cientistas ingleses tinham descoberto um buraco na camada de ozono, sobre a Antárctida. Todas as Primaveras, a maior parte do ozono perde-se durante uns meses sobre a Antárctida e, em menor escala, sobre o Árctico.
Fig. 4 – Buraco do ozono sobre a Antárctida.
O buraco do ozono é o sinal mais extremo de uma diminuição na camada de ozono verificada nas últimas décadas.
Nos últimos anos, o tamanho do buraco do ozono aumentou, tendo este, actualmente, uma dimensão média de 28,3 milhões de km2.
Quando os raios ultravioleta atingem a camada de ozono, muitos deles são reflectidos.
Os CFC lançados para a atmosfera sobem até à camada de ozono. Aí, as ligações moleculares são rompidas pela acção dos raios UV, ficando o cloro livre.
O cloro destrói as ligações moleculares do ozono, o que deixa esta camada fragilizada e destruída, dando assim origem ao buraco do ozono que permite que as radiações ultravioleta atinjam a Terra.
Fig. 5 – Reflexão dos raios UV.
Fig. 6 – Os CFC destroem a camada de ozono.
Fig. 7 – Os raios UV atingem a Terra com grande facilidade devido ao buraco do ozono.
O buraco do ozono permite que as radiações ultravioleta atinjam a Terra e este fenómeno traz algumas consequências que prejudicam o Homem e o meio onde este habita.
Fig. 8 – A exposição excessiva ao Sol provoca cancro da pele.
Tal como outros fenómenos (ex:. o efeito de estufa), o buraco do ozono também contribui para o aquecimento global que pode vir a ter consequências desastrosas como:
Fig. 9 – Consequências do aquecimento global no mundo
Com este trabalho concluímos que os principais responsáveis pela destruição da camada de ozono são os CFC (clorofluorocarbonetos) e que o buraco na camada de ozono é uma grande ameaça para o nosso planeta, cujas consequências vão ser bastantes desastrosas.
Para que isto não aconteça, a contribuição individual de cada um para que o buraco do ozono não aumente é muito importante.
Cada um pode ajudar a construir um mundo melhor, evitando a destruição da camada de ozono. Como? É fácil:
Se todos contribuirmos com pequenos gestos, iremos com certeza habitar num planeta mais saudável e desprovido de riscos.
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