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Mitologia Grega
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Resumo do trabalho
Trabalho sobre a Mitologia Grega e sobre o panteão dos seus deuses, realizado no âmbito da disciplina de História (7º ano)...
Introdução
A religião grega era sobretudo antropomórfica. Para os gregos antigos os seus deuses também tinham as suas fraquezas, paixões, virtudes humanas, mas, apesar de serem mais felizes que os mortais e eternos, não escapavam ao destino. A cada aspecto da actividade humana e da natureza, um deus em particular, geralmente correspondia.
Além dos deuses principais havia uma grande quantidade de deuses não tão importantes, por exemplo, dizia-se que os bosques eram habitados pelas ninfas, graciosas, e pelos sátiros, que eram representantes das forças brutas da natureza.
Os heróis ou semideuses eram mortais divinos. Alguns eram filhos de uma união entre os deuses e mortais. Faziam coisas que só os deuses eram capazes.
Depois da conquista Romana, muitos deuses gregos ficaram conhecidos por nomes latinos, havendo mesmo uma fusão de divindades, conforme seus respectivos atributos.
Os Deuses Gregos
(Geral)
Os Gregos eram politeístas e imaginaram os seus Deuses parecidos com os humanos, quer fisicamente, quer nas qualidades e nos defeitos: amavam, odiavam, roubavam, praticavam adultério… Porém, os deuses eram imortais, invisíveis, valentes e fortes como nenhum homem podia ser.
Os Deuses habitavam no Monte Olimpo. Os principais eram Zeus, rei dos Deuses, Hera, sua esposa, protectora do casamento e das mulheres, Apolo, Deus do Sol, Posídon, deus dos mares, e Deméter, Deusa das colheitas.
Além dos Deuses, os Gregos veneravam heróis, aos quais atribuíam feitos lendários. Hércules é um desses Heróis, fabuloso pelos seus doze trabalhos. Ao longo dos tempos, os Gregos foram criando histórias extraordinárias acerca dos seus deuses e dos seus heróis. Essas histórias, ou mitos, serviam para explicar a origem do mundo ou o destino. Faziam parte da tradição e da educação dos Atenienses, que os deviam entender como lições para a vida.
Atena
Filha de Zeus e Métis, deusa da prudência.
Quando Métis estava grávida, Gaia profetizou que o segundo filho do casal seria mais poderoso que o pai e acabaria por destroná-lo. Com receio que a profecia se cumprisse, Zeus engoliu Métis. Após o tempo de gestação, Zeus sentiu uma forte dor de cabeça e acabou ordenando que Héfesto lhe aplicasse um golpe de machado na cabeça. Esse golpe fendeu seu crânio e saiu Atena, totalmente armada e vestida para guerra, já em idade que lhe permitiu auxiliar o pai na guerra dos gigantes.
Uma vez derrotado pela Deusa o gigante Palas, ela o esfolou e passou a usar a sua pele como couraça. Além disso, adoptou o seu nome como alcunha, passando a ser conhecida como Palas Atena.
Entretanto, noutra versão, narra que a alcunha Palas Atena é devida em função da morte de sua amiga Palas. Palas, também chamada Tritônia, era filha de Tritão, que foi encarregado da educação de Atena. Palas e Atenas sempre praticaram juntas exercícios com armas.
Certo dia, desafiaram-se e enfrentaram-se. Atena seria vencida se Zeus não interviesse. Enquanto Palas recuava atemorizada diante da visão de Zeus, Atena feriu-a mortalmente. Depois, seu remorso a impeliu a esculpir a imagem de Palas e adoptar o seu nome. Essa imagem, mais tarde, ficou conhecida como o Palácio de Tróia.
Em outra passagem de relevo, essa deusa disputou com Poseidon a cidade de Atenas. Para dirimir a contenda, ficou decidido que o deus que produzisse a coisa mais útil seria o vencedor. Poseidon fez surgir uma fonte de água salgada (embora algumas versões lhe atribuam a criação do cavalo) e Atena criou a oliveira, o que lhe valeu a vitória sobre Poseidon.
De outra feita, em disputa entre Atena, Hera e Afrodite sobre a posse do pomo endereçado à mais bela deusa, Atena, muito embora tenha oferecido saber e virtude a Páris, árbitro designado para resolver a controvérsia, foi preterida em favor de Afrodite, ficando extremamente ressentida.
Atena permaneceu casta, apesar das várias investidas que sofreu. No entanto, certa vez, quando Atena foi encomendar armas a Héfesto, esse deus, que fora abandonado por Afrodite, desejou a casta Atena e tentou prendê-la em seus braços. Atena se defendeu e, durante a luta, uma gota de sémen de Héfesto caiu sobre a sua coxa. Atena, enojada, limpou o sémen com um floco de algodão e o atirou na terra. A terra, assim fecundada, gerou um menino que ficou conhecido como Erictônio (“filho da Terra”). Sem que ninguém soubesse, Atena arrebatou a criança e a encarcerou num cofre, confiando-o às filhas de Cécrops, para que o guardassem. Apesar de proibidas de descerrar o cofre, as ninfas descumpriram a proibição e abriram – no, revelando que no seu interior havia uma criança metade humana, metade serpente. Como punição, Atena enlouqueceu as ninfas, as quais se precipitaram do alto da Acrópole. Após o incidente, Atena tomou o seu cargo a educação da criança e, quando esta atingiu a maioridade, recebeu o reino de Cécrops.
Atena ficou conhecida como a Deusa da razão e da sabedoria, representava a guerra justa, a casta mocidade e as artes domésticas. A lança que carregava não significava guerra, mas estratégia, por isso se distinguia da truculência sangrenta de Ares.
Hera
Filha de Cronos e Réia, desposou Zeus. Para as núpcias, celebradas em Creta, Zeus mandou que Hermes convidasse todos os deuses, homens e animais; todos compareceram, menos a ninfa Quelone e, como castigo por essa afronta, foi metamorfoseada em tartaruga. Conta-se que sua mãe, para esconder a criança do pai, que engolia todos os filhos, entregou-a aos cuidados de Oceano e Tétis, seus tios. Hera era considera esposa legítima de Zeus e, apesar dos diversos relacionamentos amorosos de seu consorte, os atributos dados a Zeus também lhe foram imputados, possuindo, pois, plenos poderes sobre os fenómenos celestes.
Entretanto, em virtude desses romances extraconjugais mantidos por Zeus, inúmeras discórdias se instalavam entre eles, sendo que, certa vez, Zeus a suspendeu entre o céu e a terra numa cadeira de ouro e pôs uma bigorna em cada pé. Héfesto, filho de Hera, tentou soltá-la, mas foi atirado com um pontapé para a terra, de cabeça para baixo. Em virtude do intenso ciúme que nutria por Zeus, perseguiu todas as amantes e todos os filhos ilegítimos do mesmo. Assim, tentou impedir o nascimento de Heracles, Apoio e Ártemis; impôs a Heracles os doze trabalhos; mandou que os Curetes raptassem Épafo; conspirou para a morte de Semeie, quando grávida de Zeus e transformou Io em novilha, perseguindo-a incansavelmente.
Juntamente com Atena, Hera ajudou a destruir Tróia por ter sido reterida por Paris na disputa pelo pomo de ouro, disputa essa que se instalou entre ela, Atena e Afrodite.
Hera era considerada protectora das esposas, do casamento, dos nascimentos e dos costumes.
Deméter
Filha de Cronos e Réia.
Essa Deusa foi cortejada por Poseidon, mas crendo fugir de suas investidas, metamorfoseou-se em água, estratégia que não deu certo, pois o Deus, percebendo a manobra, transformou-se em cavalo e acabou por gerar com ela o corcel Árion. Indignada com a brutalidade de Poseidon, Deméter vestiu-se de luto e se afastou do Olimpo passando a residir numa gruta e tornando a terra, nesse período, estéril. Essa situação perdurou até que Pã, caçando na religião onde ela se encontrava, acabou por descobrir seu paradeiro, que era ignorado até então, e o informou a Zeus, o qual, com o auxílio das Morais, convenceu-a a retornar ao Olimpo e tornar a terra fértil novamente.
Zeus, seu irmão, igualmente apaixonou-se por sua beleza e com ela gerou Perséfone.
Deméter apaixonou-se por Lásion e com ele teve Pluto, que era considerado a personificação da riqueza. Lásion contudo morreu fulminado por raio enviado por Zeus, que estava enciumado com esse romance.
Mais tarde, quando Hades raptou sua filha Perséfone, Deméter, inconsolável, queixou-se a Zeus, que nada lhe revelou. Por isso, pôs-se ela mesma à procura da filha e, depois de haver percorrido o mundo sem nada descobrir, voltou ao monte lda, onde a ninfa informou-lhe o nome do raptor. Deméter, então, amaldiçoou a terra, tornando-a estéril, de modo que Zeus, sem ter outra alternativa, foi obrigado a interceder junto a Hades tenha concordado com Zeus, antes de devolver Perséfone, ofereceu-lhe uma romã que, uma vez por ela ingerida, ligou-a eternamente ao reino subterrâneo, de modo que companhia da filha durante oito meses do ano e, durante os quatro meses restantes, ela retornava as profundezas infernais para reinar ao lado de Hades.
Apolo
Filho de Zeus e Leto e irmão gémeo de Ártemis.
Apoio nasceu na ilha flutuante de Delfos que, a partir de então, ficou estável.
Sua mãe, quando grávida, foi implacavelmente perseguida pela serpente Píton, que intentava matá-la para impedir que se cumprisse a profecia segundo a qual um dos filhos de Leto seria responsável por sua morte. Apolo, então, para vingar a perseguição que sua mãe sofreu, tomou sua aljava de flechas e matou a serpente. Depois, ele a esfolou e sua pele serviu para cobrir a trípode onde se sentava a pitonisa de Delfos.
Apolo amou a ninfa Coronis e com ela gerou Asclépio, o qual usou seus dons em medicina para ressuscitar, sem o consentimento divino, Hipólito. Como punição, Zeus fulminou Asclépio com um dos seus raios.
Para vingar o filho morto. Apolo flechou os Ciclopes, que tinham confeccionado os raios de Zeus. Por esse atentado, Apolo foi exilado do Olimpo e condenado a viver na terra.
Nesse período de exílio. Apolo foi morar na Tessália, onde reinava Admeto, guardando seus rebanhos. Ali ele cantava e tocava, com maestria, sua lira, que lhe fora dada por Hermes. Certa vez, Pã ousou rivalizar Apolo com sua flauta e Midas, rei da Frigia, foi o árbitro designado para resolver a disputa. Como o rei era amigo de Pã, outorgou-lhe a vitória. Indignado com a vitória injusta de Pã, Apolo fez crescer em Midas orelhas de asno.
Também durante o exílio Apolo auxiliou Poseidon na construção das muralhas de Tróia, sendo, ao final da construção, igualmente enganado no recebimento de seu salário. Irritado com essa afronta, Apolo enviou uma peste que recaiu sobre os habitantes troianos e causou grandes estragos.
Apolo teve, ainda, vários amores, dentre eles o jovem Jacinto, que também foi amado por Zéfiro, deus dos ventos. Este, enciumado por Jacinto preferir Apolo, fez com que, quando ambos brincavam, um vento forte desviasse o disco arremessado por Apolo e atingisse Jacinto, ferindo-o mortalmente. Apolo tentou trazer Jacinto de volta à vida, mas, como suas tentativas foram vás, acabou por transformá-lo em uma flor, que recebeu o nome de Jacinto em sua homenagem.
Enfim, Zeus, após todos esses anos, deixou-se abrandar e restabeleceu todos os direitos divinos de Apolo.
Apolo, muitas vezes, é confundido com Hélio, acabando por incorporar vários de seus atributos, mas os poetas antigos enxergam, aqui, duas divindades distintas. Homero, por exemplo, conta que Apolo assistiu o adultério de Afrodite com Ares e ignorou o fato, enquanto Hélio foi advertir Héfesto da traição.
Apolo era considerado o deus da música, poesia, medicina, profecia e artes. Presidia os concertos das musas e habitava com elas. Possuía eterna mocidade, o dom dos oráculos e inspirava as profetisas.
Hades
Terceiro filho de Cronos e Réia.
Após ter sido arrancado por Zeus das entranhas de seu pai, que o tinha engolido, concordou em auxiliá-lo na batalha que acabou por destronar Cronos. Após a vitória, obteve o reino dos Infernos para governar, quinhão que lhe coube por força de sorteio realizado entre ele, Zeus, Poseidon.
Por causa de sua fisionomia dura e da desolação de seu reino, nenhuma deusa ou mortal desejou unir-se a ele, motivo pelo qual ele acabou por raptar Perséfone para que esta se tornasse sua rainha.
As profundezas infernais eram compostas do Érbero, do Inferno dos maus, do Tártaro e dos Campos Elísios. O Érbero era onde estavam os palácios da Noite, do Sono e dos Sonhos, onde moravam o Cérbero, as Erínias e a Morte e, também, onde vagavam as almas que não recebiam sepultura. O Inferno dos maus era onde as almas recebiam castigos pelas faltas cometidas durante a vida, onde o remorso as acompanhava e onde estavam presentes todas as espécies de torturas; trata-se de uma região cheia de pântanos lamacentos, águas empoçadas e uma vastidão tamanha que retirava qualquer possibilidade de fuga das almas que ali erravam. O Tártaro era a prisão dos Titãs, dos gigantes e dos deuses antigos expulsos do Olimpo, era lá que se encontrava o palácio de Hades; essa região sustentava os fundamentos da terra e dos mares. Por fim, os Campos Elísios eram a morada das almas virtuosas, que passavam a gozar de mocidade perpétua, sem sustos ou dor.
Assim, Hades reinava sob todos os mortos trazidos pelo barqueiro Caronte e presidia o tribunal composto pelos juizes Minos, Éaco e Radamanto, que se destinava a julgar as almas. Se julgadas culpadas, essas almas eram atiradas no Inferno, para expiar suas faltas e, se absolvidas, eram enviadas aos Campos Elísios.
Hades governava os Infernos como senhor absoluto e ditava leis inflexíveis. Nunca ninguém ousou infringir quaisquer de suas leis e nenhum de seus súditos jamais planejou uma insurreição.
Normalmente Hades é representado com barba espessa e com seu capacete, que foi presente dos Ciclopes gratos por terem sido resgatados do Tártaro por Zeus, cuja função era torná-lo invisível. Outras vezes esse deus é representado com chaves na mão, significando que as portas da vida estariam cerradas para aqueles que ingressassem no seu reino.
Zeus
Filho de Cronos e Réia, foi salvo da sua sina por sua mãe, pois seu marido engolia todos os seus filhos logo após o nascimento.
Réia, querendo salvar o filho por nascer, retirou-se para Creta, onde deu a luz a Zeus e o escondeu em suas entranhas, entregando ao marido uma pedra enfaixada, a qual foi por ele engolida, pensando tratar-se de seu filho.
Zeus foi entregue aos cuidados de Adrastéia e Ida, duas ninfas cretenses conhecidas como Melissas, que o alimentavam com leite da cabra Amaltéia e mel das abelhas do monte Ida. Recebeu também os cuidados dos Curetes, habitantes de Creta, que dançavam ao seu redor batendo espadas e escudos para ocultar o som de seu choro.
Adulto, associou-se à Métis, deusa da prudência, que o aconselhou a dar a Cronos, seu pai, uma beberagem que o fizesse vomitar a pedra que ele engolira em seu lugar, bem como seus demais irmãos. Liderando seus irmãos, Zeus empreendeu uma batalha para obter o poder supremo e banir, de vez, todos os titãs que a ele se opunham. Para tanto, Gaia predisse que seria necessário que Zeus libertasse alguns titãs aprisionados por Cronos no Tártaro (os Ciclopes e os Hecatonquiros) e os convencesse de por ele lutar. Zeus seguiu o conselho de Gaia, vindo a matar Campe, carcereira a quem estava confiada a guarda desses titãs. Estes, agradecidos pela sua libertação, ofereceram o trovão e o raio a Zeus, um capacete a Hades e o tridente a Poseidon. Com essas armas, os irmãos numa batalha que se prolongou por muitos anos, venceram e destronaram Cronos, expulsando-o dos céus, além de aprisionar os titãs no Tártaro. Senhores do poder absoluto, os irmãos partilharam o mundo por sorteio, cabendo os céus a Zeus, os mares a Poseidon e o inferno a Hades.
A essa primeira batalha, sucedeu-se a guerra com os gigantes, enviados por Gaia, que não se conformava em ver seus filhos, os titãs, encarcerados no Tártaro. Para derrotar Zeus, os Titãs colocaram o Ossa sobre o Pelion e o Olimpo sobre o Ossa numa tentativa de escalar os céus. Lançavam contra os deuses rochedos que, quando caíam no mar se transformavam em ilhas, e em montanhas os que rolavam na terra. Zeus, contudo, novamente venceu essa batalha.
Em seguida, teve que lutar com Tifon que também foi enviado por Gaia para destroná-lo. Uma vez mais vencedor, tornou-se, a partir de então, senhor absoluto do Universo.
Zeus teve várias ligações amorosas, tanto com deusas, como com mortais, e gerou muitos filhos com todas elas.
Conta-se que desposou 7 deusas: Métis (com quem gerou Atena), Têmis (com quem gerou as Horas e as Moiras), Eurínome (com quem gerou Cárites), Mnémosine (com quem gerou as nove musas), Leto (com quem gerou Ártemis e Apolo) e Hera, que foi considerada sua esposa legítima (com quem teve Hebe, Ares e Itília).
Dos seus romances com mortais gerou, ainda, Heracles (com Alcmena); Hermes (com Maia); Dioniso (com Semele); Perseu (com Danae); Pólux e Helena (com Leda), dentre outros que acabaram se tornando deuses, semideuses e heróis.
Embora sua autoridade fosse suprema, foi, por várias vezes, contrariada por Hera, com quem possuía uma relação turbulenta em decorrência do ciúme que ela lhe nutria, mas, ao final, era sempre restabelecida a paz no Olimpo.
Zeus era considerado o deus da fertilidade, da família, da amizade e protector dos homens.
Hermes
Filho de Zeus e Maia, filha de Atlas.
Era o mensageiro dos deuses e, em especial, de seu pai. Tomava parte em todos os negócios celebrados entre os imortais, ocupava-se da paz e da guerra, dos amores mudados dos deuses, enfim, de todos os interesses do mundo.
Vigiava Hera, impedindo-a de qualquer intriga e auxiliava Zeus em seus romances extraconjugais. Seu pai o enviou, ainda, para transportar Castor e Pólux a Palem; acompanhar Hades ao raptar Perséfone e, depois, convencer o deus a devolvê-la à mãe; conduzir Hera, Afrodite e Atena à presença de Páris por força da disputa instaurado em torno do pomo de ouro enviado pela deusa da discórdia.
Acusa-se esse deus de inúmeros furtos. Conta-se que, criança, furtou o tridente de Poseidon, as flechas de Apolo, a espada de Ares e o cinto de Afrodite. Furtou, também, os bois pastoreados por Apolo no reino de Admeto, mas Apolo, maravilhado com o som da lira inventada por Hermes a partir de um casco de tartaruga, trocou por ela os bois furtados e ainda lhe ofereceu o caduceu (vara mágica com serpentes enroladas e asas na parte superior), símbolo da paz e do comércio. Mais tarde, Hermes ofereceu a Apolo a flauta de Pã, que foi trocada pelo dom da adivinhação.
Com seu caduceu, Hermes tanto levava os homens às profundezas infernais, como os retirava de lá, o que lhe valeu a alcunha de Psicopompo ("acompanhador de almas").
Para cumprir as ordens de Zeus, Hermes tornou-se assassino de Argos, filho de Arestor, que possuía cem olhos, cinqüenta dos quais permaneciam sempre abertos. Isso ocorreu porque Hera, enciumada com o romance de seu esposo com Io, transformou-a em novilha e a confiou a Argos, para que ele a guardasse. Contudo, Hermes conseguiu adormecer, ao mesmo tempo, os cem olhos de Argos com o som de sua flauta e cortou-lhe a cabeça. Hera, em reconhecimento ao serviço que lhe fora prestado por Argos, tomou seus olhos e os espalhou sobre a cauda do pavão.
Em outro episódio, Hermes libertou Ares de um pote de bronze, onde havia sido preso por Oto e Efialtes, que queriam vingar a morte de Adônis.
Hermes teve vários amores, dos quais resultaram vários filhos: Com a ninfa Lara gerou os gémeos Lares; com Afrodite teve Hermafrodito; com a ninfa Driaspéia concebeu Pã; com Quíone teve Autólico (avô de Odisseu); com Antianira gerou Équion. Amou ainda Acacalis, filha de Minos; Herse, filha de Cécrops e Eupolêmia, filha de Mirmidon, que lhe deu muitos filhos.
Hermes era o deus da eloquência e da arte do bem falar, protector dos viajantes, dos negociantes e, mesmo, dos ladrões.
Afrodite
Sobre a origem dessa deusa há duas versões: em uma delas, Afrodite teria surgido da espuma do mar aquecido pelo sangue de Urano, quando este foi castrado por seu filho Cronos; acrescenta-se que a deusa teria nascido dentro de uma madrepérola perto da ilha de Chipre, onde fora levada por Zéfiro, sendo ali cuidada e educada pelas Horas. Outra versão narra que Afrodite seria filha de Zeus e Dione (ou Dionéia), filha de Poseidon.
Qualquer que seja sua origem, é sempre identificada como a deusa da beleza e dos prazeres.
Afrodite foi dada em casamento a Héfesto por Zeus, mas posteriormente o traiu com Ares, traição essa que foi denunciada ao marido por Hélio. Amou Hermes (com quem gerou Hermafrodito), Dioniso (com quem gerou Príapo), Adônis, Anquises (com quem gerou Enéias) e um número infinito de mortais. Com Ares concebeu Eros, Deimos, Fobos e Enio.
Apesar de ser a deusa dos amores, Afrodite era, muitas vezes cruel e mesmo vingativa. Para punir Hélio de sua indiscrição ao delatá-la ao marido, ela o tornou infeliz nos seus amores. Vingou-se da ferida recebida por Diomedes inspirando sua mulher a traí-lo com outros homens. Puniu a musa Clio que havia criticado seu amor por Adonis. Puniu, também, Hipólito, filho de Teseu, por ter desprezado seus atrativos, inspirando em sua madrasta Fedra grande paixão pelo rapaz, contudo, ela foi desprezada pelo enteado e, para vingar-se, disse ao marido que Hipólito tinha tentado violentá-la, por isso Hipólito acabou morrendo e Fedra, arrependida, suicidou-se.
A passagem mais relevante em que essa deusa esteve envolvida foi a disputa acerca do pomo de ouro enviado pela deusa da discórdia à mais bela deusa. Páris, encantado com sua extrema formosura, acabou por lhe outorgar a vitória sobre Atena e Hera. Afrodite recompensou Páris fazendo-o senhor do coração da mais bela mortal, Helena, fato que desencadeou a
guerra de Tróia. No entanto, Afrodite jamais cessou de proteger Páris e os troianos em reconhecimento à sua vitória sobre as demais.
Mitologia Grega
A visão do politeísta dos Gregos compreendia um grande número de Deuses ligados aos múltiplos aspectos da realidade. Havia pois o Deus do mar, do vento, da guerra… entre os deuses existiam relações do parentesco tal como existiam relações genealógicas entre Deuses e mortais. Na Grécia existia uma grande quantidade de narrativas chamadas mitos, isto é, feitos oralmente, que se dividiam em três categorias: as narrativas das origens, que explicam como é que nasceu o mundo, as aventuras dos Deuses e as gestas dos heróis.
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19/07/2019