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Trabalho escolar sobre as Personagens da Obra "Felizmente Há Luar" de Luis de Sttau Monteiro, realizado para a disciplina de Português (12º ano).
POVO |
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Povo |
“Pano de fundo permanente” da peça. Personagem colectiva. Espelha a miséria (por Vicente, página 21), ignorância e exploração de que são vítimas Triste, medroso, intimidado e de horizontes limitados, simbolizado
Destaque por Manuel – “o mais consciente dos populares”; Rita; e Antigo Soldado |
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General Gomes Freire de Andrade |
Nunca está presente. Figura singular, única, ímpar. É acusado de ser conspirador, mas é vítima de uma conspiração, sendo condenado inocentemente. A sua morte é o primeiro passo para a liberdade do povo português.
O seu retrato é delineado pelas outras personagens:
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Matilde de Melo |
É a “companheira de todas as horas” do general. Personagem individualizada. Figura central do acto II, onde se mostra apaixonada e corajosa á altura do marido (pág.91). Não desanima (pág.121). Confessa que também partilha os mesmos ideais do marido (pág.90). Resume a vida (no diálogo com Beresford) sublinhando as diferenças entre o “antes” e o “depois” de ter conhecido Gomes Freire (pág. 91/92) e orgulhando-se de tudo que aprendera com ele. O tom desafiador que emprega ao se dirigir ao marcheal revela o seu desespero (pág.94). É a personificação de todos os sacrifícios que as mulheres fazem para manter a família unida (pág.94). Perante a indiferença de Beresford, acaba por suplicar uma morte digna para o marido (pág.97/98). É a voz da consciência junto dos governantes (pág. 88) obrigando-os a confrontarem-se com a sua presença e assumir os seus actos (pág.101). Acusa o povo (pág.101), embora compreenda as suas razões. Com o principal Sousa, revela inteligência e poder de argumentação conseguindo confundir o prelado e fazer-lhe verdadeiros ensinamentos da doutrina cristã (pág.129) chega mesmo a rogar-lhe uma praga (pág.129) para o atormentar para sempre. Quando percebe que não pode fazer nada, vira-se para Deus invocando o Juízo Final que encerra a condenação de todos que conspiram contra Gamos Freire (pág.135). Imagem viva da dor e da alucinação (quando surge a falar sozinha). À medida que o tempo passa as circunstâncias lhe são adversas, mesmo depois de ter perdido o controle vai ganhando força “crescendo em palco”, acabando mesmo por aparecer de “verde” – esperança – ao contrario de Sousa Falcão, que está de luto (pág.136). Destaca-se dos que a rodeiam (como o marido). É caridosa (pág.101). É um ser excepcional que vive no mundo da hipocrisia, ganância e falta de solidariedade – por isso tenta convencer-se a agir de maneira diferente (pág.84). O desespero e o rancor levam-na a por em causa a conduta do marido pois sente que é vã (pág.84). Sente-se sozinha (pág.85). Encerra a peça: Despede-se do marido convicta da sua inocência (pág.139); Sente-se junto dele, apesar da distância física; Recolhe a vontade de Gomes Freire (pág.137); Retoma o título (pág. 140). |
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Manuel |
Símbolo da inteligência e da capacidade de apreciação critica de um povo que, apesar de ser mantido na ignorância pelas classes dirigentes, consegue aperceber-se da situação da sua classe e do país (pág. 16). Sabe que é pouco importante, sendo bem visível a sua impotência perante a eventual resolução dos problemas em causa (pág.15 e 77). Espelha o desânimo, a falta de energia para lutar contra o regime (pág. 109). Está consciente das desigualdades sociais do seu tempo (pág.105/107). Tem uma enorme dignidade e respeito pela dor alheia. É solidário, mesmo não tendo nada para oferecer a Matilde, ele põe a mão no e procura algo para lhe oferecer (pág. 105 – didascália). O instinto de sobrevivência parece sobrepor-se a todos os sentimentos | |
Rita |
Aparece no 1º acto, mas é no 2º acto que se individualiza e adquire mais relevo. Presencia a prisão e a violência exercida sobre Gomes Freire (pág. 82). É solidária com Matilde na comunhão (pág. 82/83) e no gesto final (pág.110). Esta solidariedade nasce da comunhão de sentimentos – ambas sabem como o regime pode afectar a vida familiar (Matilde: apoia as opiniões do marido, mas contrariada (pág. 85) Rita: receava-se em tal situação (pág.82). | |
Antigo Soldado |
Tem um papel importante na acção, uma vez que combateu no regimento de Gomes Freire o que:
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António de Sousa Falcão |
Parece estar constantemente presente na vida do casal já que acompanhara a morte do filho (pág.115) e aconselhara-os a não voltar a Portugal e, por fim, não abandona Matilde. É o “amigo das coisas importantes e das pequenas coisas” (pág.115). Mostra-se profundamente dilacerado com a tragédia que se adivinhara (pág.86). Nutre uma grande admiração pelo general mas, ao contrário de Matilde, está constantemente dominado pela cobardia e pelo desânimo pois tem a consciência do modo como a sociedade funciona (pág.88) procurando convencer Matilde da inutilidade da luta (pág.88). A postura combativa de Matilde, empresta-lhe algum alento (pág.89) decidindo estar ao lado de Matilde, toma consciência do seu dever (pág.89). Revolta-se contra as palavras de D. Miguel exteriorizando a sua fúria numa tripla imprecação e arrisca-se mesmo a desafiar o nobre (pág.119). É uma das personagens com mais densidade psicológica. Descobre que é cobarde porque não tem força para lutar pelas suas ideias (pág. 136 e 137). Calar-se é o preço que tem de pagar para se manter vivo e “livre” (pág.137). Só foi verdadeiro consigo próprio quando repensou a situação. |
GOVERNADORES DO REINO |
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Governadores |
Personagens-tipo, representantes do poder. Compõem o Conselho de Regência. São o cérebro da conjura (porque “escolhem (alguém) que valha a pena crucificar” sem provas concretas da sua culpa (pág.70). Aproximam-se do carácter vil (ordinário) e mesquinho, cada um tem diferentes interesses e invocam razões diferentes para a morte de Gomes Freire. |
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D. Miguel Pereira Forjaz |
Representa a Nobreza. É o primeiro a proferir o nome do general (quando interroga Vicente - pág.34) e o primeiro a manifestar desagrado por Gomes Freire, não respeitando sequer laços familiares. Incube Vicente de espiar a casa de Gomes Freire (pág.38) a troco de um “posto de polícia” É um absolutista convicto. O seu desejo é manter o estado das coisas – uma sociedade perfeitamente estratificada (pág.69). Receia uma eventual revolução por povo por influencia d revolução francesa e seus ideais de revolta de Pernambuco, no Brasil (pág. 37 / 43). Defende acaloradamente a distinção entre classes entre classes, porque acredita que cada homem esta sujeito a um determinismo de ordem social e que as aparências definem os homens, existindo inevitavelmente uma barreira a separar as classes dominantes das dominadas (pág.69). Prepotente, afastado do povo, por isso teme a popularidade do general que pode vir a afasta-lo do seu cargo (pág.70). Cruel e exerce o poder de forma violenta e incorrecta (pág.60) Sabe manipular as pessoas e situações, não olhando a meios para atingir os seus objectivos – serve-se da religião para emocionar o povo (pág.73), e serve-se da corrupção para “comprar” a denúncia (pág.65). É insensível, porque recusa-se a receber Matilde, ofendendo-a na resposta que lhe envia (pág.119) Segundo Sousa Falcão é “frio, desumano, calculista” e odeia Gomes Freire, “personificação da mediocridade consciente e rancorosa” (pág.117). Falso cristão (pág.113). Frio e cruel – no final evidencia-se mais com a fase final (pág.131). Serve-se da execução pública para servir de exemplo para os outros mas foi inútil porque 3 anos mais tarde a revolução liberal triunfara, tirando-o do poder. |
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Principal Sousa |
Representa o poder da igreja e sua intervenção nos negócios do estado – principio mais atacado pelos franceses (pág.42). É um prelado (bispo) hipócrita que parece hesitar quando pretendem condenar Gomes Freire sem provas, mas é só para mostrar que foi convencido por outros para poder ter a sua “consciência tranquila” (pág.64) mas depois encontra razoes pessoais que o parecem tranquilizar (pág.72). Serve-se de um discurso eclesiástico, recorrendo a citações bíblicas que deturpa (desfigura) em função dos seus interesses recorrendo a metáforas estereotipadas (pág.36) e ao tom falsamente paternalista e compreensivo (pág.38). Convém-lhe manter o status quo e crê-se investido numa missão salvífica (pág.40). Demagogo, porque tem consciência de que o poder dos reis é injusto mas teme que o povo saia da ignorância o que poderá implicar a sua própria condenação (pág.36/37). Detesta Beresford, mas é incapaz de manter uma discussão seria e frontal com ele, conseguindo ultrapassar as divergências pessoais e solicitar a colaboração deste (pág.59). Matilde desmascara-o – acusa-o da falsidade e infâmia (má fama), a ele e a toda a sua classe social (pág.123). Julga-se num plano superior (pág.121) mas depois Matilde depois é que fica superior, mandando-o calar (pág.124). No fim parece que as acusações de Matilde fizeram eco na consciência (pág.134). Fica desarmado perante a coragem e sabedoria de Matilde que depois “tira a moeda do bolso” e atira-a para o chão – condenação e acentua o valor pelo qual o Principal Sousa regeu a sua vida – bens materiais. |
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Beresford |
Encarregue de reorganizar o exército Português representa o domínio inglês e a que Portugal estava sujeito. Despreza o nosso país e os portugueses, procurando todas as ocasiões para humilhar o povo português (pág.55). Tem um espírito crítico porque está distanciado emocionalmente de um povo que não é seu assim, considera que vive “num país de intrigas e traições” (pág.63) Despreza o clero que trata por “seita” (pág.63). Não se cansa de provocar o principal Sousa usando a ironia (pág.41 e 54). Sorri da corrupção e da denúncia que dominam a sociedade (pág.44) mas serve-se dessas armas para aniquilar Gomes Freire agindo do mesmo ódio daqueles que critica e revelando ser um homem prático (pág.68/69). Critica a situação sócio-económica e cultural portuguesa (pág.57) compara-a com a prosperidade inglesa (pág.56) e com a tolerância religiosa que lá se vive (pág.57). Segundo D. Miguel é “mercenário” (aquele que trabalha por interesse) (pág.58). Afirma várias vezes que o seu único interesse é o dinheiro que recebe e que a sua “estada” é um sacrifico (pág.58). Odeia Gomes Freire porque é um dos poucos “capaz de o destronar” (pág.64). Cínico e sem sentimentos – quando Matilde o procura e lhe pede para imaginar no lugar do marido (pág.93) humilhando-a, para atingir o seu homem (pág.94). A sua última intervenção é marcada pela arrogância e a insensibilidade que o caracterizam (é cruel) (pág.99) |
DELATORES |
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Vicente |
Única personagem que evolui, transitando de um grupo social (o povo) para o grupos dos delatores. Astuto, é pela polícia que denuncia Gomes Freire, que lhe permitirá ascender económica e socialmente. Personifica mais um dos “vendidos” de uma sociedade corrupta. É um homem frustrado por ter nascido pobre, revoltado pelas diferenças sócias (pág. 27). Marcado pelo estigma da diferença (pág.27). Traidor, recorre à traição para ultrapassar a sua condição pois sabe que só pactuando com os poderosos e agindo como eles terá um lugar no mundo que inveja (pág. 24 – dialogo com policias). Hipócrita, tenta inspirar confiança “das gentes” (pág.25). Não tem escrúpulos, porque diz que só se rege pelos valores do dinheiro e da força (pág.25). Calculista e frio, porque diz aos policias que se fosse promovido na policia não se ia lembrar mais deles e quando vê um popular (seu amigo de rua antigamente, já não se lembra dele) (pág.103). Consegue ser pior do que as forças de ordem, porque as forças de ordem actuam por obediência, respeitando uma hierarquia estabelecida, ele, ao contrário, colabora voluntariamente com o poder estabelecido visando apenas o lucro pessoal para satisfazer a sua ambição. Ambicioso e esperto, quando os policias lhe dizem que vai falar com um dos governadores do reino, presente que chegou a sua oportunidade de subir na vida (pág.30/31) e quando fala a D. Miguel (pág.35) e no modo como empresta dignidade à missão de vigiar o general (pág.38). |
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Andrade Corvo |
Serve-se de um discurso argumentativo para aliciar o colega não evidenciando quaisquer escrúpulos e vende-se facilmente (pág.47). Tem mais destaque do que Morais Sarmento. Preguiçoso, serve-se da denúncia para não voltar a trabalhar (pág.45). Segundo Beresford: “mau oficial, ignorante”, e até “pedreiro-livre” (pág.43). Ganancioso e oportunista, quando regenera o seu passado de “maçon” e admite ter andado “perdido” (pág.50). Cobarde pois aparece “embuçado” e um adulador pois aparece uma segunda vez em cena para dizer “cá ando sempre fiel a el-rei na missão que me incumbiram” (pág.64). A sua presença em palco acaba no final do primeiro acto quando finalmente refere o nome que os governadores esperavam (pág.71). |
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Morais Sarmento |
Preocupa-se com o que vão dizer aos governadores. Limita-se a ser testemunha (pág.48). |
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Os dois |
Simbolizam o lado do negativo do exército português, que precisava do marechal inglês para “entrar na ordem”, opondo ao general Gomes Freire. |
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Os dois policiais |
Simbolizam o exercício da autoridade do governo. São “iguais a todos os polícias”, isto é, como alguém que não se distingue no meio de uma força que deve agir segundo determinados princípios. Aparecem em cena para dispersas ajuntamentos de populares evitando, deste modo, a propagação da revolta. Conscientes do poder, ameaçam o povo (pág.81). Ingénuo, porque pensavam que Vicente depois de promovido se ia lembrar deles (pág.31) |
Felizmente Há LuarResumo/Apontamentos sobre a obra Felizmente Há Luar, realizado no âmbito da disciplina de Português (12º ano). |